𝓽𝘳𝓲ꪀ𝓽ꪖ ꫀ ᥴ𝓲ꪀᥴꪮ
Na manhã seguinte às 6h30, Minho acordou com mais uma chamada. Ele rolou de novo na cama, irritado porque alguém estava ligando para ele.
Quando ele olhou para a tela e viu que era o mesmo número da noite anterior, ele não perdeu um segundo antes de responder.
Do outro lado da linha, o policial estava angustiado e havia choro no fundo.
— Sr. Lee, nós tentamos de tudo, mas seu namorado filho da puta, ou o que quer que ele seja para você, não para de chorar e ter um ataque. Ele está agindo como uma criança e não para de gritar seu nome. É esse o pequeno plano que vocês inventaram pelo celular ontem à noite? Esse é o jeito dele de tentar escapar? Vocês são doentes, já está acontecendo há uma hora e não podemos fazê-lo parar de chorar e gritar. — No fundo da ligação, Jisung estava chorando, assim como policiais gritando 'cale a boca', 'pare de agir como um bebê' ou 'fique quieto, psicopata'.
Minho sentiu seu sangue começar a ferver. Como alguém poderia ser tão idiota, tão ignorante e tão rude.
— Escute aqui, seu filho da puta, juro por Deus, se vocês colocarem uma única mão nele, eu estrangulo vocês com minhas próprias mãos. Ele precisa ser cuidado, não gritem para calar a boca ou algo como eu estou ouvindo claramente no fundo. — Novamente, ele deveria ter previsto isso. Jisung sempre teve a tendência de acordar no vazio.
— Me desculpe? Não pense que você deva falar com um oficial assim.
— Eu claramente não dou a mínima. E se vocês estão se perguntando, não, esse não é um plano estúpido, é algo que ele ainda não pode controlar. Então, se vocês parassem de gritar com ele e tentassem acalmá-lo de um jeito legal- Você sabe o quê. Esqueça, estou indo para a estação. — Ele rapidamente desligou o celular, vestiu uma calça moletom e saiu correndo com as chaves do carro na mão.
Em uma questão de 10 minutos, ele estava na delegacia. Ao passar pelas portas, ele ouviu uma agitação perto dos fundos. Ele começou a fazer seu caminho em direção aos sons de choro vindo de seu bebê, ele estava em modo pai completo... Sério.
— Senhor? Você não pode- EI! SENH- — A senhora que ficava na recepção gritou para chamar sua atenção, mas Minho só estava interessado em uma coisa - ajudar Jisung.
Assim que chegou na parte de trás, um oficial, que ele presumiu ser o Sr. Kang com quem ele falou, se aproximou dele.
— Sr. Lee, não podemos permitir que você entre aqui.
— Você quer que ele cale a boca ou não? Vocês estão assustando ele, agora me deixem entrar na maldita cela! — Ele demandou.
Sr. Kang finalmente obedeceu, ele disse aos outros oficiais para se afastarem e deixarem Minho se aproximar do garoto.
Finalmente, quando Minho foi admitido na cela, ele se aproximou de Jisung lentamente, tentando não assustá-lo. Jisung estava enrolado na cama de merda, joelhos puxados até o peito e cabeça enfiada entre eles, chorando e tremendo. Minho lentamente colocou uma mão no topo da cabeça de Jisung, tentando acariciá-la lentamente, mas quando o fez, Jisung deu um tapa em sua mão e gritou.
— NÃO NÃO, NÃO ME TOQUE, NÃO ME MACHUQUE, POR FAVOR! EU QUERO O MINMIN, P-PARE.
Minho imediatamente puxou o menino para seu peito.
— Bebê, shhhh, estou bem aqui. O Minmin está aqui. Você está bem, tudo vai ficar bem. Shhhh. Eu não vou deixar ninguém te machucar, você está seguro. Você está seguro comigo.
Depois de ouvir essas palavras, Jisung começou a relaxar nos braços do mais velho. Minho o balançava para frente e para trás, passando os dedos pelas mechas descoloridas do garoto enquanto sussurrava coisas doces.
Depois que Jisung pôde finalmente respirar corretamente, ele olhou para cima para Minho, finalmente fazendo contato visual. Lágrimas escorreram de seus olhos, feliz por finalmente ver o mais velho. Ele se jogou em Minho, envolvendo os braços em volta dele e enterrando o rosto no pescoço do mais velho.
— E-Eu senti sua falta.
— Awe bebê, eu sei. Eu também senti sua falta. Quer me dizer o que eles disseram ou fizeram com você enquanto eu estava fora para que eu possa chutar suas bundas? — Uma pequena risada é deixada no meio dos soluços leves.
