Eai não revisei pq não quis, to com síndrome de preguicite aguda

E eu não sei quando eu volto porque ultimamente eu to escrevendo e já postando e to sem capítulo guardado.

Whatsapp, Dinah point of views

OK OS PRINTS JÁ FORAM, AGORA VAMOS PARA O QUE IMPORTA!!!!!

Camila resmunga baixinho batendo a mão pela cama atrás do corpo da namorada. Ao constar que ela não estava ali, ergue a cabeça do travesseiro e olha pelo quarto atrás da namorada mas não a encontra. Resolve se levantar para ir ver onde ela estava já que raramente acordava sozinha.

Olha no banheiro, na sacada do quarto e não a encontra em lugar algum, com isso ela aproveita para fazer a higiene matinal antes de continuar a busca pela namorada. Sai do quarto mexendo no cabelo, sem se importar de estar de pijama, afinal, estava em um ambiente familiar, não era como se nunca tivessem a visto se pijama, principalmente Lauren.

Quando se aproxima da cozinha, ela sorri ouvindo a risada gostosa de Lauren. Ela entra na cozinha vendo Lauren sentada a mesa com Sofia e Alejandro, eles conversavam com animação. O sorriso de Lauren vai diminuindo até que seus dentes somem, ela para os olhos sobre Camila e ele volta a crescer.

- Bom dia todo mundo. - da um aceno rápido e sonolento se aproximando da cadeira em que Lauren estava.

- Bom dia, amor. - pronúncia enquanto Camila segura o rosto dela e cola seus lábios.

- Não te encontrei e vim te caçar. - brinca puxando a cadeira ao lado de Lauren para se sentar.

- Desculpe, eu acordei com um pouco de azia e vim ver se seus pais tinham um antiácido. - explica de maneira atenciosa.

- Está melhor? - a olha preocupada.

- Sim. - afirma esboçando um sorriso.

- Vocês estavam rindo... Não estavam contando histórias constrangedoras da minha vida, né? - estreita os olhos para Alejandro e Sofia.

- Nunca. - Alejandro nega com a cabeça enquanto Sofia segurava a risada.

- Estávamos contando a Lauren aquela vez na sua formatura que você jogou o capelo para cima e foi na cara da diretora. - Sofia fala fazendo Lauren voltar a rir.

- Meu Deus. - murmura sentindo seu rosto esquentar.

- Se serve de consolo, aconteceu coisa parecida na minha formatura do ensino médio. - Lauren diz vendo que Camila havia corado - Eu joguei o capelo e foi parar na mesa de bebidas, bateu nas garrafas e algumas caíram. - segura a risada e Camila ri.

- Queria ter visto a sua cara. - murmura começando a se servir.

Segundos depois, ela franze o cenho e olha em volta.

- Onde está o Teddy, Lisa e a mãe? - pergunta vendo que estava tudo silencioso demais.

- Lisa finalmente descobriu o que queria de Natal... A Sinuhe e o Teddy foram atrás do presente. - Alejandro deu de ombros.

- E o que ela queria? - olha para sua irmã.

- Um helicóptero, aqueles de controle remoto.

- Ela não acredita no Noel? - Lauren questiona curiosa.

- Não, ela descobriu que a fada do dente não existia depois que escondeu um dente que caiu, e daí para frente foi só ladeira a baixo. - Sofia simula uma descida com a mão. Camila e Alejandro riem.

- Como ela fez isso?

- Ela não contou para ninguém que o dente caiu, dois dias depois ela contou e dois dólares apareceram de baixo do travesseiro dela... Eu consigo lembrar dela chegando na gente e falando "mamãe, vocês são a fada do dente, né?". - coloca a mão na cintura e a fina a voz.

- Eu estava presente! Foi a melhor coisa que eu já presenciei. - disse Camila entre risadas.

- Depois disso ela não acreditou mais no Papai Noel, nem no coelhinho da páscoa e tudo mais.

- Sua filha é um gênio. - Lauren da um gole no café cremoso - Eu me lembro de quando descobri que o Papai Noel não existia, chorei por cinco dias seguidos. - reprime uma risada.

- Tadinha da Lauren baby. - Camila zomba. Lauren se controla para não mandar língua para a mulher já que estava com seu sogro e sua cunhada presentes.

- O bolo está maravilhoso, Sr Cabello.

- Deixe isso de Sr Cabello para lá. Me chame apenas de Ale. - o homem sorri gentilmente fazendo Lauren soltar fogos internos por isso.

- Certo, Ale. - afirma com a cabeça.

- Estão ansiosas para abrirem os presentes amanhã? - Sofia muda de assunto.

- Claro, é a minha parte do Natal favorita. - Camila diz animada - Pena que eu já ganhei um presente antecipado e é um a menos. - completa em uma falsa tristeza erguendo sua mão com a aliança.

- Eu comprei um presente especial para você. - Sofia aponta para Camila.

- O q...

- MAMÃE, O PAPAI COMPROU! - Lisa entra gritando na casa dos avós correndo em direção a cozinha.

- Wow, bom dia. - Camila fala após tomar um susto com o grito repentino da menina.

- Encontraram? - Sofia pergunta colocando a menina sentada sobre duas pernas.

- Sim, ele é muito bonito. - bate palminhas animada.

Com isso, logo Teddy e Sinuhe se juntam a eles. Camila termina de tomar seu café da manhã e boceja, arrasta a cadeira para mais perto de Lauren e passa o braço pelo encosto da cadeira deixando sua namorada se aconchegar em seus braços.

E a véspera de Natal se passa até que o tão esperado dia 25 chega. Lisa, a pequena Cabello é a primeira que acorda e acaba por acordar todo o resto dos adultos para poderem abrir os presentes de Natal como de costume.

Os primeiros a se levantarem são Sofia e Teddy por estarem dormindo no mesmo quarto que a pequena. Em seguida, Alejandro e Sinuhe. Restando por último Lauren e Camila que se encontravam esparramadas na enorme cama com seus pijamas idênticos de Natal.

- Tia Mila, tia Lauren! Acordem, vamos abrir os presentes.- Lisa entra como um furacão no quarto das duas - Mamãe está esperando a gente, ela comprou um presente para você! - a menina para ao lado de Camila vendo seus olhos abrirem lentamente.

- Quem comprou mamão e quer me dar? - pergunta grogue ouvindo Lauren rir de maneira sonolenta do outro lado da cama.

- Bom dia, Lisa. - a outra murmura se espreguiçando fazendo os olhinhos castanhos da menina brilharem por Lauren ter a cumprimentado.

- Bom dia, tia Lauren! - da a volta na cama olhando para o rosto amassado da mulher - Vamos, a vovó comprou um presente para você também! - diz animada fazendo Camila resmungar.

Odiava acordar cedo e estava odiando a maneira que estava sendo acordava, mesmo que amasse profundamente a sua sobrinha. Diferente de Lauren que se divertia vendo a empolgação da menina para abrir os presentes.

- Só vamos nós trocar e já estamos descendo.

- Não, a gente tem que abrir de pijama. - Camila se pronúncia, vira em direção a namorada e boceja - Só vamos escovar os dentes e já descemos. Você pode ir guardando biscoitos e leite para a gente, ursinha?

- Sim, capitã. - afirma com a cabeça.

- Corre lá antes que nós deixem sem! - Lauren pede e a menina sai em disparada para fora, fechando a porta com cuidado - Amo sua sobrinha, espirituosa igual você. - fala entre um bocejo virando o rosto para a olhar.

- Aquela pestinha é igual o Teddy, não me coloca no meio não. - protesta. Lauren ri, beija sua testa e se levanta da cama sem nenhum dificuldade.

- Vem, quero ver o que a sogrinha comprou para mim. - fala com uma animação parecida com de Lisa, indo para o banheiro escovar os dentes.

Camila levanta da cama depois de gemidos frustrados, resmungos e vários segundos choramingando. Ela faz o mesmo caminho de Lauren até o banheiro e encontra a mulher sentada no vazo.

- O que você está fazendo? - questiona.

- Xixi, oras. - fala como se fosse óbvio.

- Você não faz em pé?

- Acho mais higiênico fazer sentada, evita respingar. - deu de ombros. Camila afirma com a cabeça de maneira sonolenta, se aproxima da pia, se curva e lava o rosto antes de começar a escovar os dentes - Você não gosta de abrir os presentes? - Lauren pergunta após dar descarga e passa um pouco de papel higiênico para se enxugar.

Camila levanta a mão para que ela espere já que tinha espuma da pasta na boca. Assim que Lauren para ao seu lado, ela se afasta da pia deixando a mulher chegar até ela.

Ela para de fazer os movimentos com a escova assim que vê Lauren ficando na ponta dos pés, passando um pouco de sabão na mão e em seguida no seu membro que ainda estava de fora.

- Que foi? Eu sou limpinha. - se defende vendo Camila a encarando com as sobrancelhas franzidas.

- Você sempre faz isso? - fala tentando não babar.

- Sim, nunca sei quando você vai querer me chupar. - fala enxaguando seu membro, volta para perto dos papel higiênico e o enxuga novamente.

- Lauren... - a chama voltando para perto da pia e volta a escovar os dentes.

Lauren a olha pelo espelho, ajeitando seu membro dentro da calça esperando que ela fale.

- Eu realmente... - enxagua a boca - Te amo. - fala vendo um sorriso fofo aparecer nos lábios da namorada - Mas voltando, sim eu amo abrir presentes. Eu só odeio abrir o da minha irmã.

- Por que? - as sobrancelhas que deixavam Camila extremamente fraca se contraem e tomba a cabeça para o lado como um cachorrinho fofo.

- No último Natal, ela me deu um vibrador clitoriano. - cruza os braços. Os lábios de Lauren se apertam para segurar uma risada vendo a expressão indignada no rosto da latina - Eu abri aquela merda na frente dos meus pais... Em todos os Natais ela me dá algo que contenha pouco ou muito teor sexual.

- Ok, estou levemente apreensiva sobre os presentes. - Lauren gesticula com as mãos.

Não muito tempo depois, elas estavam descendo as escadas vendo toda a família reunida na sala. A maioria sentadas no chão, em volta da árvore de natal com vários presentes. Até mesmo os que Lauren havia comprado para seus sogros, sua nova sobrinha e Sofia com a ajuda de Camila a um tempo atrás.

- Finalmente, pensei que tinham morrido. - Teddy fala aliviado.

Camila apenas manda o dedo do meio em direção ao homem sendo repreendida por Alejandro falando que hoje era Natal e não era apropriado fazer isso.

- Ok, ok. - Camila se joga no chão e Lauren faz o mesmo, cruzando as pernas - Quem vai primeiro?

- Eu! Eu! - Lisa ergue o braço arrancando uma risada de todos.

- Certo, esse é seu. - Sofia puxa o embrulho roxo debaixo da árvore e estende para sua filha.

A menina começa a abrir os quatro presentes de Natal que havia ganhado; o helicóptero, uma boneca que lauren havia escolhido, uma lousa dos avós e por fim uma blusa rosa de Camila.

Ao ver a blusa, Lisa apenas riu sabendo que Camila sempre iria lhe dar roupas. Ela havia desistido de ficar triste e agora se divertia já que isso tinha se tornado um costume.

A segunda pessoa a abrir é Alejandro; o homem ganhou um vinho importado da Itália da esposa, uma máquina de barbear de Sofia e Teddy, um cartãozinho desenhado de Lisa e por fim um livro dado por Lauren e Camila.

- Eu adorei! - o homem diz feliz com o livro em mãos.

- Ainda bem! - Camila exclama com a mão sobre a coxa de Lauren fazendo algumas das pessoas presentes rirem. - Minha vez!

- O meu primeiro! - Sofia quase grita pegando uma caixa quadrada, não tão grossa e da cor vermelha. Estende para a irmã e tenta segurar o sorriso travesso.

- Ah meu Deus... - murmura pegando a caixa com duas mãos.

- Espero que goste. Já está lavado e pronto para usar.

- Nem pensar, não vou abrir isso aqui não. - Camila nega com a cabeça fazendo Teddy e Sinuhe rirem.

- Abre logo, tia! - Lisa pede curiosa.

- Certo. - murmura.

Lauren fica com os olhos vidrados em sua namorada que tira de maneira hesitante a tampa da caixa, entrega para a namorada que deixa a mesma de lado. A primeira coisa que ela vê é uns papéis brancos.

- Sofia, Sofia. - lança um olhar severo para a irmã que solta uma risadinha maliciosa.

Sem pensar duas vezes, Camila tira os papéis que cobriam o presente e releva um conjunto de lingerie em renda arrastão da cor preta, uma meia 7/8 junto com uma cinta liga.

Camila não diz anda, apenas arregala os olhos e esconde aqueles pequenos pedaços de pano debaixo dos papéis brancos.

- Camila, não vai mostrar o que você ganhou? Creio que a Lauren vai amar. - sua irmã diz de maneira sugestiva.

A mulher aperta os olhos. Nada poderia ser pior do que o vibrador. Antes de erguer as peças, Sofia tampa os olhos de Lisa e Camila lança um olhar piedoso para seu pai que tinha uma expressão séria sentado na poltrona atrás de si.

Camila segura as lingerie e a ergue vendo que a calcinha era minúscula. Sem conseguir se conter, ela olha para Lauren vendo a mulher engolir seco, provavelmente imaginando ela usando aquilo.

- A meia 7/8 é maravilhosa.

Alejandro nada diz, apenas vira o copo de leite que tinha em mãos se recusando a acreditar que Camila, a sua menininha que criou com tanto amor, já estava usando aquele tipo se coisa.

- Eu adorei. - Camila diz não tão envergonhada e coloca as peças dentro da caixa. Lauren lhe entrega a tampa e a fecha.

- E ai, gostou Lauren? - Sofia questiona segurando a risada.

- E-eu? - gagueja vendo o olhar fulminante de seu sogro sobre seu rosto - E-eu... É... C-Camila...

Do outro lado da sala, não muito longe dali, Teddy segurava a risada se divertindo com o que presenciava se lembrando que passou por aquilo a seis anos atrás. Ele não podia evitar de ficar com dó da mulher mas não era idiota, óbvio que iria rir.

- Lauren parece ter amado. - Sinuhe por fim fala, vendo o rosto vermelho da sua nora.

- Vamos para o próximo? - Camila muda de assunto, ouvindo Alejandro grunhir.

Após o ocorrido, Camila abre os outros três presentes; um notebook mais potente de seus pais, um fone lançado a pouco tempo de Teddy e um cartão de Lisa, a menina havia feito um para cada pessoa. Junto com todos os presentes, Camila ganhou um beijo na têmpora e um "Feliz Natal, amor" vindo de Lauren que a deixou com o coração quentinho.

Logo depois, Lauren abre os poucos presentes que tinha ganhado já que eles ainda não a conheciam e não sabiam o que dar. Ela ganhou um fone, uma caneca e o presente de Lisa, além do papelzinho onde mostrava duas tatuagens para a mulher com tudo pago que Camila havia planejando no melhor tatuador da cidade.

Momentos mais tarde, Lauren começou a se queixar de dores na lombar e Camila se ofereceu para fazer massagem. Com isso, a morena dormiu em instantes ao se deitar na cama e começar a sentir os toques delicados de Camila sob a sua pele.

- Dorme bem, nenê. - Camila sussurra com a boca perto da sua orelha e beija seus cabelos.

Seu corpo estremece assim que abre a porta e da de cara com seu pai, encostado na parede localizada na frente do seu quarto. O homem tinha uma expressão seria e olhava para as unhas parecendo despreocupado.

- Pai? O que foi? - indaga hesitante, fechando a porta atrás de si. Em sua adolescência, sempre que saia do quarto e via essa mesmo cena era sinônimo de broncas ou conversas sérias.

- Podemos conversar, Camila? - pergunta. Camila o olha por alguns segundos tentando decifrar sua expressão mas acaba falhando miseravelmente.

- Podemos. - assenti.

Alejandro se põe a andar até a escada para poder chegar até o escritório que ficava localizado no primeiro andar. Como uma boa garota, Camila o segue se sentindo novamente uma adolescente que havia aprontado algo. Ao entrar no escritório, logo atrás do Cabello mais velho, ela encontra sua mãe sentada em uma das cadeiras do escritório, entre outras 2.

Seu corpo gela por alguns segundos com as memórias de sua adolescência. Os dois no escritório, a chamando para conversar e as cadeiras postas dessa maneira significava broncas. Mesmo já tendo vinte e quatro anos, Camila tremia da cabeça aos pés apenas por se imaginar levando uma bronca dos pais como se ainda tivesse quinze anos; não que eles fossem agressivos ou rudes nas conversas, ou acabassem gritando. Longe disso, sempre eram muito atenciosos e delicados mas mesmo assim, Camila odiava a sensação de achar que eles haviam descoberto todos os seus podres.

