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Capítulo 11 - A noite cai

Olá lindxs,

mais uma att. e vamos saber mais de nossos personagens. eu adoro o Filipe. e vcs?

na mídia: a música Yggdrasil. 

até a próxima att. quem sabe sábado.

bjokas.

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Capítulo 11 – A noite cai.

Elazar viu Filipe e o garanhão desaparecerem no barracão arruinado. Um sorriso repuxou sua boca com relutância. De algum modo, o rapaz continuava derrubando sua guarda, fazendo-o sorrir, apesar de seu sofrimento de uma década. Virando-se, descobriu uma faixa de girassóis ainda desabrochando entre as ervas ao lado da porta da construção desmantelada. Caminhou lentamente até eles, contemplou suas vivas faces alaranjadas, banhadas em cheio pela luminosidade do sol poente. Estudou-as com ar melancólico e então se inclinou, colhendo o maior deles. Girou-o com delicadeza entre os dedos, os olhos perdidos no crepúsculo, os pensamentos muito longe daquele lugar e momento.

A Deusa Lua... inconstante, fria e agora cruel. Dar a ele outro homem quando não conseguia resolver a situação dele e de seu companheiro já marcado. Elazar tocou sua própria marca na junção do ombro com pescoço do lado esquerdo. Ele já era marcado... e sofria a cada nascer do sol a ausência de sua outra metade. E agora isso...

A primeira vez que encontrou Filipe... naquela ponte... seu instinto protetor acendeu todas as luzes dentro dele. Mas, depois veio o medo, a culpa e ele viu Isaac em sua mente e pensou em abandonar o homenzinho. Um coração sangrando e a dor... a mesma dor novamente... ele não ia aguentar isso mais uma vez. Então, ele voltou.

Em sua matilha de nascimento ele nunca conheceu um lobo acasalado com dois companheiros ao mesmo tempo. Só ouviu histórias. Teoricamente era possível. Ele já tinha decidido mesmo antes de retornar para pegar seu humano. Não revelaria nada a Filipe. Não o marcaria. Porque sua missão era suicida desde o começo. Isaac sabe das implicações de tudo o que ele planejara e estava de acordo. Filipe era humano... e se não fosse marcado iria conseguir ter uma vida normal depois de tudo terminado.

Pierre e sua mulher espiavam-no de seu lugar junto ao fogo, e entreolharam-se, com um sorriso astuto. Com um movimento selvagem, o velho arrancou outro pedaço do coelho, e os dois reiniciaram a ruidosa mastigação.

Quando Filipe encerrou suas desajeitadas tentativas para acomodar Trovão, a escuridão já caíra por completo. Elazar não estava em nenhum lugar à vista e até mesmo os proprietários já tinham desaparecido no interior de sua choupana, por aquela noite. Ele virou os olhos ansiosamente para o estábulo; o feno bolorento de seu interior de repente lhe parecia mais macio do que um colchão de penas. Todos sobre a Terra já deviam estar dormindo, exceto ele...

Elazar, no entanto, não se recolheu para dormir. Filipe tinha a impressão de que mesmo estando ele presente, se lhe pedisse para dormir, isso não faria nenhuma diferença. O homem era totalmente disciplinado, sem a menor compaixão por toda a provação que ele, seu "companheiro de armas" atravessara naqueles dias. Filipe esfregou os olhos que ardiam de sono e encaminhou-se em passos cansados para a floresta à orla da clareira. Começou a ajuntar galhos secos e gravetos, agradecido, pelo menos, por haver luar para facilitar-lhe o trabalho.

Após o que pareceu uma eternidade, começou a voltar por entre as árvores, a caminho do rancho, com os braços cheios de galhos. A madeira agarrava-se em suas roupas e em cada obstáculo imaginável. Sempre que se agachava para recolher um galho caído, mais dois lhe escorregavam dos braços.

Ele caminhou em passos trôpegos para a estrebaria, murmurando irritadamente. – "Companheiros de armas..." "Escravo", seria mais apropriado. – Engrossou a voz, em cômica imitação de Elazar. – "Cuide do fogo, alimente os animais, junte lenha..." – Elazar não era melhor do que os outros. Erguendo os olhos, Filipe disse, em tom suplicante, – Olha para mim, Senhor Deus. Eu estava melhor lá nas celas de Aosta. Meu colega de cela era doido e assassino, mas, pelo menos, ele me respeitava!

Interrompeu-se de súbito, ao recordar que não sabia onde estava Elazar. O outro bem poderia estar o espionando agora, como aparentemente fizera naqueles dois últimos dias. Filipe olhou por sobre o ombro, inquieto. – Esse shifter é um sujeito bem estranho – murmurou, mais para si mesmo do que para o Deus Único com quem estava conversando a um momento atrás.

Não tinha mais tanta certeza de que Elazar fosse de todo lúcido. – E ele quer algo de mim. Posso notar isso em seus olhos. – Agora que tinha tempo para refletir nisso, estava certo de que o lobo não lhe contara toda a verdade. Fora um tolo em acreditar, mesmo por um instante, que alguém como Elazar o considerasse realmente um companheiro de lutas. Para aquele homem, ele era simplesmente uma coisa a ser usada.

