Chapter Two
001🌹 ━━ Qual a opnião de vocês sobre essa nova Izzy?
002🌹 ━━ Espero que gostem, não esqueçam de comentaar.
Isabella Deveraux
O almoço de família
MINHA MELHOR AMIGA, ANGIE, era apaixonada pelo meu irmão desde que éramos crianças. Eu não tinha a mínima ideia do que ela via nele, mas desde sempre ela olhava para ele com aqueles olhos de coração e fazia discursos sobre como Oliver era a pessoa mais perfeita do mundo inteiro.
Demorou algum tempo para meu irmão admitir que sentia alguma coisa por ela, mas quando nossa mãe morreu e Angie estava ao nosso lado o tempo inteiro, Ollie desistiu de negar seus sentimentos. Uma parte de mim acreditava que ele estava apenas a usando como mecanismo de enfrentamento do luto, mas eu tentava não pensar muito naquilo.
Angie era linda, ela se encaixava no título de princesa muito melhor do que eu, mas era incapaz de perceber o quão incrível era.
— Você deveria fazer o teste para ser uma líder de torcida, ia ser sucesso — ela disse animada enquanto andávamos pelos corredores do castelo — Consegue imaginar? Vamos torcer juntinhas.
Olhei para ela, considerando por um momento fingir que não tinha escutado aquele absurdo.
— Incrível até eu tropeçar e virar um meme na internet, você quer dizer.
Ela fez uma careta, o que simplesmente não combinava com sua maquiagem e o delineado cor de rosa que estava usando.
— Izzy, você deveria confiar mais em si mesma — ela disse, agarrando meu braço — Se você conseguisse, uhm, prever se fosse tropeçar, isso não iria fazer você evitar que acontecesse?
Demorei alguns segundos para entender o que ela estava querendo dizer, então suspirei.
— Que tal a gente só ignorar isso?
— Mas...
— Oi, garotas.
A atenção se Angie se desviou unicamente no meu irmão gêmeo, que estava parado na nossa frente com seu sorriso brilhante.
— Ollie!
Observei ela jogar os braços ao redor de Oliver e o beijar, sorri discretamente, havia uma grande chance dos dois acabaram se casando e me dando sobrinhos lindos.
Eu seria uma ótima tia.
— Oi, Oliver — murmurei,
— Izzy — ele disse naturalmente, como se essa não fosse a décima vez que nos víamos hoje — eu preparei uma apresentação em slides para mostrar para o papai, ele vai adorar.
Considero por um momento comentar sobre como nosso pai achava apresentações em slides entediantes, mas decidi ficar quieta para não estragar a animação de Ollie. Um dos infelizes defeitos do meu irmão era que ele não se dava ao trabalho de prestar atenção nos outros o suficiente para saber do que as pessoas gostavam ou não.
Ele havia se tornado daquele jeito desde a morte da mamãe.
— Uau, slides.
Angie me lançou um olhar de advertência, mas Ollie felizmente não percebeu o sarcasmo.
— Acho que finalmente vou ser promovido a conselheiro do papai — ele continuou animado, enquanto começamos a andar — Você não vai ser mais a favorita. Vou deixar ele orgulhoso.
Ou fazer com que ele tivesse um ataque cardíaco.
Enquanto os dois embarcavam em uma conversa fofa que me fazia sentir como uma vela, eu peguei o celular para olhar os últimos acontecimentos do reino no twitter.
Alguma revista idiota havia promovido meu irmão novamente a lista de cinco príncipes mais bonitos do mundo.
Fiquei vendo as notícias no twitter e só percebi que chegamos no local do almoço quando o casal ficou em silêncio, guardei rapidamente o meu celular. Percebi que Ollie estava nervoso, então coloquei a mão em seu ombro, lhe dando um sorriso motivador.
— Não tem o que você se preocupar, papai vai aprovar a sua ideia, eu vi.
Oliver imediatamente relaxou.
— Ótimo.
Existia um único motivo pelo qual eu havia pegado nosso pai para conversar antes que Ollie tivesse a oportunidade, eu precisava que ele concordasse com a ideia, mesmo que fosse uma versão adaptada.
O motivo? O filho do Espectro Marinho.
