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New Chamor, 18 de dezembro de 2017
16:18
26 dias

Um momento constrangedor se passa enquanto Helena conversa ao telefone na cozinha. Estou na sala com seu marido, que estende a perna engessada sobre a mesa de centro. O silêncio entre nós dois parece até físico, uma coisa sólida que se pode tocar. É tão constrangedor que sinto vontade de simplesmente me levantar e ir embora.

Nunca fui muito próxima de Donnie, mas não tenho nada contra ele. Pelo contrário, acho ele uma boa pessoa, apenas não temos intimidade. Afinal, ele é casado com Helena, não comigo.

No momento estou pensando no quão irônico foi Helena ter se casado com um homem branco, já que quando éramos crianças ela dizia achá-los todos muito iguais e superficiais. Pensando bem, talvez ela ainda tenha a mesma opinião, mas considere Donnie uma exceção. Ele é um cara legal. Sempre tratou minha irmã muito bem, demonstrando o quão apaixonado é por ela mesmo depois de casados.

Mas a questão é que Donnie nem meu amigo é. Sozinhos aqui na sala, não temos assunto nenhum para falar sobre. É tortura.

Me levanto para ir até a cozinha, pois sei que ele não pode vir atrás com sua perna quebrada. Sento-me no balcão e aguardo Helena terminar de falar ao telefone, aproveitando para bisbilhotar um pouco também.

— Deve estar sendo terrível para ela — diz. Uma pausa enquanto a pessoa do outro lado responde. — Nem consigo imaginar.

Helena se vira e percebe que estou aqui, ouvindo tudo. Ela faz uma cara feia para me repreender.

— Será que agora vão pensar mais no povo e construir uma delegacia aqui?

Não sei o que a outra pessoa responde, mas eis o que eu penso: não, não vão. Já ocorreram crimes piores por aqui, e a delegacia mais próxima continua a trinta e três quilômetros de distância, na cidade vizinha.

— É um absurdo! Como é que uma mãe simplesmente deixa o filho sumir por aí e não fala nada?

Odeio estar escutando tudo pela metade. Espero que Helena saiba que terá de me contar tudo e um pouco mais.

— Certo, nos falamos mais tarde.

Ela encerra a ligação e faz uma cara de tédio ridícula para demonstrar como estava incomodada com a minha presença.

— Você deixou o Donnie sozinho na sala.

— Eu não sou babá dele. Quem era?

— Você é muito grossa sem motivo, sabia?

— Tá, e daí? Eu quero saber com quem você estava falando.

— Com a Allison, conhece?

— É impossível não conhecer alguém aqui nessa cidade.

— E você conhece ela? — Helena debocha, pois sabe a resposta.

— Não. Não tenho ideia de quem ela é.

— Allison é uma colega de trabalho, tem três filhos e está preocupada com esse sumiço repentino de crianças.

— Então tem mais?

— É o que estão dizendo — Helena pega o celular e pesquisa alguma coisa na internet. — Hoje foram Mark e Elizabeth, a Betty. Aparentemente, na semana passada uma garota também sumiu, mas ninguém sabe quem é porque os pais demoraram para registrar o desaparecimento.

— Que babacas.

Reparo na vontade de Helena em me censurar pelo comentário, mas também sei que ela concorda.

— Olha, não tem nenhuma notícia sobre isso, mas eu tenho quase certeza de que é verdade.

— Ué, então é mentira.

— Você é muito chata.

— Se bem que aquela mulher da igreja também falou alguma coisa sobre isso da semana passada — comento ao me lembrar do projeto de conversa que tive com a loira.

— Que mulher?

— Aquela que sempre vem passar as férias aqui na boca do inferno.

— Para de falar desse jeito! — enquanto Helena me repreende como faria com uma criança, me levanto sorrindo para pegar um pouco de chocolate quente. — Acho que sei de quem você está falando, a Rache, né?

— Sim, com certeza eu sei o nome dela.

Pego a caneca mais bonita da cristaleira, uma rosa com enfeites em azul marinho. Sirvo nela uma boa quantidade do chocolate que minha irmã faz quase todos os dias, me deliciando com o cheiro e a sensação morna das minhas mãos em contato com a porcelana aquecida.

— Bem, sendo boato ou não, é fato que duas crianças simplesmente sumiram do mapa hoje. Precisamos nos cuidar, e acho melhor você dormir aqui hoje.

Rio jogando a cabeça para trás como se risse da piada mais engraçada que já ouvi.

— Eu estou falando sério. Quer colocar sua vida em risco saindo sozinha na rua?

— Eu não sou criança. Sei me cuidar muito bem, obrigada.

— Não interessa, eu já tomei uma decisão. Você dorme aqui hoje, sim.

Para simbolizar um ponto final no assunto, Helena se levanta e vai até a sala fazer companhia ao marido. Reviro os olhos e vou atrás.

