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O dragão

Depois de quase dois anos no mar. Alexander chegou a China. Ele escalou montanhas a procura do local marcado no mapa. Essa busca durou semanas. Até ele avista no cume do monte. Uma casa pequena escondida em meio a árvores.

Esperançoso ele bateu na porta que se abriu sozinha. O brilho das chamas da lareira iluminava o local. Que parecia uma biblioteca com livros em suas paredes e sobre a mesa redonda de jacaranda no centro.

Um senhor de cabelos brancos e bigodes cumpridos saiu de dentro de outro cômodo. Ele usava vestes vermelhas bordas com fios dourados como ouro. Talvez fosse ouro. Os olhos dele eram de cor âmbar.

- Alexander por favor não fique aí parado. Entrem. - Ele o saudou apontando para a sala.

Alexander se sobressaltou. - Como sabe meu nome? - ele disse ao entrar.

- Eu sei de muitas coisas. Sei que hoje em dia prefere ser chamado de Magnus. E também que é mais velho do que parece. - e apontando para a cadeira perto da mesa, ele concluiu. - Sente-se. Eu esperava por ti.

Alexander o obedecendo se sentou.

- Então me fale. O que posso fazer por ti.

- Eu preciso de um feitiço que desfaça uma magia de ressurreição. - por alguma razão Alexander não conseguia se sentir confiante ou confortável. Seu corpo tremia e sua magia vibrava em seu corpo.

- Não. - O homem falou sem esboçar qualquer reação.

- Como assim não?

- Não veio até aqui em busca disso. Veio em busca de respostas as perguntas que te perturbam. - ele se sentou na cadeira em frente a ele. - Me conte sua história e o que o trouxe  até mim.

Alexander mesmo se sentindo desconfortável. Narrou todo sua história desde da sua paixão até a morte de Angeliny. Contou como todos já sabiam como já tinham ouvido antes. O homem a sua frente ria singelamente do relato. Quando Alexander concluiu a história o homem se inclinou-se para encará-lo.

- Está mentindo para si mesmo.

- Não. Não estou. - Alexander respondeu convicto.

- A é. - o homem se pós de pé. - Não foi atrás de sua esposa para recuperar ela ou ao seu filho...

Quando o homem começou a falar. Imagens das lembranças passaram diante dos olhos de Alexander. E a dor de está revivendo aquele momento de novo. As lágrimas surgiram em seus olhos escorrendo pelo seu rosto.

- Diga a verdade, admita para si o que queria naquele dia. - a voz do homem ecoava em sua mente.

Toda dor, raiva, e angústia o atigiam como flechas. Alexander lutava em seu interior.

- E tu também não quer desfazer o feitiço para impedir que ela volte. Não  é?

- Pare com isso por favor. - Ele implorou. Não suportava ter que reviver aquele momento.

- Tudo passa quando vosmicê confessa.

- Não posso... - ele sussurrou sentido seu coração se partir cada vez mais. E as lágrimas quentes molharem cada vez mais seu rosto. - não posso...

- Se não confessar não poderei ajudá-lo e irá ficar preso em sua dor pela eternidade, nunca mais sairá daqui. Fale Alexander! O que realmente queria naquele dia? O que o assombra? Ninguém te odeia mais do que tu se odeia. Fale!

A voz foi como um raio que o atingiu.

- Eu queria vingança! - Ele gritou. - ela me fez acreditar que me amava. - ele chorou. - me fez confiar e depois tirou tudo de mim. Eu a odiei e queria vê-la queimar, ela e seu amante. Não pensei em mais nada além de mata-la. Mas quando fiz isso... - ele tentava recuperar seu fôlego. - eu morri com ela. E matei meu filho, eu não queria matá-lo, mas estava irracional eu só via o ódio. Foi minha culpa e eu nunca, nunca vou me perdoar por isso.

As mãos dele estavam presas sobre a mesa, por uma força que ele não conhecia.

- E para que deseja desfazer o feitiço?

Alexander relutava, porém sabia que tinha que falar.

- Eu quero morre... não vou suporta vê-la com ele. Saber que estará feliz e que ganhou uma nova vida. Quero que quando eu quebrar o feitiço e que tiver Cristian sobre meu poder ela me ataque.

- E porque deseja morrer pelas mãos dela?

- Porque só assim eu vou deixar de amá-la. - as imagens se foram e as mãos dele se soltaram da mesa.

- Pois bem. Agora foi sincero.

Enquanto Alexander tentava se recuperar da tristeza. O homem se sentou outra vez.

- Porque fez isso? Porque me fez sentir essa dor de novo? - ele perguntou.

- Por que tu precisa saber o que realmente quer para conseguir. E nem sempre o que queremos de fato é o que precisamos.

- Então o que eu preciso?

- Fácil. Vosmicê busca redenção, paz e perdão. Porém tem medo de pedir por isso por se achar indigno. Então acha que encontrará na morte.

- O senhor vai me ajudar?

- É o que estou fazendo. Quero que fique aqui, hospedado em minha casa. E claro irei ensinar a ti tudo o que precisa. Se estiver disposto a deixar a dor e a raiva para trás.

- É difícil abandonar aquilo que me ajudou a ficar vivo.

- Foi uma vida falsa, com pretestos falsos. Esta disposto a se libertar?

- Se isso levar a dor e a culpa. Estou.

- Então vou ensiná-lo tudo o que precisa saber. Coisas que até mesmo o seu povo não sabe.

Alexander assentiu. Os dias começaram a passar. O dragão o fez ler livros e mais livros. Que contavam a história dos bruxos sua origem. Coisas extraordinárias. Ele descobriu a existência de criaturas magiacas ao qual ele se quer imaginava que existiam.

Ao questionar o dragão. A única resposta que teve foi.

- Não saber que elas existem e o que as mantém a salvo.

Ele adquiria conhecimento e com isso achava a paz em seu coração. A natureza a sua volta. O encantava. Até mesmo coisas simples como o vento batendo na copa das árvores arrancado lhes as folhas e as levando para outros lugares. O dragão tinha sabedoria e o encinava a usar sua magia de forma simples e poderosa sem precisar se desgastar no caminho.

Ele anotava suas descobertas e ouvia com atenção cada palavra. O dragão não falava de si mesmo. Em algumas ocasiões Alexander até tentou tirar informações sobre que ele era ou de onde veio. Porém as respostas sempre era. " sou como o vento, ninguém sabe de onde venho ou para onde vou", ou " Só o que precisa saber é ajudo a quem me procura e os deixo me encontrar".

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Obs: na China o dragão e visto como o símbolo de sabedoria e conhecimento. Sendo algo sagrado para eles.

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