Capítulo 40: A prisão da mente
Nataniel
Enquanto o desgraçado ria, olhei em volta, tentando encontrá-lo, mas apenas via essa caverna subterrânea, meio escura, parcialmente iluminada por algumas tochas.
— Merda, como a Sofia foi parar ali? — questionou a loira, essa pergunta também me intrigava. Dei um passo para frente, então uma cobra feita de fumaça preta caiu do teto, ela ergue-se e era o dobro do meu tamanho, seus olhos eram vermelhos, na verdade, todos esses animais feitos de fumaça tinham os olhos vermelhos, isso dever ter um significado, que coisa, por que estou pensando nisso agora? Tem uma cobra gigante na minha frente!
O monstro tentou nos atacar, nós dois desviamos, cada um foi para um lado, levantei rapidamente, sendo atacado novamente, pulei por cima dela, parando perto de Daren, resolvi soltá-lo, entretanto, ele levantou-se, de costas para mim.
— Daren...— falei, tocando em braço, ele nada disse e virou-se. Seu rosto estava sem expressão, então seus olhos abriram e os vi vermelhos, como os das criaturas. — MAS O QUE???
Ele movimentou-se, tentando identificar de onde veio a voz, me afastei, assustado, o que fizeram com meu amigo...
— Surpreso? — o desgraçado perguntou, atrás de mim.
— O que você fez com ele?
— Eu não fiz nada, foram os espíritos banidos... — ele deu um passo para frente, dei um para trás.
— Espíritos banidos? — questionei.
— Nem todos os espíritos são tão poderosos como aqueles que a Sofia tem contato, alguns são fracos, eles funcionam como brechas no mundo espiritual, alguém, com o mínimo de conhecimento sobre isso pode atraídos, se a grande divindade luz os associa como traidores, eles perdem seus poderes e sua luz, tornando-os banidos. — explicou, por estar mais perto, pude ver que ele usava uma máscara, apenas seus olhos ficaram a vista, eram verdes. — É fácil controlá-los, eles estão busca de alguma coisa para sentirem que são parte algo grandioso.
— O Daren, ele...
— Foi possuído por um deles. Ah, e a sua irmã também, veja... — apontou, olhei naquela direção, onde Valentina lutava contra Dália, foi então que notei que as correntes que a prendiam sumiu, nisso, senti alguém tentar me atacar, era Daren, desviei, caindo no chão, depois rolei até a parede, droga, droga, droga. Só uma pessoa pode ajudá-los agora, mas ela está presa e desacordada no teto!
Me levantei novamente, vejo esferas brilharem vindo na minha direção, Daren as guiava, corri, abaixando quando necessário, dei a volta, e parei atrás dele, o mago parecia um morto-vivo, por isso seus sentidos estavam comprometidos, segurei seus braços, para que ele parasse, como um animal, ele se debateu, tentando soltar-se. Não posso machucá-lo, então Daren conseguiu se soltar, me derrubando no chão. Ele virou-se, procurando por mim, desse modo, pulei em cima dele, saímos rolando pelo chão, subi em sua barriga, segurando seus braços novamente, fiz força contra seu corpo.
— Sou eu, Daren, o Nataniel, acorda — falei, ele parou, virando o rosto, parecia entender o que eu dizia, suspirei, ele ainda está ali, sei disso.
— Para de estragar tudo, seu desgraçado! — a figura encapuzada, que nos observava, chutou minhas costelas, nisso, caí de um lado, quer saber, que se dane, eu cansei desse escroto.
Quando me levantei, não enxerguei mais nada na minha frene, pulei em cima desse nojento com tanta raiva que nós caímos do outro lado, segurei seu colarinho e soquei a cara dele diversas vezes, depois bati a cabeça dele no chão, fazendo ele desmaiar, o larguei, jogando de lado e corri para ver como Valentina estava, ela desviou de esferas cintilantes que minha irmã lançou contra ela, pulou por cima de Dália, e a segurou, criando cordas amarelas e a derrubando no chão. Daren tentou segurá-la, mas ela o socou, ele caiu e as cordas começaram a enrolar em seu corpo, fiquei impressionado, ela está ficando tão forte. Nisso, ela olhou para mim, depois arregalou os olhos.
