Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 4 - O Rato


Olá lindxs,

Vamos conhecer melhor o Filipe Touret, o Rato. 

Na mídia Summonig the gods do grupo Trobar de morte. 

Agora att só terça ou quarta. mais provável na quarta. 

bjokas.

**

Capítulo 4 – O Rato

Descendo pelo duto do esgoto dava direto para as entranhas de Aosta, o buraco se abria para outro mundo. Um mundo de dejetos químicos e outros dutos. No meio do caminho ele pegou uma outra saída e escapou dos produtos intoxicantes e provavelmente letais. Os dutos de respiração eram maiores e mais limpos.

Agora esses corredores apertados compunham um labirinto insondável que ele fez questão de decorar, mais ou menos, um mapa das entranhas de Aosta, enquanto estava com o grupo de revolucionários de Moldovan. Ele subiu na cidade-estado por caminhos dos contrabandistas. Isso foi há um ano. Mal sabia que precisaria desse conhecimento. Filipe nunca imaginou que seria pego. Ele tinha certeza que o movimento foi traído por alguém de dentro. Ele queria voltar para ver o que tinha acontecido com o resto do grupo.

Rastejando pelos canos de ventilação da cidade prisão seu objetivo era chegar aos dutos elétricos da ponte e passar para Moldovan. E de lá para o chão. Depois de saber sobre seus amigos e abastecer de algum dinheiro, um banho, e comida descente. Condenados a morte não eram bem alimentados. Afinal... as razões eram óbvias... deixar de alimentar outro para dar de comer a quem ia ser enforcado de qualquer jeito parecia meio sem nexo para o carcereiro do Tártaro.

Aquele mundo secreto de túneis jazia esperando em eterno silêncio, perturbado apenas pelo guincho ocasional de ratos, o pinga-pinga de algum vazamento e o correr de água distante vinda do reservatório central.

Agora, no entanto, aquela paz escura era quebrada por sons novos e inesperados. Os ruídos de grunhidos, arquejos e arranhões eram fracos a princípio, mas começaram a intensificar-se até ecoarem do buraco do respiradouro para o túnel vazio abaixo. De repente, um braço saiu do buraco para o ar livre. Depois do braço foi a vez de parte de um ombro. Em seguida surgiu o resto do corpo ágil de Filipe Touret. Emergiu pouco a pouco, como um recém-nascido. Contorcendo-se e sacudindo-se como um acrobata, o jovem ladrão conseguiu finalmente libertar-se do cano e caiu numa superfície plana e dura.

Ele ficou sentado, ofegando para respirar, mal sentindo o fedor ao encher os pulmões completamente, pela primeira vez em muito tempo. Olhou para o buraco com ar de incredulidade e um pequeno sorriso travesso estampou em seu rosto emagrecido. – Na verdade, não foi muito diferente de sair do útero da mãe – murmurou. – Céus, que recordação...

Desviou os olhos, estremecendo. Sua pele estava esfolada e os farrapos de sua roupa estavam cobertos de imundície. Tinha as unhas quebradas e ensanguentadas, após rastejar pelos dutos. Levara horas forçando o corpo através do encanamento, horas que pareciam anos. O buraco não caía diretamente para fora em direção ao chão, mas se dobrava contra si mesmo como uma serpente. Vezes sem conta ele se imaginava irremediavelmente encurralado no mesmo cotovelo ou volta de seus intestinos. Contudo, não tivera escolha senão continuar esforçando-se e, no fim, conseguira libertar-se do labirinto. Escapara da cela no Tártaro, e os bons cidadãos de Moldovan não o veriam pendurado na forca hoje... Se pelo menos pudesse lembrar que direção tomar até a ponte que ligava agora as duas cidades.

Ele se agachou onde estava, olhando devagar em torno. A imensidão daquele mundo interno o espantava. Estivera muitas vezes em cidades do tamanho de Aosta e Moldovan, porém jamais penetrara nos respiradouros de uma. Por fim, a escuridão deixou de ser tão completa. Uma claridade mortiça vinda de luzes de emergência do que parecia uma estação de manutenção. Era um grande espaço com muitos canos, dutos e túneis com ventiladores, coletores e outras coisas. Tinha caixas com alavancas e fios de eletricidade.