— Certo, tudo bem. Mas eu não tenho nenhuma roupa.

— Não tem problema, eu tenho várias.

Percebo um sorrisinho se formando nos lábios de Donnie, mas ele permanece quieto.

— Cínicos.

Sento-me na poltrona acolchoada da sala, tomando cuidado para não derramar o chocolate.

— Tinha uns loucos gritando baboseiras perto da igreja hoje — Helena comenta de repente, sem contexto nenhum. Acho que foi uma tentativa de quebrar o gelo.

— Ah, sim. Eu vi, também.

Tinha me esquecido completamente do ocorrido, como se tudo tivesse simplesmente sido apagado da minha memória.

— Esse tipo de gente polui a cidade. Espero que já tenham ido embora.

Conforme vou me lembrando, entro em estado de choque com as palavras da mulher que ecoam em minha mente.

Ela disse para ficarmos todos em casa, pois tudo iria piorar.

Duas crianças desapareceram sem deixar rastros poucos minutos depois.

— Sarah? — volto à normalidade de repente. — Você ouviu o que eu disse?

— Não, eu...

Estou chocada. Não acreditei naqueles dois, ri da situação. Eles podem estar envolvidos, e eu ri.

Com cuidado, posiciono minha caneca na mesa de centro da sala e visto meu casaco, que deixei em cima do sofá ao entrar antes.

— O que você está fazendo?

Sem responder, caminho até a porta da frente e saio. O sol está se pondo, deixando o ar ainda mais gelado que antes.

Sigo um caminho que não conheço muito bem, já que sempre que saio da casa de Helena vou direto para a minha. Preciso me lembrar do percurso que fiz com ela algumas horas atrás, quando ela me tirou da igreja. Acho que errei uma esquina que deveria dobrar, e sinto um medo crescendo por não saber bem onde estou.

Não tem ninguém nas ruas, ninguém mesmo. Todos estão em casa, com medo. Eu deveria estar também, mas no momento não sei dizer se estou completamente sã. Essa história dos dois loucos está me deixando tão maluca quanto eles.

Um alívio me percorre quando percebo onde estou. Acabei chegando em uma rua que fica entre a minha casa e a igreja, portando, conheço bem. Sigo o caminho familiar até a esquina onde os dois estavam hoje no início da tarde, mas não vejo ninguém. Não tem ninguém aqui, e não sei como lidar com isso.

Covardes. Vêm aqui disseminar o caos e somem. Onde está o panfleto que me entregaram? Acho que joguei fora.

Olho ao redor, mas continuo sem ver ninguém. Corro feito uma perturbada pelas ruas tentando achar ao menos um ser vivo aqui fora. Não sei o que quero fazer, não sei porque saí. Devia ter ficado com Helena, porque agora não sei se consigo voltar.

— Droga. Droga, droga, droga!

Decido ir para a minha casa. Helena deve estar louca ligando atrás de mim agora, e meu celular está no sofá da sala. Ela vai me xingar horrores, e sei que mereço. Talvez aqueles dois não sejam os únicos loucos da cidade.

Não consigo parar de pensar neles. Não consigo simplesmente ignorar a conexão que podem ter com os desaparecimentos. Tudo isso que aconteceu hoje foi muito bizarro, são informações demais para processar.

O caminho para casa parece ter triplicado de tamanho, me sinto uma formiga atravessando um campo de futebol, um pontinho minúsculo e sem importância.

Vejo a esquina de casa, a rua por aqui também vazia. Sou a única alma aqui fora, e isso é desesperador. E se não for? E se aqueles dois estranhos estiverem bem atrás de mim, se preparando para me agarrar. Seria uma oportunidade perfeita, já que não há testemunhas.

Olho para trás desesperada, mas não há ninguém. Ótimo. Sigo em frente.

Quando chego em casa, posso ouvir meu celular tocando. Com as mãos trêmulas, tiro as chaves do bolso e destranco a porta da frente, bem a tempo de atender.

— Você ficou maluca?! No que é que você está pensando?! — reviro os olhos para a bronca de Helena. — Pode voltar aqui agora mesmo!

— Já estou em casa, não se preocupe.

— Você precisa parar de ser assim! Quase me matou de preocupação, sabia?

— Desculpe. Não estou muito bem.

Um silêncio momentâneo se passa antes de ela falar novamente.

— Certo. Descanse, então. Vamos esperar para ver no que isso tudo vai dar.

— Sim.

— Amo você, irmã. Fica bem.

Não sei dizer porquê, mas me emociono com sua última fala.

— Também amo você, Helena — desligo, sentindo lágrimas nos olhos.

Não sei o que está acontecendo comigo. Sinto como se uma energia muito negativa tivesse pairado de repente sobre mim.

O que achou do capítulo? Gostou? Comente pra eu saber, e não esqueça de votar. Até o próximo!

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