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CAPÍTULO NOVE

— Ainda dá tempo de desistir.

— Não vou desistir.

— Que bom. Eu não estou com medo nem nada do tipo.

Reviro os olhos, mas sinto um sorriso se formar em meus lábios.

— Não está com medo, mas está nervoso? — pergunto, de um jeito brincalhão.

— Claro que não. Estou acompanhado da rainha dos roubos, mestre dos ladrões. Você já pensou em ganhar dinheiro ensinando as pessoas a roubar? — Dennis provoca.

Retribuo seu comentário com um soco em seu braço, o que o faz soltar uma risada rouca. Logo o repreendo por rir alto e ele se desculpa.

Dennis percebeu que eu era realmente boa quando começamos a bolar o plano à prova de falhas. Se a maldição cumprir o seu papel, vamos entrar e sair sem sermos vistos.

Não foi fácil pensar nos mínimos detalhes, principalmente porque eu tinha que considerar que Dennis era normal e que não tínhamos muito tempo para planejar o roubo. Além disso, depois que Dennis me contou sobre o tal evento da rainha, fui pesquisar na internet e nas minhas anotações, revi os áudios gravados dentro do carro de meu pai, mas não havia informação nenhuma sobre a tal festa. Isso era esquisito. Como um evento de grande porte da família real não havia sido divulgado com antecedência?

Nos últimos dias, minha mente girou, pensando que talvez tenham nos descoberto e criado esse evento para nos despistar. Era uma possibilidade improvável, mas não impossível. Ainda mais depois que meu pai havia dito o meu nome e pareceu me ver entre os arbustos no parque.

E se eu estivesse iludida e só achava que ninguém conseguia me ver, quando na verdade todos os seguranças de meu pai estavam de olho em mim? Talvez essa maldição fosse uma mentira, algo que inventaram para me fazer acreditar que ninguém prestava atenção em mim, quando na verdade eu era uma pessoa normal. Talvez todo o universo estivesse conspirando para que eu achasse que era invisível na sociedade.

Talvez, talvez, talvez. Nenhuma dessas possibilidades parecem ser mais reais do que, de fato, haver a maldição e magia dos deuses gregos envolvendo minha família.

Mas não posso deixar que meus pensamentos e preocupações me atrapalhem agora.

Dennis e eu estamos sentados atrás de arbustos perto da mansão Kathram, observando a movimentação da casa. O par de binóculos de última geração em minhas mãos foi roubado de uma loja de artigos de caça, mas não consigo me arrepender. O instrumento é muito tecnológico, com um super zoom e visão noturna. Ambas funcionalidades muito eficazes nesta noite.

Coloco os binóculos nos olhos novamente, bem a tempo de ver o carro de vidro fumê do meu pai deixando a mansão. Apesar do vidro escuro, consigo identificar cinco silhuetas: meu pai, a esposa, os dois filhos e um segurança. Logo em seguida outro carro os segue, um utilitário preto cheio de mais seguranças, que acompanhará a família do ministro até o seu destino.

Esperamos até os carros virarem a esquina e desaparecer de nossa visão, então nos esgueiramos pelo mato, mantendo nossas cabeças baixas. Hoje, tanto eu quanto Dennis usamos nossos conjuntos "de espiões" - roupas coladas, completamente pretas, que nos permitem camuflar com as sombras e não impedem nossa mobilidade. Me sinto como se estivesse estrelando um filme.

Só que, no caso, não tenho certeza se faço parte dos mocinhos.

Seguimos caminhando, nossas passadas sincronizadas, como tanto havíamos ensaiado nos últimos dias. Paramos a alguns metros da mansão e eu pego meus binóculos novamente. Encaro as câmeras de segurança e conto seus movimentos, mesmo que já os tenha decorado.

Quinze segundos, direta. Seis segundos virando. Quinze segundos, esquerda. Seis segundos virando.

E assim o padrão se repete.

Nós conseguimos nos manter afastados das câmeras até atingirmos o ponto cego no muro. Cego porque Dennis tem um amigo hacker que não faz muitas perguntas e conseguiu invadir o sistema de segurança da mansão. Ele fez com que essa câmera específica pifasse, porém sem ser detectada. Uma imagem de um dia calmo qualquer apareceria na tela para ninguém desconfiar.