Acostumados à penumbra das celas do Tártaro, seus olhos não tinham dificuldades em ver. A primeira coisa que viu foi um esqueleto humano sentado num canto. Ele saltou para trás, com um grito assustado. O crânio amarelado sorria em oca alegria. Ele respondeu com um sorriso arrependido e estudou especulativamente o esqueleto.

– Um e oitenta e cinco, hein? – Sua voz ecoou fracamente no túnel. Ele se ergueu, espreguiçando até ganhar a altura total. – Um tamanho ideal para passar pelos portões do céu, meu amigo. No entanto, veja só onde o Senhor Deus Único, em Sua infinita sabedoria, preferiu deixar nós dois. – Fez um gesto em torno, olhou de repente para o teto gotejante. – Não estou me queixando, compreenda – disse, para o céu. – Apenas... listando as coisas.

Deu de ombros. Tinha o que gostava de imaginar como um relacionamento pessoal com o Deus Único Redentorista. Era um conforto saber que o Senhor da porra toda sempre o ouvia, mesmo que ninguém mais o fizesse. Não gostava de parecer ingrato quando suas preces eram respondidas, mesmo através daquela bênção confusa. Suspirou e começou a caminhar por aquele espaço olhando as diversas aberturas, umas retangulares outras redondas decidindo qual delas o levaria ao seu destino.

Muito acima dele, mas não tão alto quanto o céu, a Guarda do Bispo enchia as ruas de Moldovan, procurando o prisioneiro fugitivo. Um esquadrão inteiro entrou na base ao lado da catedral, por ordem do Alfa Marcus, e apertou os comandos para soar o alarme e consequente toque de recolher. Pela primeira vez em anos, os autofalantes tocaram uma profusão de barulhos e sirenes que ressoavam pela cidade com a sua cacofonia.

Dentro da catedral, a missa ainda prosseguia. Entretanto, quando os alarmes soaram, enchendo a vasta nave com o seu som, os fiéis entreolharam-se com espanto e medo. O Bispo se virou do altar, o rosto impassível subitamente tenso de preocupação. Olhou por sobre as cabeças da multidão de pé e avistou Marcus Bellini. O Capitão da Guarda estava perto dos fundos do templo, diante da soleira da porta que dava para o quarto se descanso do Bispo, o que antigamente corresponderia a sacristia em uma igreja católica. As asas douradas em seu capacete cintilaram à luz, quando ele assentiu com urgência.

O Bispo prosseguiu com a missa e os louvores eram canados com mais desafino e tédio do que antes.

No labirinto interno, Filipe, o Rato, esgueirava-se pelos dutos e túneis de aço fazendo jus ao seu apelido, agachando-se até as costas doerem, quando se espremia por uma passagem estreita, avançando para outra vasta câmara de manutenção. Ficou finalmente de pé, sem fôlego, os músculos das costas retesados em um espasmo. Fazendo uma careta, limpou a sujeira do rosto com a manga suja, olhou de lado para o ponto por onde viera e depois novamente para frente. Nada mais via além do labirinto desordenado de traiçoeiros túneis e canos. Poeira, mofo, caraça de insetos e pequenos roedores. Por um momento, pensou que podia realmente ter morrido e que estava no inferno.

Sacudiu a cabeça, deixando cair gotas de suor e limo do cabelo imundo. Não...era miserável demais para ter morrido. Continuava vivo... Mas, de repente, perguntou-se quanto tempo teria de suportar aquilo. O pânico oprimiu-lhe o peito, ao pensar que talvez nunca encontrasse o caminho de saída daquela tumba inoxidável, que poderia perambular por ela, sozinho e perdido, até morrer.

Sentou-se no que parecia uma caixa de passagem para fios de eletricidade, tomado de súbitos calafrios. – Fique calmo, Rato – murmurou suavemente, crispando os punhos. Obrigou-se a uma respiração profunda, depois outra. – Isso é apenas uma caminhada...um tranquilo passeio de domingo pelos jardins...