Harry era o filho mais velho do pirata e aparecia nas minhas visões desde que eu era uma criança, praticamente havia o acompanhado crescer. Depois de tanto tempo acompanhando sua vida como uma espectadora, eu precisava o conhecer.
Aquele era o meu maior segredo, ninguém sabia que eu tinha visões sobre ele e se pudesse decidir, iria continuar assim.
Entramos no restaurante e fomos conduzidos ao segundo andar do local, onde ficavam as salas privadas. Não me surpreendi ao encontrar alguns guardas no caminho até a sala onde o rei nos esperava, quando entramos, vi papai mexendo em algo no seu celular.
— Pai!
Ollie se aproximou dele e o abraçou, eu achava interessante a forma como meu irmão vivia em um mundo de contos de fada, onde tudo era perfeito e ele não precisava ter outras preocupações além de ser o príncipe mais bonito da faculdade.
Ou talvez eu apenas estivesse sendo amarga.
Todos se ajeitaram na mesa e eu observei meu irmão e meu pai, ansiosa para ver o que iria acontecer.
— Vamos pedir a comida.
— Antes de almoçarmos — Oliver começou animado — Gostaria de apresentar a ideia que eu tive.
Ele tirou o notebook da mochila e abriu a tela, mostrando o início da apresentação de slides sobre a qual havia falado, uma careta quase surgiu no rosto do meu pai, mas ele conseguiu disfarçar rapidamente.
— Uma apresentação em slides, achei profissional.
Oliver sorriu para mim.
— Obrigada, passei a noite fazendo.
Ele ajeitou a apresentação e colocou no slide de capa, que era colorido e tinha o seguinte título: Paz para as Ilhas Congeladas, criando um futuro melhor para a sociedade.
Alistair passou a mão no rosto, se preparando psicologicamente para aquela apresentação.
— Filho, poderia me explicar o que isso significa?
Ollie endireitou a postura e assumiu um tom profissional que foi realmente impressionante.
— Você disse que eu deveria começar a fazer pelo reino, então tive uma ideia incrível que vai ser capaz de melhorar nossa relação com as Ilhas Congeladas, se tudo der certo, vamos conseguir fazer um acordo de paz — ele disse, então sorriu — O título da minha apresentação é "Paz para as Ilhas Congeladas, criando um futuro melhor para a sociedade".
Angie, que estava sentado ao meu lado, parecia realmente impressionada com aquilo.
— Uau, você quer... Um acordo de paz com as Ilhas Congeladas.
Oliver passou para o próximo slide.
— Minha ideia é convidar uma pequena comitiva das Ilhas Congeladas para vir até aqui, conhecer nossa faculdade e modelo educacional, entre outras coisas. Se conseguirmos estreitar os laços com os filhos do Espectro Marinho e do Corsário, isso fará que, no futuro, seja mais fácil criar e estabelecer acordos, pois teremos algo essencial: confiança — Ollie explicou, passando os slides na medida que falava — Eles passariam um semestre com a gente, seriam nossos convidados.
O rei Alistair me lançou um breve olhar, provavelmente agradecendo que eu o avisei sobre isso.
Há, de nada, papai.
— Isso é uma ideia... Interessante, filho — ele disse, lentamente — Confesso que estou surpreso, nunca pensei em algo assim.
A expressão de Oliver se iluminou.
— Então você gostou?
— Claro, nós vamos precisar adaptar para o concelho concordar, mas pode funcionar... Izzy, você teve alguma visão sobre isso?
Depois de tantos anos tendo visões nos piores momentos possíveis, eu havia me tornado uma especialista e quando necessário, conseguia até mesmo fingir que estava tendo uma. Era o que eu iria fazer no momento, mas acabei sendo jogada em uma visão de verdade.
Oliver estava falando com uma garota de cabelos loiros, ele tinha uma expressão estúpida no rosto, como se estivesse falando com uma deusa.
— Você realmente tem o seu próprio jeito de fazer as coisas.
Ela riu, parecendo se divertir.
— Isso é uma forma de dizer que eu não faço tudo do jeito que vocês, filhos de papai, fazem? — ela retrucou, um tanto risonha — É, a gente tem nosso próprio jeito de viver nas Ilhas, aposto que você não sobreviveria a um dia lá.
Meu irmão gêmeo estufou o peito em uma tentativa de parecer forte e corajoso.
— Eu não sou só um príncipe, tenho certeza que se me conhecer de verdade, vai acabar se surpreendendo — ele retrucou — Só precisa me dar uma chance, Beatrice.
Eu não conseguia acreditar que estava vendo meu irmão flertar com a filha do Corsário.
— Izzy?
Angie estava com a mão no meu ombro, eu olhei ao redor, percebendo que Ollie me encarava com expectativa enquanto meu pai parecia preocupado.
Fixei meu olhar no meu irmão, tentando entender a visão que acabei de ter.
— Então? Meu plano vai dar certo? — Oliver perguntou, ansioso.
Desviei o olhar e forcei um sorriso.
— Vai ser um sucesso.
Talvez dê certo até demais.
Todo mundo sabia que Beatrice, a filha do Corsário, tinha uma reputação, ela era tão cruel quanto o pai, era vingativa e até mesmo um tanto maligna. Eu não conseguia entender o que iria levar meu irmão a se interessar por ela quando ele tinha Angie ao seu lado, que era a garota mais incrível do mundo inteiro.
Eu precisaria ficar de olho nos dois, a chance de Beatrice usar essa oportunidade para benefício próprio era grande demais para ser ignorada.
— Vamos almoçar e depois falamos mais sobre a ótima ideia de Oliver. Meninas, o que vocês vão querer comer?
Dei uma breve olhada e pedi a primeira coisa que vi no cardápio. Logo uma nova conversa surgiu na mesa, motivado pela pergunta do meu pai de quando Oliver e Angie iriam se casar.
Não prestei atenção, até considerei chamar Alistair de lado e contar o que vi, mas decidi que era melhor eu mesma cuidar disso e não colocar ainda mais preocupações em seus ombros. Comi a comida que pedi e bebi uma taça de vinho, então quando todos iam pedir a sobremesa, eu levantei.
— Adoraria ficar mais tempo — comecei, dando um pequeno sorriso de desculpas — mas tenho vários trabalhos da faculdade que precisam ser entregues na segunda-feira.
Angie me encarou desconfiada.
— Você pode fazer no final de semana, Izzy — ela reclamou, frustrada — eles tem um sorvete incrível aqui, vai mesmo desperdiçar a oportunidade de comer sorvete?
— Infelizmente vou.
Dei um beijo rápido em sua bochecha e me despedi do meu pai e do meu irmão.
— Se eu não te conhecesse, diria que está com ciúmes porque tive uma ideia incrível e você não.
Olhei com tédio para Ollie, desde que a nossa mãe morreu, ele começou com aquele tipo de comentários, parecendo desesperado para conseguir um pouco da atenção do papai, como se não percebesse que Alistair era um rei que tinha um reino inteiro com o qual se preocupar.
— Sua imaginação está fértil hoje, irmão.
— Talvez eu tenha ainda mais ideias!
Revirei os olhos e dei um soco em seu ombro, de brincadeira, tentando dar uma aliviada no clima estranho.
— Vejo vocês no jantar.
Saí do restaurante e suspirei aliviada, o caminho para casa era longo, então aluguei uma bicicleta para poder voltar pedalando. Uma das coisas que eu mais adorava era poder andar de bicicleta pelo reino, pois era uma coisa que eu não precisava pensar, era só aproveitar e sentir o vento contra o meu rosto.
O caminho já estava decorado na minha mente, então quando percebi, já estava na entrada no castelo, enquanto os guardas abriram os portões para mim.
— Ei, consegue devolver a bicicleta? Eu peguei ela quase na frente do restaurante favorito do papai.
O guarda concordou e eu entrei no castelo, fazendo o caminho até o meu quarto.
Eu havia me livrado de qualquer coisa amarela - que era a cor do símbolo do reino - há muito tempo, então agora meu quarto tinha a minha cara. Sem muitas decorações, uma estante com todos os meus livros favoritos, uma mesa para estudo e algumas fotos de família.
Além dos móveis básicos, não havia muita coisa especial.
A única coisa realmente importante ali era a porta que dava para o meu pequeno quarto de pintura. Ali dentro estava meus maiores segredos eternizados em quadros, havia diversos quadros de Harry, pois comecei a pintar ele desde a minha primeira visão.
Naquela tarde, eu decidi pintar a cena que vi de Beatrice e Oliver, na tentativa de entender melhor o que aquilo significava.
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