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Capítulo 2: O Livro das Sombras

Saint Luna, 12 de agosto de 2021
Quinta-feira, 04:11 P.M.

Certa vez me questionaram quem eu sou.

Não querendo levar em consideração que meu nome é Vincent Withmore Price, conhecido como Vince, que tenho dezesseis anos e que sou adotado. Nem que vivo com duas mulheres entituladas minhas mães, e que nossa renda vem de um dos maiores arsenais do país.

Eles querem saber, quem eu sou.

Um recém nascido abandonado num orfanato, sem origem, sem destino. Sozinho, à deriva de um futuro incerto, mas salvo por uma bruxa e uma caçadora. Desde então, não me importei com quem eu poderia ter sido, mas sim com quem eu sou.

Minha vida não poderia ser melhor. Vivendo uma adolescência intensa, cheio de espinhas pelo rosto, preocupado em entrar para a faculdade, com altas notas, um fusca vermelho e ótimos amigos. Mesmo não tendo nascido com super poderes, cresci assistindo aos rituais e presenciando feitiços e magias pessoalmente. Nunca foi um segredo para mim, tanto que Harry Potter não me surpreende.

Depois que Dener melhorou, dei carona para Maya e ele até em casa. Claire foi comigo, então a deixei em casa e fui para a minha. A visão de Dener foi um tanto estranha, pois, apesar de todos sermos filhos de bruxas, nada igual aconteceu antes. Dener, um garoto tímido, sensível e simpático, certamente possui um dom herdado da magia.

— Mãe, cheguei! — Aviso assim que passo pela entrada.

Percebo que o carro delas não estava na garagem, e como ninguém responde, presumo que foram a algum lugar. Pego meu telefone e mando mensagem, mas aparentemente estão sem internet. Suponho que saíram para algum lugar sem internet.

Vou para o meu quarto e troco de roupa rapidamente, logo indo até a cozinha e procurando algo para comer. Coloco meus fones de ouvido e deixo Supermissive Black Hole  tocando, enquanto danço no ritmo da música. Nem percebo o tempo passar. Quando me dou conta, já está na hora de ir deitar. A escola me deixa exausto.

• • •

No dia seguinte, levanto de manhã e me arrumo rapidamente. Procuro minhas mães pela casa e não as encontro. Checo o telefone, e a mensagem de hoje ainda não havia sido enviada.

Que esquisito.

Pego minhas coisas e vou até o fusca, começando a dirigir até a casa de Claire. Ao chegar, ela entra com a expressão um pouco aflita.

— Minha mãe não aparece em casa desde ontem. Meu pai disse que iria buscá-la no serviço, mas ele até agora não chegou. Não me respondem, não atendem, e Adrian também não. — Ela diz, por fim, me deixando ainda mais preocupado.

— Minhas mães também não.

— Você acha que aconteceu alguma coisa? Sabe, no outro lado? — Ela quis dizer no lado bruxas.

Não quero tirar conclusões precipitadas.

Seguimos o resto do caminho conversando sobre as aulas e alguns trabalhos que precisamos fazer. Cumprimento Maya e Dener no corredor e noto que ambos também pareciam aflitos.

— Acho que aconteceu alguma coisa no coven. Nossa mãe precisou sair às pressas e só disse que precisava fazer uma reunião com o grove de Nova Iorque. — Maya diz baixo, para não correr o risco de outras pessoas ouvirem.

— Será que minha mãe e as suas mães foram a esta reunião? E por isso ainda não responderam? — Claire pergunta diretamente para mim e eu dou de ombros.

— Por que Lucy faria uma reunião de emergência? Será que aconteceu alguma coisa grave? — Questiono de volta, olhando para Maya e Dener na esperança deles terem a resposta, mas os gêmeos pareciam também não saber.

Vejo uma silhueta familiar se aproximar de nós. Claire o olha surpresa, porém, aliviada. O garoto alto, com os cabelos loiros e ondulados, bem semelhantes aos de Claire, passa pelos alunos sem se importar. Ninguém nota sua presença, é quase como se ele não estivesse ali.

Feitiço de invisibilidade.

— Adrian? Por que você não me respondeu? — Claire questiona para o irmão, correndo o risco de acharem que ela estava falando com as paredes. — Pode me dizer o que está acontecendo?

