Escapando da morte
Angeliny sentiu uma dor súbita em seu peito. Sabia que merecia o ódio que lhe era direcionado. No entanto ver a dor que causou no rosto dele. A despedaçava.
- Eu entendo sua raiva. Mas não diga isso.
- O que pretendia afinal? Vosmicê ia fugir com ele carregando um filho meu e depois? Não pensou em mim nem na criança. Como ousa dizer que me ama? - Ele elevou seu tom.
- Eu sei que é difícil acreditar. - ela deu um passo a frente se aproximando dele. - Escute. Essa não será a última vez que vamos nos ver. Eu só te peço não deixe a dor te consumir.
- Eu não sei porque estou falando contigo. Com certeza é apenas uma alucinação criada pela minha mente perturbada.
- É uma pena que pense assim. Eu só quero que siga em frente e encontre a paz.
Ela falou. E sem um aviso prévio chocou sua mão contra o peito dele causado uma dor indescritível.
Alexander sentiu uma ardência subir por sua garganta e suas narinas. A claridade súbita segou sua visão. A dor em seu peito o sufocava. E uma toce o atingiu fazendo o cuspir a água salgada que havia engolido.
Ao recostar sua cabeça na areia, pode enxergar com clareza e ouvir uma voz que antes estava tão distante que ele se quer havia dado atenção.
- Milorde o senhor está bem?
O escravo perguntou evidentemente preocupado. Alexander olhou com dificuldade para ele. Vislumbrando a muralha de músculos negros a sua frente. O cabelo preto estava molhado e o homem sem camisa, usava apenas uma calça rota de cor pastel.
- Milorde responda. O senhor está bem?
Alexander se levantou com dificuldade e sentindo sua cabeça girar, respondeu:
- Sim... eu... estou. - ele falou com dificuldade enquanto tentava recuperar o fôlego. - quem me salvou?
- Fui eu Sir. O senhor escorregou e caiu. - o homem parecia nervoso.
- Agradeço por me salvar. - Ele falou sem ter certeza do que dizia. O homem o ajudou a se colocar de pé.
- O senhor está bem mesmo? Quer que eu chame ajuda?
- Eu estou bem. Como se chama?
- Akin.
- Pois bem, Akin. Me arrume uma montaria.
- Sim senhor. - o escravo falou ao se afastar para cumprir a ordem.
Alexander olhou para o mar a sua frente. E apesar de ter sido salvo. Lamentava profundamente por não poder ter certeza, de saber se o que havia visto tinha cido real.
Ela esteve tão perto ao toque de suas mãos. Mas o ódio é a mágoa não o deixaram aproveitar. Mesmo que talvez tudo tivesse sido uma alucinação.
Quando o escravo retornou, trazendo com sigo o cavalo. Alexander o agradeçeu e partiu. Sentindo o vento frio e as pequenas gotas de chuva que vinham com ele. Aproveitou para chorar de forma silenciosa.
A dor em seu peito parecia que nunca ia sair dali. Como sobreviver a isso? Ele se perguntou.
Ao chegar em casa. Abandonou seu cavalo nas mãos de outro de seus escravos. E entrou.
Ayana se assustou ao ver o estado deplorável em que ele estava. As roupas molhadas e sujas de areia. Assim como os sapatos e o cabelo. Os olhos vermelhos e um tanto inchados pelo choro.
- Milorde... - ela sussurrou sem saber o que dizer.
Alexander apenas abriu os braços e deu de ombros. Ayana correu em sua direção e o abraçou. Alexander se assustou com o gesto e sem reação ficou estático. Mas uma coisa ele admitiu para si. O abraço caloroso dela, o trouxe conforto e certa paz a qual nos últimos dias parecia ter fugindo dele.
Ayana não precisou falar. Apenas segurou nas mãos dele e o levou para o quarto. Onde lhe preparou um banho, e depois de o despir, esperou que se acomodace na banheira.
Ela de maneira paciente lhe escovou os cabelos, enquanto cantarolava uma música qualquer.
Ao terminar ela o ajudou a se vestir com roupas limpas. Alexander se sentia fraco ao permitir que ela lhe visse assim. Ja para Ayana era uma honra poder tocá-lo e vê-lo desarmado perto dela. E saber que ele não era indiferente a sua presença.
Quando Alexander adormeceu. Ela saiu do quarto e seguiu para a sala. Onde encontrou a ama que servia Angeliny.
- Senhora Thompson. - ela a chamou.
- O que deseja.
- Preciso de sua ajuda.
- Em que? - a senhora perguntou indiferente.
- Preciso que escreva uma carta. Para o pai do lorde.
- Enlouqueceu menina. Se o lorde descobrir me coloca para fora.
- Não, não a colocará. Pois caso ele se enfureça eu assumire a culpa. No entanto o lorde não pode mais permanecer assim.
- Se importa com ele?
- Devo minha vida a ele. E não posso vê-lo se destruir assim.
- Pois bem. Irei escrever. Mas para enviar será necessário o selo dele.
- Dessa parte eu cuidarei apenas escreva a carta. E conte ao Conde tudo que tem acontecido aqui. E o que temos visto é peça para que ele venha intervir.
- Está bem farei isso.
Quando a noite chegou. Alexander despertou de seu sono. Ainda atordoado sentiu seu estômago protestar. No entanto, sabia que mesmo que quisesse não conseguiria comer.
Então se levantou e seguiu para sala. Aonde se serviu de vinho o restante da noite. Já quase no alvorecer, Ayana se aproximou dele. Após retirar a taça de suas mãos. O acomodou melhor sobre o sofá o cobrindo com um manto de veludo.
Aproveitando a deixa, retirou o anel com o brasão e o levou para o escritório.
- Consegui. - Ela falou para ama ao entrar.
- Traga o aqui de pressa.
- Terminou a carta?
- Terminei agora.
- Ótimo. Logo entregaremos para o mensageiro.
Ao fechar a carta e sela- lá. Ayna esperou que a ama seguisse para seu quarto. E então ela se reaproximou de Alexander que ainda dormia. E com cuidado recolocou o anel em seu dedo.
Mesmo com a magreza excessiva e as olheiras. Ele ainda continuava tão belo quanto antes. Ayana se aproximou da face dele. E mesmo sabendo ser um erro, beijou lhe os lábios de forma doce e terna.
Alexander mesmo bêbado, sentiu os lábios mornos tocando os seus. Ao pensar que talvez fosse uma de suas alucinações, não deu maior importância e sem abrir os olhos retribuiu o beijo.
Ayana se surpreendeu com a forma gostosa que os lábios dele se moviam de encontro aos seus. Talvez nem mesmo soubesse que era ela que o beijava. Mas o que isso importava.
Ela apenas o deixou encerrar o ato carinhoso com pequenos beijos antes que novamente ele se rendesse ao sono.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro