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1° - O Desabrochar das Flores de Cerejeira

Perto da meia noite. Vilarejo próximo à província de Saitama.

Um vento gelado percorria a floresta próxima a um pequeno vilarejo, a lua cheia pairava alto no céu cercado por inúmeras estrelas que cintilavam no cosmo tornando a noite cada vez mais bela na terra do sol nascente. A vila era pequena, com poucas casas feitas de madeira bem simples, e um enorme armazém perto da entrada do lugar. O vilarejo também parecia um pouco pobre comparado a outros, não possuía muitos pontos de venda ou pequenas lojas, o que dava a entender que a principal fonte de renda do lugar poderia ser a agricultura.

A situação era bastante comum em vilas pequenas, muitas ainda conseguiam se manter, outras sofriam um pouco com os altos impostos cobrados pelos governantes de cada região. Os pagamentos eram feitos através da colheita de arroz, os governantes ficavam com cerca de 40% da colheita podendo aumentar ou abaixar tal valor dependendo da quantidade colhida. Outras vilas além da colheita usavam de artesanato e outras fontes de renda que os permitiam ter ao menos uma boa vida.

Próximo à entrada da vila, cercando o lugar aos poucos e se aproximando com cuidado do armazém, havia um pequeno grupo de quatro homens, todos usavam um uniforme militar em cores azul e branco com detalhes em preto, completando com um sobretudo azul com detalhes em chamas brancas nas pontas, todos tinham espadas embainhadas na cintura. O grupo de honrados guerreiros samurais era comandado por um homem de cabelo preto chamado Hijikata Toshizō.

Após mais alguns passos, Hijikata indicou para que todos apagassem as luzes das lanternas que carregavam, como estavam próximos da entrada do armazém, os quatro samurais já conseguiam ouvir vozes de pessoas vindas de dentro. O armazém era o único lugar da vila que ainda tinha luzes acessas. Não demorou muito para o grupo encostar-se às paredes de madeira do armazém cada dupla de um lado da porta principal.

- Capitão Hijikata... Parece que informação que obtivemos estava correta. – dizia um dos homens, possuía uma voz suave e um olhar sério em seu rosto.

- Sim... O grupo de Ronins se encontra mesmo aqui. Fizemos bem em simularmos o ataque de mais cedo... – dizia Hijikata atento à entrada do armazém.

- Esses caras não aprendem... Mas pelo menos conseguimos seguir o rastro deste grupo dessa vez. – afirmava outro dos homens, careca e com um olhar que mostrava confiança.

- Certamente... Desta vez eles não escapam... – afirmava Hijikata colocando a mão sobre sua espada.

Enquanto isso dentro do armazém, um grupo de Ronins conversavam enquanto se vangloriavam de outro glorioso roubo, o lugar possuía inúmeras lanternas que iluminavam o grande salão que era cercado por algumas caixas de madeira, onde dentro destas estava à colheita de arroz roubada de comerciantes que atravessavam a estrada rumo a capital. O grupo de seis homens usavam quimonos marrons, sandálias de madeira, alguns tinham o cabelo amarrado para trás no estilo rabo de cavalo com algumas mechas a frente do rosto, outros eram carecas.

Os Ronins eram samurais que uma vez desrespeitaram o código de ética samurai, e tomaram sua própria liberdade, seguindo seus próprios princípios e não servindo a um mestre específico, muitos eram contratados como mercenários, ou trabalhavam saqueando nas estradas a fora.

- HAHAHA! Conseguimos mais uma vez... Estes tolos daqui não aprendem. – dizia um dos homens sentado em cima de uma das caixas.

- Antes do amanhecer partiremos até o nosso empregador e então receberemos nossa quantia em dinheiro. Este trabalho foi moleza. – afirmava outro.

- Nem mesmo os cães do governo do Daimyo conseguiram nos deter. – outro dos homens dizia enquanto admirava sua espada.

- Aqueles caras são irritantes... Seguem as leis como cobras cegas... – dizia outro dos guerreiros se aproximando do centro do salão.

- Sim, mas não podemos ser descuidados, tomaremos a rota mais longa, nos dividiremos para confundir possíveis perseguidores e então, nos encontramos na entrada da cidade. – dizia um dos homens com uma cicatriz em seu rosto que ia do olho direito até próximo aos lábios.

De repente, o grupo ouviu um pequeno barulho do lado de fora que os fez ficar em alerta, os Ronins sacaram suas espadas e ficaram atentos a quem quer que fosse. Não demorou muito para que cortes de espadas surgissem na porta de entrada do armazém que era feita de madeira, logo em seguida, a porta veio ao chão gerando uma pequena nuvem de poeira. Logo o esquadrão de Hijikata se aproximou parando a frente dos guerreiros.

- Kisuke Morioka eu presumo! – dizia Hijikata observando o homem com a cicatriz.

- Hijikata Toshizō... Capitão do Shinsengumi... A que devo a honra de sua visita? – questionava Kisuke com um sorriso no rosto.

- Essas caixas respondem a sua pergunta... Sob autoridade do Shinsengumi renda-se, ou então não pegaremos leve. – dizia Hijikata apontando a espada para seu oponente.

- Então vocês nos seguiram... Porém não pensem que iremos nos render aos cães do governo! – exclamava Kisuke.

- Eu já esperava que fosse assim... Samurais desonrados como vocês não merecem uma morte honrosa... – afirmava Hijikata.

- O mesmo para vocês, querido Hijikata! – dizia Kisuke avançando com sua espada.

Ao se aproximar de Hijikata, Kisuke pisou fortemente no chão e com seu corpo inclinado, e sua espada levantada acima da cabeça, o guerreiro estava pronto para dar um corte cruzado em Hijikata que se posicionou para defender.

Manhã do dia seguinte. Capital de Saitama. Teatro Real.

O local estava cheio, era bem amplo e estruturado, acomodava confortavelmente um pouco mais de 100 pessoas que estavam sentadas em bancos de madeira, estava escuro tendo apenas o pequeno palco iluminado à frente, dos lados algumas cortinas de cores vermelhas enfeitavam o lugar, tendo no fundo do publico duas portas uma em cada canto indicando a saída e entrada das pessoas. No palco, todos assistiam a uma apresentação feita com marionetes.

Os bonecos eram controlados cada um por três pessoas, que ficavam atrás do palco coordenando seus movimentos com precisão através de cordas amarradas em suas articulações. Os movimentos de cada boneco eram precisos e suaves, fazendo com que tais marionetes se movessem quase que como humanos de verdade. Os bonecos usavam quimonos e roupas tradicionais da época, enfeitadas com pétalas de cerejeiras. Pesavam entorno de 10 kg e tinham cerca de 1 metro de altura.

Na cena, todos acompanhavam uma história de amor proibido entre uma princesa de um reino distante que se apaixonou perdidamente pelo filho de um Shogun, o líder supremo de uma província, porém a família dos dois reinos era rival, e estavam prestes a entrar em guerra. No meio de inúmeros conflitos, os dois tentavam perdidamente se aproximarem e evitarem tal conflito, porém a batalha parecia inevitável, assim como as chances dos dois de viverem seu romance sem que suas famílias brigassem entre si. Ao fundo durante toda a apresentação e dando um toque a mais, uma melodia era tocada através do Shamisen, um instrumento de cordas da época.

A melodia vinda do Shamisen deixava o espetáculo ainda mais bonito e atraente, prendendo completamente a atenção das pessoas, enquanto a música chegava a seu ápice, a peça também se aproximava de seu clímax. A guerra havia se desenrolado, as duas famílias entraram inevitavelmente em conflito após os lideres de cada uma descobrir sobre o romance escondido de seus filhos. Vidas foram sendo perdidas e em meio ao combate, o príncipe veio a morrer. Após a guerra ser parada pelo Daimyo firmando um tratado de não agressão entre os dois reinos, a princesa que não suportou viver com a dor da perda de seu grande e único amor, acabou cometendo suicídio, e deixando uma carta a seu pai, onde nesta explicava seus motivos e todo o amor que sentia não só por seu pai e família, mas também para com seu amado.

A peça acabou arrancando uma salva de palmas do publico e lágrimas de inúmeros rostos, as luzes se acenderam, e então todos começaram a sair da sala de teatro. Entre o publico sentadas na primeira fila, duas mulheres se destacavam, uma tinha cabelos longos com enfeites que o amarravam formando um coque com uma mecha de cabelo a frente do rosto, usava um Kimono florido com mangas longas em cor preta, aparentava ter seus quase 35 anos e esbanjava uma beleza sem igual.