— Me encontrem na biblioteca em cinco minutos. Vocês quatro. — Adrian diz de forma seca e direta, e apesar de ser quatro anos mais velho que nós, costuma ter o péssimo hábito de nos tratar como crianças.

Nenhum de nós se opõe ao seu pedido. Em passos rápidos, chegamos à biblioteca, que esse horário ainda estava vazia. Alguns e outros passavam, olhavam as prateleiras, estudavam para algum teste, mas faziam pouco caso da nossa presença lá. Isso era ótimo, pois era o lugar mais seguro para termos essa conversa.

Não muito depois, Adrian aparece, atravessando as prateleiras como se seu corpo não fosse sólido. Maya e Dener se mantém apreensivos até Adrian falar; e há motivos. Não queria acreditar que algo muito ruim estivesse acontecendo, mas o olhar de Adrian transparecia o contrário.

— E então? — Claire é a primeira a questionar.

— O Livro Primordial das Sombras foi roubado. Alguém invadiu o templo e o levou, e agora Lucy convocou uma reunião de emergência com todas as bruxas, bruxos, arcanos e feiticeiros do mundo. Estamos recebendo relatos de toda parte de criaturas aprisionadas sendo soltas, rituais adormecidos sendo praticados, serem que vieram do submundo de volta à Terra. — Ele dá uma pausa, suficiente para absorvermos cada informação. — A tríade de Hécate é uma das maiores armas para encontrar o livro, então partiram em missão. Elas não podem usar telefones nem dispositivos tecnológicos, pois correm o risco de serem espionadas ou seguidas. Mas pediram para avisar para vocês, todos vocês, não saírem da cidade. Irei criar uma barreira de proteção para evitar que algum perigo sobrenatural entre. O importante é mantê-los seguros.

Meu corpo estremece por alguns instantes, custando a acreditar no que Adrian havia dito. O Livro Primordial das Sombras é como uma bíblia das bruxas. Uma bíblia única, contendo todos os segredos, poderes, feitiços e rituais que alguém poderia adquirir. Em mãos erradas, pode causar um tremendo estrago, não só para as bruxas, mas também para qualquer ser humano.

— Como assim roubaram o Livro Primordial das Sombras? Ele não é protegido com magia limitada? — Maya questiona em êxtase, com a respiração pesada.

— Sim. Estamos desconfiando que foi alguém lá de dentro. Alguém que conhece bem o que roubou. — Adrian diz com os dentes rangendo e o olhar semicerrado.

Apesar de ser um cara frio e fechado, sabíamos que ele estava com tanto medo quanto nós. Adrian coloca as mãos no bolso do seu sobretudo bege, me fazendo notar as tatuagens que cobriam seu pulso. O pingente familiar no seu colar era um símbolo bem conhecido por nós, um símbolo de proteção contra o feitiço de outros bruxos.

— E a Kaylee? Se a Seline, uma bruxa tríade, teve que partir em missão, como a Kaylee vai ficar? — Claire levanta a questão, direcionando a atenção de Adrian para a irmã mais nova.

Kaylee, assim como nós, é filha de uma bruxa tríade. Uma das três que venceram Lúcifer há três décadas, juntamente com minha mãe e com a mãe de Claire e Adrian. Porém, depois de tudo, Kaylee foi embora para Madrid junto com a mãe, então não tivemos tanto contato. Nos víamos durante as férias e alguns rituais, sempre com a mesma alegria, e nos falávamos por mensagem. Com um tempo, nos afastamos. A vida dela é totalmente diferente da de Claire e eu, então não sabíamos bem como iríamos reagir quando a víssemos de novo.

— Kaylee está vindo para cá. Seline acha mais seguro que ela fique com vocês, então ela provavelmente chegará hoje ou amanhã. — Ele respondeu, conferindo o relógio de pulso. — Preciso ir.

— Para onde você vai? — Claire questiona com um de preocupação.

— Impedir que o caos se espalhe ainda bem. — Adrian responde com o olhar distante. — Fiquem bem.

E, com um piscar de olhos, ele desaparece.

• • •

— O que a gente vai fazer? — Dener questiona, com as mãos na frente do corpo, balançando inquietamente os pés.

