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O trabalho na chácara do Dr. Cândido durou quase um ano e depois ele vendeu a chácara e Carlos conheceu o novo proprietário, o Sr. João Havler.


O homem apareceu na chácara em uma Mercedes- Benz, junto com sua filha de 14 anos, chamada Jennifer.


Mais tarde Carlos soube que o homem era um milionário, dono de um dos maiores hotéis do país, o Pride Outstretched.


Carlos ouviu falar do hotel pelo próprio dono dele. Seu Havler, foi bem claro com Carlos, ele comprava chácaras para vender e não era diferente com aquela. Ele morava em uma mansão em um bairro nobre da cidade e não tinha o menor interesse em manter uma chácara. Foi então que ele ofereceu o trabalho de vigia no Pride Outstretched, e foi assim que Carlos foi parar nas entranhas do enorme hotel.


O salário que seu Havler pagava era mais do que razoável, e Carlos conseguia pagar tranquilamente o aluguel de uma casa pequena na cidade.


No início ele ia trabalhar de ônibus que o deixava na estrada a 20 quilômetros do hotel. O resto do trajeto era feito no carro do Pride Outstretched que vinha buscar alguns funcionários.


Com um bom salário Carlos abriu uma conta no banco e começou a guardar dinheiro. No ano seguinte, 1998, comprou o Opala, que sempre tinha sido seu sonho. Quando era criança lembrava-se que seu tio (não o que lhe dera a surra que quase o matou) tinha um opala preto e Carlos andava com o tio para cima e para baixo e achava o carro a coisa mais legal do mundo, lembrava-se de como o carro parecia imenso por fora, e mais grande ainda por dentro. Agora ele havia realizado seu sonho e já não dependia mais de ninguém para ir trabalhar.


Foi bom comprar o Opala, agora ele tinha uma coisa a que se dedicar, e tudo o que estava acontecendo o ajudava a esquecer o passado e querer, a cada dia, reconstruir sua vida.


Carlos tentou escrever três vezes para a filha mas nunca obtivera resposta. Duvidava que as cartas tivessem chegado ao seu destino.


Em 1999, Carlos começou a transar com Michele, a faxineira feia. Michele era gostosa, o que bastava. Ele sabia que ela estava apaixonada por ele, mas Carlos achava que não estava pronto para iniciar um relacionamento àquela altura da vida, embora achasse que era exatamente o que precisava fazer. Talvez ele devesse mesmo arrumar uma mulher e tentar recomeçar do zero, Michele era feia mas ele também não era nenhum Brad Pitty da vida. Mas o passado ainda era uma corrente que o segurava, uma pequena corrente agora, mas forte o suficiente para travar suas defesas.


Enquanto estivera no manicômio ele se afastou da bebida (foi forçado a isso) e depois que saiu de lá precisou procurar o AA, era uma das exigências da condicional. As seções ainda aconteciam (com menor frequência agora). Todas as terças (terça-feira era seu dia de folga) às sete da noite ele repetia sempre as mesmas coisas (Olá, eu sou Carlos, tenho 48 anos e não bebo há 5 anos), e ouvia as pessoas dizerem o mesmo. Depois ele ia para a casa, comprava um lanche no caminho e uma garrafa de coca e comia assistindo um filme, que geralmente era pornô (vícios nunca morriam) e depois ia dormir. Acordava de manhã e trabalhava em seu opala, o lavando ou polindo, depois ia trabalhar por volta das seis da tarde. E essa era sua nova rotina, e ele estava acostumado a ela, e mesmo sabendo das coisas que aconteciam no hotel (coisas que ele já tinha sentido e visto), ele gostava. Aquela rotina pelo menos o mantinha na linha, e era isso o que importava. De certa forma o ajudava a lidar com aquela correntinha chamada passado que estava atada ao seu pé.


Lidar com o Pride Outstretched e as coisas que inegavelmente havia lá, era uma coisa que ele estava aprendendo a fazer. Descobriu que a melhor coisa era procurar não se envolver. Tinha que lidar com aquilo como lera certa vez em um livro de Stephen King sobre um hotel assombrado, como figuras em um livro.


Aquelas coisas não te ameaçavam se você parasse de se importar. Elas perdiam o interesse. O papel delas era assustar e se você não se assustasse, elas ficavam lá, adormecidas.


Carlos aprendeu a evitar alguns lugares no hotel, e principalmente, ele aprendera evitar se aproximar do apartamento 480.


Havia alguma coisa forte no 480, e ele achava melhor ficar longe.


Durante suas costumeiras rondas ele saía do corredor principal e ao invés de ir até o 480, virava para a direita em direção ao elevador de serviço, e isso não era nem tanto medo, ele via mais como uma precaução. Era melhor previnir do que remediar.


Havia outros lugares que ele evitava, lugares no porão e no saguão principal. Ele também evitava se aproximar do chafariz que ficava no segundo saguão de frente com o salão de festas do Pride Outstretched.


Em 1983, houvera uma forte explosão no Pride Outstretched, todo o salão Dourado, como era chamado o salão de festas, foi pelos ares matando mais de 200 pessoas, a única coisa que ficou intacta foi o chafariz.


Carlos não gostava daquele chafariz, principalmente da estátua que mostrava um enorme anjo cupido com um arco nas mãos e uma aljava nas costas. Sempre quando via aquela estátua tinha a forte impressão de que o cupido estava olhando para ele. E o cupido era obsceno, parecia uma daquelas estátuas gregas que ele sempre achou ser uma coisa gay. Estava nu, exibindo o pênis, e nos sonhos seu pênis estava ereto. Aquela coisa estava viva e o perseguia para comer sua bunda, e dar a bunda era uma coisa que Carlos nunca iria fazer, nem se estivesse morto e enterrado.


Era melhor ficar longe, e ele ficava, e depois daquilo o imenso cupido parou de assombrar seus sonhos.


Carlos limitava-se a monitorar certos ambientes através dos monitores, era mais do que suficiente. A reputação do Pride Outstretched na região mantinha os ladrões afastados. De vez em quando algum curioso subia a montanha, havia também caçadores que acampavam na região, mas na maioria das vezes eles se mantinham longe do Pride Outstretched, e as pessoas que faziam isso eram inteligentes. Aquele não era um bom lugar, havia alguma coisa ali, e você podia sentir, assim que chegava e aquela coisa zombava de você, aquela coisa sondava a sua alma e entrava dentro de sua mente.


Carlos sentia-se invadido. Ele tinha consciência de que aquela coisa, fosse lá o que fosse, sabia seus segredos, conhecia seu passado e sabia quem ele era. E ele sabia que aquela coisa usaria aquilo contra ele se tivesse oportunidade.


Era melhor se manter longe.


Carlos tinha a ideia de montar um bar, um bar decente que funcionasse durante a noite, algo que pudesse ter música ao vivo e alguns garçons servindo às mesas. Ele tinha algum dinheiro no banco mas ainda não era suficiente. Precisava aguentar um pouco mais naquele emprego, e tomar cuidado com aquela coisa com Michele. Os dois estavam transando no emprego, se fossem pegos poderiam ser demitidos, e ser despedido era uma coisa que Carlos não queria naquela altura do campeonato.


Mais um pouquinho só. Era tudo o que Carlos precisava.


Ele achava que tinha tempo.





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