Forçou a mente para o mundo escondido de seus devaneios, expulsando o labirinto interminável de dutos, o terror de estar perdido em sua escuridão. Ele sempre fora muito pequeno, muito fraco ou muito pobre; sua imaginação era a única coisa com que contava para a sobrevivência e seu único refúgio da realidade. Afinal, quase calmo novamente, ele se levantou e escolheu um dos túneis, deixando a mente guiá-lo através de sua caminhada dominical.

As horas passavam, enquanto Filipe perambulava pelas entranhas da cidade; seu medo transformou-se lentamente em fatigada resignação. Escolheu caminhar precariamente ao longo de um duto mais largo e viu-se frente a frente com um guinchante demônio. Com um grito, ele saltou para trás, reconhecendo, já muito tarde, a cara de um gato uivante. O gato bufou e escapuliu, perdendo-se na escuridão. Se tem um felino por aqui deve estar perto da superfície e deve ser em Moldovan. Ele não lembrava de já ter visto animais, sem ser shifters, em Aosta. Tentou seguir o gato, mas as votas e remendos da tubulação o atrasou. E de repente o cano terminou numa enorme queda.

Ele fincou os dedos no metal escorregadio, crispando com desespero. Após um momento de ofuscante pânico, seus olhos tornaram a focalizar, quando sentiu que deixara de cair. Pela primeira vez, ficou realmente cônscio do ruído borbulhante que enchia o vasto túnel, devia ser um cano de descarga de esgoto químico. Mal ousando respirar, olhou para além dos pés pendurados. Para baixo, bem para baixo.

Filipe fechou os olhos e gemeu baixinho. – Senhor Deus Único – murmurou. – Nunca mais esvaziarei outro bolso enquanto viver, juro! – Sua voz tremia ligeiramente. – Só que... eis o problema... se não me deixares viver, como poderei provar minha boa fé em Ti?

Não houve resposta. Filipe olhou para cima. Suor pingou em seu olho. Ele pode perceber uma escada de grampos acima do cano em que se pendurava. – Vou me içar agora, Senhor – disse ele, com mais firmeza. Seus dedos começavam a ficar com cãibras. Ainda não houve resposta. – Se me ouviu, meus dedos permanecerão firmes como uma rocha. Caso contrário, sem ressentimentos, naturalmente, mas vou ficar muito decepcionado.

Trincando os dentes, chutou uma parede, formando um apoio para o pé, depois outro. Libertou uma das mãos e segurou o grampo acima do duto. A barra de metal aguentou. Centímetro a centímetro, miraculosamente, ele abriu caminho com as mãos em garra, içando o corpo, até conseguir puxar-se penosamente para ela.

Estirou-se em cima do cano, sacudiu braços e pernas, espantado por encontrar o corpo ainda inteiro. – Não acredito! – Ele foi subindo grampo por grampo, cautelosamente. De súbito, a música de órgão encheu o ar à sua volta. Filipe olhou para cima, atemorizado. Sobre ele abria-se um comprido tubo, seguindo para o alto em direção a uma luz cintilante. Se ele pudesse cairia de joelhos, petrificado, enquanto a música e a luz o envolviam. – Acredito – sussurrou, em voz rouca.

Não querendo deixar o Senhor Deus Único esperando, ele tornou a subir pela escada feita de finas barras de aço. O caminho para o céu não era fácil. Mostrava-se contorcido, liso e escorregadio. O suor em sua testa e cabelos escorriam embaçando a visão. As corroídas A meio caminho para o alto, uma barra cedeu repentinamente sob seu peso e o enviou de volta à escuridão, deslizando pelo tubo. Filipe tentava parar a queda agarrando os grampos que escorregavam por suas mãos até que conseguiu ficar em uma. Ela rangeu em protesto, mas aguentou firme.

Filipe tornou a olhar para cima, respirando em arquejos. Agora a luz era mais forte e a música do órgão ficara ensurdecedora. Um coro começou a cantar. Ele reiniciou a escalada, cheio de nova inspiração. Chegou finalmente ao alto do tubo e ergueu a cabeça, ansioso. Seus olhos arregalaram-se.

