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A LOIRA DO BANHEIRO

           Maria Augusta entra no banheiro do seu apartamento tossindo muito.

           Sua expressão de outrora, de pele viçosa sumira.

           A mulher alva que possuía olhos amendoados, deu lugar a um semblante cadavérico, com rosto amarelo e desbotado, cansado e sem vida no olhar.

           Ela com o peito subindo e descendo, igual a um ataque de asma, lembra-se da promessa feita à ela pelo marido:

"Você não viverá mais que sete anos."

           Naquele tempo, há seis anos atrás, ela não levou a promessa a sério.

           A mulher sabia que seu esposo era metido com magia negra, mas ela não acreditava nessas coisas, pelo menos não naquela época.

"Se não for para ser feliz ao meu lado sua desgraçada, você também não vai ser feliz com mais ninguém!"

           E de fato foi o que ocorreu.

           Desde que ela vendeu tudo e foi para a Europa nada deu certo.

           Foram seis anos definhando.

           Morrendo um pouco a cada dia.

           Os homens que se aproximavam de Maria Augusta, não demoravam mais que uma semana ao seu lado.

           Por fim ele disse:

"E grave muito bem as minhas últimas palavras! Você vai morrer à míngua! Sozinha! E o local da sua morte será para sempre a sua sepultura."

           Esse foi o erro do esposo.

           A mulher quando tossia, jogava sangue no espelho limpo do banheiro.

          A mulher cansada recitou o próprio nome três vezes, diante da sua própria imagem, esbouçou um sorriso e caiu.

           O espelho trica-se de fora para dentro.

            A porta foi aberta.

           A delegada Conceição estaciona o seu carro de cor preta na frente do imóvel que está arrebanhado de policiais.

          Ela desce do veículo e começa a chover.

           Xinga alguma coisa e olha para dentro do carro, lembrando-se que deixou seu guarda-chuva lilás, comprado nos Estados Unidos, atrás da porta do apartamento em que vive.

           A delegada corre até o início da marquise da casa, que tem portas e paredes de vidro.

           No condomínio da Praia de Serrambi, a mansão era conhecida como a Casa de Vidro.

           A delgada Conceição bate os sapatos encharcados na entrada da casa, depois de passar por um jardim verde, lateral, que cerca a propriedade.

           O entra e sai das equipes policiais lembram as agitações nos bancos antes de um feriado prolongado.

        Conceição apoia as mãos na cintura e presencia a cena grotesca.

           Na área onde começa a primeira sala do imóvel, no térreo, há tanto sangue impregnado nas paredes de vidros, que parecem que foram pintadas de vermelho.

              Os corpos sem vidas estão onde foram encontrados. Há cinco pessoas trabalhando como legistas.

           A única sobrevivente do massacre, onde dez pessoas foram assassinadas, está sentada numa poltrona acolchoada branca. E que estranhamente é o único lugar que não tem um pingo com sangue.

— Tenente Ramon. — Fala a delegada estendendo sua mão direita, depois de acenar com a cabeça. — O que temos?

— Delegada Conceição, a única sobrevivente dessa tragédia é a moça sentada ali adiante. Ela está em estado de choque. Apenas repete o nome Maria Augusta.

— Maria Augusta?

— Ainda não sabemos o porquê desse nome "Maria Augusta" — O tenente faz com os dedos indicadores e médios o sinal de aspa.

            Quando o som de um vidro quebrando é escutado.

           Todas as oitos pessoas, das nove que estão no local, olham para o único lugar que há espelho... O que fica na subida da escada, também de vidro, e que leva para o primeiro piso da casa.

              Porém o espelho está perfeito.

           A delegada sorri e comenta com o tenente:

— Esse cenário só alimenta o susto e o medo. De quem era a festa?

— Do rapaz que está morto lá em cima... no primeiro quarto. Ele foi degolado.

          A delegada olha para cima, na direção para qual foi apontada.

— Tenente eu vou olhar os corpos e a casa antes de conversar com a moça. Eu trabalho assim. Tudo bem?

— Sem problemas. Eu até prefiro que seja dessa forma.

          Conceição cobre os sapatos com uma proteção especial e sintética para não "sujar" o local.

           Ela abaixa-se diante da primeira vítima que surge na sua frente.

— O que foi isso? — Pergunta a delegada para o legista.

— Um objeto cortante e contundente foi cravado na cabeça dessa mulher.

— E não sabemos que objeto é esse?

— Infelizmente não o achamos. Mas deve ser bem grande, porque entrou por cima e transvazou toda a cabeça.

— Puta merda.

— Bem isso mesmo doutora.

           Conceição sai da posição de cócoras e continua o cortejo.

           Os corpos mutilados vão sendo analisados um por um pela delegada.

           A escada de vidro está pintada com tanto sangue, que parece que subiram arrastando um corpo e depois desceram puxando outro, também se esvaindo em sangue para todo o lado.

            Conceição olha para o lustre de cristal e assusta-se ao ver uma cabeça de mulher presa entre as estruturas da luminária.

            O corpo sem roupa do dono da casa, está deitado sobre a cama, ao lado de uma jovem também nua, mas sem cabeça.

           Ele aparentava ter uns vinte e oito anos de idade.

            Na cabeceira ao lado da cama tem cocaína.

           Os olhos cinzentos sem vidas estão mirando o teto. Há um primeiro corte no pescoço que deixa a cabeça pendendo para trás. Ela não caiu por que estavam deitados.

             O segundo rasgão desce do pomo-de-adão até depois da genitália do rapaz.

            O corpo está praticamente aberto em duas bandas, tamanha a violência da raiva.

            A jovem tem mais de vinte facadas nas costas. E todas elas passavam de um lado para outro do corpo.

           Conceição parou o que está fazendo e desceu para falar com a única sobrevivente do massacre.

           O tenente deixa a delegada passar e percebe que ela está visivelmente abalada.

           Ela pede licença a moça e senta-se ao lado dela. A jovem que parava ter  dezoito anos mexe os olhos lentamente.

— Qual o seu nome?

— Lenita Costa. — O tenente da polícia admira-se pela reposta da moça de olhos claros.

— Lenita, muito obrigado por esta me respondendo.

— Eu estou com medo.

— Eu sei que está. Mas nós estamos aqui para te ajudar. Tenho algumas perguntas para te fazer. Tudo bem? Posso continuar?

           A jovem balança a cabeça dizendo sim.

— O que aconteceu aqui?

— Ela matou todos.

           Conceição olha para o tenente Ramon.

— Ela? — A delega volta a pergunta para ver se entendeu direito.

— Sim. A loira que me apareceu e saiu do banheiro.

          A delegada percebe que a moça não está brincando. Ela pode está falando nada com coisa nenhuma. Mas brincando... Definitivamente não estava.

— Poderia me contar o que aconteceu?

— Eu moro na rua Salazar Souto Coutinho, número dez. Estávamos nos divertindo muito, porém a Suzana brigou com o Tarcísio por que ele estava transando com a Olívia.

— Por favor não chore. Continue. — Pede a delegada.

— Eu fui ao banheiro urinar quando escutei ela chorando alto! Ela falou um nome três vezes. Eu percebi que a luz piscou varias vezes... e depois o espelho se partiu e aconteceu tudo isso que você está vendo.

— E qual foi o nome que ela falou?

— Maria Augusta.

           A menina olha para os lados e grita quando vê o espelho.

— Calma Lenita! Calma!

           A delegada se abraça com a moça. E Lenita chorando diz:

— A mulher parou na minha frente e disse para ficar sentada assistindo tudo.

— E onde está Suzana?

— Ela não está morta no banheiro?

— Não. — Responde a delegada olhando para o tenente.

