𝗿𝗮𝗶𝗻?, 𝗻𝗼
Eram por volta de 22h, o céu estava vazio, sem estrelas. Ventava pouco e estava abafado.
Um jovem abriu os olhos, sua testa pingava suor e seus cabelos já estavam melados por conta do calor. Onde estou?, se perguntou quando abriu os olhos, viu apenas o escuro em todas as direções.
Levantou os braços, o que quer que fosse que tampasse sua visão, estava longe. Não estava cego, conseguia ver sua pele. Aquilo parecia mais...uma tampa?
Tornou-se lúcido de repente, a sensação de que algo machucava todas as suas costas tomou-lhe conta. Sentiu algo furar a pele, o algo se tornou diversos. Não aguentou, estava sangrando.
Decidiu se levantar, deu de cabeça com uma tábua e cortou uma das mãos em o que lá fosse dentro do lugar, ela se abriu um pouco e uma luz entrou. Ajustou o corpo e usou os braços para abri-la, e finalmente conseguiu sair.
Estava dentro de um armário, deitado sobre vidro. O armário estava caído em um beco, um pouco à frente, iluminado por duas lamparinas, elas sotavam um aroma doce.
Ele não questionou, passou a mão pelas costas e tentou retirar o vidro. Conseguiu tirar a maior parte, o resto estava enfincado em sua carne. Uma enxaqueca acertou sua cabeça como uma frigideira nos desenhos animados, sentiu-se fraco e tonto de repente.
Se apoiou em uma parede e abaixou a cabeça, esperando a tontura passar.
Minutos se passaram até que uma moça tocou-lhe o braço. Usava um yukata vermelho com flores amarelas e verdes, segurava um wagasa - mesmo que fosse noite - na ponta dos dedos e calçava getas.
- Quer ajuda? - Perguntou, sua voz fofa soando baixa. Os lábios vermelhos fazendo um bico e a pele clara contrastando com a roupa de cor forte.
Passou os olhos, ela usava o obi amarrado para trás, os cabelos negros e longos da mulher estavam soltos e o kanzashi prendia-se do lado direito da cabeça, como um lacinho sofisticado. Ela tinha apenas um junihitoe sobre a roupa - levando em conta que estava muito quente, fazia sentido, porém não levava mais o sentido da palavra.
Antes de responde-la, encarou o armário em que estava. Era velho, porém em bom estado, largo e comprido, cabiam 3 pessoas ali, no mínimo.
- Sim, por favor... - Aceitou a ajuda da desconhecida, chamaria ela de estranha, mas só de se lembrar em ter acordado em um armário cheio de cacos de vidro, a mulher vestida daquela maneira não era nada.
- O que aconteceu? - Ela perguntou, com um ar preocupado.
- Os machucados? - Disse, sem jeito, esqueceu-se de que a mulher tinha uma ampla visão de suas costas.
- É. Como você se machucou?
- Eu acordei em um monte de vidro...
- Como assim? - Ela pareceu chocada.
Ele apontou para o armário, com a cabeça. A mulher logo entendeu.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro