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Capítulo 8 - Armadilhas do Ego


Olá lindxs,

Mais uma att linda pra vcs. Vou viajar então mais att só domingo. 

Na mídia: Mandara com o grupo Vas.

inté a próxima att.

bjokas

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Capítulo 8 – Armadilhas do ego.

Durante as horas da noite alta, a chuva retornou como uma vingança. Filipe perguntou-se, desanimado, se dois anos de seca haviam realmente chegado ao fim só para tornar sua vida miserável. Passou outra noite angustiosa em uma árvore, despertando sobressaltado de seus sonhos com um guerreiro magnífico, trajado de preto, de pele escura e olhos dourados, por cintilações de relâmpago e estrondos de trovões. De uma vez, poderia jurar que fora despertado pelo relincho de um cavalo, que vira o poderoso animal negro empinar-se no alto de uma colina distante — sem cavaleiro — e desaparecer na tempestade.

Ao alvorecer, no entanto, tudo aquilo não passava da desbotada lembrança de um pesadelo. O jovem pulou para o chão e pôs-se novamente a caminho, subindo a montanha. Estava nos contrafortes agora, onde esperava finalmente escapar à perseguição da guarda do Bispo.

Subiu e desceu com dificuldade as encostas lamacentas do terreno áspero, preferindo seguir por entre os arbustos avermelhados e as escorregadias folhas amarelas da floresta de carvalhos. Mesmo ali, uma parte de sua mente estava sempre alerta a qualquer indício de cavaleiros. O fato de agora saber por que os guardas do Bispo estavam tão decididos a recapturá-lo, não o tornava mais desejoso de facilitar-lhes tal possibilidade. Contudo, apesar de sua cautela, nunca viu o cavaleiro de negro reaparecer empinando seu cavalo, logo depois do amanhecer. Como também nunca percebeu que o estranho o seguira por toda a manhã.

Por fim, Filipe chegou a uma pequena aldeia aninhada em um vale estreito entre as montanhas. A lavoura ali era ainda mais pobre do que na planície castigada pela seca, embaixo de Tanzi. O deprimente amontoado de casas construídas com tijolos de barro e reboco, amontoadas no interior de uma muralha de pedra desmoronando, era prova suficiente de quão miserável era a vida daquela gente. Contudo, agachado e tremendo de frio atrás de um telhado em ruínas, logo dentro das muralhas o ladrão verificou que os moradores do lugar ainda estavam em melhores condições do que as suas.

Passava pouco do meio-dia e poucos aldeões estavam à vista. Ele imaginou que todos deveriam achar-se em suas casas, aquecidos e secos, comendo sua refeição do meio-dia...

O pensamento de comida fez sua garganta doer. Se ninguém mais estava fora de casa, infeliz e faminto, então aquele era o momento perfeito para arranjar algumas roupas decentes. – É mais abençoado dar do que receber – murmurou.

Dito isto, disparou como flecha de seu esconderijo, para roubar um par de botas deixadas em uma soleira para secar. Novamente na segurança de seu esconderijo, ele arrancou os restos de seus sapatos de solado mole e enfiou os pés nas botas de couro úmido, amarrando firmemente os cadarços em torno das pernas, a fim de mantê-los calçados. Levantou-se, sorrindo de satisfação.

Ele era Filipe, o Rato, o único homem que conseguira escapar do Tártaro de Aosta. Para ele, tinha sido brincadeira de criança. Visitou rapidamente outro quintal, onde se apoderou de uma túnica com capuz pendurada em um varal, rejeitando um par de calças quase tão andrajosas quanto as suas.

A túnica o envolveu como uma mortalha, quando a vestiu. Enrolando as mangas para cima, a fim de ter as mãos livres, começou a caminhar pela borda da aldeia. Atrás de uma casa que devia estar sendo construída ou desmoronando, encontrou outro varal com calças mais bem conservadas. Esgueirou-se para lá, ergueu-se brevemente, a fim de inspecionar a peça mais de perto. Fez uma careta. – O alfaiate poderia ser melhor amigo do dono, mas...

Dando de ombros, arrancou as calças do varal. Olhou em torno subitamente, ao sentir cheiro de comida e de fumaça de madeira no ar. Localizou uma taberna desmantelada entre as casas, com a fumaça escapando da chaminé. Detendo-se apenas o tempo suficiente para trocar de calças, caminhou apressado pela rua lamacenta.

Alguns populares sentavam-se à entrada da sombria taberna, aproveitando a última metade do ano ao ar livre. Comiam e bebiam em mesas de madeira, sob o abrigo do caramanchão coberto por uma trepadeira, no pátio esquálido. Um braseiro crepitante em uma estufa central abrandava um pouco a friagem do ar. Filipe examinou rosto por rosto enquanto era encarado de volta, ao entrar no pátio murado da taverna. Os reunidos pareciam estranhamente contidos; a gama de expressões que viu, corria do normal à indiferença.

Uma mal-humorada atendente movia-se silenciosamente entre as mesas. Pouco além do muro, um ferreiro trabalhava na forja de uma estrebaria. Os homens continuaram a conversar em tons desconexos, nem mesmo erguendo os olhos quando o rapaz passou por eles. Ninguém demonstrou o menor interesse em sua pessoa ou em suas roupas de empréstimo.

A princípio, ele ficou apenas aliviado, mas quando os momentos foram passando, seu ego começou a instigá-lo. Sem dúvida, não era sempre que apareciam estranhos naquele lugarejo. Ele podia ser pequeno, mas não era invisível. Afinal, tratava-se de Filipe Touret, que encapara da cidade prisão de Aosta e vivera para contar a história.

Impulsivamente, puxou sua pesada bolsa de dinheiro e a deixou cair em uma mesa, diante da atendente. – Uma dose de sua bebida mais cara – disse, em voz alta — e o mesmo para todos que se juntarem a mim em um brinde!

Desta vez, os outros o fitaram com curiosidade, mas foi apenas por um instante e logo voltaram às suas conversas. A atendente voltou, carregando uma pesada caneca de cerâmica. Filipe a examinou com ar crítico, quando pegou a caneca das mãos da atendente. – Não parece ser a melhor bebida – comentou. Moveu a cabeça bruscamente para a bebida. A atendente deu de ombros e afastou-se sem responder.

Pouco à vontade, o jovem ladrão começou a perguntar-se se toda a aldeia não estaria sob alguma espécie de feitiço. – Queremos ouvir seu brinde – disse uma voz subitamente, atrás dele.

Filipe se virou. Um homem enorme, de expressão grosseira e envergando uma grossa capa, caminhou para ele. – Beberemos a um homem especial, um meu amigo – disse o jovem ousadamente. – Alguém que esteve no Tártaro de Aosta e viveu para contar a história. Erguendo a caneca, ele sorveu um longo gole. A boca do estranho repuxou-se em um sorriso desagradável.

– Então, beba a mim, homenzinho. Meu nome é Dubois e já vi aqueles calabouços.

Perplexo, Filipe olhou para o pescoço grosso do homem, percorreu seu corpo fortemente musculoso de alto a baixo e sorriu para o que imaginava alguma piada. – Seria o senhor um ferreiro, talvez – disse. – Um lenhador ou mesmo britador, mas, será que já foi prisioneiro de Aosta?

– Eu não disse que fui um prisioneiro. – Dubois levou as mãos à garganta e desabotoou a capa. Arrancou-a. Por baixo, usava o uniforme vermelho-sangue da Guarda do Bispo.

Filipe sentiu seu mundo girar, enquanto outros homens começavam a levantar-se das mesas, removendo as capas. Os fregueses costumeiros permaneceram rígidos, os rostos tensos de medo. Seu estranho comportamento repentinamente fez sentido para ele, agora quando era demasiado tarde. Mais de uma dúzia de guardas tinham-no rodeado empunhando as espadas. Uma curta praga escapou-lhe dos lábios, ao ver Giggio levantar-se de um jogo de dados junto ao fogo, com o Capitão da Guarda ao seu lado.

– Se tivesse ficado enfiado na floresta, poderia ter tido uma chance, Touret – disse Marcus.

– Tem razão – respondeu Filipe, em tom de derrota. Olhou para uma refeição pela metade, sobre uma mesa próxima, com uma espécie de ânsia desesperada, antes de pigarrear para limpar a garganta. – Quero dizer, na verdade, eu estava tentando encontrá-lo, Capitão.

Marcus o fitou com incredulidade e ele acrescentou rápido, atropelando as palavras – Um de seus homens foi cruelmente assassinado, não muito longe daqui. O senhor está com sorte. Estou querendo barganhar o nome do assassino pelo seu perdão.

Sem esperanças, o pequeno ladrão considerou que aquilo soava inacreditável, mesmo para ele próprio. O Alfa olhou para Dubois. – Mate-o – ordenou.

Dubois levantou em um pulo, com a espada em punho. Filipe atirou sua bebida nos olhos do guarda e mergulhou para baixo da mesa mais próxima, esgueirando-se, mais escorregadio sabão molhado, por entre as pernas dos aldeões.

Um grupo de guardas correu para a mesa maciça e a emborcou, derrubando comida, pratos e garrafas, violentamente, sobre os aldeões e o chão. Não havia ninguém debaixo dela. – Lá está ele! – gritou Dubois.

Touret disparou como flecha, de trás de um homem sentado na mesa seguinte direto para os braços de outro guarda, à espera. – Peguei-o!

O Rato contorceu-se furiosamente até libertar um braço. Enfiando um bem dirigido cotovelo no rosto do guarda, soltou-se e desapareceu debaixo das mesas.

Os guardas saltaram atrás dele, procurando em cada canto, virando mesas e jogando cadeiras para os lados, em desordenada raiva, transformando o entorno da taberna em um pandemônio. Fregueses gritavam e corriam, mas os guardas os forçaram a voltar, quando tentavam fugir do pátio. Filipe, o Rato, no entanto, parecia ter-se evaporado.

Houve um súbito silêncio, enquanto o Alfa Marcus observava cada rosto amedrontado, com mortais intenções. De repente, o silêncio foi cortado por um grito agudo, no outro lado do pátio. Filipe rastejou por baixo das volumosas saias de lã de uma mulher de meia-idade, imensamente gorda e imensamente indignada.

– Foi puramente sem intenção, madame – gaguejou ele, desculpando-se. Frenético, olhou para a direita e para a esquerda, de frente para o corredor que os guardas formavam à espera, entre ele e a saída. Desta vez não havia escapatória. Era um homem morto, antes mesmo de se entregar. Puxou sua adaga, desafiante, incapaz de pensar em outra coisa a fazer, e pulou jogando as costas por entre os guardas, esforçando-se em ganhar a entrada do pátio e a liberdade.

Percebendo o plano de Filipe, o Capitão da Guarda tomou a mesma direção, empurrando os aldeões, decidido a interceptá-lo, tão inevitavelmente como a noite se segue ao dia. Um guarda segurou com força o braço do ladrão e, no momento em que Marcus Bellini chegava atrás dele, torceu-o com força. A mão livre de Filipe, que segurava a adaga, desenhou um amplo arco no ar...e a ponta da lâmina raspou o rosto de Marcus.

O Alfa parou diante de seu prisioneiro, implacável, o rosto enrijecido em uma máscara de ódio. O sangue gotejou do arranhão em sua face. Ele ergueu a mão lentamente e tocou o sangue, confirmando a realidade do ferimento.

O humano ficou mole entre os dedos crispados do guarda, igualmente consternado ao perceber o que fizera e o que aquilo significava para ele. – Lamento... eu... sinto muito... – balbuciou, sem saber o que dizia.

Marcus fez um gesto para seus homens. Dois deles empurraram o prisioneiro contra um esteio de sustentação do teto e o firmaram ali. Um terceiro ergueu sua larga espada acima do indefeso Filipe. O Capitão sorriu, erguendo a mão. O jovem ladrão virou o rosto e apertou os olhos com força. – Que O Deus Único me ajude! — gritou.

Vinda de lugar nenhum, uma flecha curta acertou o braço do guarda e, com um grito de dor, ele deixou cair a espada.

– Macus Bellini!

O shifter lobo ficou hirto, ao reconhecer a voz que o chamara pelo nome. Virou-se lentamente e seus homens se viraram ao mesmo tempo, para verem a figura de Elazar de pé na entrada do pátio, como uma sombra letal. Sua espada de folha larga oscilava na mão direita, pronta para entrar em ação, e uma besta carregada descansava na dobra de seu braço esquerdo.

Os olhos de Marcus arregalaram-se, ao confirmarem o que os ouvidos lhe tinham dito. Filipe deslizou para o chão quando os guardas o soltaram, atordoado demais até para se mover. O pátio à sua volta ficara mortalmente silencioso.

– Um de meus homens me disse que você tinha voltado. Resmungou Marcus, com os olhos fixos em Elazar. – Eu quis cortar-lhe a língua pela mentira, porque sabia que você não seria tão imbecil. Olhou para seu segundo em comando – Desculpe-me, Giggio. Está reintegrado a seu antigo posto.

Elazar virou-se alguns centímetros e fez um gesto para o humano. – Você. Vá embora daqui!

– Sim, senhor – murmurou Filipe. – Obrigado, senhor. – Conseguiu recompor-se apesar das ondas de arrepio que a voz daquele homem enviava para o seu corpo, ficou em pé aos tropeções e correu para fora do pátio.

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