58° - O Inicio do Treinamento!
O templo Ryuusei. Um lugar que muitos diziam estar cercado por mistérios ainda sem explicação. Onde suas lendas e escrituras traduzidas desde os tempos antigos diziam ser o único lugar do qual se podia adquirir o poder para despertar seu Seihō, e com isso adquirir a habilidade de usar sua energia espiritual e assim dominar a técnica da Espada Oculta usada por alguns grandes guerreiros samurais pelo país.
Ao olhar para aquele lugar Kaguya sentiu um frio na barriga. Ali seria o ponto onde iria ter a chance de aprender coisas novas. Onde teria a chance de se tornar uma guerreira ainda mais forte para assim proteger o país como gostaria.
Seu espirito de samurai ardia dentro de si e sua determinação gritava em sua mente. Kaguya respirou fundo, fechou os olhos por alguns instantes e os abriu soltando um longo sorriso. Kaguya estava mais do que pronta para seguir em frente e enfrentar seu mais novo desafio.
Após observarem aquela paisagem por mais alguns instantes Kaguya e Homura seguiram em frente pela trilha que havia no local. Após alguns minutos atravessando a primeira parte da floresta ambos adentraram a região de um pequeno vilarejo.
As casas eram cobertas por palha e feitas totalmente de madeira espalhadas por toda uma região de clareira em torno da floresta. Quando chegaram ao local alguns moradores saíram de suas casas estranhando a presença daqueles dois samurais a sua frente. Alguns se assustaram com as espadas, porém outros não esboçaram reação alguma. Todos vestiam uma vestimenta azul com detalhes em branco além de uma bandana na cabeça.
Quando mestre e aluna chegaram ao centro do local, logo o líder do vilarejo surgiu à frente dos dois os cumprimentando. Kaguya e Homura tiraram os chapéus de palha que estavam usando por educação e se curvaram em respeito aquele senhor de aparentemente 50 anos de idade com cabelos longos e pretos.
- Bem vindos ao vilarejo... Eu sou o líder daqui, me chamo Nazuki, sou mestiço. – dizia Nazuki.
- Nós somos apenas guerreiros de passagem, desculpe pelo incomodo, estamos indo em direção ao templo Ryuusei. – afirmou Homura.
- Entendo... Faz tempo que não vimos alguém entrar naquele lugar... Acredito que a última pessoa que se arriscou a treinar por lá foi uma mulher. – dizia o líder do local.
- "Akemi... Só pode ter sido.". – pensava Kaguya consigo mesma.
- Não queremos incomodar vocês aqui... Nós dois vamos direto para o templo para não causarmos confusão. – disse Homura.
- Não se preocupe com isso meu caro samurai... Não estamos mais em guerra, graças ao shogun Ryotaro conseguimos negociar muitas coisas que hoje fazem desse local um lugar prospero onde podemos viver tranquilamente sem melo de uma guerra estourar... Nós Ainus respeitamos demais a paz que foi estabelecida nos dias de hoje... Não lhe faremos mal algum, mas peço para que descansem de sua longa viagem. – insistia o senhor.
- Bom... O que acha Kaguya? – questionou Homura.
- Por mim tudo bem, se o que o senhor me disse estiver certo Sensei, será bom descansar antes de iniciar o treino. – respondeu Kaguya.
- Então vamos aceitar senhor Nazuki. – disse Homura com uma expressão séria no rosto.
- Fico feliz em ouvir isso meus caros... Espero que possam descansar bastante, temos pouco, mas o que temos poderá lhes ajudar, venham comigo darei água e comida vocês. – dizia o senhor Nazuki.
Após a breve conversa ambos foram levados até uma cabana onde puderam comer um pouco e descansarem. Kaguya aproveitou para saber um pouco mais sobre a cultura dos Ainus e seus costumes, a garota aprendeu brevemente sobre a colheita de ervas e também sobre a caça naquela região, além de formas de como se comportar ao entrar numa casa Ainu e de como cumprimentar seus moradores com respeito.
Já Homura estava tranquilo e apenas conversava sobre algumas coisas com o líder do vilarejo para passarem o tempo. Após quase meia hora naquele vilarejo algumas crianças surgiram logo em seguida e começaram a brincar com Kaguya por alguns instantes do lado de fora da cabana.
Algumas mulheres também apareceram para cumprimentar Kaguya que logo reparou em algumas tatuagens cercando seus lábios. Uma das mulheres afirmou que isso representava o grau de importância daquela mulher no vilarejo, quanto maior a tatuagem em volta dos lábios, maior era a importância dela.
A cultura dos Ainus era muito rica e possuía muito com o que se aprender. O que fazia da terra do sol nascente um lugar para se adquirir os mais diversos tipos de conhecimento, seja eles com os sábios e as pessoas ao sul do país, ou com os indígenas que viviam ao norte em Hokkaido. Para os Ainus tudo possuía o seu proposito na terra, eles acreditavam que tudo o que havia no planeta desde plantas a pessoas possuíam um proposito enviado pelos deuses.
Após o descanso Homura e Kaguya decidiram por deixar suas coisas com o líder do lugar para facilitar o caminho. Logo depois mestre e aluna seguiram com suas espadas rumo ao Templo Ryuusei determinados a enfim começar o treino especial de Kaguya.
Ambos andaram por uma trilha novamente no meio da floresta, até chegaram finalmente a frente do portal Torii que havia no lugar. De perto Kaguya pôde ter agora uma noção melhor da entrada do templo, aquela enorme cabeça de pedra de um dragão com a boca aberta onde a entrada ficava a deixou impressionada.
Kaguya e Homura se entre olharam e seguiram para dentro do templo, mas não sem antes acenderem algumas tochas. Ao entrarem na boca da estatua e pressionar um dos últimos dentes de pedra a entrada logo se abriu revelando um extenso corredor.
Ambos caminharam com calma pelo local iluminado pelas tochas, atravessaram mais alguns lances do corredor até enfim se depararem com um enorme e extenso salão. Homura colocou sua tocha perto da parede e de repente, o fogo se alastrou pelo local ascendendo outras tochas no caminho. Quando o lugar inteiro se iluminou Kaguya ficou sem o que dizer com tamanha visão que tinha a sua volta.
Cercando os quatro pontos do enorme salão havia quatro estátuas gigantes em direções diferentes, estátuas essas que representavam os quatro grandes deuses da terra do sol nascente e suas armas.
No norte estava Susano o deus das tormentas portando sua espada Kusanagi no Tsurugi. No leste havia a Deusa do sol Amaterasu com seu espelho Yata no Kagami. No oeste Tsukyoumi a deusa da lua cercada pelas joias Yasakani no Magatama a suas costas completando assim os três tesouros sagrados dos deuses.
E ao sul perto da entrada havia mais uma estátua, essa da Deusa do Eclipse, também chamada de a princesa da lua e a deusa coelho em alguns lugares, Kaguya com uma lança em mãos.
Em alguns pontos da parede alguns desenhos também podiam ser vistos, representando batalhas que aconteceram no passado entre muitos outros deuses e guerreiros dos mais diversos tipos contra criaturas místicas, e também registros de outros acontecimentos, como festas e torneios de luta além de representações de lugares como vilas e algumas cidades.
- E então? O que achou do lugar? – questionava Homura caminhando até Kaguya que agora estava no centro do local.
- I-incrível... Muito incrível! Nunca que eu poderia imaginar um lugar assim dentro de uma montanha. – respondia Kaguya observando as estátuas dos deuses.
- Bom se já terminou de olhar tudo, vamos começar. – dizia Homura.
- E o que faremos? Como vou treinar aqui? – questionava Kaguya.
- Se eu não estiver errado... Deve ter um dispositivo aqui por perto. – afirmou Homura caminhando até a estátua de Susano.
Ao chegar aos pés da estátua, Homura procurou atentamente pelo local, quando encontrou uma alavanca, o mesmo alertou Kaguya para se afastar do centro. Logo em seguida Homura puxou a alavanca e o chão do templo começou a se mover.
Em seguida plataformas se revelaram se elevando para cima com lentidão, formando uma espécie de escada. Após completar cerca de oito andares o lugar parou de se mover. Kaguya observou aquilo por alguns instantes enquanto Homura se aproximava da aluna.
- Esse lugar não deixa de me surpreender. – afirmou Kaguya deixando escapar um sorriso.
- Está vendo a última plataforma? É nela que você vai treinar. – dizia Homura.
- O que tenho que fazer? – perguntou Kaguya.
- Será simples, ou melhor, um pouco difícil eu diria... Você vai se sentar naquele lugar com a espada desembainhada. Você vai coloca-la sobre seus joelhos de uma ponta a outra e em seguida toca-la com suas mãos... Depois você começara a meditar até entrar em um estado de concentração completa... Depois que fizer isso... Será por sua conta. Você estará sozinha e aprender a técnica vai depender de como será seu treino. – respondia Homura com seriedade.
- Entendo... Então acho melhor começarmos... – afirmou Kaguya retirando a espada da bainha e começando a subir na plataforma.
Kaguya tomava cuidado com os enormes degraus enquanto subia, ao chegar à última a mesma se sentou, colocou a espada sob seus joelhos e a observou por alguns instantes. Em seguida Kaguya tocou a lâmina com suas mãos e então fechou os seus olhos tentando se concentrar.
Enquanto isso Homura apenas a observava, mas por alguma razão a expressão em seu rosto não era das mais confiáveis. Homura então pegou a bainha da espada de Kaguya e ao mirar bem na garota, o homem a lançou. A bainha bateu nas costas de Kaguya que sentiu uma leve dor e logo olhou para trás.
- Ei Sensei! O que foi isso? – questionou Kaguya irritada.
- Eu sabia... Da pra notar de longe que não está concentrada. – respondeu Homura.
- Isso é difícil, eu nunca fiz um treino desses antes. – dizia Kaguya.
- Acalme-se... Sei que é complicado fazer isso logo de primeira. – disse Homura cruzando os braços.
- Certo... Não tem alguma dica? – perguntou Kaguya.
- Bom... Tente imaginar um lugar calmo sem nada, procure um ponto e depois se concentre nesse ponto. Relaxe sua mente e seu corpo. Respire com calma e devagar... Acho que com isso você poderá se concentrar da melhor forma possível. Além disso, não se preocupe com o que acontecer desse lado. É por isso que estou aqui, para garantir sua segurança caso tenhamos algum imprevisto. – respondeu Homura.
- Certo... Eu vou fazer isso Sensei. – dizia Kaguya voltando a se sentar.
Kaguya tocou a espada novamente e fechou seus olhos em seguida. A garota respirou fundo e enfim se concentrou, porém não como deveria. Após algumas tentativas infrutíferas de se concentrar, Kaguya enfim pegou o jeito da coisa e finalmente havia conseguido.
Aquele enorme lugar ficou em um silêncio quase que interminável. Porém de repente as plataformas do qual Kaguya estavam começaram a brilhar intensamente revelando inúmeras marcações em solo num tom de azul claro.
Aquela energia fluía pelo chão e subia cada vez mais chegando enfim no local onde Kaguya estava. De repente, aquela energia se elevou até o teto formando uma barreira em volta de Kaguya. Homura não se assustou muito pelo contrário, o homem agora torcia para tudo dar certo para sua aluna, pois seu treinamento iria enfim começar.
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