XVI
Música: Cake By The Ocean - DNCE
...
- Não vi a hora de sair daquele lugar - falei enquanto caminhava na frente de todos.
- Ah, eu gostava daquele motel - diz Beatriz, dando de ombros. - E a boate era legal.
- É... - coloquei uma mecha de cabelo para trás da orelha não queria que me vissem corar. - Foi legal, sim.
Acho que nunca me senti tão esquisita na vida. Estava com fome, com medo, insegura e com vergonha de Peter... É isso mesmo produção?
Ele parecia bem. Estava conversando com Nico e Beatriz alegremente. Já pensei que podia existir uma "rivalidade" entre os dois, mas pareciam quase irmãos.
Ficar sozinha era mais prático. Eu pegava meu relógio, pensava em várias coisas e suposições do que podia acontecer.
- Você ainda tem - disse Violet, surgindo do meu lado. Pus a mão no peito.
Que susto, mulher! Imagina se eu tivesse com uma arma de choque!
Espera, será que eu tenho uma arma de choque? Preciso tentar isso um dia.
- Claro que ainda tenho - observei os ponteiros se mexerem lentamente. - Quando você "morreu", isso se tornou uma lembrança e arma...
- Eu pensei que você tinha jogado fora.
- Por quê?
- Você sabe que eu não sou a melhor mãe do mundo. Depois de tudo o que eu fiz, saindo para lugares sem me preocupar, o seu pai, a joalheria... - Ela fungou, passando a mão pelo rosto. - Nunca pensei que ainda gostasse de mim ou guardasse algo que eu lhe dei.
- Olha, Violet - falei, ela abaixou o rosto, não sabia se ainda podia chamá-la de "mãe". - Você me magoou muito, eu te odiei e até xinguei várias, várias, várias, tipo, várias vezes mesmo, mas eu ainda quero me acostumar com tudo isso. Ter certeza de que você mudou.
Violet continuou com a cabeça abaixada. Ainda refletindo sobre aquelas palavras. No fim ela apenas olhou nos meus olhos, deu um sorriso de lado e assentiu com a cabeça.
***
Horas e horas andando. Tudo o que eu queria era parar essas pernas e me deitar!
Paramos na beira da estrada. Havia uma pequena mercearia ou loja. Como um mini mercado.
Entramos lá dentro. Não tinha ninguém, apenas um homem no caixa que parecia muito destraido com o jornal.
Como era pequena, tinham prateleiras compridas cheias de comida. Ao fundo, freezers com sorvete, gelo, refrigerantes e cervejas.
Cada um foi para um corredor. Eu passei pelo setor de enlatados. Aquelas coisas pareciam ter passado da validade.
Tirei um pote de ervilhas e vi Peter do outro lado, mas apenas os olhos. Consegui vê-lo dar um sorriso. Fiz uma careta de irritada.
- Você quer conversar? - perguntou arqueando a sobrancelha.
- Sobre o que? Não temos nada para conversar - falei desviando a atenção de seus olhos castanhos para o pote de ervilhas.
- Aham. Sei... Uma hora você vai ter que falar comigo. Você tá doidinha pra falar comigo, que eu sei.
- Seu eu quiser posso parar o tempo, o tanto que eu quiser - falei, fazendo cara de "Há, toma!" E vi ele fazendo uma careta.
- Ok, divirta-se comendo as suas ervilhas vencidas - disse irônico e saiu.
Coloquei o pote no lugar e suspirei fundo. Fui até o freezer cheio de sorvetes e peguei um pote grande: napolitano. Ainda bem que era recente e tinha uma colher, acho que ninguém vai se importar.
Sentei-me em cima do freezer, sem me importar com nada e devorei os três sabores de uma vez. Aquilo era o paraíso. Devia ter um deus dos sorvetes, pensei.
- Lydia! - uma voz me chamou. Me virei para o lado e deparei com Percy.
Mas não era ele pessoalmente. Era uma mensagem de íris.
Isso invadia muito a privacidade das pessoas, sabe?
- Percy! O que foi? Algum problema?
Ele estava no acampamento. Parecia em choque e assustado.
- Eu não sei se isso pode ser um problema ou não.
- Mostre logo - apontei com a colher.
Ele saiu da frente e mostrou o que acontecia. Era o acampamento, o lado de fora da casa grande. Muitas pessoas estavam ao redor, mas assim que saíram consegui ver com mais clareza.
Uma garota caída no chão, parecia desmaiada. Tentei observar mais de perto.
Vixi, pensei enquanto saboreava o sorvete.
- Eu a conheço! - falei e Percy voltou para a tela.
- É eu também... E essa não é a melhor parte. Veja.
Como se fosse um celular, a imagem mudou e mostrou mais ao lado várias peças de metal espalhadas e destroçadas.
- Festus - balbuciei. - Esse é Festus, não é? Então onde está Leo?
- Esse é o problema! - Percy voltou à imagem. - Ele não veio. Só a...
- Calipso. Eu sabia que eles estavam vivos! Mas Leo não está aí. O que vamos fazer?
- Esperar ela acordar e contar tudo o que sabe. Mas e você? Como está a missão?
- Ah, por enquanto, um pote de napoiltado... Já descobrimos o local que nossa "inimiga" fica. Estamos quase chegando. Também acontecerem muitas coisas - pensei em Violet, Nico, Festus, os sonhos e principalmente a monstrum pars. - Se eu pudesse contar, contaria.
- Tudo bem. Eu preciso ir mesmo. Depois você me conta tudo.
- Tchau Percy.
- Tchau! - acenou com a mão e a imagem sumiu. Ótimo, outra coisa para me preocupar. Não acredito que aquilo aconteceu. O acampamento já é uma bagunça.
Agora Calipso está de volta... Mesmo ela nunca ter saído da ilha.
Agora só consigo pensar no tanto de treta...
Segundos depois, algo pipocou na minha mente.
- A profecia...
-
Oii! O que acharam do cap de hoje?
Deixe seu voto e comentário
Bjs azuis;
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro