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8 - Boule de Chocolat


Julien embala com carinho uma de suas trufas em uma elegante embalagem vermelha. Decidido a fazer uma visita a Bianca, ele resolve passar no Le Bistrô Splendide, o restaurante onde ela trabalha. Já está quase na hora de terminar o expediente por lá. Com um sorriso no rosto e expectativas elevadas, ele se dirige ao local com a intenção de surpreendê-la com o doce que preparou.

Porém, ao se aproximar do restaurante, ele fica desapontado ao encontrar as faixas zebradas bloqueando a entrada. O local está fechado. Um sentimento de apreensão toma conta dele.

Ele fechou! Putain,* que azar! Preciso descobrir o que aconteceu.

Compra um jornal em uma banca qualquer e, convencido de que pode encontrar alguma notícia sobre o fechamento do restaurante ali, começa a folhear as páginas ansiosamente. Seu coração bate mais rápido enquanto busca por alguma explicação.

"Após denúncias anônimas, Le Bistrô Splendide fecha as portas depois de 10 anos de funcionamento. A vigilância sanitária encontrou um ninho de rato na cozinha do estabelecimento, fato que impede o atendimento salubre no local."

Ele não consegue deixar de pensar em como isso pode afetar o trabalho e a vida de Bianca. O que ela fará agora? Como lidará com essa situação? Como irá vê-la novamente?

Frustrado, encosta-se na parede para tentar arrumar uma solução e processar as palavras, mas ele sequer imagina onde ela mora. Joga o jornal no lixo para descontar a raiva e vai embora.

Ao chegar em casa, Julien encontra Désiré em um estado de ânimo desagradável. Ela está de roupão, com uma toalha enrolada nos cabelos e fumando um cigarro e o semblante carregado. Ele a cumprimenta com um "Bonjour", mas percebe imediatamente que ela não está em seus melhores dias.

- Bonjour. Que bom que chegou, Julien. Preciso conversar com você. - diz, num tom sério.

Ele suspira, preparando-se para mais uma conversa difícil. Senta-se em uma poltrona próxima a ela e tira os sapatos, demonstrando paciência e disponibilidade para ouvir.

- Pode falar, sou todo ouvidos.

- Eu estive pensando e... - ela hesita antes de prosseguir.

Julien a observa, cheio de expectativa, conhecendo o padrão das conversas anteriores.

- Cheguei a uma conclusão: quero que você vá embora.

- Por qual motivo dessa vez? O de sempre? Você está doente e blabla, não aguento mais olhar pra sua cara, pois eu me lembro de tudo e blabla... Você sabe que um dia vou me cansar disso, não sabe? - desabafa ele com sinceridade, expondo suas próprias frustrações.

Désiré o escuta com espanto e tenta explicar-se.

- Calma, meu amor...

- Sou o culpado de tudo, não é? Eu faço tudo errado mesmo. - ele acrescenta, demonstrando sua angústia.

- Não é bem assim, Julien... Acontece que eu... você está desempregado e... - ela se atropela nas palavras, tentando dar uma desculpa válida, mas ele levanta-se e se retira rapidamente.

No quarto, ele abre a mala que sempre usa para mudanças e a coloca sobre a cama. Aproveitando que Gigi está na escola, ele decide que é a hora de partir.

Essa é a minha chance para nunca mais voltar! pensa consigo mesmo, determinado a seguir em frente.

Concentrado em seu propósito, Julien não nota Désiré parada no batente da porta, com os olhos marejados de lágrimas. Ela tenta dizer algo, mas a emoção a impede.

- Amor... Eu só preciso de mais um tempo, confie em mim. Você vai voltar, não vai? - ela finalmente consegue se expressar.

- Não. Eu não vou mais voltar, lamento. Estou indo para sempre. - responde ele, firme em sua decisão.

- Julien, não seja frio assim! - Diz ela já alterando a voz, parada na porta.

Ele fecha a mala e a leva até a porta.

- Dá licença? - ele olha bem nos fundos dos olhos verdes dela, então ela se afasta um pouco do batente para que ele consiga atravessar.

Com os ombros mais leves e um sentimento de alívio, Julien deixa o apartamento e volta para o mesmo local que alugou anteriormente. Decidiu que pagará com algumas de suas economias e está disposto a seguir adiante, em busca de um novo recomeço.

★★★

Bianca está animadíssima com o seu novo plano de ganhar dinheiro, passa no mercado e compra todos os ingredientes; o leite condensado é diferente do que está acostumada, mas compra assim mesmo. Não encontra chocolate granulado e percebe que irá precisar usar sua criatividade. Além disso, as forminhas serão de plástico.

A empolgação é tanta, que contagia suas amigas. Elas apreciam a receita nova e, com suas mãos delicadas, moldam vários brigadeiros perfeitos. A brasileira pega emprestado o ralador de Del e rala uma barra de chocolate para cobrir seus doces, a fim de substituir o granulado, e no fim fica bem parecido com o original.

Como Bia é a única desempregada entre as três, terá que vender sozinha. Ela compra uma caixa de plástico para armazená-los e usa sua bicicleta de cestinha para transportá-los.

Ao chegar em uma praça florida bastante movimentada e começar a oferecer às pessoas, logo se lembra que o doce é desconhecido na França. Aliás, é algo brasileiro e as pessoas parecem não se interessar.