— Você ouviu o Adrian. Nossas mães querem que fiquemos aqui, seguros. Então acho melhor não fazermos nada, só... tentar agir normalmente. — Maya diz na tentativa de consolar o irmão, mas Dener ainda parecia aflito.

Estávamos no jardim do colégio, sentados na grama esperando o sinal tocar para a próxima aula. O céu estava nublado, parecia que ia cair um temporal. Estava mais escuro que o normal. Assim como eu, Claire temia que algo muito ruim fosse acontecer. Estávamos felizes e ansiosos pela chegada de Kaylee, mal sabíamos por onde começar. Acreditamos que ela ficará conosco no colégio e hospedada na casa de Claire, e isso é uma chance para conhecermos-a melhor.

— Não tem como agir normalmente se não sabemos o que vai acontecer. — Claire conclui, provocando um olhar ameaçador de Maya. — Quer dizer, vai ficar tudo bem. A tríade vai achar o Livro e logo tudo voltará ao normal.

O sinal toca, ecoando por todo o pátio. Me levanto e limpo a sujeira da calça, pegando minha mochila e a jogando pelas minhas costas. Claire, Maya e Dener fazem o mesmo, e logo andamos para dentro do colégio novamente.

Claire se despede e vai para a aula de primeiros socorros, enquanto Dener vai ao vestuário se arrumar para o treino. Eu, obviamente, vou para a aula de cálculo, e Maya provavelmente vai fugir das aulas dela. Combinamos de nos encontrar na saída, pois achávamos mais seguro andar em grupo agora.

Enquanto andava pelos corredores, o som que saía da aula de música me distrai por um instante. Eu conhecia perfeitamente cada solo daquela guitarra. Paro de andar aos poucos e espio pela fresta da porta, vendo que a Midnight Echoes ensaiava, provavelmente para o próximo show. Apesar de ser uma banda formada por quatro adolescentes do colegial, a Midnights Echoes era um sucesso entre os jovens da cidade. Até os alunos de outros colégios se reuniam apenas para assisti-los tocar. Lexie era a guitarrista e vocalista principal, enquanto Kai, o baterista, Jeremy, o baixista, e Olive, a tecladista.

Lembro-me do que Claire disse ontem. Lexie não é mais a mesma que conhecíamos. Na infância, sempre nos víamos com frequência, pois o pai dela, o delegado de Saint Luna, é um grande amigo da minha mãe. Aos quatorze anos, tudo mudou. Não lembro com exatidão o dia, mas de uma hora para outra, Lexie se afastou friamente de mim. Parecia que eu havia feito algo que não lembrava, algo muito ruim. Minha mãe me orientou que, se Lexie queria me manter longe, era melhor assim. Eu não queria forçar nada e nem piorar as coisas, mas isso não me fez desistir de tentar me aproximar de novo, agora, três anos depois.

— Tá olhando o que, ô Sheldon Cooper? — Levo um pequeno susto quando Kai aparece na porta ao notar minha intromissão.

Ele era bem mais alto que eu, usava uma calça jeans e uma regata preta apertada, com um suspensório atravessando verticalmente todo o tronco do corpo. Ele tinha o cabelo grande, um pouco depois do ombro, e loiro. Consigo notar as unhas pintadas de preto e um leve delineado nos seus olhos castanhos.

— Eu só estava passando. — Falo de modo tranquilo, pois não queria causar intriga. Eu sabia que Kai também não, pois ele me pagava para fazer todos os trabalhos de matemática dele.

Percebo que o olhar de Jeremy também estava sobre mim, e mesmo sabendo que Lexie sabia da minha presença ali, ela fazia questão de olhar exclusivamente para a guitarra vermelha nas suas mãos.
Percebo o olhar ardente de Kai sobre mim e logo dou as costas à ele e caminho até o segundo andar, onde teria minha próxima aula.

Quando o último sinal toca, saio da sala e me direciono até o ponto de encontro onde marquei com Claire, Maya e Dener. Olho para fora e noto a forte chuva que começava a cair, de forma brutal e intensa, na qual provavelmente causaria um estrago daqueles. Não parecia uma chuva comum, e sim lágrimas súplicas da mãe natureza com o que está por vir.

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