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Capítulo 13


Luzia estava almoçando em uma lanchonete, distraída em seu computador, ainda com a obsessiva necessidade de encontrar respostas para a pergunta de como elas nasciam, quando foi surpreendida por uma moça que sentou-se na cadeira em sua frente.

— Olá — disse ela animada, lançando um sorriso simpático.

A menina dos cabelos azuis desviou sua atenção do computador e largou seu lanche no prato, encarando a mulher com um misto de surpresa e animação:

— Oi Wanessa!

A negra abriu um sorriso ainda maior:

— Se importa de eu almoçar aqui você?

— Não.

Wanessa agradeceu e chamou um dos robôs, pedindo uma das opções saudáveis do cardápio. Não demorou muito para que a refeição chegasse.

— Não sabia que morava aqui perto.

— E não moro. Eu tava na biblioteca aqui na esquina e vim almoçar rapidinho.

— Ah! — ela fez uma pausa e aproveitou para beber seu copo d'água. — Alguma atividade importante? Parece estar ocupada.

— Um pouco — Luzia percebeu que estava sendo mal-educada. A intromissão em seu almoço tranquilo poderia não ter sido bem-vinda, mas aquela era a mulher que lhe ajudou a descobrir quem ela era de verdade. — Estou fazendo umas pesquisas, mas não consigo descobrir muita coisa. A internet não tem nada. Já revirei isso aqui — apontou para o computador e suspirou. — Nem nos livros tenho achado as informações que preciso.

— Posso ajudar de alguma forma? O que você está procurando exatamente?

— Nada importante. Apenas uma curiosidade minha.

O que Wanessa diria se soubesse o assunto que lhe afligia? Será que diria que isso não tem importância e a julgaria por estar perdendo tempo com aquilo ou lhe incentivaria a continuar buscando informação? Na dúvida preferiu não arriscar e mudar de assunto.

— E você? Mora por aqui?

— Eu trabalho aqui perto. Estava passando pela calçada e lhe vi aqui. Mas não se incomode com a minha presença, se quiser ir prosseguir suas pesquisas não tem problema, eu entenderei.

— Obrigada. Já terminei de almoçar, mas te faço companhia. Preciso te contar o que descobri sobre assexualidade. Cheguei no apartplug e naquela mesma noite já fui pesquisar o que você disse. É exatamente o que eu sou. Não tenho nenhuma dúvida.

— Imaginei que sim, pelo que tinha me descrito.

— Eu pesquisei muito! Descobri tantas coisas! Você sabia que no passado isso era bem mais comum? E que o símbolo, tipo o slogan deles era: "Comer um bolo é bem melhor do que sexo"? E ainda há vários tipos de assexuais. Não somos todos iguais. E isso é o mais bacana de tudo. Porque todo mundo é diferente. Ninguém é igual, nem nunca foi.

— Que interessante. Eu conhecia o termo mais superficialmente. Mas fico feliz em ver você animada com isso.

— Eu tô muito animada sim. Agora sei que não estou sozinha. E até decidi agir. Vou tentar lutar por um mundo igual pra todo mundo. Onde eu possa ser assexual sem ser vista como alguém estranha pelo resto das pessoas. Livre pra poder ser quem eu quiser.

— É nisso que está trabalhando e pesquisando?

— Mais ou menos. É algo relacionado a esse meu plano, mas envolve uma outra área.

— Não vai contar? É algo tão secreto assim?

— Bom... um pouco. É que... — ela hesitou. — Tá eu vou contar sim. Eu estou pesquisando sobre como nós nascemos. Fiquei curiosa com isso. Mas não encontro muita coisa.

— E por que essa curiosidade do nada?

— Não sei. Só pensei que devemos surgir de algum lugar e de alguma maneira. Queria entender como.

— E o que isso tem a ver com seu plano de igualdade?

— Ah... bem... É, não tem muito a ver.

Wanessa viu que Luzia desviou o olhar do dela. A garota estava escondendo alguma coisa.

— Luzia...

— O quê?

— Você não tá falando a verdade. Me conte seus reais motivos, quem sabe eu possa lhe ajudar.

— Não vejo como possa ajudar. Não tem informação nenhuma em lugar nenhum.

— Acredite em mim! Eu posso te ajudar com isso. Apenas me diga suas reais motivações.

Empolgada com a chance de poder enfim conseguir uma explicação sobre sua origem, a menina resolveu ceder. Não tinha nada a perder mesmo.

— Eu quero um mundo igualitário para todos. E isso inclui para os homens — admitiu. Se Wanessa ficou surpresa não demonstrou. Sua expressão facial manteve-se neutra. — Acho que nascemos iguais e essa inferioridade que dizemos que eles têm é apenas pelo contexto em que vivem. Quero provar que nascemos do mesmo jeito e pra isso preciso saber como acontece. Entende?

— Sim. Mas porque você acha que os homens não são inferiores realmente?

— Eu conheci um deles. — Wanessa não pode mais conter sua indiferença. Suas sobrancelhas ficaram arqueadas, esperando Luzia completar sua história. — Conversei com ele e passei um dia na sociedade masculina. Eles não são diferentes de nós. A única coisa que muda é o modo como vivem. No resto falam como nós, se relacionam como nós e até crescem como nós. Fomos nas duas Casa de Cuidados e as crianças são muito parecidas.

— Você foi na Casa de Cuidados masculina?

— Fui. E em outro dia antes disso, fui nas fábricas e trabalhei vestida de homem durante todo o dia.

— Oh! — foi a única coisa que ela disse, levando a mão à boca.

— Não precisa ficar assim. Eu já disse, eles são como nós. Não tem perigo. O Gustavo até se tornou meu amigo.

— Gustavo é um dos seres inferiores?

Luzia confirmou com a cabeça.

— Quero conhecê-lo.

— O quê?

— Quero conhecê-lo. Quero tirar minhas próprias conclusões sobre os homens. Nunca vi um antes e estou curiosa. E se você me apresentar o seu amigo eu lhe ajudo com as respostas que precisa.

— E como você vai me ajudar? Se nem eu mesma encontrei informações em lugar nenhum como você vai conseguir?

— Acho que não te contei ainda onde trabalho. Faço parte da equipe de administração da sociedade. Sou do governo e tenho acesso a muitas coisas. Inclusive, acho que posso conseguir com que visite você mesmo o espaço de Fertilização e Desenvolvimento Embrionário.

— O-o quê?

— O local onde os bebês são gerados. Tenho uma ex-namorada que trabalha lá. Posso pedir pra nos deixar entrar. Você vai poder ver tudo por si mesma.

— Tá — os olhos de Luzia já brilhavam com o novo rumo que a sua pesquisa ganhava. Conhecer o local onde os bebês nasciam estava muito além de suas expectativas. — Eu te levo pra conhecer o Gustavo, então.

* *


E não foi muito difícil para ela convencer o garoto a encontrar com as duas em seu dia de descanso. Gustavo ficou animado com a ideia de que mais uma mulher queria lhe conhecer e saber sobre seu mundo. Ele aceitou sem objeções se encontrar na sociedade delas.

E no dia combinado, Luzia foi buscá-lo e ajudá-lo a se produzir como uma mulher para não levantar suspeitas. Após isso se dirigiram para o parque onde haviam marcado com Wanessa. Era o local perfeito para que pudessem conversar sem serem ouvidos.

Chegaram ao parque e de longe já avistaram a jovem mulher sentada sobre uma toalha posta no gramado. Ela estava de costas para eles, com seus cabelos cacheados em um grande volume chamativo sobre a cabeça. Ao se aproximarem ainda mais, notaram que um aparelho celular detinha a atenção dela.

— Olá — falou Luzia, ao se colocar em frente a moça.

Wanessa prontamente largou o celular e levantou-se de pé, com o sorriso característico iluminando seu rosto.

— Olá? Como vai, Luzia? — se virou para a garota e em seguida ao outro ser ainda um pouco mais afastado. — Olá, tudo bem? — estendeu a mão a ele. — Você deve ser o Gustavo. Prazer! Meu nome é Wanessa. Sou amiga da Luzia.

Gustavo encarou a mão dela e hesitou em cumprimentá-la:

— Oi. Prazer.

Os dois ficaram se medindo com um olhar. Gustavo sempre falante e confiante, parecia mais intimidado com a presença de Wanessa do que esteve quando conheceu Luzia. Ele analisava a outra moça com atenção. Ela era diferente de sua amiga. Luzia tinha traços e características mais delicados e singelos, já Wanessa possuía uma presença forte com seus lábios carnudos, olhos marcantes e nariz achatado.

— Bem que você me disse que eles não eram muito diferentes de nós — Wanessa também aproveitou o momento examinando o rapaz para tirar suas próprias conclusões e sorriu para ele.

— Eu não sou assim. Estou vestido de mulher — o outro apressou em corrigi-la. Não queria que pensasse que ele usava aquela peruca de cabelo laranja sempre. Muito menos aquelas roupas extravagantes. Gostava muito mais das suas vestimentas monocromáticas.

— Ah sim! Desculpe. Eu achei que...

— É melhor ele ficar disfarçado de uma de nós pra evitar confusão. A primeira vez que Gustavo veio aqui, veio como homem e o resultado não foi muito bom.

— Sendo assim, melhor mesmo. Mas vamos sentar — apontou para a grande toalha bege sobre o chão. — Eu trouxe algumas comidas para podermos fazer um piquenique e conversar melhor.

Os três sentaram. Luzia de frente para Wanessa e Gustavo entre as duas, na borda esquerda da toalha. Ele ainda se sentia um pouco deslocado no meio das mulheres e preferia apenas observar como elas agiam.

