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CAPÍTULO QUATRO

O sentimento de tempo desperdiçado me consome. Enquanto vejo e revejo minhas anotações nos dias que sucedem o fiasco que foi minha missão, só consigo relembrar o quanto lutei para conseguir bolar o plano perfeito.

Tento me concentrar e focar novamente em meu objetivo, mas meus pensamentos são frequentemente interrompidos por um pessoa.

Dennis.

Não consigo parar de pensar nele, em suas covinhas e no sorriso brincalhão. E é ainda mais difícil esquecê-lo porque não paramos de conversar por mensagens. Ele até me ligou, certa vez, dizendo que gostaria de ouvir a minha voz. Além disso, toda vez que meu celular vibra, paro tudo que estou fazendo, na esperança de que seja ele me perguntando algo bobo, apenas para puxar conversa.

É de se pensar que eu deveria ser mais cautelosa ao me relacionar com Dennis, considerando todos os "esquecimentos" pelos quais passei, porém estou tão extasiada com a atenção que não consigo me controlar. Basta um simples emoji enviado por ele que meu coração salta pela boca.

Decido, então, que preciso vê-lo novamente. Quem sabe depois de um pequeno encontro eu consiga acalmar meus nervos e voltar a me concentrar na missão. Por isso, jogo para o lado o mapa da mansão Kathram que fingia estudar pelos últimos quarenta minutos, e pego meu celular, digitando uma mensagem rápida para Dennis.

Hoje está tipicamente nublado e com uma brisa fria o suficiente para me fazer vestir um cardigan antes de sair de casa. Não posso deixar de notar a contradição com o dia em que conheci Dennis, na semana passada, quando estava totalmente ensolarado e quente. Espero que as nuvens cinzas não sejam uma premonição de que minha vida voltará a ser chata como sempre.

Pouso a xícara de chocolate quente no pires em minha frente e suspiro. Estou esperando Dennis há quase meia hora e não consigo mais controlar minha ansiedade.

Ele me esqueceu. Só pode ser isso.

Nem sei porque fico tão decepcionada com essa constatação. Àquela altura, eu já deveria estar acostumada em ser deixada de lado. No entanto, nenhuma das pessoas que passaram reto por mim ou me ignoraram me fizeram sentir especial como ele fez.

Diatiríste tin iremía¹... Espere mais um pouco... Termine sua bebida... Ele vai aparecer. Ele tem que aparecer, repito para mim mesma diversas vezes mentalmente.

Checo o celular novamente, pelo o que acho ser a milésima vez, mas não há sinal de Dennis. Dou mais um gole na bebida. Observo as pessoas entrarem e saírem do café apressadas. Realizo uma lista mental de coisas que preciso fazer quando chegar em casa, como lavar a louça e regar as plantas para minha mãe. Tento montar um plano em minha mente novamente, mas acho difícil sem ter minhas anotações por perto para me guiar. E então finalmente olho pela janela.

Meu coração perde o compasso por um segundo, pois vejo Dennis saindo da estação de metrô. Ele arruma o casaco e ajeita o cabelo, e então anda em passos rápidos na direção do café. Abro um sorriso involuntário. Quando me vê, sentada próxima à janela, ele para e mostra o buquê de flores em suas mãos, exibindo suas covinhas.

Ele entra praticamente correndo no café e se dirige até minha mesa sem cerimônias. Antes que eu possa protestar, com a mão livre ele me puxa para fora da cadeira.

— Cinderela! Finalmente te encontrei! — ele fala em voz alta, chamando atenção dos outros clientes. No entanto, percebo que os olhos estão todos voltados para ele, não para mim. Nada surpreendente. — Eu, que procurei tanto por essa cidade pela dona dessas... flores!

Dennis se ajoelha enquanto fala e estica o buquê para mim. Eu o pego, dando risada, e logo sinto o forte perfume de rosas. Nunca ganhei flores na vida e o gesto me parece incrivelmente romântico. Acho que minhas pernas estão prestes a virar gelatina.

— Obrigada.

— Não há de quê. Por você eu daria a volta pela Europa inteira, só para te entregar as flores.

Dou outra risadinha e o ajudo a se levantar. Dennis se aproxima e me dá um beijo na bochecha, que, como no dia da festa, faz o meu corpo inteiro se arrepiar.

— Oi — ele diz. Sua voz está grave e eu sinto sua respiração fazer cócegas em minhas bochechas, tão perto que está de mim.

— Oi. — Engulo em seco e sou obrigada a virar o rosto, pois temo que se olhar mais em seus olhos eu possa desmaiar.