Essa é uma precaução pensada em Dennis, é claro. Se quisesse, eu poderia passar pela porta da frente e ninguém me veria.

Mas qual seria a graça disso, não é mesmo?

Encostados no muro, tiro o mapa interno da mansão do bolso.

— Muito bem, nós estamos aqui. — Aponto para o local próximo ao muro marcado com um X azul. — Ao pularmos para dentro do jardim, temos que nos manter abaixados entre estes arbustos. Damos a volta no terreno e paramos próximos à piscina. Escalamos pelas trepadeiras e entramos. — Meu dedo acompanha todo o percurso.

Dennis assente. É impressão minha ou ele está um pouco pálido? Bem, agora não é hora de se preocupar com isso. Preciso dele para o plano dar certo.

Com sua ajuda, escalo o muro de três metros. Me equilíbrio e dou a mão para ajudar Dennis a subir também.

Pulamos para o quintal com um baque surdo. Nenhum de nós se machuca na queda, o que é ótimo. Não podemos nos dar o luxo de quebrar um tornozelo à esta altura do campeonato.

Esperamos alguns segundos, mas a casa continua silenciosa. Então começamos a nos mover.

O dia, que já estava nublado, está escurecendo depressa. Me pergunto se não deveríamos ter esperado até anoitecer completamente para fazermos a invasão, mas agora é tarde demais para voltarmos atrás. Alcançamos a área da piscina no mesmo instante em que as luzes automáticas do jardim se acendem. Não estávamos contando com isso, mas tudo bem. Não é um pouco de iluminação que irá nos parar.

Sabemos que a guarita dos seguranças se encontra na outra extremidade do jardim, o mais longe possível de nós. Também sabemos que não há câmeras internas, pois meu pai gosta de manter sua privacidade, na medida do possível. Por isso, não temos problema algum em chegar na parede de trepadeiras que nos levará para o segundo andar.

As plantas são fortes e estão presas por um rede, o que facilita nossa escalada. São apenas alguns metros até a janela entreaberta do corredor do segundo andar, que eu escalo com facilidade. No entanto, assim que passo pela janela, ouço um barulho vindo de fora.

— Merda! — Dennis xinga e minha vontade é xingá-lo também por falar tão alto.

Espio sobre o vidro e vejo que uma das plantas se quebrou e que Dennis está pendurado, segurando a rede com apenas uma mão. Ele consegue se equilibrar novamente, mas permanece parado. Apuro os ouvidos, mas a casa continua em completo silêncio.

Dennis torna a subir novamente e logo ele está pulando pela janela para dentro do corredor. Ele passa as mãos nas calças para limpar a sujeira e então se endireita.

— Você está bem? — pergunto.

Ele faz que sim com a cabeça.

— Vamos continuar.

Essa é uma parte familiar para mim, embora minha única visita tenha sido durante a festa que meu pai havia organizada semanas atrás. Parece que faz uma eternidade desde que entrei nessa mesma casa, principalmente porque agora o lugar está tomado de sombras e sem a decoração de panos de seda e flores. Hoje, o salão de festas parece apenas uma sala muito grande e vazia, com algumas estátuas e quadros antigos lhe conferindo um ar sombrio. Como as cortinas estão fechadas, o lugar está um breu. Demora um tempo até me acostumar com a escuridão.

Mesmo assim não hesito. Caminho com passos firmes, mas ainda silenciosos, até a porta de madeira maciça que outrora fui impedida de abrir. Penso na ironia que é a pessoa que me fez desistir do roubo anteriormente estar me acompanhando neste momento.

Como previsto, a porta está trancada. Dennis se abaixa e começar a mexer na fechadura e... Étoimo¹! Menos de dois segundos depois ouço um clique baixo e a porta se abre.

Entro primeiro e vou direto para as janelas. Desço a cortina de todas - graças a Zeus são cortinas blackout - e então Dennis fecha a porta atrás de si. Não acendemos a luz da sala, mas tiramos nossas lanternas da mochila.

— Caramba... — ouço Dennis murmurar.