- Eu fiz alguma coisa? - murmura a indagação fechando a porta atrás de si para poder se aproximar do pai que já se acomodava em uma cadeira.

- Queríamos conversar com você sobre algo muito importante que anda nos incomodando. - Sinuhe fala de maneira branda, não querendo que sua filha fique alarmada mas é exatamente o que aconteceu - Sente-se aqui, Kaki. - pede apontando para a cadeira a sua frente.

Camila se aproxima sentindo a tensão se instalar nos músculos da nuca. Ao se sentar na cadeira que ficava de frente para os seus pais, ela pousa as mãos sobre o colo e engole seco sob os dois pares de olhos castanhos sobre si.

- Querida, quando você se assumiu bissexual... Pensamos que tínhamos nos livrado dessa conversa porque você sempre se interessava por mulheres mas após descobrir a condição de Lauren, nós... - Alejandro começa.

Camila estreita os olhos tentando raciocinar o que estava acontecendo. Ao se dar conta, ela aperta os olhos e seu rosto cora. Por um momento, ela queria agir da maneira mais infantil possível que seria colocar as mãos no ouvido e começar a cantar qualquer qualquer música aleatória para não ouvir aquilo.

- Papa... - volta a abrir os olhos encarando seu pai - Não faz isso, por favor. - suplica.

- Camila, não precisa ter vergonha. Sexo é normal, sua irmã faz sexo, nós, a la.... - Sinuhe diz com seu jeito calmo encantador.

- Não, não, não! - Camila grita interrompendo sua mãe que segura a risada se divertindo com a vergonha da filha - Não me dá essas informações, eu não preciso saber. - aperta os olhos negando com a cabeça.

- Mas é algo extremamente normal.

- E-eu... E-eu... - gagueja nervosa - Nós não precisamos ter essa conversa, eu sei me proteger eu... A Sofia me ensinou. - desvia o olhar para suas mãos.

- Nós sabemos mas ficamos mais tranquilos se nós explicarmos que uma gravidez nessa etapa da vida de vocês duas. - Alejandro afirma com a cabeça, enquanto Camila sentia vontade de se enfiar em um buraco.

Falar sobre sexo com sua namorada? Maravilhoso. Falar com seus amigos? Legal. Falar com sua irmã? Normal! Falar com seus pais? Péssimo e vergonhoso, morte, caos.

- Vocês não precisam fazer isso. - nega com a cabeça - Lauren e eu sempre nos protegemos, eu até mesmo vou começar
a tomar anticoncepcionais no começo do mês que vem. - dispara tentando acabar com aquela conversa o mais rápido possível - Acreditem, a última coisa que queremos é uma gravidez indesejada.

- Ficamos felizes em saber que vocês são responsáveis e... - Sinuhe pega dois pacotes de camisinha fazendo Camila querer se jogar de uma ponte naquele instante - Queríamos entregar isso, caso forem fazer algo, não façam muito barulho porque...

- Ah meu Deus. - murmura se encolhendo na cadeira.

- A Sofia ou o Teddy podem acabar ouvindo e você sabe como eles são... Vão fazer várias piadinhas. - Alejandro completa.

Camila afunda o rosto nas mãos percebendo o quanto sua face estava quente. Mais um pouco poderia ser comparando com o Sol de Miami no verão.

- Só... Só prometam que nunca mais vamos tocar nesse assunto. - Camila implora pegando as duas camisinhas estendidas em sua direção.

- Prometemos. - Alejandro é o primeiro a falar.

- Certo, agora eu vou me enfiar no meu quarto e só sair no Natal seguinte. Com licença. - se levanta em um solavanco, anda apressadamente até a porta e a abre ouvindo a risadinha de sua mãe.

- Opa, o que aconteceu? - Sofia pergunta ao esbarrar com Camila na escada vendo sua irmã com o rosto roxo de vergonha.

- Isso aconteceu. - ergue suas camisinhas.

- É tão gratificante saber que você está passando pelas mesmas coisas que eu passei. - Camila revira os olhos ouvindo a risada da irmã.

