5 capítulo
Lauren Jauregui point of views
Ao sair da pizzaria com Normani ao meu lado animada por Dinah — sua paixão platônica que ela não aceitava ou confessava — ter dado uma grande atenção a maior parte da noite, eu me encosto na parede do outro lado da rua enquanto minha amiga pedia um uber.
Normani começa a comentar como Dinah estava bonita ou reclamar que da próxima vez que o Tom aparecesse na sua frente ela iria arrancar todos os dentes dele no soco. Apenas fico rindo e concordando da sua forma de expressar.
Minha atenção sai da minha amiga e vai para Camila que saia da pizzaria andando até o seu carro. Esboço um mínimo sorriso e a acompanho com o olhar, fico a observando até que Zayn se aproxima e tenho o desprazer de presenciar uma cena desagradável; Zayn empurra Camila contra o carro e a beija, o pior de tudo era que ela retribuía.
Na verdade, o pior de tudo era que eu fiquei morrendo de ciúmes por conta disso sendo que não éramos nada uma da outra, nem ao menos amigas. Tudo culpa da fodida paixão platônica que tenho por essa garota a mais de quatro terríveis anos.
Sinto meus ombros murcharem e no instante seguinte vejo os dedos de Normani estalarem na frente do meu rosto fazendo com que eu a olhe.
- Ouviu o que eu disse?
- Não. - sou sincera e ela suspira olhando para o local que tinha toda a minha atenção e o motivo do meu ciúmes.
- Eu acho que você deveria falar que é apaixonada por ela. - Normani fala como quem não quer nada e eu torço o nariz em desaprovação.
- Até porque é super normal uma pessoa cujo você mal conversa chegar e falar que é apaixonada por você. - solto uma risada irônica colocando minhas mãos nos bolsos do meu moletom.
- Você não é próxima dela porque não toma uma atitude, você acha que eu não vi você olhando para ela a noite toda?
- E você acha que eu não vi a mão do Zayn na coxa dela? Provavelmente estão juntos. - falo de maneira desgostosa sentindo Normani socar o meu braço com força - Caralho, porque fez isso? - reclamo sentindo o local doer e coloco uma mão onde ela havia socado.
- Para ver se você para de ser idiota e toma uma atitude. - revira os olhos - Porra, esses dias eu te vi indo falar com ela e o que foi aquilo? Parecia que o seu cérebro tinha derretido!
- É por isso que eu não falo com ela. - falo gesticulando com as mãos - Meu cérebro derrete quando ela me olha.
- Tão bobinha a minha filha. - seu tom sai em desaprovação e ela estala a língua - Venha cá, a tia Mani vai te dar um conselho. - segura meus braços e tento segurar a risada - Chega nela e fala "oi, você gostaria de sentar na minha pica quilométrica de mel? Olhe lá, não vai se arrepender." - olha no fundo dos meus olhos e eu faço uma expressão de nojo.
- Ew, isso é desrespeitoso em tantos níveis. - Normani tomba a cabeça para trás rindo e só então percebo que ela estava um pouco alterada devido as diversas cervejas que tinha bebido.
- Agora é serio, Lauren. - volta a sua expressão neutra e eu cruzo os braços - Se você gosta da Camila, tenta ao menos fazer amizade com ela. Você não tinha me dito que no ensino médio você foi amiga dela por um tempo? - afirmo com a cabeça - Então, você deveria tentar por já saber que a Camila simpatiza com você. Sempre te vejo andando de cara amarrada por estar com ciúmes de algo que nem ao menos é seu... Minha filha? Toma uma atitude e vai atrás do coração da sua garota que ainda não é sua. - fala com determinação e eu rio a puxando para um abraço.
- Mas você sabe muito bem que o meu ciúmes não é do tipo "ela é minha e de mais ninguém" e sim um "poxa, queria que fosse eu". - faço aspas com a mão e Normani ri.
- Isso meu anjo, é inveja. - sussurra a palavra inveja como se fosse um segredo.
- Que seja. - dou de ombros e ela segura o meu rosto dando um beijo em minha bochecha.
- Segue os meus conselhos que é sucesso.
- Ai Mani, o que eu seria sem você, minha preta. - a envolvo em um abraço, afundo meu rosto na curva de seu pescoço e respiro fundo sentindo o cheiro do seu creme que usava para fazer a fitagem e ela ri enquanto passava os braços em volta do meu pescoço.
- Essa preta maravilhosa aqui é a voz da sabedoria e da razão na sua vida. - se afasta de mim passando a mão pelo próprio corpo de uma forma sedutora me fazendo rir.
- Agora temos que falar sobre a Dinah. - tento tocar no assunto mas ela solta um grito me cortando.
- Nosso uber chegou, vem branquela. - segura a minha mão e me puxa até um carro que parava perto do meio fio. Me deixo ser guiada por ela enquanto ria e ela checa a placa antes de entrar.
- Boa noite. - cumprimento a motorista e ela sorri me olhando.
- Boa noite! - Normani fala animada arrancando uma risada baixa da mesma.
- Boa noite garotas... Tem água na porta e balinhas aí atrás, fiquem à vontade. - oferece acelerando com o carro e vejo Normani pegando uma garrafa de água junto com algumas balinhas.
