001. the threat
Era dia de treinamento, o dia em que Aleksandrina finalmente mostraria seu valor. Desde que virou uma viúva aos quatro anos de idade, a garota sempre mostrou ser diferente das outras meninas, talvez fosse sua habilidade no ballet ou sua inteligência fora do normal, mas o que realmente chamou a atenção de Melina Vostokoff foi a habilidade de Aleksa com armas.
Uma tarde de sábado, apenas as garotas consideradas as melhores da sala vermelha iriam fazer um teste para saber qual delas era o real prodígio de Dreykov, e foi esse teste que dava calafrios na morena até hoje.
Cinco garotas entre sete e quinze anos foram escolhidas para o teste, entre elas estavam Yelena Belova e Natalia Romanova. O primeiro passo era testar a inteligência das mesmas com diversas provas escritas e tecnológicas, em segundo era a concentração para sentir o ambiente e as pessoas que estavam ao redor e por último era as habilidades físicas.
Em todas provas Aleksandrina tinha se destacado, porém nas habilidades fisicas ela empatou com Natasha, o que fez com que Dreykov fosse chamado imediatamente para resolver qual delas seria seu projeto especial.
No dia seguinte a morena foi chamada para ir até a sala do general junto com Melina e alguns guardas que as acompanharam.
──── Sabe Aleksandrina, você é uma garota muito sortuda, escute o que eu digo com cuidado. Faça o que ele mandar, não se preocupe, ele só quer o seu bem. ──── Disse Melina enquanto dava as mãos para a morena sentir segurança. Aleksa apenas concordou com cabeça enquanto apertava a mão da Vostokoff com medo.
Ao chegarem na sala do chefe da Sala Vermelha a garotinha congelou na porta, ela não conseguia largar a mão de Melina e só de ver Dreykov do outro lado da sala ela começava a suar frio. A última vez que ela tinha visto ou falado com o general foi no dia em que sua mãe tinha deixado sua guarda com o homem e sempre tinha rumores sobre o que ele iria fazer com as garotas ou o por que ele começou tudo isso e dessa forma a cabeça da garota foi acumulando todos os tipos de informação relacionada ao general.
──── Entre minha querida, temos muito o que conversar. ──── Respondeu o mesmo enquanto mandava os seguranças a levarem a força para dentro da sala.
Quando finalmente ficaram eles e os seguranças dentro da sala, o homem a levou até uma cadeira que estava na frente de sua mesa, onde Aleksa se sentou enquanto respirava fundo como uma forma de criar coragem.
──── Eu fiquei sabendo que você é a garota mais habilidosa durante os últimos dez anos que estamos trabalhando com as novas meninas. Sabe o que isso significa? ──── Perguntou Dreykov enquanto sorria para a morena da forma mais carinhosa possível o que fez a mesma negar com a cabeça. ──── Que nós vamos passar muito tempo juntos agora. Você conhece a minha filha Antônia? Ela será a sua melhor amiga agora.
──── Por que senhor? ──── Questionou Aleksandrina enquanto quebrava a sua unha como forma de controlar a ansiedade, ela não era idiota, sabia que tinha algo errado.
Porém ela não fazia ideia do que realmente estava acontecendo ou o que aquilo significava mas todo o tempo que passou sozinha treinando para ser a melhor, imaginando como seria ter uma família de verdade fez com que ela cometesse um pequeno erro... dar uma chance para a família que Dreykov estava propondo.
──── Para que eu posso sempre estar de olho em você e em seu progresso, dessa forma sempre ficaremos juntos. ──── Disse o homem enquanto percebia que a sua forma de manipulação emocional estava funcionando. ──── Ah e me chame apenas de Dreykov a partir de hoje, nada de senhor.
Lembrando do conselho de Melina, a garota só afirmou com a cabeça, mas no fundo ela sentia um sentimento perigoso para alguém que estava em sua posição... Esperança. Ao sair da sala ela sentiu como se um peso saísse de seus ombros e enquanto voltava para a sala de treinamento, Aleksa se deixou levar por uma imagem, ela e a família do general realmente se tornando próximos e aquilo fez com que ela achasse que talvez pudesse ser salva de todo o sofrimento que aconteceria na sua vida.
