— Minho! — Jisung disse enquanto corria até o mais velho, que estava esperando em seu carro. — Adivinhe! Adivinhe!

— Uhmmm, você está grávido!

— Oxe?! Eu sou um garoto! ...ENTÃO, fiz um amigo! — Jisung disse ansiosamente enquanto dava pequenos pulos com suas palavras.

— O qu- Sério? — Minho sentiu um pouco de ciúmes por um momento. Ele não queria que Jisung tivesse ninguém além dele. — Quem é?

— O Jeongin!

Minho sentiu uma onda de alívio tomar conta dele. Ele não sabia porquê, mas sabia que Jisung e Jeongin seriam realmente bons um para o outro e seriam grandes amigos.

— Isso é ótimo, Ji! — Minho disse, abrindo a porta de passageiro para Jisung se sentar.

— Sim, acho que ele amanhã vem no meu- Nosso dormitório.

— Legal, eu vou chamar o Chan também, aí eu tenho alguém para conversar também.

— Perfeito.

Eles já estavam dirigindo há uns bons quinze minutos. Foi então que Jisung percebeu que não tinha ideia de para onde estavam indo.

— Uhm, para onde estamos indo? — O menor curiosamente perguntou.

— Isso é para eu saber e para você descobrir.

— Porra, não! Me diga, seu idiota! Eu quero saber se estou sendo sequestrado por um louco ou algo assim.

Minho ficou um pouco tenso com a menção, mas decidiu deixar para lá. Por enquanto.

— Uma ponte. — Respondeu ele.

— Oh? O que há de tão especial sobre essa ponte? — Jisung perguntou. Parecia haver algo escondido nos olhos do mais velho.

— Não tenho certeza, não acho que seja especial ainda. Mas depois de hoje será. — Minho manteve os olhos fixos na estrada. Enquanto no outro lado, o mais novo estava corando tremendamente.

Minho estava insinuando que ele seria a razão para torná-la especial?

Oh, Minho, quem é você e por que você me trata como se eu fosse o seu mundo? ...Você não me conhece.

— Chegamos! — Minho anunciou enquanto estacionava o carro na orla da floresta. — É uma pequena caminhada, mas nada que você não possa aguentar. — Ele sorriu e saiu do carro.

Antes que Jisung pudesse se desafivelar, lá estava Minho, abrindo a porta para ele.

Ele é um cavalheiro também, o que o torna melhor ainda...

— Obrigado. — Jisung lhe deu um largo sorriso.

A caminhada não demorou muito, talvez cerca de 5 a 10 minutos. Mas agora eles finalmente haviam conseguido chegar à ponte.

Por alguma razão, Minho teve o desejo de trazer Jisung aqui de todos os lugares. Mas ele simplesmente não conseguia definir o porquê.

— Sente aqui. — Minho exigiu enquanto apontava para a saliência.

Jisung felizmente concordou, sentando-se onde seus pés balançavam sobre a água. Minho sentou-se do lado dele e sorriu satisfeito.

— Você é muito lindo, Jisung. — Ele disse como se já estivesse apaixonado. Ele estava.

As bochechas de Jisung coraram um rosa claro e ele enfiou o rosto nas mãos para evitar o contato visual.

— O-Obrigado. — Murmurou.

— Você sabe, o céu está realmente bonito hoje. Você deveria tirar a cabeça das mãos e apreciar a vista que ilumina você. — Minho disse enquanto ele mesmo pegava as mãos de Jisung e as puxava para longe de seu rosto.

Jisung foi levado para trás pelo contato repentino, mas obedeceu de qualquer maneira.

— Desculpe. — Ele se desculpou.

— Não há necessidade de se desculpar comigo. — Minho disse sem pensar duas vezes. O que confundiu o mais novo.

— Porquê? Se eu ferir seus sentimentos, vou me desculpar. Isso é exatamente o que os seres humanos decentes fazem. — Jisung argumentou.

— Escute, Jisung, eu não quero ter que usar uma máscara na sua frente como faço com todos os outros. Então vou começar dizendo, eu não peço desculpas. Eu simplesmente não peço. Se eu machucar seus sentimentos, provavelmente há uma razão para eu o fazer. E se você machucar os meus... Eu não me importo. Você pode machucar meus sentimentos um milhão de vezes e eu ainda vou olhar para você da mesma forma.

Jisung lhe lançou um olhar confuso, se perguntando porquê ele era assim.

O que o levou a não se importar?

Minho suspirou e continuou.

— Se você me ouvir pedir desculpas... É quando você sabe que estou apavorado que isso possa afetar outra coisa como resultado. Dito isso... Chega de conversa sombria. Vamos apenas aproveitar o dia de hoje, ok?