- O Teddy e você me odeiam, não possível. - resmunga subindo a escada pulando alguns degraus deixando sua irmã para trás rindo.

Ela entra no quarto com cuidado para não acordar Lauren que havia tido uma noite ruim devido a azia que sentiu durante a madrugada.

- Mais uma para a lista. - murmura colocando as camisinhas sobre a mesa da cabeceira - Por que todo mundo se dá ao trabalho que nós dar camisinha? É a Sandra, é meus pais... - nega com a cabeça tirando seu sapato para poder se deitar na cama.

Com cuidado, ela arrasta seu corpo até Lauren que adormecia com calmaria. Um sorriso abobado nasce em seus lábios e a abraça por trás admirando o encaixe perfeito que seus corpos tinham.

- O que aconteceu? - Lauren murmura sonolenta.

- Não queria te acordar, desculpa. - beija o ombro desnudo da mulher sabendo que ela tinha sono leve - Meus pais...

- O que? - leva uma mão para perto do seu rosto na tentativa de se aconchegar para voltar a dormir.

- Vieram me dar camisinhas. - sussurra - E falar que se a gente for fazer algo, é para não fazer barulho. - Lauren arregala os olhos e encara sua namorada.

- Ala, riu de mim e passou por coisa parecida! - seu tom brincalhão faz com que Camila revire os olhos.

- Pelo menos podemos transar... Amanhã porque hoje é aniversário de Jesus e não faço essas coisas hoje. - responde no mesmo tom.

- Misericórdia. - murmura voltando a fechar os olhos.

- Isso tudo foi culpa sua e do nosso pau. - belisca a barriga da outra.

- Nosso?

- Seu pau é meu pau assim como minha buceta é sua buceta. - explica fazendo uma risada rouca e sonolenta ecoar pelo quarto.

- A música comunista tocando lá no fundo. - Lauren ergue seu dedo indicador fazendo Camila rir.

- Dorme, amor. Desculpa te acordar. - beija a bochecha da mulher fazendo um estalo ecoar pelo quarto devido o contato rude entre seus lábios com a bochecha dela.

- Vai dormir também?

- Não, vou ficar te olhando dormir. Você sabia que te ver dormir me dá quase o mesmo prazer de quando você tá me comendo puta da vida? - questiona. Lauren contraí as sobrancelhas e a encara - Está bem, eu exagerei um pouco porque não tem nada melhor do que quando você está irritada e você me come com aquela cara de quem vai agredir alguém a qualquer segundo, mas é um prazer parecido só que em uma escala menor.

- Eu nunca transei irritada. - protesta.

- E aquele dia que você brochou porque eu fiz a piadinha de ser encantadora de minhocas? - segura a risada vendo Lauren ficar séria se lembrando do ocorrido - Eu fiquei rindo e você acumulou ódio então quando voltou a ficar dura... Misericórdia, ainda consigo ouvir a minha buceta soltando fogos. - pausa - E acabei de me lembrar que tenho que te deixar irritada mais vezes para fazer você me comer com ódio.

- Quem vê essa carinha de anjo nem parece que gosta de sexo violento. - murmura desacreditada.

- Você sonha, né?

- Como assim?

- Menina, você tem uma cara de quem ama esse tipo de sexo... Antes da gente transar, eu ficava me perguntando se você ia me comer do tipo fofinho ou do tipo que ia me deixar dolorida por cinco anos.

- E ai?

- Descobri que você conhece fazer as duas coisas muito bem mas eu ainda prefiro o que me deixa toda dolorida. - estreita os olhos dando um beijo nos lábios macios.

- Tudo bem, vamos parar de falar sobre sexo porque sempre que você toca nesse assunto eu lembro daquela cara infernal que você faz na hora e vou acabar ficando dura. - murmura.

- Sabia que você ficava fraca quando me dava um tapa e eu ficava com aquela cara de safada. - começa a distribuir beijos molhados pelo pescoço de Lauren.

- Primeiro, você em si já me deixa fraca.

- Então essa cara só termina de te enterrar? - questiona baixinho envolvendo seus lábios no lóbulo da orelha de Lauren.

- Uhum... - solta um suspiro sentindo todo seu corpo se arrepiar pelo contato com os lábios de Camila.

