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Descobertas

Alexander lia as últimas páginas do grande livro sobre seu povo. Quando se deparou com algo que chamou sua atenção.
O título do capítulo era a cor dos olhos. E o que significam.

A cor dos olhos de um conjurador muda de acordo com seus sentimentos e mudanças em seu corpo.
O azul: representa tristeza profunda.
Rosa: Amor e ternura.
Vermelho: Mágoa.
Preto: Ódio.
Violeta: quando esse brilho crusa os olhos de um conjurador, significa que sua liangem será renovada com a chegada de mais um membro em sua família, pois, sua magia está se dividindo.
Lilás: Desejo desenfreado.

Os olhos podem mudar suas cores permanentemente ou temporariamente dependendo do estado de espírito do conjurador em questão.

Alexander estava perplexo. Afinal seus olhos e os de Angeliny haviam ficado violetas em uma de suas noites. E agora ele sabia o que representava.
Ao passar as páginas ele se deparou com outro título chamativo. Magia de vidas trocadas. Ao ler sua fúria se fez presente.

Ali dizia que para realizar o feitiço, era necessário a mesma contidades de pessoas em ambos os lados. Os que receberiam a vida e os que seriam sacrificados. A vida dos sacricados passaria a ser dos receptores que viveriam tudo que eles tinham vivido ou ainda ia viver. Dando também seus poderes aos receptores.

- Maldito. - Alexander esbravejou. - Maldito!

- Então agora tu entendeu? - o dragão perguntou.

- Emedor mentiu para mim. O plano era ter vida eterna. Meu filho jamais seria devolvido a mim. Ele pretendia matá-lo. - uma lágrima escorreu por sua face.

- Agora entendi. Não havia uma única versão em seu futuro em que vosmicê ficaria com sua mulher e seu filho. Ambos seriam tirados de ti. Cedo ou tarde.

Alexander desmoronou sobre a cadeira.

- Então eu nunca teria felicidade? Isso não existe para mim?

- Não no caminho que escolheu. Mas haverá felicidade em sua vida, se estiver disposto a seguir pelo caminho certo.

- E que caminho seria esse?

- Esqueça a vingança, libere o perdão e siga em frente.

- E todos que planejaram minha tragédia ficaram impunes. - ele riu irônico.

- Ninguém fica impune nessa vida Alexander. O castigo chegará na hora certa.

- E até lá eu os vejo próspera? Não posso fazer isso.

- Ainda descobrirá muita coisa. E terá que fazer escolhas difíceis. Mas se abrir mão da vingança, verá as coisas boas que a vida guarda para si. Uma delas é como ser amado de verdade. Um amor puro e desinteressado espera durante todos esses anos por ti. Porém só poderá vivê-lo se deixar o ódio para trás.

Alexander nada mais disse. Sabia que seria impossível fazer com que o sábio entendesse seu lado. Ele voltou para o livro que parecia ter criado mais páginas do que antes tinha.

Um ano se passou e finalmente chegará a última página do livro. E os olhos dele se iluminaram. Ali estava a resposta que tanto procurava. A fórmula para desfazer o feitiço de Cristian.

Porém não ensinava como impedir a reencarnação, apenas dizia como desfazer a ligação. E para isso precisaria  do sangue de todos os envolvidos.

Também explicava que a ligação seguiria a linhagem ou seja enquanto Angeliny existisse e tivesse filhos. A imortalidade dele é de Cristian seguiriam. E que ela deveria nascer na mesma linhagem de seus antepassados. E por consequência da ligação ela se reencontraria com Cristian em algum momento. Pois ambos seriam unidos pela magia.

Alexander anotou o feitiço que seria usado para desfazer o encanto. E finalmente sentiu-se livre.

Ao se levantar olhou para o dragão que mechia no fogo da lareira.

- Acho que finalmente chegou a hora de partir.

O homem se levantou e sorrindo olhou para ele.

- Eu sei. E só lamento que ainda deseje vingança.

- Agradeço sua ajuda.

- E acha que foi de graça.

- O que quer em troca? - Alexander perguntou.

- Uma mecha de seu cabelo.

Alexander se sobressaltou. - Meu cabelo? Para que o quer?

- Isso só a mim diz respeito. - o dragão se aproximou dele e tocando em uma mecha do cabelo dele, perguntou. - Poço?

Alexander assentiu. E sem necessidade de qualquer objeto cortante a mecha se desprendeu como se tivesse sido cortada.

- Boa sorte. - O homem se afastou para guarda o cabelo em um pequeno recipiente.

- Posso lhe perguntar algo? Desde que cheguei nunca respondeu nenhuma de minhas perguntas.

- Pergunte.

- Porque não ajudou o casal?

- Que casal?

- Aquele que o senhor salvou a mulher da morte? Era um feitiço simples podia ter ajudado. Porque não ajudou?

- Toda magia tem um preço. E o de ludibriar a morte é o mais caro. E também não queria ser responsável por criar algo que não pode ser controlado ou mudado.

- Do que está falado?

- Alexander não se preocupe com isso. Só saiba que o que tu fizeste terá um preço, e ele será cobrado  dia. Mas não de ti. Então siga sua vida. E pense antes de decidir.

- Obrigada.

Alexander fez uma reverência e depois de arrumar suas coisas. Partiu.

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