Sento-me novamente e Dennis vai até o balcão pedir algo para beber. Enquanto espero, tento acalmar meu coração. Com certeza ele percebeu o quanto estou animada - e aliviada - por vê-lo.

— Desculpe ter demorado, eu... tive que resolver algumas coisas — Dennis fala assim que retorna, segurando uma xícara de café fumegante.

— Não tem problema.

Ficamos em silêncio durante alguns minutos, mas não é nada esquisito. Dennis não tira os olhos de mim, o que me deixa um tanto desconfortável, mas ao mesmo tempo muito contente por ter sua total atenção.

— O que tem feito, Alana? Parece que anos se passaram desde que te vi... — ele diz, sorrindo. E eu tenho que concordar, parece que nos conhecemos há anos, não há semanas. 

Não posso contar que passei metade dos meus dias pensando nele e a outra metade planejando um roubo. Mas também não minto. Conto um pouco sobre minha monótona e patética vida. E, mesmo assim, Dennis parece genuinamente interessado no que tenho a dizer.

Seus olhos não me deixam por um segundo enquanto tagarelo sobre minhas tarefas de casa e meus planos para o futuro. Vez ou outra, ele faz comentários engraçados ou perguntas curiosas, que me incentivam a continuar falando.

É incrível como ele conseguiu mudar minha percepção da vida em apenas alguns dias trocando mensagens. Eu já estava acostumada a ficar sozinha, contente com a minha solidão. No entanto, estar com Dennis, conversar com ele... Sentir seu toque quando ele se estica para segurar minha mão sobre a mesa... Nada disso se compara ao ato de roubar. Nenhum item que adquiri ilegalmente, nem mesmo o maravilhoso vestido que usei na festa, me proporcionou sensações como as que estou sentindo agora.

— Minha mãe ainda não entende que eu preciso sair do país, preciso ver coisas novas — me pego dizendo. — Me formo no ensino médio em pouco menos de dois meses, então já estou vendo algumas universidades em outros lugares. Bem, só na Grécia, para falar a verdade.

— Na Grécia? — Ele levanta as sobrancelhas, mas não sei dizer se está confuso ou interessado. — Por que lá?

Dou de ombros.

— Minha família veio de lá. E... Não sei. É um país que sempre me atraiu. Tenho muita vontade de conhecer as ilhas gregas... Ouvi dizer que são um povo muito simpático também.

— Bem, por mais que eu queira que você consiga realizar seu sonho, ficaria muito triste se você for para a Grécia.

— Por que você não vai conseguir me encontrar em cafés baratos em dias nublados? — Digo isso de brincadeira e uma pitada de amargura. Ah, se ele soubesse o quanto disso é verdade...

— Exatamente por causa disso.

Dennis está tão sério agora, me olhando com tanta intensidade, que sinto minha boca secar.

— Bem... Você pode me visitar — falo, para tentar quebrar o gelo.

— Eu com certeza vou.

Como ele ainda continua me olhando de um jeito que faz minha orelhas arderem de constrangimento, mudo de assunto rapidamente e volto o foco da conversa para ele.

— Você faz faculdade onde? — pergunto, desviando os olhos para o meu chá. Na verdade esta é uma pergunta ousada, pois não faço ideia de quantos anos ele tem. Mas sei, com toda certeza, que é mais velho que eu.

Ele demora um tempo para responder, por isso volto a encará-lo. Dennis parece... constrangido.

— Eu... Bem, eu não estou estudando no momento — diz, e então pigarreia antes de pegar sua xícara. — Terminei o colégio há dois anos e... tive outras prioridades desde então.

Dessa vez a curiosa sou eu. Ele parece ser uma pessoa tão inteligente e estudada, com suas roupas elegantes e olhar esperto, que esse pequeno fato me surpreende. Ao mesmo tempo, me repreendo por tê-lo julgado.

Uma parte de mim está morrendo de vontade de perguntar sobre suas prioridades, mas a outra diz para eu me controlar. Não quero invadir sua privacidade. Quando Dennis estiver pronto, ele provavelmente vai me contar.

— Além disso, tenho uma família grande, sabe? — ele continua. Percebo que é uma tentativa de mudar de assunto e, portanto, agradeço mentalmente por não ter feito perguntas que pudessem constrangê-lo. Esperar até que ele confie em mim foi a melhor decisão. — Tenho quatro irmãos: um mais velho, três que ainda estão na escola. E nosso maior passatempo é importunar minha mãe.