A outra era uma jovem de aproximadamente 19 anos, possuía cabelos pretos longos, também amarrados no mesmo estilo da mulher, porém possuía duas mechas uma de cada lado do rosto, usava um Kimono de cor rosa com mangas brancas, no tecido havia vários detalhes que se assemelhavam a flores de cerejeira. As duas logo saíram do teatro andando calmamente até chegarem às ruas da cidade, a mulher de Kimono florido era Kushina Ishikawa, a esposa do shogun que comandava a região, e a garota Kaguya Ishikawa, sua filha e herdeira da família Ishikawa.

A cidade de Saitama estava bem movimentada, pessoas iam de um lado para o outro enquanto compravam mantimentos para suas casas, inúmeras lojas vendiam seus produtos, alimentos, peças de artesanato, quadros, a variedade era grande o que tornava muitas vezes a escolha das pessoas um pouco difícil.

A cidade era bem estruturada com casas feitas da madeira mais resistente que podia se encontrar na época, mais para o leste ficavam os campos de agricultura, onde trabalhadores rurais cultivavam arroz e outros alimentos que mais tarde, seriam vendidos nos mercados da cidade ou em vilas próximas, e também seriam dados como impostos para os governantes locais.

A oeste, próximo ao castelo da família real, se encontrava um belo parque com inúmeras árvores de cerejeira, a cidade de Saitama era cortada por um rio que separava a área comercial da região próxima ao castelo real. A cidade inteira era vigiada constantemente por vários guardas, que faziam a proteção da população e de seus lideres evitando assim problemas recorrentes na cidade.

Kaguya e sua mãe caminhavam tranquilamente pelas ruas de Saitama, Kushina usava um Wagasa, um guarda chuva da época feita com papel japonês, barbante e bambu, possuía uma cor vermelha e era um dos itens mais resistentes se bem cuidados.

Segundo suas tradições e lendas, tal acessório era usado para proteger as pessoas dos maus espíritos e da luz do sol, Kaguya não usava um alegando estar tudo bem, pois não acreditava em superstições. Enquanto andavam, muitas pessoas paravam cumprimentando as duas em respeito, Kushina particularmente adorava tal interação com seu povo, assim como Kaguya, porém a jovem sonhava em ser mais que uma simples herdeira da família, Kaguya achava que poderia fazer muito mais pelo seu reino.

- Aquela peça realmente me comoveu... - dizia Kushina enxugando algumas lágrimas em seu rosto com um pano que carregava em mãos.

- Você sempre foi tão emocional... Achei que dessa vez você fosse segurar o choro ao menos um pouco. - afirmava Kaguya com uma expressão de desanimo no rosto.

- Eu também achei... Mas... O que foi minha filha? Você tá com uma cara péssima. Por acaso a peça mexeu tanto assim com você? – questionava Kushina olhando atentamente para Kaguya com um sorriso.

- Um pouco... Mas particularmente, não achei tão interessante assim. – dizia Kaguya com o olhar fixado à frente.

- E posso saber por quê? – questionou sua mãe novamente.

- Acho que a princesa da história poderia ter feito mais para evitar a tragédia... Se ela tivesse lutado e contrariado seu pai, talvez o final pudesse ter sido diferente, e a guerra evitada. – respondia Kaguya enquanto parava para cumprimentar uma criança que passava pela rua.

- Senhora Kaguya... Fiz para você. – dizia à criança, um garoto que aparentava ter seus seis anos, usando um Kimono simples e entregando um origami de uma ave a Kaguya.

- Obrigado pequenino... – disse Kaguya o abraçando logo em seguida, depois o garoto se pôs a acompanhar sua mãe que estava mais a frente.

- Entendo... Mas você sabe que isso não é possível não é? Não é nossa função lutar em guerras. – dizia Kushina voltando a andar com sua filha.

- Eu sei, eu sei disso, mas acho errado. Por que é que temos que seguir nossas tradições antiquadas e ficarmos sentadas apenas vendo algo de ruim acontecer, quando temos a oportunidade de pegar em uma espada e lutar? – questionou Kaguya ficando cabisbaixa.

- Kaguya, elas foram passadas de geração em geração, treinar as mulheres para serem boas esposas e cuidar de tudo na família é um papel importante além de pegar uma espada e lutar. – respondia Kushina.

- Eu prefiro a segunda opção... Não gosto e não quero ser uma simples esposa onde minha única função é cuidar das finanças e da casa. – dizia Kaguya com um olhar sério.

- Você andou lendo aquele livro de novo não é? – perguntou Kushina dando um leve suspiro enquanto fechava seus olhos e os abria olhando sua filha.

- Fala do livro que conta a história da senhora Tomoe Gozen? Sim eu o li. É o meu favorito. Acho interessante o fato de ela ter se tornado a única mulher shogun até o momento e governado uma província inteira só com guerreiras mulheres. – respondia Kaguya sorrindo.

- Eu também gosto desta história, porém Tomoe foi um caso especial... Não pense que a vida real possa ser igual nos livros minha filha. – afirmava Kushina.

- Eu sei, porém ela me inspira e um dia quero ser como ela. Uma brava guerreira samurai que luta para proteger seu povo na linha de frente. – dizia Kaguya parando sobre a ponte com sua mãe, as duas se aproximaram da ponta observando os peixes no rio abaixo. – Sabe minha mãe... Eu decidi.

- E sobre o que está falando? – perguntou Kushina curiosa com a resposta.

- Eu farei o teste de admissão para o Shinsengumi. – respondia Kaguya com um enorme sorriso.

- Você está louca minha filha! Entrar no Shinsengumi, um esquadrão formado apenas por homens honrados é loucura! Você sabe que seu pai nunca aprovaria isso! E eu também não! – afirmava Kushina olhando seriamente para Kaguya.

- Eu sei que não, porém farei mesmo assim... Eu vou seguir meu sonho de se tornar uma brava guerreira, eu darei orgulho a vocês eu prometo. – dizia Kaguya.

- Você não irá! Entrar no Shinsengumi está fora de cogitação! Kaguya! Não é sua função lutar! Você sabe disso! - insistia Kushina.

- Eu já disse, eu não vou seguir as tradições da família! Eu não quero ser alguém como a senhora! – gritou Kaguya olhando atentamente para sua mãe.

- Kaguya! Abaixe o tom de voz! Eu sou sua mãe!

- Desculpa... – disse Kaguya voltando a observar os peixes no rio abaixo com uma cara triste.

- Tudo bem, só quero que você saiba que queremos o seu bem, e para o seu bem é melhor não entrar em combates. – dizia Kushina fechando seu guarda chuva e dando um abraço em sua filha.

- S-sim...

- E acho bom desistir dessa ideia, pelo seu próprio bem. – dizia Kushina.

- Você sabe que não farei isso não é? - questionou Kaguya num tom de voz baixo.

- E você sabe que não vamos permitir, não é? - retrucava Kushina com um sorriso.

Após a breve discussão, um silêncio inquietante reinou entre Kaguya e sua mãe, por mais que as discussões fossem no mínimo recorrentes sobre o futuro, Kaguya possuía um carinho e respeito enorme por Kushina, não só por ser sua mãe, mas também pelo fato da bela e bondosa mulher em que se tornou. Por mais que se inspirasse nas histórias de Tomoe Gozen, Kaguya queria ser não somente uma guerreira samurai de respeito, mas também alguém gentil como sua mãe era.

Do outro lado da margem do rio, havia uma enorme árvore de cerejeira, suas lindas pétalas de cor de rosa desabrochavam e voavam ao vento, caindo no rio abaixo. As pétalas traziam um ar de tranquilidade para Kaguya que sempre que as via, sentia uma sensação de leveza. Após alguns minutos Kushina reabriu seu guarda chuva e tocou nos ombros de Kaguya indicando para que começassem a caminhar rumo ao castelo. Kaguya assentiu com a cabeça e começou a atravessar o restante da ponte com sua mãe. Porém ao chegarem do outro lado, as duas notaram uma agitação no mínimo estranha vindo da cidade.

De longe, puderam ouvir os gritos de algumas pessoas enquanto quatro homens caminhavam calmamente rumo ao castelo do Shogun, os homens eram o esquadrão comandado por Hijikata, o Shinsengumi havia retornado de sua missão.

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