Enquanto Aleksandrina ia voltando para a sala principal as coisas pareciam girar e ficando cada vez mais claro, como se algo estivesse fora de seu controle e sentindo alguém cutucar o seu braço a mesma se levantou de vez assustada, percebendo que tudo aquilo não passava de uma lembrança ruim.
──── Tá tudo bem mamãe? Eu fiquei preocupada. ──── Perguntou Anya, filha adotiva de Aleksandrina e a única coisa que lhe dava esperança no mundo.
A morena se sentou na cama e respirou fundo, olhando para menininha ruiva ao seu lado ela suspirou e colocou um sorriso no rosto rapidamente.
──── Está tudo bem querida, obrigada. ──── Respondeu enquanto dava um beijo na cabeça da filha. ──── Aproveitando que já acordamos, o que você quer comer?
Anya sorriu e fingiu que estava pensando enquanto se levantava para pular na cama com a animação e energia de um novo dia.
──── Pão com geleia!
──── Certo, agora pare de pular na cama antes que eu me arrependa de ter perguntando e vá tomar um banho. Você está fedendo ──── Disse Aleksa sorrindo indo em direção a cozinha de seu pequeno estúdio que cabia apenas as duas garotas.
Ela sabia no dia em que adotou Anya de que ela realmente teria a oportunidade de criar uma família mesmo depois de tudo que a Sala Vermelha a fez passar. A morena tinha finalmente completado seus vinte e dois anos e era aniversário do dia em que conseguiu fugir de Dreykov e sua manipulação, foi então que decidiu que iria fazer o que sempre quis, começar a sua vida materna, um sonho que foi roubado de si muito antes dela saber o que realmente queria.
Alguns minutos depois Anya foi para a cozinha enquanto procurava pela mãe e deu de cara com um homem próximo de seus sessenta anos de frente para Aleksa e com as duas mãos atrás de seu corpo. Ao olhar para Aleksandrina, ela percebeu que a mesma estava segurando uma arma apontada para o homem.
──── Quem é ele, mamãe?
──── Apenas um amigo querida, volte para o quarto que já já eu chego. ──── Respondeu a morena apontando com a cabeça para que ela corresse e se trancasse.
──── Não vai contar para ela quem eu realmente sou querida? Acho que ela tem o direito de conhecer o avô. ──── Falou Dreykov se aproximando cada vez mais da Mikhailova.
Ela destravou a arma e pegou uma segunda que estava do lado direito do balão da cozinha em que estava encostada, apontando as duas armas para o homem que transformou a sua vida em um caos.
──── O que você veio fazer aqui Dreykov? O que você quer?
──── Um pai não pode querer simplesmente visitar a sua única filha sobrevivente? ──── Perguntou com um sorriso cínico no rosto que fez a mulher ficar cada vez com mais raiva.
Ela foi andando e se aproximando cada vez mais do homem e apontou cada arma para um lugar, um para a perna do mesma e outra para o peito. Tudo que ela fez parecia em vão agora que via o general na sua frente, a lembrança de todas as pessoas que perdeu no processo fez com que ela respirasse fundo.
──── Se não falar o que quer eu vou atirar!
──── Parece que você realmente é minha filha no final das contas.
Com isso Aleksandrina deu um tiro na porta do quarto e mandou Anya correr, afinal ela sabia que mesmo com a ideia de que ela tivesse saído do radar do mesmo, um dia ele ainda a encontraria e agora que tinha algo a perder ela treinou esse tipo de coisa com a filha milhares de vezes. E logo em seguida a mulher atirou no lustre que estava acima de Dreykov dando tempo dela pegar as suas armas e começar a correr com a filha em direção a um tipo de bunker como forma de proteção para Anya.
E é assim que as coisas começam a mudar na vida da Mikhailova, ela sabia que a próxima coisa que tinha que fazer iria dividir seu coração em dois. Estava na hora de visitar o passado.
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