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IV

Peter olhou no fundo dos meus olhos por muito tempo, e eu apenas com uma cara de doente mental esperando ele falar alguma coisa.

- Eu acredito em você. - Falou por fim e continuou a caminhar.

- O que? Espera! - Fiquei em sua frente de novo. - Acredita?

- Claro. Esse cara morreu, mas Nico me disse que sentia outra coisa meio estranha. Não fico surpreso de você ter achado ele por aí. E fala sério, se Festus sobreviveu também, não é difícil não encontrá-lo. - Peter riu. - Você não é maluca.

- Eu sou maluca. Que bom que alguém pensa assim. - Mordi o pedaço de bacon. - Para onde estamos indo mesmo?

- Aos chalés. Você está cansada. Hoje vai dormir na minha cama, eu insisto.

- Está bem, senhor hoteleiro.

Entramos no chalé de Hermes, bagunçado como sempre. Lembro que quando cheguei no acampamento, passei minha primeira noite aqui e no outro dia já estava em Hollywood.

Me deitei na cama de Peter e me apoiei no braço esquerdo, olhando para ele.

- Onde esteve todos esses meses? - Ele perguntou sentado na cama da frente.

- Washington como sempre, Santa Mônica onde tive uma crise de formigas gigantes. - Falei e ele riu. - É serio! Como elas se chamam... Aikos né? Não, acho que não...

- Eu sei lá. - Falou rindo.

- Continuando: também dei uma passadinha em Boston. Juro que vi uma Equidna ou algum tipo de serpente no rio! Mas deixei para lá.

- Acho que Annabeth esteve por lá. Você a viu? - Dei de ombros.

- Vou dormir. - Virei de costas. - Me acorde depois, Peter.

- Não tenho nada para fazer, na verdade.

- Peter, você não vai me observar enquanto durmo. Tchau!

- Garota arrogante. - Ele se levantou resmungando e ri - Tchau, ruiva.

***

No sonho eu corria.

Estava na floresta, tudo escuro e silencioso. Ouço um som de folhas sendo esmagadas no chão.
Corro na direção do som, sinto minha garganta seca e irritada. Não consigo ouvir mais nenhum som. Ele sumiu como mágica.

Atrás de mim, um vulto passa tão rápido que mal consigo vê-lo. Depois passa de novo, só que na minha frente. Não perco tempo e corro mais.

Nada de novo. Parece que quanto mais eu corro, mais distante fico.

Ouço alguém respirando. Tento espiar pelas árvores mas a pessoa parece se esconder. Semicerro os olhos quando enxergo cabelos longos ruivos e escuros. Metade do rosto está coberto pela árvore mas vejo seus olhos: azuis como o céu da manhã.





Saio da cama devagar, já vi aquele rosto em algum lugar, mas não sei quando.
Me levanto da cama e ajeito a jaqueta. Tiro o relógio do pescoço e verifico a hora: uma e meia da tarde.

***

Saí do chalé meio nervosa, não tenho um sonho assim a muito tempo.

Vou até uma parte dos campos de morangos apenas para sentir o cheiro.

- Por que vocês não crescem logo em? - Alguém sussurra. - Senão vou ter que fazer isso sozinha.

Beatriz mexia em alguma coisa na plantação, na maior parte do dia ela ficava lá. Na outra estava dormindo ou se alimentando.

- Beatriz? - Chamei.

- Ahh! - Ela tomou um susto, quando tocou um pé no chão surgiu uma pequena margarida. - Mãe do céu! Quase me matou de susto! merda, tá pensando que eu sou quem?

- Uma doente mental. Ei, jovem, se acalma. - Ofereci a mão para se levantar. Ela aceitou e me abraçou.

- Onde estava? No Canadá por acaso? - Perguntou tirando terra das mãos. - Não temos notícias suas fazem semanas!

- Washington. Mas eu tenho novidades.

- Conta!

- Acho que já ouviu falar de Leo Valdez. - Beatriz assentiu com a cabeça. - Eu encontrei ele em uma lanchonete com uma garota.

- Minha nossa! - Ela cobriu a boca com as mãos. - Sinto que não é só isso. Fala o resto.

Excitei no começo, mas decidi contar o sonho ainda meio insegura. Ela observava espantada e confusa, principalmente quando falei da mulher.

- E você sabe quem era?

- Não. Se ao menos tivesse visto o rosto inteiro até que ajudaria... Aqueles olhos azuis não me são estranhos.

- Ela era ruiva. A Rachel talvez?

- Não. A pessoa do sonho tinha cabelo liso, o da Rachel é cacheado...

- Uma parente distante! Ou sua mãe!

- O que? Não, Beatriz. Minha mãe morreu, e o resto da minha família está espalhada pelo país. Mesmo assim, eu não quero ver ninguém...

- Tudo bem. - Ela deu de ombros. - O que quer fazer?

- Acho que vou andar um pouco. Esfriar a cabeça, sabe? Vejo você depois.

- Até mais. - Ela acenou e eu retribui.

Fui em direção à casa grande. Passei por trás dela onde se encontrava a floresta.
Fiquei muito tempo caminhando, sem nem se quer me preocupar onde estava ou o que acontecia.

Ouvi o som de folhas secas sendo esmagadas de repente. Me viro de costas e depois para frente.

- Você está aí. - Disse Jason ao colocar os pés no chão.

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Não sei o motivo, mas eu rindo muito! Sério kkk

Votem e comentem seus lindos ♡

Bjs;

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