- Normani! - a repreendo e ela me olha abrindo a água.
- Que foi? Ela disse "fiquem à vontade". - aponta para a motorista antes de dar um longo gole na água. Reviro os olhos e pego uma bala de hortelã da mão dela - Olha só, você vai falar com a Camila amanhã.
- Você quer mesmo que eu faça isso? - questiono e ela afirma com a cabeça fechando a garrafa, a coloca entre suas pernas e coloca uma bala de hortelã na boca.
- Amiga, você é gostosa para caralho, fitness e ainda tem esse pau de mel, você acha mesmo que o maconheiro do Zayn tem chance? - coloca a mão na cintura e sinto meu rosto corar por ela ter dito aquilo em voz alta - Eu digo! Ele não tem nenhuma chance!
- Normani, fica quieta. - peço sabendo que a motorista estava ouvindo e percebo que ela me olhava pelo espelho retrovisor.
A motorista era uma mulher jovem, aparentava ser poucos anos mais velha que eu e tinha lindos olhos azuis.
- Que foi? Eu estou mentindo? Eu tenho moral para falar porque a gente já ficou então nem tente dizer que não é. - solto uma risada e abaixo minha cabeça.
- Você é terrível quando ingere álcool. - a olho e Normani dá de ombros como se não se importasse.
- Olha, eu vou escolher uma roupa que não esteja cheia de pêlos daquela maldita gata que você tem no nosso quarto... Contra as regras ainda! - faz careta ao se referir a minha gata - Você tem que dar um fim naquela gata, ela enche tudo de pêlos não é fácil não. - nega com a cabeça.
- Tudo bem, pode escolher a minha roupa mas não fala da Vi. - defendo a minha gata - Eu sinto que você está querendo que eu me aproxime da Camila só para você poder se aproximar da Dinah.
- Olha, o foco é a sua mulher que estava nos braços de outro a minutos atrás. Não coloca a Dinah no meio. - ergue seu dedo fazendo um sinal negativo.
Normani começa a me expôr ainda mais diante da motorista me arrancando algumas risadas até que o carro estaciona na frente do campus da faculdade. Normani é a primeira a sair, eu suspiro vendo ela tirar as sandálias e caminhar despreocupadamente pelo meio do gramado.
- Desculpe a minha amiga, ela é fraca com bebida. - me desculpo e a motorista ri.
- Traição? - questiona e eu nego com a cabeça.
- Terrível história de paixão platônica. - ela torce o nariz e eu me arrasto para fora do carro fechando a porta. Ela abaixa o vidro da frente e eu a olho.
- Eu acho que você deveria ouvir a sua amiga. - fala com um lindo sorriso antes de dar partida no carro e me desejar uma boa noite acelerando o carro em seguida.
Me viro para Normani e corro para a alcançar segurando a sua mão.
- Que abuso é esse, nem me pede em namoro e já acha que pode segurar a minha mão em público? - finge estar brava puxando sua mão e eu reviro os olhos. Ela ri e entrelaço os nossos dedos - Aposto que acham que a gente namora. - comenta balançando as mãos entrelaçadas.
- Acham nada, se fosse assim eu seria corna. - rebato.
- Oh meu Deus, você não leva o meu amor a sério. - faz drama soltando a minha mão e eu rio a seguindo.
Assim que paramos na frente do nosso quarto, eu abro a porta e Normani vai direto para o seu quarto completamente bagunçado; ela raramente arrumava, usando o argumento "se eu vou bagunçar no fim do dia, para que arrumar?" E acabava que muitas vezes eu arrumava as nossas camas enquanto ela preparava o nosso café da manhã.
Os alojamentos da universidade basicamente eram um pequeno apartamento. Tinha dois quartos, uma sala e uma cozinha. Eram tudo minúsculos mas perfeitos para duas pessoas viverem sem um conflito.
Um enorme sorriso cresce em meus lábios assim que vejo Vitória ou melhor, Vi, a minha gata sobre o sofá se espreguiçando.
- Oi Vi! Volte a dormir. - sussurro me aproximando da gata e acaricio seus pêlos alaranjados.
A gata começa a ronronar e sai dos meus toques, desce do sofá e vai até a sua vasilha de ração onde ainda tinha ração. Ela se senta na frente do mesmo, me olha e mia.
- Gata mimada. - brinco andando até seu saco de ração que ficava atrás da televisão e pego apenas uma mão, coloco na sua vasilha de alumínio e ela começa a comer.
Apago a luz da sala e vou para o meu quarto, tiro meus sapatos, coloco meu pijama e vou para o banheiro fazer minha higiene sagrada antes de dormir. Assim que volto para meu quarto, vejo Vi deitada sobre o meu travesseiro e sorrio me aproximando da cama de solteiro, me deito na beirada do travesseiro que ela permitia por estar esparramada sobre o mesmo e me cubro.
Coloco meu celular para carregar e pouso minha mão sobre a barriga de Vi sentindo ela ronronar, ela solta um miado baixo e sorrio ignorando o fato que no meio da noite amanheceria espirrando devido os seus pêlos no meu rosto.
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