IX
- Eu não quero! - falei enquanto Nico me empurrava até a colina. - Você é louco! Eu sabia que tinha flor de lótus, eu tenho contato com os Stolls e...
- Você precisa. - Disse exausto. - Essa missão é sua. Aproveitem que ainda está amanhecendo.
Esfreguei meus olhos tentando me adaptar a luz.
- Mas eu nem sei para onde vamos - chegamos ao alto da colina onde meus amigos já me esperavam. Todos com cara de sono, acordar cedo não ajuda em nada na vida de ninguém!
- Vamos para o Colorado - disse Beatriz devorando sua barrinha de cereal - lá tem varias montanhas.
- Você podia usar aquele truque, Lydia... - Peter diz arrumando a mochila nas costas. - Aquele lance.
- Não. Isso me cansa muito apenas eu e Astro, imagine nós três. - Me virei para Nico e sorri. - Eu vou ficar bem.
- Eu sei que vai. - Disse e me abraçou. - Cuidado. Não faça nenhuma besteira ok?
- E você fala isso para mim? - disse rindo. - Se você for, tome cuidado. Lembra do que Will e Melissa disseram...
- Não viajar nas sombras - rolou os olhos - Já sei. Filhos de Apolo são muito persistentes... Até mais, pessoal! - Ele disse para Beatriz e Peter, que retribuíram com acenos tímidos.
- É agora.
***
Saímos para dentro da floresta. Fiquei com um pouco de medo, e caminhar em silêncio não ajudava em nada. Não sei como consegui passar esses últimos meses sem a companhia de ninguém, só Astro.
- O que vocês tem? - perguntei franzindo o cenho, quase rindo.
- Eu não tenho nada - Peter diz sem olhar para trás. - É ela. A garota das ervas.
- O que foi, Beatriz?
- Ele não quer usar aquele trem... o expresso Hermes. - Resmungou.
- Ah não - falei. - Melhor não usar mesmo, odeio aquele trem, sempre leva para os lugares errados!
- Há! - disse Peter olhando para trás. Beatriz deu a língua.
- Dá última vez tive que enfrentar Bóris... na verdade, duas vezes. - Ele diz franzindo o cenho.
- Nós tínhamos treze anos, Peter! - ela repreende. - Somos mais espertos que um unicórnio.
- E quase morremos! Uma vez você, depois a Lydia! Não quero arriscar a vida das duas de novo.
Andamos por mais um tempo, apenas seguindo Beatriz e seu senso de direção. De vez em quando ela até parava e falava com uma das árvores e ninfas.
Eu estava praticamente uma sonâmbula. Quando finalmente escureceu e minhas pernas já não aguentam mais. Paramos.
Tirei a barraca da mochila e montei-a. O azar é que tudo estava escuro, as árvores cobriam tudo e me fez lembrar do sonho. Não estava com medo, apenas curiosa pra ver aquela mulher. Tá, talvez um pouquinho de medo, sim.
- Lydia? - disse Beatriz.
- O que? - me virei para ela, destraida.
Ela estava revirando algo na mochila, enquanto Peter arrumava a barraca.
- No que está pensando?
- Nada... - menti.
- Pelo menos estamos entre as árvores - Beatriz olhou ao redor e suspirou. - Não precisamos temer nada.
- É... - falei sem jeito, fingindo estar alegre. Quando via tudo ao redor, me lembrava da mulher ruiva.
- Você não gosta de árvores? - Peter pergunta curioso.
- Claro que gosto! Elas são... - bati na árvore de leve - De madeira né?
Pude ouvir Peter rindo, dentro da barraca.
- Jura, Lydia? - diz irônico - Não sabia. Eu pensei que eram de plástico.
Reviro os olhos, rindo.
- Desculpa. Eu tenho pensado muito na profecia.
Me sentei ao lado de Beatriz, mexi no relógio e observei os ponteiros se moverem.
- Alguma parte específica?
Peter colocou a cabeça para fora da barraca, tentando escutar a conversa.
- E com a lâmina do tempo será destroçada... Que lâmina é essa?
- Se eu fosse você não pensaria muito. Com a grande profecia, a lâmina foi a adaga de Annabeth. Ninguém sabe qual vai ser agora, amiga.
- Mas o sonho pareceu pior, não é? - Peter diz. - Aquela mulher parecia estar do nosso lado? Tudo está conectado e eu vou descobrir.
- Eu acho que sim... Ah, não sei. - Dei de ombros. - A única coisa que tenho certeza é que ela era ruiva de olhos azuis. Ainda estou com medo.
- Ainda estou tentando ligar os pontos: leões, mulher ruiva, lâmina do tempo... - Beatriz diz olhando para o chão. - E o que raios Leo tem a ver com tudo isso.
Abri a boca para falar, mas ouvimos um barulho estrondoso que ecoou por toda a floresta. Pareceu uma construção de metal enorme que caiu do céu. Foi um pouco longe mas conseguimos ouvir.
- O que foi isso?! - perguntei gritando, com o coração acelerado. Nunca levei um susto tão grande. Ninguém respondeu, Peter e Beatriz estavam parados como estátuas. Os ponteiros do relógios não se moviam mais. Preciso aprender a controlar tudo isso.
- Eu fiz isso? - falei chocada, não parava o tempo de repente faz muito tempo. - De novo?
Me levantei. Como estava tudo parado resolvi não voltar, pelo menos todos estariam seguros.
Caminhei em busca de alguma coisa, tive medo de encontrar algum corpo ou pior...
Vaguei pela floresta e vi um pontinho dourado e brilhante. Fui até ele e o brilho desapareceu.
Dei um pequeno grito de susto e cobri a boca quando vi a enorme peça de metal em forma de asa.
Eu sabia que era de Festus.
Uma vez, estava conversando com Beatriz por mensagem de íris, eu estava perto de Miami quando ela fez a "chamada" e mostrou o enorme dragão de metal, bem de perto.
Se aquela era uma parte da asa, significava que ele não estaria voando. Nem Leo ou Calipso.
Voltei correndo para meus amigos o mais rápido possível. Respirei fundo e agitei as mãos.
O tempo voltou ao normal, Beatriz deu um grito e uma flor azul brotou do chão, depois explodiu. Peter também gritou e correu para dentro da barraca.
- Que cara é essa? - perguntou ela. - Não se assustou?
- Já me assustei... Até parei o tempo por causa disso.
- E você viu o que era?
- Infelizmente sim. Venham, preciso mostrar para vocês.
- É uma coisa... Boa?
- Eu não usaria esse termo agora. Pelo menos até tudo isso acabar.
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Intenso...
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Bjs azuis;
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