Parou imediatamente, trincando os dentes, quando a tensão insuportável da última semana o tomou de súbito. Abriu os braços, deixando os galhos secos caírem, em irada recusa. – Seja o que for, não vou fazer! – exclamou em voz alta. – Além do mais, estar a serviço de um foragido com um alvo desenhado nas costas não é a minha ideia de emprego estável! – Nada lhe respondeu, exceto o vento. – Ainda sou um homem jovem, você sabe! – gritou, na direção do estábulo. – Tenho planos!

Um graveto bateu com ruído em alguma coisa, na escuridão perto dele. Filipe gelou, aguçando os ouvidos. Ouviu novo farfalhar de arbustos e de repente ficou gelado ao pensar que algo... ou alguém... o espiava realmente.

– Olá – chamou, querendo e não querendo uma resposta. Silêncio. Outra leve pancada. Silêncio de novo. Filipe apertou os olhos, enquanto espiava à sua volta, sem nada ver além da escuridão impenetrável entre as árvores. Praguejou baixinho, por não haver trazido sua adaga ou mesmo um archote. Tinha apenas os punhos para se defender. – Quem vocês pensam que está aí? – falou em voz alta. – É melhor puxar sua espada, Lucca! Oh, Giancarlo, você trouxe sua besta! Bem, agora voltemos todos para o celeiro! Respondeu a si mesmo, em vozes sussurradas de seus personagens fictícios. – Certo!... Vamos... Está bem!

Virou-se e ficou ouvindo. Ouvia os sons à sua retaguarda, no meio da floresta, com mais clareza agora, aproximando-se dele com passos medidos. Quem ou o que o espreitava não ficara impressionado com sua falsa conversa. Seus cabelos eriçaram-se na nuca. Recuou alguns passos, tornou a dar meia-volta e caminhou apressadamente na direção a construção caindo aos pedaços.

A presença o seguiu, nivelando os passos aos seus. Lutando para manter-se calmo, ele começou a correr. O que quer que estivesse às suas costas aumentou a velocidade, mantendo sempre a mesma distância. Em pânico, Filipe disparou como uma flecha. Precipitou-se por entre as árvores cegamente, sendo cortado pelos ramos e arranhado pelos espinheiros. Seu perseguidor saltou através dos arbustos, após ele. Por fim, ele irrompeu na clareira e parou de correr, com um arquejo de alívio. Virou-se, olhando para trás...

O luar cintilou na afiada lâmina da foice que Pierre empunhava. Os olhos do homem cintilavam maniacamente, ao descer a foice em arco, direta à cabeça de Filipe. Este levantou as mãos, gritando.

Um rosnado fantasmagórico encheu-lhe os ouvidos, quando algo negro e imenso saltou, passando ao seu lado. Filipe abriu a boca, ofegando de incredulidade, no instante em que um lobo atacou Pierre e o derrubou, enterrando as presas em sua garganta... Ficou ali, olhando por um momento interminável, vendo o homem lutar inutilmente, tentando afastar com as mãos a mandíbula da fera. Então, dando meia-volta, correu para a estrebaria. Ele não sabia se o lobo era Elazar ou se era um animal selvagem.

– Senhor!... Venha depressa, senhor!... Lobo!... Lobo!... – Colidiu com a porta, depois escancarou as portas da estrebaria. V Senhor! Precisa vir comigo!

Elazar não se encontrava em lugar algum à vista. Filipe derrapou antes de parar e girou em torno desesperadamente. A besta de Elazar estava contra a parede da estrebaria, em uma réstia de luar. Ele o agarrou, tirou uma flecha da aljava e correu para uma ampla fenda entre as tábuas da parede. Espiou por ela, com o suor escorrendo-lhe nos olhos.

Os gritos haviam cessado lá fora, mas os rosnados prosseguiam, enquanto o lobo se cavava com suas garras no corpo de Pierre, terminando sua hedionda tarefa. Filipe enxugou a testa com a manga e encaixou a flecha no arco. Algo em seu coração dizia que aquele lobo ali fora, quase selvagem, era Elazar. Fez pontaria para o lobo e tentou dispará-la. Não sabendo se ouvia seu coração ou seu medo.

Seus braços retesaram-se ao máximo, porém o pesado arco de madeira mal se moveu. Ele cessou a pressão, arquejando, ao perceber com exasperação que o arco pertencia a um homem duas vezes mais forte. Tornou a erguê-lo, reunindo toda a força de seu pânico contra a madeira que não cedia. Pouco a pouco, ela começou a arquear-se.

Uma mão com luvas negras passou por ele e retirou a flecha do encaixe do arco.

Filipe se virou. – Mas, senhor! Há um...

Interrompeu-se, estatelado pelo que via à sua frente. A capa negro-vermelha de Elazar envolvia o vulto etéreo de um homem loiro. Por baixo das dobras do capuz, sua pele era alva como leite ao luar e o cabelo dele brilhava como prata. Os olhos verdes e luminosos o estudaram com estranha fascinação, como se há muito ele não tivesse visto outra face humana.

Filipe devolveu o olhar, porque jamais vira na vida um rosto tão lindo como aquele. Na verdade, ele viu... em seus sonhos. O homem dos seus sonhos estava diante de si. Refletiu que a beleza não estava tanto na perfeição das feições, mas no radiante brilho existente em seus olhos. Na mão, ele segurava o talo de um dourado girassol, girando-o entre os dedos longos e delicados, enquanto sorria para ele, em suave perplexidade.

– Eu sei – disse o homem e, por um momento, Filipe nem mesmo recordou o que é que ele sabia.

O lobo uivou no pátio lá fora, um uivo de amarga desolação. Os olhos do desconhecido tremeluziram na direção do som e seu rosto revelou uma estranha emoção.

– Quem...? – sussurrou Filipe, trêmulo.

O homem apenas se virou, passando silenciosamente ao lado dele, ao caminhar para a entrada da construção. Filipe estendeu a mão. – Não vá lá fora! Lá fora há um lobo! O maior que já se viu! E um homem morto! – Ela nem mesmo pareceu ouvi-lo. – Senhor! Ei! Por favor! – gritou ele, impotente, enquanto a figura encapuzada desaparecia pela soleira.

Filipe fechou os olhos, de cabeça baixa, prendendo a respiração, aterrorizado, esperando um grito que não veio. Tornou a abrir os olhos lentamente, piscando na direção da soleira vazia. Chocou-se contra a parede da estrebaria, as mãos úmidas aferradas à madeira lisa da besta de Elazar.

– Devo estar sonhando – murmurou, – mas meus olhos estão abertos. Isto quer dizer que talvez esteja acordado e apenas sonhando que estou dormindo. Ou, mais provavelmente, talvez esteja dormindo e sonhando que estou acordado, perguntando-me se estou sonhando...

A voz suave do homem desconhecido flutuou causando arrepios na pele de Filipe. – Você está sonhando.

Filipe deu um forte tapa no rosto e pôs-se de pé. Correu pelo estábulo e precipitou-se pela escada de mão que levava ao sótão. Engatinhou pelo feno e chegou ao retângulo pontilhado de estrelas na abertura do sótão, junto ao qual se deitou sobre o estômago, olhando para fora e para baixo.

Mais além, no espaço prateado pelo luar, viu o homem mover-se lentamente pelo terreno. A capa flutuava atrás dele, impelida pela brisa que agitava as folhas. O corpo de Pierre continuava na orla mais distante da clareira, perto de uma espécie de tenda mal feita, formada por galhos secos e gravetos.

À distância o lobo espreitava, quando o homem foi até o corpo e ficou olhando para ele. Filipe não poderia dizer qual era a sua expressão. Inclinando-se, ele cobriu o homem morto com a capa de Elazar. Então, virando-se, fitou o lobo, os olhos cheios de uma raiva e pesar que, de certo modo, Filipe sabia nada terem a ver com Pierre ou com o que o lobo fizera.

O animal era enorme. O rapaz calculou que devia pesar mais de oitenta quilos. Seu pelo espesso e negro como carvão era raiado de prata, como a figura encapuzada do homem. O lobo começou a aproximar-se, enquanto o homem esperava serenamente ao luar. Filipe crispou o punho e mordeu-o em sinal da sua ansiedade.

O lobo rodeou o homem cautelosamente, chegando mais perto, afastando-se, com os pelos arrepiados, os olhos ambarinos nunca se desviando do rosto dele. O homem sorriu, como sorriria para um amante. Estendeu a mão, chamando o animal, convidando-o a aproximar-se. Ele obedeceu com cautela, farejando. Suas mandíbulas, manchadas de sangue escuro, se abriram. Filipe conteve a respiração.

O lobo prendeu o braço do desconhecido entre as mandíbulas, mas os caninos reluzentes não derramaram sangue. A boca se fechou tão levemente que aquilo era quase uma carícia. Então, ele a largou. O lindo homem ajoelhou-se e passou delicadamente o braço em torno do pescoço do animal. O lobo estremeceu ao seu toque, depois baixou a cabeça, em dócil aquiescência à sua afeição.

Filipe rastejou para longe da abertura, incapaz de suportar o que via por mais tempo. Sentou-se na palha e recomeçou a tremer, agora mais do que antes. Olhando para a escuridão, sussurrou – Eu não vi o que vi, Senhor Deus. E não acredito no que estou acreditando.

Já ouvira intermináveis histórias de magia e feitiçaria, afinal, fora achado numa lixeira e criado por uma família de shifters. Porém, nunca vira nada disso acontecer, com seus próprios olhos. O medo do conhecido já era terrível o suficiente...

– Sei que existem coisas mágicas e inexplicáveis, Senhor Deus... e peço que não me faças parte delas...

No entanto, mesmo quando ainda orava ao Deus Único por sua exclusão, sabia já ser tarde demais.

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