63° - A Dança das Mil Pétalas de Cerejeira!
Lado de fora do Templo Ryuusei.
Enquanto Kaguya estava concentrada em seu treino dentro do templo Ryuusei, Akemi e sua pequena tropa se encontravam no alto de uma colina a leste daquele vilarejo. O grupo possuía uma boa visão da entrada do templo assim como de parte do vilarejo. Com um monóculo Akemi estava atenta ao momento em que Kaguya saísse dali. Seguindo as orientações lhe dadas antes, Akemi possuía a missão de seguir Kaguya e atacar quando e se fosse realmente necessário.
Se a intuição da grande Yamata no Orochi estivesse realmente certa, em algum momento a jovem Kaguya poderia lhes dar alguma pista das joias sagradas da deusa da lua Amaterasu.
Após várias horas de espera um dos guardas chamou a atenção de seu comandante que no momento descansava. Ao observar a entrada do templo Akemi viu Kaguya e seu mestre saindo daquele lugar tranquilamente. Porém eles não estavam sozinhos. Após observar com ainda mais atenção, Akemi viu algo nas mãos de Kaguya, algo que jamais poderia imaginar encontrar daquela forma inesperada.
Tomada pela surpresa e questionada sobre o que faria a seguir por seus guardas, Akemi buscou primeiro se concentrar e então indicou para que seus homens a seguissem.
Enquanto isso Homura e Kaguya chegavam novamente ao vilarejo e com ajuda do líder dos Ainus daquele lugar, Kaguya guardou as três Magatamas que formavam as joias da deusa em um pequeno baú. Em seguida Homura ficou responsável por fazer a guarda do baú.
Aproveitando o momento Kaguya resolveu descansar e relaxar ao menos um pouco antes da viagem continuar até Saporro. Já Homura observava sua aluna com muitas dúvidas, principalmente sobre o fato de Kaguya ter encontrado a última das armas dos deuses. Homura não poderia imaginar o que ouve dentro de seu plano astral e Kaguya só iria contar sobre o que descobriu quando chegassem a Saporro.
Enquanto o descanso prosseguia uma confusão se desenrolava do lado de fora. Alguns moradores saíram correndo gritando por ajuda e um deles chegou a entrar na cabana do líder onde estava Kaguya e Homura. Ao ser questionado aquele homem assustado disse estarem sendo atacados por Ronins.
Homura com ajuda do líder escondeu o baú com as joias e junto com Kaguya saíram para ver o que era. Todos foram tomados pela surpresa ao verem Akemi e seus guardas fazerem reféns no centro daquele vilarejo.
- Finalmente nos reencontramos Kaguya Ishikawa. - dizia Akemi apontando sua espada para a garota.
- O que pensa que está fazendo com essas pessoas? - questionava Kaguya sacando sua nova espada.
- Nada que vale a pena discutir. Afinal eles não me servem de nada. Mas você... Você tem algo que eu quero. - respondeu Akemi dando um sorriso de canto.
- Você nos seguiu... Desde quando? - questionou Homura.
- Desde o início, porém tomei outro caminho tendo ideia qual seria o objetivo de vocês... Eu esperava descobrir algumas coisas e nem pensava em atacar, porém vocês saíram daquele lugar com as joias Yasakani no Magatama. E eu quero saber como? - respondia Akemi com outra pergunta.
- Isso você não vai saber nunca. - respondeu Kaguya dando um passo a frente.
Enquanto isso Homura contou os guardas em volta do local, ao ver cerca de cinco homens espalhados em cantos diferentes, o homem logo sacou sua espada estando pronto para entrar em combate.
- Kaguya salve essas pessoas eu cuido da garota. - alertou Homura.
- Não. Eu cuido dela Sensei. - retrucava Kaguya com seriedade em sua voz.
- Tem certeza, que consegue? Da última vez não deu muito certo. - analisou Homura.
- Eu sei, porém eu estou diferente... Por favor... Deixe-me lhe mostrar o resultado de meu treinamento. - insistiu Kaguya.
Ao olhar para os olhos de sua aluna Homura viu ali toda a determinação e confiança que eles passavam. Tomado pelo desejo de ver o crescimento de Kaguya, Homura recuou dizendo que cuidaria dos guardas em volta. Kaguya sorriu e assentiu em confirmação e logo depois se focou em Akemi.
- Então quer continuar de onde paramos... Admiro a sua coragem, mas ainda não tem força para me derrotar. - afirmou Akemi.
- Eu farei você engolir tais palavras Akemi, eu não sou a mesma Kaguya de antes. - retrucava Kaguya se posicionando com suas duas mãos segurando firmemente sua espada.
- Guardas! Vocês sabem o que fazer! Vão! - gritava Akemi enquanto seus homens iniciavam um ataque.
Homura logo interceptou o primeiro dos guardas que estava mais próximo de si. Aos poucos Homura se viu cercado pelos homens de Akemi onde uma grande batalha se desenrolava pelo vilarejo. Homura combatia aqueles cinco homens com extremo cuidado, pois um movimento errado poderia por a batalha em risco.
O líder da vila junto com outros homens ajudaram as pessoas a fugirem ao mesmo tempo em que protegia o baú com as joias.
Enquanto isso no centro daquela vila, Akemi e Kaguya se encaravam friamente. Após as duas darem um breve grito, o combate enfim teve início. Kaguya e Akemi correram em direção uma da outra fazendo suas espadas se chocarem com um primeiro ataque fortíssimo.
Após se afastarem ambas voltaram a se confrontar realizando movimentos rápidos de ataque e defesa. Suas espadas se chocavam com força tentando acertar uma a outra, faíscas rolavam no ar com o metal se confrontando.
Kaguya desferia cortes rápidos tentando fazer com que Akemi vacilasse em sua defesa. Porém Akemi estava esperta com os ataques de Kaguya e os bloqueava realizando movimentos parecidos e com a mesma intensidade. Kaguya recuou um pouco e tentou um golpe cruzado seguido de um movimento na horizontal, porém Akemi bloqueou bem o primeiro golpe e antes eu o segundo pudesse ser feito, a mesma atacou Kaguya que parou seu ataque para se defender como podia.
Com o choque das lâminas Kaguya deu alguns passos para trás quase perdendo o equilíbrio, em seguida Akemi já estava em cima desferindo golpes cruzados de várias direções. Kaguya possuía certa dificuldade em defender corretamente, e alguns ataques já acertavam seu corpo mesmo que de raspão.
Porém Kaguya pensou rápido e com um movimento preciso a garota não só bloqueou um dos ataques como também se jogou para sua esquerda dando um rolamento e voltando a ficar em pé. Akemi sorriu, porém a mesma sentiu um corte em sua perna, ao observar a ferida e depois Kaguya, Akemi viu sua oponente sorrindo maleficamente.
Akemi se irritou e partiu ao ataque, porém Kaguya estava atenta aos movimentos de sua inimiga. Enquanto se defendia, Kaguya observava cada movimento de ataque de Akemi, e então após bloquear um cruzado, Kaguya girou seu corpo rapidamente para direita onde na sequência acertou um corte no braço de Akemi.
O corte não foi profundo, mas a ferida deixou Akemi surpresa. A filha de Midori não se irritou, apenas sorriu e partiu ao ataque ignorando aquela dor que sentia. Kaguya mais uma vez se viu pressionada tentando evitar ser atingida, Akemi atacava aumentando ainda mais o ritmo de seus movimentos. Kaguya evitou cortes laterais e ao bloquear um na horizontal a garota decidiu atacar.
Sua lâmina passou pela lâmina de Akemi a raspando e quando estava prestes a atingir o rosto de Akemi, a mesma se curvou para trás evitando o corte que passou a centímetros de seu nariz. Na sequência Akemi chutou a mão de Kaguya, deu um mortal para trás e foi ao ataque pressionando sua oponente.
Após a rápida troca de golpes Kaguya tentou realizar um movimento parecido com o anterior, porém Akemi gritou que não cairia no mesmo truque duas vezes e conseguiu se defender atingindo Kaguya na sequência com um golpe cruzado. Kaguya conseguiu evitar um golpe fatal ao dar um passo para trás, porém aquele corte em seu ombro indo até perto de seu peito não pôde ser evitado.
Kaguya olhou para Akemi e logo as duas voltaram a se confrontar. Durante o confronto Akemi pôde perceber que Kaguya estava diferente de antes. Akemi sentia os ataques de sua inimiga um pouco mais fortes, mais rápidos e Kaguya agindo com ainda mais inteligência do que simplesmente atacando por atacar.
Desde que iniciaram a batalha Akemi e Kaguya viram ali que a luta estava empatada, alguns ferimentos já estampavam seus corpos mesmo que sendo leves cortes. Kaguya sabia do potencial de Akemi e sabia que seria uma oponente difícil de vencer, porém a mesma possuía uma carta na manga que estava prestes a usar, algo em que Akemi já começava a preparar também.
- Hora de levarmos isso a outro nível! - dizia Akemi enquanto sua espada era banhada por sua energia espiritual em tons de verde e vermelho.
- Então... Lá vem ela... - afirmou Kaguya também se concentrando.
Ao mesmo tempo uma aura rosa se formou em volta de Kaguya, cobrindo logo em seguida sua espada que aumentou levemente de tamanho. Quando Akemi focou seu olhar naquela aura no entorno do corpo de sua oponente, a mesma via algo similar a pétalas de cerejeira caindo em volta de Kaguya.