— Nataniel, cuidado! — berrou, virei-me, e senti uma lâmina fria entrar na minha perna, caí de joelhos, o desgraçado tentou novamente, mas uma onda cintilante o derrubou longo, nisso, Valentina correu na minha direção. — Nate!
— Eu estou bem — levantei novamente, ela me segurou.
— Calma — falou, sua mão brilhou e ela foi na direção no ferimento, a dor passou, mas ainda sangrava, então luzes azuis entraram no ferimento e parou de sangrar.
— Obrigado. — consegui ficar em pé sozinho, ela assentiu.
— Temos que acordar a Sofia, ela é a única que pode tirar eles dessa prisão — explicou, apontando para os dois mortos-vivos, concordei com a cabeça. Ela fez uma luz azul cortar a corrente a a segurava no teto, ela começou a cair, então dei alguns passos para frente, ela caiu nos meus braços. A loira se aproximou, colocando as mãos sob as correntes que prendiam o corpo de Sofia, elas caíram no chão.
— Será que ela está no mundo espiritual? — perguntei, Valentina ergueu as pálpebras, mas seus olhos não brilharam, céus!
— Sofia, acorda, pelo amor dos deuses! — a loira sacudiu, porém, não adiantou.
— Não vão acordá-la, vocês não tem essa capacidade! — o desgraçado surgiu, sua máscara estava rasgada em alguns pontos, então era possível ver um pouco de seu rosto. Nisso, a cobra, que antes nos perseguia, voltou.
— Sofia, acorda! — pedi, antes de ter que deixá-la.
Sofia
Abri os olhos rapidamente, dando um salto e parando sentada, mesmo atormentada com a força sensação de desespero, não consegui evitar procurar por Nataniel, pois ouvi sua voz, ele estava me chamando. Após perceber que me encontrava sozinha, levantei devagar, estranhamente, me sentia pesada e sendo puxava para o chão. Um arrepio percorreu minha espinha, esse lugar, seja lá qual for, é frio e denso, me sinto perdida na imensidão do vazio. Neguei com a cabeça, precisava pensar em como sair desse lugar, dei alguns passos para frente, sem saber onde ir, então ouvi alguém chorar.
— Socorro! — essa pessoa gritou, sua voz não me era estranha, corri para aquela direção, encontrei um amontoado de espinhos, a tal pessoa estava presa entre eles, eu não conseguia ver seu rosto, mas vi sangue nos espinhos.
— Eu vou te ajudar — me aproximei, colocando as mãos nos espinhos, aos poucos, eles explodiram em luzes, a pessoa caiu no chão, abaixei e vi uma mulher. — Dália! — a segurei, colocando sua cabeça em meu colo, a morena estava com a pele machucada, e seu vestido sujo de sangue. — Dália, fala comigo... — encostei em seu rosto e ela lentamente abriu os olhos.
— Sofia — murmurou, tentou tocar meu rosto, mas não conseguiu.
— Você está muito fraca — coloquei a mão sob seu peito, mal sentia as batidas de seu coração. — Dália, vou te tirar daqui, está me ouvindo? — tentei levantava, mas seu corpo não reagia.
Se Dália está tão debilitada, deve ter sido jogada contra sua vontade nesse limbo, o que pode estar acontecendo no mundo físico? Isso deve ser por minha causa, eu sei disso...
Sinto lágrimas derramando pelos meus olhos, e algumas delas pingam no rosto de Dália, ela abriu os olhos novamente e esboçou um leve sorriso.
— Que bom que está bem...
— Vou tirar você daqui — sussurrei, envolveu seu corpo nos meus braços, lentamente, ela sumiu. Me levantei, limpando as lágrimas, precisava continuar andando, os outros podem estar aqui também. Senti que algo ou alguém me chamar, corri o mais rápido que pude, nesse instante, encontrei Daren aprisionado em uma jaula. — Daren! — ergui a mão naquela direção e a jaula estilhaçou, ele caiu, desmaiado. Corri até ele, Daren não estava tão machucado quanto Dália, mas vi marcas estranhas em seus pulsos, o segurei em meus braços, segurando choro.
— Sofia, você... — balbuciou, ainda de olhos de fechados.
— Está tudo bem — o abracei, segurando seu corpo, ele sumiu lentamente. Respirei aliviada, não ouvi mais alguém me chamar, entretanto, por alguma razão, sabia que mais alguém precisava de mim. Continuei andando, passo por passo, nem sabia o motivo, mas continuava indo, até que o caminho começou a iluminar, vi uma vila, semelhante as antigas vilas de Vultor, as pessoas viviam suas vidas normalmente, mas ninguém não me via, porém, um menino se aproximou, ele sorriu e continuou caminhando na minha direção, quando prestei atenção, era Luca mais novo. Céus! Estou no passado?
— Sofia! — ele abraçou minhas pernas, animado. — Viu? Está todo mundo aqui! Eles não morreram! — Senti meu coração apertar, ele estava vivendo no momento antes de Tier destruir sua vila, depois ele foi morar no Castelo e assim nos conhecemos, mas se a essência dele está aqui, quem está no mundo físico? Não, não, não...
— Luca — abaixei, abraçando seu corpo, ele resmungou, mas continuei. — Me desculpa, seja lá em você se tornou, foi minha culpa, todo o seu sofrimento é minha culpa, eu sinto muito.
— Para, maluca, está me machucando — ele reclamou, então o soltei. — Do que você está falando? Eles estão aqui, e você também.
— É, eles estão aqui — falei, segurando seus ombros. — Mas eu não posso ficar, há outras pessoas que precisam de mim.
— Eles não podem ficar aqui também? — perguntou, chateado.
— Não, desculpa — respondi, ele abaixou a cabeça. — Posso voltar, fique aqui e proteja a vila, conto com você.
— Pode deixar — disse, virou e correu para vila, o perdi de vista. Após esse contato, respirei fundo, sabia que não seria fácil no mundo físico, mas mesmo assim, voltei.
No primeiro momento, não consegui identificar o que estava acontecendo, vi luzes de um lado para o outro, gritaria e barulhos de luta, coloquei a mão na testa e levantei, observei a cena, tonta, havia uma cobra gigante tentando devorar meus amigos e Nataniel saía no soco com um cara de máscara, mas que...
— O que está acontecendo? — corri pelo meio deles, e vi Nataniel desmaiar o homem de tanto bater nele, depois o arrastou pela perna, ele olhou pra mim, soltou a perna do homem e correu na minha direção, me abraçando, quase caí com o impacto.
— Sofia! Graças aos deuses! É tão bom te ver! — ele me segurava, desesperado, eu ri.
— Eu estou bem, deixa-me olhar pra você — levantei seu rosto com as mãos, ele me encarou. — Eu amo você, ainda bem que não se machucou.
— Eu também te amo. — ele me beijou rapidamente.
— Vou dar um jeito nessa bagunça — me afastei, olhei na direção da cobra, fechei os olhos e direcionei as mãos para ela, sabia que se tratava de um espírito banido, senti minhas mãos brilhando e, de uma vez, o som, ou melhor, a gritaria que ela causava passou.
— Sofia! — vi Valentina correr na minha direção, ela pulou em cima de mim e nós caímos no chão. — Amiga, você voltou! — ela dizia, animada, eu ri, ainda bem que essa doida está bem.
— O que aconteceu? Que lugar é esse? — perguntei, ela franziu a testa.
— Fomos atraídos para cá por aquele cara. — disse, apontando o homem desmaiado. Me levantei, sabendo quem ele era, antes de me aproximar, pensei que ia ficar tudo bem, então abaixei, tirando a máscara dele, era Luca, a vontade de chorar me invadiu, pois sabia que foi minha culpa, o que ele se tornou?
— Querida... — ouvi a voz de Daren e senti suas mãos nas minhas costas. — Talvez podemos procurar algo que possa...
— Não, eu resolvo isso, é melhor irem para o Castelo, não sei quando voltarei. — coloquei as mãos no peito de Luca, nos tirando dali para longe.
Olá, leitores.
O Luca foi corrompido desde que Zagan o atacou, porém, diferente dos que morriam, ele foi usado para caçar a Sofia. Quando eles foram atacados por Aris e sua equipe no templo Arend, foi Luca que alertou a tripulação de Aris que eles estavam lá. E foi ele quem matou o monge Lee.
A magia mudou quem ele era, tornando-o ruim.
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