Sorrio ao ouvir as histórias da família de Dennis. Ele conta sobre as diversas peças que já pregaram na mãe. Uma, inclusive, envolvendo animais da fazenda dentro de casa. Percebo o quanto ama sua família apenas pela maneira como fala deles.

Depois de pedir mais uma rodada de bebidas quentes para nós, Dennis se encosta na cadeira, cruzando os braços, e me olha de maneira inquisitiva.

— Qual é a sua história, Cinderela? — Ele realmente parece estar querendo entender algo.

— Você sabe mais sobre mim do que qualquer outra pessoa. — Verdade.

— E mesmo assim você continua sendo um grande enigma...

— Como assim?

— Parece que quanto mais te conheço, mais quero saber sobre você. Como não te encontrei antes?

— Porque sou invisível para todos, na verdade — murmuro baixinho, desviando os olhos dos dele.

— O quê?

— Eu disse que Londres é uma cidade muito grande. — Abro um sorriso para Dennis, tentando não parecer muito melancólica. Também não preciso acrescentar que não sou acostumada a frequentar festas da alta sociedade como ele.

Além disso, não quero falar sobre minhas origens ou meu passado, por isso mudo de assunto. Ainda está cedo demais para admitir que sou uma esquisitona com um estranho dom de passar despercebida.

Depois de um tempo conversando mais trivialidades, Dennis se levanta para pagar por nossas bebidas e então me convida para um passeio.

— Mas começou a chover! — reclamo, meio desanimada, apontando para o lado de fora.

— E por um acaso você é açúcar para derreter, Cinderela? — ele provoca, pegando uma mecha do meu cabelo, como se para ter certeza de que não era feita de sacarose. O contraste entre meu cabelo quase branco e sua pele morena é incrível.

— Não, mas...

— Mas nada! Vamos!

Antes que eu possa impedi-lo, Dennis me puxa para fora do café e, segurando minha mão, começa a correr pelas ruas encharcadas de Londres. Há mais pessoas sem guarda-chuvas, mas somos os únicos correndo e rindo feito crianças bobas. Corremos alguns quarteirões até alcançarmos uma rua mais deserta, cheia de casas antigas e bem-cuidadas e árvores grandes e verdes, que nos protegem parcialmente da chuva.

Abro os braços e giro no lugar, sentindo os pingos gelados molharem meu rosto, ouvindo Dennis rir do meu ato quase infantil. Rio também, pois estou me sentindo livre. Me sinto uma garota normal, fazendo uma coisa normal.

Ainda girando, tropeço em meus próprios pés, quase caindo de cara no chão. Dennis, no entanto, aparece para me salvar. Não consigo deixar de pensar que aquele pequeno gesto representa muito mais do que zelar pela minha proteção. Dennis me salvou de minha própria solidão.

— Cuidado! — ele diz, me segurando com ternura e ajudando a me endireitar.

Ali, olhando seus olhos castanhos e as covinhas de seu sorriso maroto, acredito que não posso me sentir mais feliz. Ele me olha daquele jeito intenso, como se eu fosse a única pessoa do mundo e eu sou muito egoísta para deixar essa sensação ir embora. Como sempre, minha ambição faz com que eu queira mais.

Nós já estamos bem próximos, considerando que suas mãos ainda seguram minha cintura. Mesmo assim, me aproximo ainda mais. Quero colocar a culpa em minha impulsividade, mas sei muito bem o que estou fazendo quando me inclino e encosto meus lábios nos seus.

É um beijo rápido, apenas um leve selinho, mas sinto meu corpo inteiro esquentar. Como nunca beijei antes, não sei se o que estou fazendo é certo. Esse pensamento me desanima e eu me afasto, envergonhada.

Viro o rosto, tentando entender no que eu estava pensando quando fui roubar-lhe um beijo. Eu nem sei se ele gostaria de ser beijado por mim! Skatá². Maldita hora que fui ser corajosa.

Arrisco espiá-lo. Dennis está sorrindo ainda, o que acalma um pouco meu coração. Quero acreditar que ele não está rindo de mim, mas rindo comigo.

— Desculpe, eu...

— Shhh.

Dennis coloca um dedo em minha boca, me impedindo de continuar falando. Ele, então, desce a mão pelo meu queixo e, gentilmente, vira meu rosto para olhá-lo. Meus olhos, antes grudados nos seus, descem lentamente, como se quisessem memorizar cada detalhe de suas feições, até parar em sua boca.

Ele umedece os próprios lábios com a língua e sorri. Estou ofegante quando noto que Dennis está se aproximando cada vez mais novamente. E então finalmente - finalmente! - sou verdadeiramente beijada.    

¹Tenha calma

²Merda

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