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— Então vamos morrer. Juntos.

— Que porra é essa, Jisung?! — Minho deu um tapa na cara do garoto, não forte, mas apenas para colocar algum senso nele. — É retardado?! Não pense assim! Você quer começar uma família? Tudo bem, então, descobriremos um jeito. Você quer ter uma casa grande? Nós construiremos uma.

— Nós vamos viver uma vida juntos, não importa o que aconteça. Eu não me importo se estivermos fugindo para o resto de nossas vidas. Jisung, você é tudo que eu tenho, você é a única pessoa que me sinto fiel por perto. Eu não quero morrer e desperdiçar uma vida inteira de memórias, sejam boas ou ruins, com você. Está me ouvindo? — Minho repreendeu. 

— Nunca vamos poder ser vistos em público...

— E? Eu tenho tudo o que preciso bem na minha frente agora. Não há necessidade de um show público quando eu já sei que você é meu.

— Não oficialmente. — Jisung murmurou. 

Minho nem havia percebido que esse tempo todo eles estavam apenas... Juntos, mas não juntos juntos

— Bem, Han Jisung, então eu não tornarei isso oficial até que você prometa não matar nós dois. Aí, se você seguir essa promessa, serei seu namorado oficial, entendeu?

— Entendi, entendo, concordo... Eu tenho um namorado! Eu tenho um... Um namorado! Oh meu deus, eu tenho um namorado! — Jisung exclamou repetidamente, já que era a primeira vez que ele foi capaz de usar esse termo para si mesmo. E ele amou. 

— Você é fofo pra caralho, vem aqui. — Minho disse enquanto pegava o menino e o colocava em seu colo, onde Jisung estava montado em sua cintura enquanto Minho se sentava contra a árvore. — Agora, quando eu beijar você de novo, você vai me beijar de volta e não vai se afastar dizendo que quer morrer. Entendeu?

— Entendi. — Jisung jogou os braços em volta dos ombros de Minho e apertou seus lábios, animado para compartilhar um beijo com seu, agora, namorado.

As línguas estavam profundas nas gargantas e as mãos de Minho estavam dentro da camiseta do menino, esfregando os polegares em movimentos circulares na cintura de Jisung, e de vez em quando, o mais novo rolava os quadris para baixo, apenas para obter alguma fricção. 

Estava ficando muito quente, e todos sabem que esses dois não têm medo de transar ali mesmo, bem naquele momento. Mas...

— Ahem. — Uma voz velha de cascalho pigarreou, assustando os dois. Tanto assim, que Minho empurrou Jisung de seu colo para no caso dele precisar se defender. 

— Desculpe, eu não tive a intenção de assustar ou incomodar vocês, mas vocês estão sentados perto do meu canteiro de cogumelos e eu estava planejando fazer ensopado hoje á noite. Vocês dois sejam anjos e me deixem pegar alguns. Eu não vou demorar, vou deixar vocês voltar para o que estavam fazendo. — O velho piscou. E quando digo que ele era um homem velho, quero dizer que ele era velho. Provavelmente no final dos setenta, início dos oitenta. 

— O-Oh claro, desculpe por estar no seu caminho... Espere, isso significa que você mora perto? — Jisung perguntou quando uma ideia surgiu em sua cabeça. 

— Sim, não tenho vizinhos em quilômetros e também nunca preciso ir ao supermercado, a natureza me dá tudo que preciso. Além disso, tenho algumas vacas e galinhas em minha casa. Estou apenas vivendo a vida dos meus sonhos sozinho, desde que minha esposa faleceu.

Perfeito.

— O que vocês dois estão fazendo aqui? Estão muito longe de qualquer lugar, vocês estão perdidos?

— Tecnicamente estamos perdidos, mas estamos tentando não ser encontrados, se isso faz sentido. Veja, a gente fugiu por motivos pessoais, mas nunca planejamos voltar. — Jisung fez sua voz soar tão inacreditavelmente crível, revestida de uma tristeza que era inexistente. 

— Sinto muito, as coisas estão ruins em casa? ...Você não precisa responder se não se sentir confortável.