— E-Eles me seguraram e me xingaram. E- — Jisung engasgou com um choro, incapaz de terminar a frase.
— Vou garantir que eles tenham problemas por isso. Eu prometo.
Minho então se deitou na cama, permitindo que o menino mais novo se deitasse em cima dele, peito contra peito.
— Você precisa de mais alguma coisa?
— Mm, apenas me segure. — E Minho fez exatamente isso. Ele segurou o menino perto na pequena cela, o confortando depois do que ele havia passado.
Enquanto isso, todos os policiais apenas ficaram lá, confusos pra caralho enquanto assistiam.
— É melhor vocês dois não fazerem nada na cela. Roupas. Ficam. — Sr. Kang rosnou.
Minho respondeu com o dedo do meio sem dizer uma palavra em troca.
O tempo havia passado e Jisung estava profundamente adormecido. Todos os oficiais deixaram de supervisionar a cela, exceto Sr. Kang.
Ele ainda estava confuso sobre por que Jisung estava agindo como uma criança e por que Minho estava agindo como se aquilo fosse normal.
Talvez sejam os dois loucos... Ele pensou.
Quer dizer, ele não estava errado... Mas não foi isso que os fez parecer loucos. Jisung era pequeno e Minho era seu cuidador. Se todos pudessem entender a realidade disso. Quão pequenas as pessoas que passaram por traumas se sentem e o quão importante a presença de um cuidador em suas vidas é.
Se as pessoas não fossem tão rudes em ver que isso era algo que não deveria ser considerado uma doença sexual ou mental.
Era real. E é um obstáculo tão difícil em suas vidas que eles são desafiados todos os dias. Se apenas.
Eram quase 8h30 e Jisung teve que começar a se levantar e se preparar para o julgamento.
— Sr. Lee, acorde o garoto. Ele precisa se preparar para o julgamento. — Sr. Kang anunciou.
Minho acenou com a cabeça e começou a sacudir o menor para o acordar.
— Amor, é hora de levantar.
Embora... Jisung já estava acordado e bem ciente de que precisava se preparar para o julgamento. Alguns minutos antes, ele havia acordado do nada, e foi aí que seu plano começou. Ele sussurrou para Minho algo que só ele seria capaz de ouvir.
"Eu estou grande agora, mas continue agindo como se eu estivesse pequeno, ok? Eu acho que isso pode funcionar."
"Eu esperava que isso acontecesse." Minho sussurrou de volta.
— Bebeeeee, vamos lá. Temos que ir. — Ele atuou.
Jisung choramingou antes de se sentar e esfregar os olhos. Eventualmente, Minho o pegou e o colocou na cama.
— Minmin, tenho que fazer xixi. De verdade. — Jisung reclamou em um sussurro, pressionando as pernas firmemente juntas.
— Tá bom, Jiji, estamos indo. — Minho não tinha certeza de onde Jisung estava indo com isso, mas ele jogou junto, de qualquer maneira.
Minho pegou o menino e começou a carregá-lo até o banheiro do outro lado da cela, mas no caminho, começou a sentir um líquido quente e úmido escorrer por suas pernas.
Jisung ficou enjoado com sua própria ação. Ele nunca imaginou mijar em si próprio, ou em Minho. Quer dizer, algumas pessoas gostam dessas coisas em um contexto sexual, mas ele não. Ele não conseguia acreditar que era nisso que seu plano havia se resumido.
Minho congelou. Era desagradável, sim. Mas como era Jisung e eles estavam em tempos de desespero, ele simplesmente ignorou o fato de que estava puto.
Jisung continuou seu ato e começou a chorar. Ele colocou a cabeça no peito de Minho, repetindo "me desculpe".
— Awe, bebê. Está tudo bem, acalme-se. Acidentes acontecem. — Minho o colocou de volta na cama e começou a se virar para Sr. Kang, que tinha a expressão mais enjoada em seu rosto.
— Podemos, por favor, ir ao banheiro para limpá-lo? Ele meio que teve um acidente. — Minho perguntou o mais educadamente que pôde.
— Que inferno, não! Ele que decidiu se mijar para que pudesse ficar com suas roupas molhadas. — Ele zombou.
— Decidiu?? Você acha que ele decidiu fazer isso?! Que idiota! Deixe-me mudá-lo, pelo amor de Deus! — Minho praticamente gritou.
— Tudo bem, mas vocês precisam de um supervisor para ir junto.