— O que aconteceu quando veio aqui a outra vez?

— Na primeira vez ele foi expulso por policiais. Elas levaram ele até a divisa e o espancaram.

— Espancaram? Tem certeza? — seus olhos já se desviaram para analisar o ser inferior ao seu lado.

— Tenho. Eu vi. Eu segui eles e cheguei a tempo de ver elas deixarem Gustavo caído no chão, praticamente desmaiado. E o ajudei a voltar pra sua sociedade.

— Isso é realmente verdade? — Wanessa continuava encarando ele.

— Sim — Gustavo confirmou sem olhá-la. Relembrar aquela surra não era uma coisa que gostasse de fazer. Principalmente porque o fazia se sentir ainda mais inferior a elas.

— Mas elas não deviam usar violência. Nós não usamos violência. Eles que fazem isso.

— Pensei a mesma coisa no dia.

Todos se calaram. Wanessa aproveitou o momento de reflexão próprio para retirar de uma cesta os alimentos que havia levado até o local e os depositar sobre a toalha. Gustavo e Luzia apenas ficaram a observando agir, sem dizer mais nada. Após algum tempo ela acabou e largou a cesta no gramado e pedindo para que ficassem à vontade se voltou para o rapaz:

— Então, Gustavo, me conte mais sobre você e o seu mundo — lançou um sorriso estonteante em direção a ele.

— O que você quer saber? — estava visivelmente desconcertado com ela. Era realmente uma garota muito diferente de Luzia e das outras amigas dela que havia conhecido brevemente.

— Tudo. Como vivem, o que vocês fazem, como é sua sociedade. Tudo que puder me contar.

Gustavo passou a narrar a ela tudo que lhe parecia ser importante. Contou como era sua rotina, o trabalho nas fábricas, falou qual era sua atividade, a quantidade de horas que trabalhavam, o salário que recebiam ao final de um mês. Disse também como usavam esses salários. Como eram as suas compras. E explicou sobre o relacionamento que os homens tinham uns com os outros, exatamente como os delas.

Luzia ajudou nas explicações, contando os detalhes que ela mesma percebeu e contando principalmente as cenas horrendas que havia presenciado durante seus passeios por lá. A situação da sociedade, a sujeira, o cheiro, os bares com homens bêbados e caídos aos chãos, as péssimas condições das moradias, a violência e tudo mais o que lhe apavorava.

Ao final do relato — ao qual Wanessa prestou atenção empolgada, fazendo algumas perguntas de tempos em tempos — Gustavo já se sentia mais à vontade para falar com a nova mulher e a observar melhor. Pegando mais um pedaço de bolo da bandeja em sua frente, resolveu que era a hora dele matar a própria curiosidade.

— Agora é sua vez — falou em tom gentil e divertido. — Por que quis me conhecer?

— Curiosidade? — ela retribuiu o olhar intenso dele. — Queria ver um homem com meus próprios olhos. A descrição que Luzia fez de vocês me pareceu bem... interessante.

— É uma pena que não possa me ver como realmente sou. Não usamos esses cabelos longos. Só atrapalharia na hora de trabalhar. E nem essas roupas coloridas.

— Não se preocupe, acho que não faltará oportunidade para que eu possa lhe ver como realmente é.

Ele deixou o comentário morrer, e se apressou em mudar de assunto. Estava confuso sobre o que aquela sugestão implicava.

— A Luzia nos disse que você vai nos levar conhecer onde os bebês nascem.

— Vou. Tenho uma ex-namorada que trabalha lá. Mas achei que fosse ir só eu e ela.

— De jeito nenhum, quero ir junto também. Eu disse que vou ajudar Luzia a descobrir a verdade sobre as nossas duas espécies.

Wanessa olhou para a garota de olhos amarelos antes de responder qualquer coisa. Ela parecia perdida em pensamentos, observando uma árvore, mas deu de ombros quando foi questionada sobre o que achava.

— Tudo bem, então. Pode ir. Mas vai ter que manter o disfarce de mulher.

— Sem problemas.

— Mas não vamos hoje. Preciso ver certinho com a Jéssica. E leva um tempo até chegar lá. Precisamos sair bem cedo.

Luzia voltou a prestar atenção na conversa que se desenrolava em sua frente:

— Nós vamos no local onde nasce os bebês femininos ou onde nasce os masculinos?

— É o mesmo lugar.

A garota dos cabelos azuis trocou um olhar cúmplice com Gustavo e dos dois sorriram. Era a primeira evidência de que eram iguais. Vinham do mesmo local.


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E agora o trio está completo! Luzia, Gustavo e Wanessa! Guardem esses nomes que eles ainda vão aprontar bastante hahaha

E o próximo capítulo será um dos mais aguardados. Onde eles finalmente descobrem como os bebês nascem e como isso acontece. Aguardem! 

Até domingo!

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