- Vejo que aprendeu algo interessante. - afirmou Akemi.
- Você não faz ideia do quanto é interessante. - disse Kaguya sorrindo.
Enquanto isso Homura que já havia derrotado os cinco guardas e saído com leves ferimentos observava sua aluna com um sorriso no rosto. Aquele era o momento do qual Homura iria testemunhar o quanto sua aluna evoluiu treinando no templo.
- "Vai Kaguya! Mostre-me os resultados de seu treinamento!" - pensava Homura consigo mesmo.
- Kaguya! Mostre! O seu novo poder! - gritava Akemi. Espada Oculta: Hebi Kōshō!
- Espada Oculta... Senbonzakura no Dansu! A Dança das Mil Pétalas de Cerejeira! - gritou Kaguya.
Com suas espadas ocultas ativadas ambas foram ao ataque com ainda mais velocidade. Akemi desferiu um corte cruzado, porém Kaguya bloqueou com exatidão onde em seguida desferiu um ataque rápido. Akemi conseguiu evitar dando um salto para trás, porém para sua surpresa seu rosto havia um arranhão.
Akemi se perguntava o porquê, porém Kaguya não dava chances para sua oponente sequer parar e pensar. Os ataques de Kaguya eram rápidos e aos poucos ganhavam mais força, porém a aura em volta de sua espada fazia mais do que isso.
Durante o confronto com a Mordida da Serpente de Akemi, a mesma notou que a espada de Kaguya gerava pequenas pétalas de energia no ar. Pétalas essas que atacavam Akemi lhe dando pequenos ferimentos.
Aos poucos Akemi foi cedendo espaço, sua Espada Oculta que atingia Kaguya foi sendo lentamente superada. Kaguya e sua técnica se tornavam imprevisíveis no campo de batalha, com sua habilidade a herdeira dos Ishikawa atacava sem parar. Seus movimentos eram vistos por Akemi como uma bela dança banhada por cerejeiras que circulavam em volta de seu corpo e espada.
Durante a troca de golpes Kaguya se afastou e se preparou para atacar com força máxima. Akemi fez o mesmo concentrando seu Seihō naquele único golpe. Ambas se encararam e foram ao ataque.
Enquanto Kaguya graças ao Seihō sentia como se Akemi fosse uma serpente prestes a dar o bote em sua presa, Akemi sentia como se Kaguya passasse um ar tranquilo e relaxante em meio às cerejeiras, quase como uma deusa ou algo parecido.
- Acabou Kaguya! - gritou Akemi.
- Eu lhe digo o mesmo! Akemi! Senbonzakura no Dansu: Sombra! - gritou Kaguya surpreendendo Akemi.
Quando estavam para se chocarem Kaguya realizou um ataque na horizontal, Akemi se moveu bloqueando e atacando com o mesmo golpe logo depois, porém Kaguya não estava a sua frente. Akemi sentia como se aquilo tivesse sido uma ilusão de ótica. Foi então que a verdadeira surgiu a sua frente lhe dando um corte cruzado de surpresa que a fez cair no chão.
Akemi caiu derrotada com um corte de seu ombro até a cintura. Sangue escorria de sua ferida enquanto largava sua espada lentamente. Kaguya observou Akemi no chão já sem forças para continuar a batalha, foi então que sei Seihō cessou e sua Espada Oculta se desativou.
Homura se aproximou assim como alguns moradores felizes por seus invasores serem derrotados. Já Kaguya caiu de joelhos no chão estando ofegante, aparentemente seu último movimento lhe drenou muito de sua força.
- Parabéns pirralha... Vejo que aprendeu algo interessante. Fico feliz por isso. - dizia Homura a ajudando a se levantar.
- Obrigada... Sensei... Tive sorte, não sabia se... Aquele último movimento iria funcionar... Minha Espada oculta é concentrada em velocidade e força, eu usei dessa velocidade para atacar primeiro, mas sem acerta-la, quando ela pensou ter bloqueado o ataque e me acertado, na verdade era só um reflexo meu... E então com isso pude pega-la de surpresa... Foi bem difícil treinar esse movimento... - explicava Kaguya observando Akemi no chão.
- Certo... E agora... O que faremos com ela...? - se perguntava Homura.
- Vamos... Levá-la para Ryotaro... Podemos arrancar informações... Sobre a Orochi e Midori... - dizia Kaguya desmandando logo em seguida.
Homura logo pediu ajuda aos moradores para cuidarem de Kaguya e prenderem Akemi. Ao olhar para sua aluna, Homura via um enorme sorriso no rosto de Kaguya.
Aquela garotinha que sonhava em ser uma guerreira e vivia nas florestas de Saitama treinando escondido com um sonho oculto, havia enfim conseguido se tornar uma verdadeira Samurai aos olhos de seu mestre.
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