— Tá. — Minho pegou o menino mais uma vez, Jisung instintivamente envolvendo seus braços e pernas com segurança ao redor dele.
Em seguida, Sr. Kang os acompanhou para fora da cela até o banheiro. No caminho, ele pegou as roupas sobressalentes dos perdidos e achados.
Assim que os três conseguiram entrar no banheiro, Jisung e Minho entraram na cabine para deficientes. A razão é que era grande o suficiente para que ambos tivessem espaço para se trocar. E por mais que quisessem se beijar e se tocar ali mesmo, não podiam. Em vez disso, começaram a tirar as roupas molhadas e vestiram as novas.
Antes de saírem da cabine, depois de trocar suas roupas por outras limpas, Jisung se inclinou para sussurrar baixinho no ouvido do outro.
— Me desculpe, mas essa é a única saída.
Minho tinha medo do que Jisung estava falando sobre, mas mesmo assim confiou nele.
Os dois saíram da cabine e foram até as pias vazias para lavar as mãos. No momento em que os dois foram pegar um papel para secar as mãos do lado em que Sr. Kang estava, Jisung, em vez de pegar um papel, agarrou cada lado da cabeça do policial, o pegando desprevenido. Antes que Kang pudesse gritar, Jisung rapidamente quebrou seu pescoço e observou o corpo cair no chão.
Foi um ato descuidado.
— Puta merda, Jisung! Por que você fez isso?! — Minho sussurro-gritou.
— Olhe, eu não tenho tempo para explicar agora e eu sei o que você está pensando. Nós não seremos capazes de escapar com esse assassinato porque há muitas pessoas nesse lugar e nenhum sítio para esconder o corpo. E sim, você está certo, mas o único plano que eu consegui pensar foi correr. Então pegue o taser e arma dele, passe a arma pra mim.
Minho, claro, obedeceu. Porque francamente, ele não tinha um plano melhor. Essa era sua única opção no momento.
— Como vamos correr pelo edifício sem ser pegos? — Minho perguntou enquanto entregava a Jisung a arma carregada.
— Não vamos. Estamos saindo pela janela, idiota. — Jisung então agarrou a mão de Minho e o arrastou em direção ao grande vidro perto da última cabine.
Ele desfez a trava e a partir daí, eles desceram. Jisung sendo o psicopata fofo que é, acenou um tchau para o cadáver do oficial antes que eles partissem disparados.
Eles correram e correram, tanto que estavam sem fôlego. Nesse ponto, eles não tinham ideia de onde estavam. Mas era parte da cidade, onde muitos cidadãos olhavam para eles enquanto os dois corriam para salvar suas vidas.
Eles correram por velhos becos, prédios antigos, e por qualquer coisa que estivesse em seu caminho, até que eles finalmente passaram pela cidade e agora estavam correndo pela floresta para o que eles acham que os levava para perto de um rio.
Eles não tinham um plano, então tudo o que podiam fazer era fugir.
— Ah não. — Disse Jisung, mal conseguindo respirar por causa da corrida. — Passos! Minho, alguém está nos seguindo!
— Droga! — Minho olhou para trás para ver dois oficiais. Eles devem tê-los seguido o tempo todo e eles nem sabiam, desde que não olharam para trás nem mesmo uma vez até agora. — JISUNG, ELES NOS SEGUIRAM!
— PUTA QUE PARIU, CORRA MAIS RÁPIDO!
Minho e Jisung aceleraram o máximo que suas pernas puderam...
1 tiro foi disparado. Mas errou, acertando uma árvore à distância.
— Jisung, não podemos morrer! Não posso te perder quando acabei de te pegar!
— Você não vai me perder, apenas continue correndo, não importa o que acontecer, ok? Eu prometo que farei o mesmo. — Era difícil para eles falarem, estavam correndo por tanto tempo. Honestamente, eles não sabiam como não haviam desabado ainda.
Outro tiro disparado. Mas, novamente, errou e atingiu uma árvore ao longe.
— Eu te amo, Minho.
— Não fale isso como se fôssemos morrer, Jisung! Apenas continue correndo!
Um terceiro e um quarto tiros foram disparados, e Jisung então caiu no chão.
trαdυtσrα
Palavras: 2062.
「 𝐚𝐮𝐭𝐡𝐨𝐫 • yongbox 」
「 𝐭𝐫𝐚𝐧𝐬𝐥𝐚𝐭𝐢𝐨𝐧 • 𝐦𝐢𝐧𝐦𝐢𝐧𝐬𝐜𝐞𝐧𝐭𝐭 」
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