Jisung acenou com a cabeça e começou a dirigir seus olhos para a água. Ele achou estranho como Minho era tão direto com ele. Isso o intrigava, mas o assustava ao mesmo tempo.

Ele não estava necessariamente desconfortável, mas também não estava confortável. Quem estaria? Ficou com um cara que ele conheceu ontem. Horas depois, tornou-se seu colega de quarto. E agora eles já estão em um encontro?

Ok, então talvez ele tenha se sentido desconfortável depois de pensar sobre isso.

Pareceu a Jisung que o mais velho talvez fosse um rapaz estranho. Ele parecia obcecado por suas ações.

Talvez eu esteja apenas sendo dramático.

— Ei... Posso fazer uma pergunta? — Jisung disse calmamente.

— Claro, você não precisa me pedir nada. Sinta-se à vontade para falar comigo confortavelmente. — Minho assegurou.

— Porquê eu? Porquê você, entre todas as pessoas, tentando se intrometer na minha vida? — Isso saiu um pouco mais agressivo do que Jisung pretendia.

— Intrometer? Como estou intrometendo? — Minho atirou de volta defensivamente.

Jisung estremeceu um pouco com a mudança repentina de tom do mais velho.

— Eu não quis dizer isso! É só- Eu- Você age como se me conhecesse desde sempre. Você parece tão confortável perto de mim no dormitório. Eu conheço você há 20 horas e já estamos no nosso primeiro encontro. É muito para eu lidar e compreender em tão pouco tempo.

— Você está dizendo que não me quer em sua vida?

— Não, não, eu não estou dizendo isso, estou apenas curioso. Por que você-

— Olhe, Jisung, eu não sei o que é, mas- — Eu tenho lembranças de você. — Há apenas algo sobre você. — Isso não era necessariamente uma mentira. Mas não era toda a verdade.

— Algo sobre mim? Você não sabe nada sobre mim além do que eu contei ontem à noite! É meio assustador! — Jisung levantou a voz. Não é como se ele soubesse como Minho iria reagir. Ele nunca havia levantado a voz na frente dele antes.

Minho rapidamente passou a mão na nuca de Jisung e agarrou uma mão cheia do cabelo do garoto. Ele puxou sua cabeça para trás. Foi instinto.

— Eu não posso ter uma pequena queda por você? Por que você tem que levar tudo como se alguém estivesse tentando te sequestrar e fugir. — Ele rosnou no ouvido do outro.

Jisung estava tremendo. Tudo aconteceu tão rápido, que ele não conseguiu processar o que estava acontecendo.

— M-Minho, p-pare.. Está me machucando. — Ele implorou.

Minho o soltou ao perceber o que acabara de fazer.

Algo era estranho para Minho.

Por alguma razão... Ele pensou que Jisung iria contra-atacar.

Jisung se sentou, esfregando a nuca onde Minho havia puxado.

O que foi isso? Ele se perguntou.

— Esqueça isso, devemos voltar. — Minho levantou-se. Ele sentia como se já tivesse arruinado o encontro.

— Não!- Quero dizer, não, está tudo bem. Podemos ficar. — Jisung agarrou o pulso de Minho, evitando que ele se afastasse.

— Porquê? Eu acabei de te machucar.

— Eu- Eu não sei. Apenas fique para que eu possa descobrir. — Jisung implorou.

Minho sorriu por dentro e por fora enquanto se sentava do lado de Jisung novamente.

— Descobrir o quê, Ji?

— Descobrir porquê eu- Porquê eu quero que você fique? Eu não sei... Me desculpe.

E assim mesmo eles ficaram. Jisung não tinha ideia do porquê ele queria que esse idiota ficasse com ele.

Talvez fosse porque Minho foi a primeira pessoa a fazer amizade com ele.

Talvez fosse porque ele era gostoso? Ou o sexo foi bom?

Talvez fosse porque ninguém nunca teve uma queda por ele antes, que ele soubesse. É algo que Jisung não tinha experimentado antes.

Talvez ele estivesse com medo de que se Minho fosse embora, ele ficaria sozinho para sempre.

Ou talvez fosse porque ele gostava de ver Minho agressivo daquele jeito?

O que quer que fosse, era o que ele precisava descobrir.

trαdυtσrα

Palavras: 1347.

「 𝐚𝐮𝐭𝐡𝐨𝐫 • yongbox 」

「 𝐭𝐫𝐚𝐧𝐬𝐥𝐚𝐭𝐢𝐨𝐧 • 𝐦𝐢𝐧𝐦𝐢𝐧𝐬𝐜𝐞𝐧𝐭𝐭