Entendo seu esplendor. Enquanto vou iluminando alguns pontos da sala, assimilo à decoração. Vários quadros antigos que provavelmente valem milhões de euros. Uma lareira de pedra escura com duas poltronas coloniais de aparência cara. Um tapete de couro de algum animal. Estantes que cobrem as paredes até o teto com centenas de livros. Uma escrivaninha de mogno escuro com um computador de última geração.

Perco alguns segundos admirando o lugar, que parece ter saído de um filme do século XX, exceto pelo computador. É tão bem decorado, mas não faz o estilo de meu pai. Talvez tenha pertencido ao meu avô ou bisavô? Até onde sei, a família Kathram mora nesta mansão há séculos.

Me dirijo até a escrivaninha, tentada a acessar o computador. A tela está apagada e não vejo nenhuma luz acessa, portanto presumo que a máquina deva estar desligada. Resolvo que vou procurar informações nele somente em último caso, pois tenho medo de acionar alguma coisa se tentar ligá-lo. Já li muitos livros e vi muitos filmes de espionagem para saber como isso termina.

Enquanto Dennis vasculha um baú próximo à lareira, começo a olhar entre os livros. Há uma escada que me leva até a última prateleira, mas não preciso subir nela para ver que os livros de cima são muito grandes. Estou procurando por um caderno surrado e pequeno.

Observo cada lombada com atenção, mas posso ver que não há nenhuma que seja minimamente parecida com o que estou procurando, apesar de ter vários títulos de histórias incríveis que fazem meus dedos coçarem para tocá-los. Aliás, o que estou procurando é meramente uma suposição de fatos descobertos na internet. Sem querer tirar nada do lugar, me viro.

Retorno até a escrivaninha e começo a vasculhar as gavetas. Pelo canto do olho, vejo Dennis se movimentando pelo cômodo, tomando cuidado para não lançar o facho de luz diretamente para as janelas. Apesar de estarem cobertas com as cortinas, não podemos deixar que o mínimo de luz escape, principalmente considerando que elas ficam voltadas na direção da guarita dos seguranças.

Não encontro nada nas gavetas, por isso começo a remexer os papéis em cima da mesa, tomando o cuidado para não bagunçar nada. São vários contratos; ao que parece meu pai vai comprar outra propriedade. Nada de interessante.

Até que encontro um bilhete escrito à mão. Começo a ler as palavras ali escritas, que me deixam com falta de ar, quando um alarme soa.

Dennis para o que está fazendo no mesmo instante e se empertiga. A casa toda é tomada pelo barulho de sirene tocando. Isso não é bom, não é nada bom.

— Como descobriram que estamos aqui? — pergunto, enfiando o bilhete no bolso da minha calça sem que meu companheiro veja.

Dennis pede para que eu apague a lanterna, o que faço sem questionar. Lentamente, ele caminha até a janela mais próxima e afasta a cortina alguns centímetros para espiar para fora.

— Temos que sair daqui — diz, quase no mesmo instante. Ele se vira e vem até mim. — Você encontrou o que veio buscar?

Balanço a cabeça negativamente. Enquanto não processar direito o que li, não posso te contar nada. Além disso, não temos tempo.

— Também não vi nada de valor — ele lamenta, com um suspiro. Enquanto estava atrás do livro, Dennis iria encontrar algo que pudesse vender depois. Permiti isso como uma espécie de vingança pessoal pelo fato de meu pai ter nos abandonado, embora agora eu entenda que tudo fora obra da maldita maldição.

— Vamos embora — falo, apreensiva. — Continuamos com o plano de saída. Ainda não temos certeza se estão atrás de nós.

Mas atrás de quem mais eles estariam?, uma voz em minha cabeça teima em questionar.

Dennis assente e vai até a porta, olhando pela fresta.

— Não ouço nada...

Saímos para o salão, nos escondendo perto de estátuas, usando as sombras em nosso favor. Apuro os ouvidos, mas o barulho da sirene é ensurdecedor aqui. Tão alto que não consigo me concentrar e uma dor de cabeça começa a se formar, martelando em minha testa.

Seguro a mão de Dennis, que me guia pelo salão furtivamente. De repente, já estamos de volta à janela pela qual entramos.