Acima dele, uma forte grade de ferro barrava a entrada do tubo. E através dela, muito lá no alto, ele teve uma radiosa visão de uma enorme claridade que o ofuscou. Seus olhos já estavam acostumados à escuridão. Fechou-os e tornou a abri-los. A visão da luz do dia transformou-se nas cores luminosas e intrincados modelos de um vitral circular. Filipe pendurou-se à grade e espiou.

Conhecia aquele vitral...era a rosácea acima da entrada da Catedral de Moldovan. Tudo quanto podia ver era o vitral, mas sabia agora que o que tinha ouvido era a missa dominical...e a missa seria a cobertura perfeita para sua fuga. O Senhor Deus Único o ouvira, afinal de contas.

Entalando-se nas paredes do tubo, ele começou a empurrar a grade para cima. Dois passos adiante dele, escondidas de sua visão pelo ângulo do tubo, estavam as pesadas botas e as fortes costas uniformizadas do Capitão da Guarda. O Alfa Marcus tinha o cenho franzido esperando impacientemente, no que seria a sacristia, que a missa terminasse.

Uma família vestida com roupas simples e puídas estava perto dele, cantando com o louvor e lançando ocasionais olhares inquietos em sua direção. A menininha da família, entediada e inquieta por ficar horas em pé na orla da multidão, olhou abertamente para ele. Seus olhos irrequietos encontraram a grade no chão atrás dele; com espanto, ela observou os dedos que emergiam pelos entrelaçados e dançavam no ar. A grade começou a mover-se e a saltar.

A menininha sorriu, depois riu cobrindo a boca com as mãos. Seu pai sussurrou que se calasse. – Papai...! – Ela apontou, puxando-o pela mão.

Marcus olhou indolentemente para ela, relanceou os olhos por sobre o ombro. O pai dela tornou a puxá-la, a fim de ficar voltada para o altar. Virando-se, o Alfa olhou para o interior da capela, a curiosidade envolta em suspeita. Deu um passo no aposento, depois mais outro.

O louvor ficou mais alto chegando no ponto alto do cântico, quando suas pesadas botas militares pisaram sobre a grade, esmagando os dedos expostos de Filipe. O grito de dor do pequeno ladrão foi suplantado pela música, enquanto ele caía pelo cano abaixo.

Ele deslizou e ricocheteou vertiginosamente para baixo, os braços agitando-se em desesperada procura por qualquer ponto de apoio. E depois de muito tempo ele se viu jogado contra uma grade de metal. Agarrou-se às barras da grade, tossindo e gemendo, até que uma súbita luz de compreensão clareou sua cabeça. Só podia haver um motivo para que uma grade lhe bloqueasse a passagem... Depois daqui era o chão! Olhou para cima e viu débeis raios de luz diurna infiltrando-se por aquela grelha que eram o último obstáculo separando-o da liberdade.

Olhando para baixo ele viu um vislumbre de água corrente, um rio. Pisando nas grades ele percebeu um canto que poderia ceder com o peso certo. Agachou por mais um momento, reunindo coragem. Então, tomando uma respiração começou a pular até que um pedaço das barras cedeu e ele caiu.

A viva correnteza o apanhou em seu apertado abraço, rolando-o para baixo de uma represa de detritos submersos a despeito de seus esforços guiados pelo pânico. Ele aspirou uma golfada imensa de ar fresco, depois outra e outra, enquanto olhava para os altas e proibidos ancoradouros de Moldovan, vistas do exterior... Conseguira libertar-se, finalmente.

Ouviu os barulhos do alarme soando através da cidade, sons de gritos dos guardas e de cavalos galopando pela ponte que descia até o solo. Num mundo onde não havia muito combustível e veículos como os antigos carros ou motos estavam quase extintos. Tinha automóveis movidos a eletricidade ou outra fonte com o lixo e tal, mas eram caros. Cavalos também não eram para todos e, geralmente, eram usados poucas vezes.

Estava livre...mas não salvo.

Apertando os olhos à luz do sol, olhou através das margens e dos campos lisos, abertos, mais além, em direção ao santuário das colinas distantes. Suspirou de resignação e começou a vagar silenciosamente, nas águas lamacentas perto do barranco.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro