Capítulo 1
"O Feitiço"
Esse foi o nome do meu último livro lançado, sobre uma bruxa estúpida que acidentalmente se transformou numa ave em um esperimento que sem conseguir voltar a forma humana, irá atrás de um oráculo que meio à contra gosto irá ajudar ela a ir atrás de um antitodo.
Estou à duas horas assinando os livros dos meus fãs que alucinados que formaram uma fila que ultrapassou 5 quarteirões.
Porém, a anciedade pela falta de idéias para uma nova obra, fazia me ter dores de cabeça e ao mesmo tempo que tirava meu foco e para piorar a situação, a editora estava no meu pé por conta de um contrato no qual ainda devia publicar mais 7 obras para concluir em até um ano.
Inspiro fundo e continuo assinar as obras enquanto ouvia palavras de encanto e mais pedidos para que eu publique obras novas de fãns entusiasmados, que apesar da minha falta de ânimo, acabei não percebendo como raios, o tempo passou tão rápido, só percebi que o horário para assinar autógrafos acabou, que aconteceria durante o dia todo, quando os administradores começaram a remover os cartazes do local e que não tinha mais nenhum livro para assinar.
O lugar em questão era uma pequena livraria localizada no coração da cidade de Nulesca, uma pequena cidade italiana localizada no sul do país.
O cheiro de livro novo me atingia como uma amiga de longa data ao ponto dos meus dedos coçarem para levar alguns comigo.
O espaço era muito bem utilizado com pufs espalhados para quem quisesse ler entre as estantes.
Estava prestes a pegar minha pasta e meu grande copo de chá quando minha representante apareceu em minha frente com uma cara séria.
_Quando irá enviar o seu mais novo manuscrito Peter?
_Agora não, deixe me relaxar um pouco Cristine.
Digo abaixando os ombros em cansaço.
_Você já teve tempo demais para isso, só tem dois meses para lançar o próximo manuscrito a não ser que queira pagar a multa rescisória por quebra de contrato.
Diz de forma calma, fria ou simplesmente monótona, o que a fazia parecer uma bruxa cruel, não que ela fosse feia, longe disso, uma mulher alta com seus 1.80 de altura, que usava um elegante terno escuro que só destacava a rigidez e elegância de seu corpo esbelto, com um salto agulha preto que só deixava mais alta do que já era, fazendo me sentir menor do que já sou com os meus 1.65 de altura, com seus cabelos loiros presos firmemente em um coque perfeito enquanto que de vez em quanto subia seus óculos com as pontas dos dedos que insistiam em escorregar pelo seu nariz delicado.
Porém seus olhos azuis cristalinos me perfuravam com uma acusação que me fez querer encolher em um canto.
_Eu sei Cristine, é só que estou num momento difícil, não quero prejudicar ninguém.
Pronuncio trêmulo, aquele ano não tinha acontecido muitas coisas positivas em minha vida pessoal, o que fez seu olhar suavizar.
_Que tal uma viagem? Talvez consiga a inspiração para sua próxima obra.
Pronuncia com o mesmo tom de antes.
_Viajar? Nesse momento ?
Digo no automático enquanto meus olhos iam automaticamente ao calendário pregado na porta que marcava dia 4 de abril, terça feira.
_E por que não? Talvez um descanso da rotina atual seja o que precisa, se afastar dos problemas. Ouvi dizer que tem uma parente distante que mora numa ilha isolada, talvez seja uma boa ideia visitar ela.
Estava prestes a perguntar como soube quando me lembro que ela é a melhor amiga de minha irmã caçula Esmer, que como uma irmã bisbilhoteira e muito protetora, ama perguntar como estou para Cristine e foi assim que viraram amigas confidentes, apesar de não entender como minha irmã, uma jovem risonha de 27 anos conseguia se dar tão bem com uma pessoa com tão poucas emoções ao ponto de parecer uma estátua viva.
Mas até que não é uma má ideia.
Como se conseguisse ler minha mente, ela continua sua fala sem deixar brechas para eu responder.
_Vou avisar a empresa, se tudo ocorrer bem poderá sair de manhã mesmo bem cedo.
Pronuncia saindo do local.
Poderia pelo menos me deixar responder, penso encarando incrédulo seu costume de sair de cena sem despedir ou deixar as pessoas o fazerem.
Inspirando fundo, já que não adianta reclamar, pego meus itens e faço o mesmo.
O vento suave fora do prédio, fez me lembrar que logo fará calor, o que também me lembrou que preciso comprar roupas urgentes.
Enquanto volto para casa, observo as pessoas caminhando tranquilamente a pé, enquanto outros andavam de bicicleta, as ruas agora limpas e reformadas parenciam lugares removidos de pinturas antigas.
Após 3 quarteirões finalmente chego ao prédio verde antigo de três andares em qual morava, pagando 800 euros de aluguel que consistia em um quarto, um mini banheiro e um cômodo que eu transformei numa cozinha e lavanderia improvisada, o que para muitos era um absurdo, já que por eu ser um escritor de renome tem condições de morar num lugar melhor, o que não estão errados, mas o que eles não sabem é que não quero fixar minhas raízes em um lugar fixo, logo pouco importa onde eu moro desde que tenha um teto sob a minha cabeça.
A pintura desgastada me trás memórias reconfortantes do tempo que vim morar nessa região, uns três anos atrás, abro a porta e comprimento a dona Tina, a síndica do prédio, antes de subir as velhas escadas cuja a pintura descascada afastava a maior parte dos turistas, o que tornava um bom abrigo silencioso e muito agradável .
Ao finalmente chegar no terceiro andar, conto mentalmente os números de cada porta até chegar ao meu, o 34° apartamento do último do andar, sendo que no total, cada andar tem 12 mini apartamentos em que a maioria dos interessados são estudantes da faculdade localizada no centro a 2 minutos de distância e que não possue uma renda grande para investir em moradia.
Abro a porta que range dando me uma espécie de boas vindas seguido de um miado de Jonas, meu gatinho preto de estimação que gostava de esperar em frente da porta e que agora circulava entre meus pés desejando uma atenção minha.
Penduro a pasta na porta e jogo o copo de café descartável no lixo, antes de pegar um sanduíche recheado de carne de soja, embrulhado em alumínio para mais tarde na mini geladeira, que devoro em poucas mordidas antes de atender o pedido persistente de Jonas, recebendo ronronares de felicidade do mesmo.
Deito na cama, ainda o acariciando e não consigo evitar de pensar na possível viagem de amanhã e sem perceber acabo caindo num sono sem sonhos.
1120 palavras.
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