XXIII
Better When I'm Dancing - Megan Trainor
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Esperando na casa grande, Violet estava parada na varanda, olhando para o céu. Quando me aproximei, virou-se para mim e sorriu.
- Finalmente, Lydia. Pensei que só fosse acordar amanhã.
- Mãe - falei baixo e a abracei forte.
- Como é? - arqueou uma sobrancelha. - Você me chamou de mãe?
- Claro! Você é minha mãe, mamãe - olhei em seus olhos. - Nem acredito que está viva! Eu consegui...
- Conseguiu o que? Eu nunca morri. - Ela fez cara de confusa e lembrei que não disse a ninguém que voltei no tempo.
- Ah - agito a cabeça. - Esquece, não foi nada.
- Tudo bem - da de ombros e me abraça. - Você me perdoa por tudo o que eu fiz? Sobre o álcool e tudo mais. Eu prometo que nunca mais.
- Mãe, nós vamos superar isso juntas, ok? Eu vou voltar a estudar, entrar na faculdade e você vai reabrir a joalheria. Vai ser como antes, só que melhor.
- É. Melhor.
* * *
- Ei, Lydia! - alguém sussurra quando passo por trás dos estábulos. Sigo o som e Nico está lá parado.
- Oi - o abraço. - Você está bem? Não te vejo desde aquele dia. Peter disse que você queria me falar algo.
- Ah, sim, queria mesmo. Então... É complicado, não sei se entenderia.
- Hum - fingi pensar - eu te disse a mesma coisa, uma vez. Que tal fazermos assim: você me conta o que quer e eu te conto o que aconteceu entre eu e Peter.
Nico fica surpreso e arregala os olhos. Gosta bastante de desafios.
- Tudo bem. Quer que eu fale em detalhes ou..?
- Fala logo!
- Tá! E-eu gosto de homens! - fala alto e fica todo vermelho.
Arregalo os olhos e dou um sorriso. Nunca em um milhão de anos pensei que ele me contaria. Eu já estava supondo faz um tempo, mas isso não.
- Pensei que fosse uma novidade - arqueio a sobrancelha. - Brincadeira, mas me conta, como assim?!
- Eu já gostava faz um tempo - esfrega o braço - Mas não tinha certeza. Então, quando você me beijou no ano passado eu soube.
- Que realmente gostava do mesmo sexo - completei. - Eu entendo, Nico. Não tenho nenhum preconceito contra isso, sério. Só quero te ver feliz.
- Obrigado - vou até Nico e lhe dou outro abraço. - Não sabe como sua opinião é importante.
Que choque, não sabia que Nico se sentia assim em relação ao seu gosto. Mas é bom saber que ele confia em mim. Vou ajudar como possível.
- Mas quem é o felizardo? - gritei ao me afastar e ri, só quem falava assim era minha tia Rebecca. - Não me diga que é o Will Sol...
Nico riu e assentiu com a cabeça. Foi mais um sinal para eu rir de novo e pular de alegria.
- Sua vez, ruivinha. Tem que me falar o que aconteceu na boate.
- Ah, que droga - resmungo. - Mas quer saber? Eu aceito o "desafio". Na boate, eu e Peter tomamos uma bebida estranha, dançamos muito e nos beijamos.
Nico gargalhou. Até me assustei, nunca o vi assim.
- Só isso? Pensei que fosse uma novidade. - revira os olhos. - Então vocês dois finalmente vão ficar juntos?
- O quê? - engasguei. - Eu não sei. Peter é legal, mas...
Nico me olhou com reprovação. Dei outra risada, afinal, qualquer coisa poderia acontecer para nós dois.
- Só o tempo vai decidir.
***
Na fogueira, naquele fim de tarde, eu finalmente me senti aliviada. Derrotamos minha madrasta, salvamos Leo, ainda trouxemos dois animais para o acampamento. E o mais importante: todos estão felizes.
Nunca percebi como a fogueira era tão bonita. O fogo alaranjado, a altura de mais ou menos dois metros e todos os campistas felizes conversando, cantando...
- Está pensando em mim ou é alguém mais especial? - Beatriz perguntou ao se sentar do meu lado. Hoje ela estava usando os óculos.
- Na verdade, não. Apenas repensando tudo o que aconteceu.
- Pois é - suspirou. - Nunca pensei que diria isso, mas quero muito que aconteça alguma coisa grande.
- Por quê?
- Tudo é mais animado, mesmo as pessoas assustadas. E tem isso - aponta para os campistas. - No final, ficamos felizes, juntos.
Sorri de lado.
- Vou passar muito tempo com os leões, sabe? - ela diz animada. - Eu fiquei com a tarefa de cuidar deles, então vou dar comida, banho e nomes. Mas posso pensar nisso depois.
- Que bom que você tem algo para fazer. Eu vou estudar, fazer faculdade e reabrir a joalheria.
- Não vai mais ser uma mercenária? - perguntou animada. Fiz que não com a cabeça. - Graças a Deus! - berrou. - Agora vou te ter por perto, sem precisar te ligar e ver você em Las Vegas.
- Eu só fui lá uma vez, tá? - retruquei. - E foi bem legal.
Beatriz me deu língua e sorriu. De algum lugar, surgiu uma flecha e começou a moldá-la.
- Olha quem vem lá - ela diz sem olhar para trás.
Peter senta do meu outro lado, logo depois Nico e Will. Aceno com a mão para os dois e Peter passa o braço por cima de meu ombro.
- Sabe que isso pareceu nos filmes, né? - perguntei rindo. - Quando o cara tenta passar o braço "discretamente".
Peter dá uma pequena risada e retruca:
- Calada, ruiva. Acho que vão falar de você agora.
- Por que acha isso?
- Deve ser porque você salvou o Olimpo duas vezes. Matou dois titãs, trouxe dois leões e milagrosamente não morreu.
Dei outra risada e olhei para Percy, que acaba de se levantar.
- Pessoal! Eu tenho uma coisa para dizer.
Todos se calaram e olharam para ele.
- Quero agradecer a uma amiga - Percy se virou para mim - por ter salvo meu amigo, e a todos nós. - Percy riu de si mesmo. - Nem sei como te retribuir, você e seus amigos, Lydia.
- Não precisa. Só fizemos porque é o nosso dever. E eu vou ficar perto, esperando outro desafio!
Todos vibraram, erguendo armas e rindo.
Quando terminaram, Percy piscou para mim e voltou a se sentar com os amigos.
Todos os campistas estavam presentes, deviam ser milhares quando os filhos de Apolo começaram a tocar e cantar uma música realmente boa, fazendo todos acompanharem.
Por dentro, soltei uma risada e murmurei para mim mesma:
- Quem mandou mexer com a herdeira?
—
Oi gentee
O livro tá quase acabando :'(
Ah, eu vou fazer entrevista, mas posto um capítulo só pra isso depois, ok?
Votem e comentem
Bjs azuis
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