— Bem, você vê, Senhor.. — Minho começou enquanto lambia os lábios para marinar as mentiras que estava prestes a derramar. Mas foi então que Jisung bateu no ombro dele com o seu próprio, sinalizando que ele queria falar.

— Bem, meu namorado aqui estava prestes a mentir para você, mas tenho uma ideia melhor. Vou contar a verdade sobre o que aconteceu e você não vai ficar com medo ou chamar a polícia, entendeu?

Você podia ver o medo nos olhos do velho homem, apavorado com o quão intimidante aquele garoto de aparência doce parecia. 

— Tudo bem.

Os dois meninos perceberam que o homem estava literalmente tremendo. 

— Olhe, Senhor, se vou ser honesto, não tenho intenção de machucá-lo, então pare de se preocupar... A menos que você tente chamar a polícia. Mas sim, somos prisioneiros em fuga. Se algum dia formos pegos, meu namorado vai para a prisão e eu estou recebendo sentença de morte... O que estou tentando dizer é que somos jovens apaixonados e não podemos nos dar ao luxo de nos separar quando acabamos de nos conhecer.

— O Senhor mora em um lugar bem isolado, certo? Bem, então você vai nos deixar ficar com você. E antes que você diga não - vamos até cozinhar e limpar para você, já que você não tem uma esposa por perto. Só precisamos de um sítio para ficar. — Jisung não disse nada além da verdade.

Na verdade, ele começou a ficar emocionado ao contar a história deles, pensando no fato de que se esse homem não tivesse literalmente aparecido do nada, eles seriam pegos em um piscar de olhos ou pior.

Minho puxou o menor para um abraço depois de ver que ele estava perto de lágrimas.

O homem ficou lá sem palavras. Havia dois fugitivos na frente dele, estranhamente emocionados e sensíveis. Eles basicamente disseram que ele tem que permitir que eles vivam com ele ou então eles vão matá-lo? Quer dizer, se eles iam cozinhar e limpar, então, honestamente, ele não se importava. Contanto que eles não o machuquem, ele não se importa. 

Quer dizer, é ilegal fazê-lo, mas quem saberia? Ele mora no meio da porra do Egito.

(trαdυtσrα: como alguns leitores não pegaram a referência, isso daqui não significa que eles estão literalmente no Egito, mas sim em um ambiente bem quieto e sem ninguém por volta.)

Com um longo suspiro hesitante, o homem finalmente falou. 

— Olhem, crianças, não estou dizendo que concordo com o que vocês estão fazendo. Eu digo que a coisa certa a fazer é se entregar... Mas, suponho que se vocês cozinharem, limparem para mim e prometerem não me machucar de jeito algum... Vocês podem ficar.

A esperança apareceu nos olhos de Jisung enquanto o homem falava.

— Sério?! Ai meu Deus, Minho! Vamos ter uma casa e-e não precisamos correr, ai meu Deus! — Ele se jogou em Minho, o envolvendo em um abraço. Minho balbuciou para a ação do garoto, sua coisa absolutamente favorita é ver Jisung feliz assim. 

— Obrigado, Senhor. Por nos salvar.

Jisung e Minho realmente não tinham intenção de prejudicar o homem. Ele literalmente apenas os salvou de uma possível morte, o mínimo que podiam fazer era poupar sua vida em troca.

Depois que o velho colheu cogumelos, eles começaram a se dirigir de volta à pequena cabana. Era uma casinha adorável, e como o homem havia dito, bem no meio do nada. Simplesmente perfeita.

Tão perfeita que parecia um sonho...

Antes de entrar em casa, o homem explicou mais algumas coisas, como regras e...

— Vocês não são alérgicos a gatos, são? — Ele perguntou. 

Os dois balançaram a cabeça negativamente. 

— Bom, porque eu tenho três.

trαdυtσrα

Palavras: 1245.

「 𝐚𝐮𝐭𝐡𝐨𝐫 • yongbox

「 𝐭𝐫𝐚𝐧𝐬𝐥𝐚𝐭𝐢𝐨𝐧 • 𝐦𝐢𝐧𝐦𝐢𝐧𝐬𝐜𝐞𝐧𝐭𝐭 」

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