— Merda! — Ouço-o xingar, dessa vez mais baixinho.

Olho para fora também e vejo que há três seguranças entrando pela porta logo abaixo de nós. Segundo o mapa, essa entrada dá diretamente para a sala de estar. Os três carregam armas, ou seja, já estamos em desvantagem. Olho para Dennis, sentindo meu coração acelerar.

— Acho melhor descermos por aqui de qualquer forma — digo, assim que o último homem entra na casa. — Eles entraram pelo andar de baixo, deve levar um tempo até chegarem aqui. Há muito o que vasculhar antes de passarem para o andar superior. — Espero que minhas suposições estejam certas.

Dennis não discorda.

Coloco os pés para fora e me penduro nas trepadeiras. Vou descendo, ainda tentando escutar alguma coisa. Mesmo que os seguranças não nos achem, há uma grande chance de a polícia nos pegar enquanto fugimos. O protocolo é ligar para a emergência em qualquer sinal de perigo. Precisamos ser rápidos.

Antes de saltar para o chão da piscina, espio para dentro da casa pelas portas de vidro. Não consigo ver os seguranças. Espero que isso seja um bom sinal.

Pulo para o chão de pedra e Dennis me segue. Sempre prestando atenção nas janelas, corremos de volta para o ponto no muro onde pulamos. Não vemos um vulto sequer pela casa, o que é estranho.

Porém, assim que chegamos nos arbustos que prometem nos esconder até chegarmos em nosso local de saída, começamos a ouvir tiros. Automaticamente, Dennis se joga no chão, me levando consigo. Caímos na terra e ficamos por lá durante alguns segundos, até perceber que os tiros permanecem dentro da casa.

Como se os seguranças estivessem lutando com outros invasores.

Levanto a cabeça minimamente, apenas para confirmar que continuamos sozinhos no quintal.

— O que será que está acontecendo? — pergunto. Mesmo sem querer, uma parte de mim se pergunta se meu pai está bem. Será possível ele já ter voltado da festa e estar sendo baleado neste exato instante?

— Não sei, mas não quero ficar aqui para descobrir. Venha, vou te ajudar a subir — Dennis diz, parecendo cada vez mais pálido sob a luz artificial do jardim.

Ele me impulsiona para cima e eu agarro a borda do muro sem pensar muito bem no que estou fazendo. Ainda conseguimos ouvir tiros e alguns gritos incompreensíveis vindo de dentro da casa. Sem entender, sinto meus olhos se enxerem de lágrimas, mas ainda assim estendo a mão para ajudar Dennis a subir também.

Já do lado de fora, começamos a correr. Conforme nos afastamos, os barulhos dos tiros e do alarme vão ficando cada vez mais baixo. Olho para trás, ainda em movimento, e vejo uma van sair da casa do ministro em disparada. Quem está dentro do veículo, nunca saberei dizer.

As lágrimas quase me cegam, mas continuo forçando meus pés a irem para frente. Quero dizer que choro de alívio, mas a imagem de meu pai sendo baleado invade minha mente. Eu nem o conheço direito, por que fico tão triste em pensar que talvez ele possa morrer?

As luzes dos carros de polícia aparecem em nosso campo de visão, mas estamos longe o suficiente da rua para sermos notados. Eles passam por nós com uma velocidade surpreendente, e eu tenho que pensar em Dennis pra não voltar para a mansão. Os policiais não prestariam atenção em mim, mas não posso arriscar que peguem meu companheiro.

Por isso, pego em sua mão e o puxo, incentivando-o a continuar correndo, até sermos apenas dois vultos na escuridão.

¹pronto

Pois é, meus queridos, Alana não conseguiu o que queria. Mas encontrou um bilhete que pode mudar o rumo da sua história. O que será que estava escrito?

E, sim, este livro chegou ao final dos capítulos, mas logo irei postar o epílogo. Não me odeiam, pois acredito que vocês ainda têm muitas perguntas a serem respondidas. Logo irei lançar a continuação das aventuras de Alana, então fiquem ligados no meu perfil!

Quero ouvir as teorias de vocês sobre o tiroteio na mansão... Suspeito, não é mesmo?

Até mais! 

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