           Lenita se agita. Levanta-se. Vai até o banheiro e realmente não há nenhum corpo.

— Como isso é possível? Eu escutei ela pedindo vingança e falando o nome. O maldito nome três vezes!

— Lenita, o tenente Ramon vai te levar para fazer uns exames de praxe.

— Eu sou inocente.

— Eu tenho certeza que sim! Mas precisamos colher amostras e fazer o seu exame de corpo e delito.

— O que é isso?

— Vamos provar que você é inocente. Agora preciso que vá com o tenente para podermos seguir com a investigação.

— Vamos senhorita. — Pede o tenente a pegando gentilmente pelo braço.

— Eu sou inocente.

— Nós sabemos.

           Lenita e Ramon vão saindo da Casa de Vidro, enquanto Conceição observa os dois indo embora.

           Ela pega o celular e fala com o agente Tomé, passa o endereço da moça e pede para ele ir na casa de Lenita, avisar aos pais dela sobre o ocorrido.

           A delegada acredita que a moça seja inocente, mas, que ela também deve está mentindo para encobrir as pessoas que fizeram toda essa barbaridade.

           Uma coisa é fato. Ninguém morreu por arma de fogo. E isso não é normal mesmo.

          Dez pessoas mortas estocadas, esfaqueadas... realmente vai além de um simples caso.

           Já fora da casa, a delegada liga para sua esposa.

— Amor eu vou chegar um pouco mais tarde.

— E o nosso jantar?

— Eu devo está chegando por volta da meia noite.

— Vem logo. Eu te espero. Te amo.

— Eu te amo também.

           Conceição fica ao telefone mais alguns segundos, e se despede de Antonia seguindo para o carro.

           Ela entra e fica pensando na história louca que escutou:

           Suzana pegou o namorado com outra mulher e para vingar-se foi no banheiro e disse três vezes o nome de Maria Augusta de frente para o espelho. Mulher essa, que veio do além para matar todo mundo.

            No caminho para a delegacia, dois homens numa moto, abordam a delegada quando ela para no sinal.

            Por sorte Conceição percebendo a ação reage.

             Os dois homens são baleados e morrem no local.

             Conceição liga para o 190 antes de desmaiar.

Ela levou três tiros.

           Conceição abre os olhos sentindo a cabeça girar. O médico está ao seu lado, e ao lado do médico está Antônia.

            A delegada estava há dois dias no hospital. Ela escapou por pouco.

          Na segunda semana internada ela recebe alta. Mas os homens que tentaram matá-la não saem da sua cabeça.

           Não foi uma tentativa de assalto frustrada. Eles tentaram apagá-la! Mas quem? É verdade que nos últimos anos ela havia acumulado mais inimigos que dinheiro. E diante deste fato, era complicado especular, quem poderia ter dado a ordem para mata-la.

— Você parece longe meu amor. — Antônia interrompe os pensamentos da esposa.

           As duas estão começando a se arrumarem para ir embora. Conceição alisando o rosto da amada, responde:

— Desculpa. Eu ainda não estou bem. Mas vou ficar.

            Antônia beija Conceição.

— Mas que você está estranha, isso está.

— Mas isso vai passar. Só em ter o seu amor em minha vida... Logo vou está correndo atrás dos bandidos.

           Depois de abraçar Antônia, Conceição pensa:

" E se o que Lenita falou for verdade? E se existir um mal que puna o mal com a mesma moeda?"

— Amor eu vou aqui no banheiro e volto logo. — Fala Conceição andando vagarosamente pelo quarto do hospital até o banheiro.

            Ela fecha a porta sorrindo e achando que tudo não passa de uma besteira.

            Mas o ódio surge de dentro do seu coração para fora. E se fosse verdade? Ela tentaria mesmo sem saber se conseguiria sua vingança dessa forma.

            Ela justifica para si mesma, que vai valer a pena tentar.

            O filha da puta que mandou matá-la vai pagar com a vida. E ele vai ser morto por uma alma penada ou pela bala da sua arma.

          Mas que ele vai se morto... Isso vai.

           Conceição respira fundo diante do espelho. A sua imagem convalescida lhe dar mais força.

           Logo em seguida vem a imagem da sua linda mulher sofrendo por causa de algum filha da puta vingativo.

           E esses pensamentos lhe enchem ainda mais de ódio... Se é possível afirmar isso.

— Eu não sei quem fez isso comigo, mas se você está me ouvindo eu te imploro por vingança. — A voz de Conceição está baixa, porém firme e determinada. — Maria Augusta, Maria Augusta e Maria Augusta. Eu quero minha vingança.

           A luz do banheiro começa a piscar freneticamente. Conceição vê de  relance uma sombra passar de um lado para outro do espelho.

          As luzes se apagam e o espelho espatifa-se jogando uma corrente de ar sobre ela.

          Conceição com os olhos fechados grita. Ela se apalpa mas não há vestígios de ferimentos.

            As luzes se acendem. O espelho está no lugar. O telefone toca.

— Conceição é o Tomé.

— Oi Tomé.

— Você está bem? Sua voz está... Trêmula.

— É que pensei ter visto uma fantasma. — Dito isso ela sorri.

— Falando em fantasma, se pode ser dito isso, a casa que você me pediu para ir, não morava nenhuma Lenita.

— Como assim?

— Isso mesmo que você ouviu. A casa era da Família de Suzana Baracho. A moça que estudava no Colégio Capitão Torres e que foi estuprada no banheiro. A galera que morreu naquele dia, de alguma forma, estava envolvida no estupro.

— Não sabia desse crime.

— Nem eu. E só fiquei sabendo disso pelos pais da menina. E não para por aí... Quando cheguei lá, os pais estavam saindo para o velório da filha. Ela suicidou-se no banheiro. No mesmo dia da tragédia em Serrambi.

              Conceição fica tonta.

— Tomé vou desligar. Não estou bem e Antônia está me esperando. — A delegada apoia-se na parede do banheiro e respira.

"Então quem era a pessoa que estava na casa naquele dia? Quem era aquela moça? Será que era a alma de Suzana que voltou para se vingar?"

            As muitas perguntas invadem seu ser.

            Conceição sai do banheiro, quando o telefone toca novamente.

— Conceição é o tenente Ramon. Desculpa está ligando, mas fui avisado que você estava tendo alta hoje.

          Ela continua andando e como não vê Antônia vai até o frigobar pegar uma água.

— Alô? Conceição? Você está aí?

— Sim. Me perdoe. Estava bebendo água.

— A Lenita sumiu quando chegamos no IML. Ela pediu para ir no banheiro e não a encontramos mais. A janela do banheiro estava fechada, mas não teria como ela fugir de lá.

— Meu Deus.

— Conceição? Alô? O que foi?

            A delegada está em choque vendo sua esposa morrer sufocada pelo próprio sangue.

             Um rasgão que pega de orelha à orelha, vai jogando para fora do corpo de Antônia, o líquido precioso.

          Antônia esperneia tentando se agarrar ao estreito fio da vida.

       Conceição fica horrorizada! Não sabe o que aconteceu! Flashbacks de memórias recentes vem na direção da delegada.

         Quase desmaiando, Conceição lembra-se de ter contando a Antônia sobre a apólice do seguro de vida que havia feito.

        A porta do banheiro se abre emperrada por um vento.

           Uma mulher loira sai de dentro.

— Lenita? Você?

          A loira do banheiro sorri com a perplexidade no rosto de Conceição.

— Nao... sou Maria Augusta.

      Ela volta para o banheiro e o espelho explode.

              Conceição cai chorando amargamente pelas amargas e monstruosas descobertas, e também pela culpa dilacerante de ter invocado a morte do seu amor.

Fim

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