O barulho alto do celular de Lauren atraí a atenção das duas mulheres que se afastam. Lauren contraí as sobrancelhas curiosa para saber quem estava ligando e por fim pega seu celular vendo que era Sandra.

- Minha mãe. - sussurra.

Lauren se senta na cama antes de aceitar a ligação e coloca o celular em viva voz.

- Feliz natal, mãe! - Lauren fala animada.

- Feliz Natal, sogrinha.

- Olá, meninas! Feliz Natal. - do outro lado da linha, a mulher sorri.

- Feliz Natal, garotas. - a a voz de Scarlett saí acompanhada de Sandra.

- Como vão as coisas por ai?

- Tristes sem a minha princesinha. - Sandra fala de forma dramática

- Poxa, Dona Sandra. Desculpe por roubar a sua princesa. - disse ela, com humor.

- Só não faça novamente. - Sandra brinca.

- Hm, Lauren nós poderíamos conversar? - Scarlett pergunta com hesitação.

- Claro mama, o que aconteceu? - Lauren contrai as sobrancelhas.

Camila avisa por gestos que iria para fora do quarto e dar privacidade para elas. Ela resolve ir atrás de sua sobrinha para poderem brincar com o brinquedinho que havia ganho.

- O que aconteceu? - franze o cenho parando ao lado de sua mãe e irmã vendo Alejandro e Teddy tentando escalar a árvore que ficava no funk do quintal enquanto Lisa tinha um controle remoto em mãos.

- Lisa prendeu o helicóptero na árvore. - Sinuhe aponta para a árvore incrédula.

- No topo ainda. - Sofia completa.

- Devia ter falado para não deixarem ela chegar perto da árvore. - ri baixinho.

- Onde está Lauren?

- As mães dela ligaram e a deixei no meu quarto para falarem a sós... Parecia algo sério. - suspira levando as mãos até o cabelo começando a fazer um coque - Mama, quer ajuda na cozinha?

- É claro. Temos que fazer a sobremesa ainda, o peru já está no forno. - a Cabello mais velha fica radiante com a idéia de Camila a ajudar. Ela levava jeito na cozinha.

- Então vamos lá! - da um tapinha no ombro da mãe - O que teremos para o almoço?

- O de sempre. - Sinuhe entra na casa e é seguida por sua filha mais nova - Só no jantar que teremos a ceia.

- Certo, certo. - estala a língua - Quer que eu faça macarrão com queijo enquanto a Sra prepara a sobremesa? - sugere.

- Pode ser, vai me ajudar bastante.

E assim elas se dividem; Sinuhe vai preparar as sobremesas enquanto Camila preparava o almoço para eles.

Estranhando a demora de Lauren para descer, Camila fica inquieta na frente do fogão fazendo até mesmo sua mãe perceber tal coisa.

- Vai lá, eu continuo daqui. - Sinuhe da um tapinha na bunda da filha como sempre fazia desde pequena. Camila afirma com a cabeça, retira o avental e sobe apressada para o segundo andar.

- Laur, posso entrar? - da algumas batidinhas na porta ouvindo um "entra".

Ao abrir a porta, Camila vê Lauren sentada na porta da cama com os braços caídos sobre o colchão e uma expressão incrédula em seu rosto.

- Aconteceu alguma coisa? - indaga fechando a porta, atraindo a atenção de Lauren.

- Não. - nega com a cabeça soltando o celular sobre a cama e se levanta - O cheiro está maravilhoso, o que é?

- Macarrão com queijo. - Camila fica desconfiada vendo os olhos de Lauren em um tom mais claro e puxado para o cinza. Isso só acontecia quando ela estava magoada, triste ou irritada - Está tudo bem mesmo?

- Sim, amor. - se aproxima de Camila e sela seus lábios.

- Oh certo... Então vamos? O almoço já vai ser servido e adivinha quem cozinhou? - estreita os olhos sentindo as mãos de Lauren acariciando sua cintura.

- Uma latina maravilhosa... - pausa - Que se chama Sofia? - brinca.

- Não vou ficar com ciúmes disso. - finge estar brava dando um beijo na ponta do seu nariz - Mas errou, fui eu!

- Hmm, que delícia. Amo seu macarrão com queijo.

- Você nunca experimentou! - abre a boca enquanto Lauren ri.

- Qualquer coisa que venha de você é maravilhoso, então deduzo que o macarrão seja delicioso.

Camila tenta evitar um sorriso apaixonado mas quando percebe, Lauren a olhava com uma cara abobada e a abraça apertando a mais baixa contra seu corpo.

- Vamos? Estou morrendo de fome.

- Você nunca fica com fome quando toma café da manhã, não se alimentou direito? - afasta seu rosto apenas para poder voltar a olhar em seu rosto.

- Eu não, misericórdia. Comi menos do que a Dinah quando bota na cabeça que engordou. - faz uma carinha triste junto com um bico.

- Por que? Não gostou do café da manhã dos Cabellos? - questiona levando a mão até o rosto da maior e tira alguns fios dali para poder afundar os dedos no couro cabeludo da mulher.

- Eu adorei mas não podia fazer feio, era a primeira vez que estava tomando café com o sogrão e não queria fazer feio... Mas pode deixar, aqui um ano mais ou menos ele e eu vamos disputar quem come mais. - lhe lança um olhar sapeca. Camila ri e deixa alguns beijos em seu rosto.

- Vamos lá, a minha mãe já está sentindo a sua falta. - sai dos braços dela e entrelaça seus dedos - E se você não gostar do meu macarrão com queijo, pode esquecer a ideia de morar comigo porque toda semana eu faço.

- Sempre que eu vou no seu apartamento você não faz. - Lauren tomba a cabeça para o lado se permitindo ser arrastada para fora do quarto.

- Porque você sempre pede comida de fora, amor. Nunca me deu uma oportunidade para mostrar meus dotes culinários. - a olha por cima do ombro.

- Nunca mais vou comprar comida para deixar você cozinhar. - murmura.

Camila volta a rir. Entrando na sala de jantar, ela encontra Lisa com a carinha emburrada e os braços cruzados.

- O que aconteceu? - olha para a menina com curiosidade.

- Teddy não conseguiu pegar o helicóptero dela na árvore. - Sofia explica colocando os talheres na mesa enquanto Teddy cuidava das taças e dos copos.

- O helicóptero dela ficou preso na árvore? - Lauren pergunta para ter certeza que era aquilo.

- Uhum, lá no topo. Eu não sei escalar árvore, muito menos o Alejandro. - o homem aponta para cima soltando um suspiro derrotado - Cem dólares jogados no lixo.

- Eu posso tentar pegar. - se oferece fazendo as quatro pessoas presentes a olharem.

- Sério, tia Lauren?! - Lisa arregala os olhos animada.

- Claro, quando eu era mais nova sempre ficava escalando árvores para pegar alguns brinquedos que se prendiam lá. - deu de ombros.

- Amor, eu acho melhor não. E se você caí?

- Do chão não passa. - responde de maneira sapeca e se solta da namorada - Depois você me mostra onde está e eu tento pegar, pode ser? - se ajoelha na frente de Lisa que afirma com a cabeça e passa seus braços gordinhos em volta do pescoço de Lauren para a abraçar.

- Lauren Michelle, se você cair eu mesma te mato. - Camila deixa avisado vendo a namorada lhe mandar a língua de maneira infantil, retribuindo o abraço de Lisa.

- Camila, você deveria aprender ser mais fitness com a Lauren. - Sofia aponta para sua irmã.

- Quem disse que ela é? - levanta a sobrancelha.

- Uma pessoa sedentária não escala árvores. - Teddy olha para a cunhada.

- Ensina esses dois a não serem tão sedentários então, amor. - Camila diz olhando para Lauren que já estava de pé.

- Eu não, já tenho trinta anos! Já estou na fase de sedentarismo mesmo. - Sofia se defende.

- Até a mãe é menos sedentária que você. - implica.

- Que você também. - Teddy defende a esposa com um sorriso implicante.

- Aqui para você. - ergue o dedo do meio. Lauren arregala os olhos e tampa os olhos de Lisa que estava próxima a ela fazendo com que a menina solte um gritinho acompanhado de uma risada gostosa.

- A criança, Camila! - Lauren a repreende.

- Ela nem viu.

- Vi o que? - Lisa tira as mãos de Lauren do seu rosto e encara Camila com curiosidade.

- Nada querida, besteira de adulto. - Sofia sorri gentilmente para a filha.