Que tal se eu as chamar de boule de chocolat* ao invés de brigadeiro? Vou fazer um cartaz bem grande para chamar a atenção das pessoas.

Com o passar dos dias, Bia chega em casa e conta seu suado dinheiro, e percebe que está vendendo razoavelmente bem. Ambiciosa, suspira desejando muito mais.

- Como foi as vendas, Bia? - pergunta Del, que está cortando legumes para o jantar.

- Mais ou menos. Quer ajuda? - pergunta, já se aproximando da minicozinha.

- Seria bom uma ajuda. - A francesa suspira, triste.

- O que você tem?

- Estou preocupada com a Camille, ela não está nada bem.

- Poxa, ela não melhorou nada da úlcera?

- Não. Que tal amanhã nós três irmos a visitar?

- Duvido que ela goste da minha presença, mas vou mesmo assim. Como ela está?

- Não muito bem... Christian me ligou contando. Quer dizer, eu liguei perguntando.

- E se preparássemos algo para levar? Algo leve, que faça bem para quem está doente, como uma canja. O que acha?

- Grande ideia! Mas o que é canja? - pergunta a loira, com um sorriso confuso.

- É como se fosse uma sopa com arroz, frango e alguns legumes. Minha mãe fazia para mim e para minha irmã quando éramos pequenas e estávamos doentes. Era tão bom... A canja fortalece a imunidade das pessoas, por isso acho que seria bom.

- Que legal! Continue aí, vou lá no quarto pedir para a Manon comprar os ingredientes. O que vai na receita? - Del parece ter se animado de repente.

No outro dia, com a ajuda das amigas que ficam super atentas ao preparo, Bia faz a canja e juntas levam para Camille. O único problema é que precisam pegar o metrô para ir até a casa dela, e fazer isso com um pote de líquido na mão é desafiador. Bianca espera que a patricinha coma tudo sem reclamar, depois de todo o trabalho que tiveram.

- Acho que podem entrar, meninas - Christian diz, após se certificar de que a irmã está acordada, olhando pelo vão da porta.

O quarto de Camille, todo em branco e rosa, parece realmente o quarto de uma verdadeira princesa e é tão luxuoso quanto todo o resto da casa grande e bem mobiliada onde mora. Dinheiro parece realmente não ser um problema para a família dela.

- Oi, Ca! Como está? - pergunta Delphine, com um sorriso.

- Mais ou menos, amiga. - Ela olha diretamente para Bianca, reparando no pote em suas mãos.

- Viemos te ver porque estamos preocupadas com sua saúde - continua a loira.

- O que trouxeram?

- Trouxemos algo que te fará bem: uma canja - diz Bianca, com um sorriso.

- O que é isso?

Assim que Bianca explica, Camille responde de forma enigmática:

- Nem sei por que perguntei. Vindo de vocês, tinha que ser comida.

Todas ficam em silêncio por um tempo, só esperando que ela comece a surtar, mesmo doente.

- Vão me dar ou não?

Christian corre até a porta de saída do quarto.

- Vou pedir que tragam as louças!

Depois de tudo pronto, Camille come a canja bem devagar.

- Isso é muito bom!

- Que bom que gostou. Aprendi com minha mãe.

- Parabéns à sua mãe - ela responde, com um sorriso.

Comovida com a situação de Camille, Bia torce para que ela possa melhorar. Ela sabe o quão difícil é enfrentar problemas de saúde, já vivenciou algo parecido com sua mãe.

No dia seguinte, Delphine tem a notícia de que Camille começa a apresentar melhoras, o que traz um alívio para todos.

No entanto, mesmo com as notícias positivas, Bia ainda se pergunta sobre o que aconteceu com Julien. Ela está disposta a dar a ele o tempo que precisa, mas não consegue deixar de pensar no que pode estar acontecendo. Seus sentimentos por ele continuam intensos, e ela deseja que ele esteja bem.

Com sua bicicleta de cestinhas, Bianca leva seus brigadeiros até sua praça preferida para tentar vendê-los. Usa uma placa fixada para chamar a atenção das pessoas, escrito: "Boule de chocolat".

Julien, que passa por ali por acaso, repara na placa, ele não consegue deixar de sorrir ao pensar em como aquela ideia só poderia ser coisa de Bianca.

- Boule de chocolat. - ele ri consigo mesmo. - Só poderia ser a Bia.

- Bonjour!

Ao ouvir uma voz familiar, Bianca se vira rapidamente, e seus olhos encontram o rosto conhecido do francês. Seu coração dispara, e um sorriso radiante ilumina seu rosto.

- Julien! Nossa que saudades! - responde, num surto de alegria, e se arremessa nos braços dele.

Surpreso, mas feliz com o reencontro, Julien a abraça com força, sentindo a familiaridade e aconchego de seus abraços.

- Eu também estava com saudades.

Ela ergue a cabeça e encontra o rosto dele.

- Pensei que não fosse mais te ver. - diz ela, aliviada, afastando -se

- Eu apareci no restaurante, mas ele foi fechado, não é mesmo? Que azar...

- Bota azar nisso!

- Bom, mas eu tive a sorte de te encontrar aqui. Na verdade, a palavra chocolate do seu cartaz me chamou atenção. O que está vendendo?

- Brigadeiro.

- Biga..deirro? - repete a palavra com dificuldade, exibindo seu charmoso sotaque francês. Bianca sorri encantada e alcança a caixa para mostrar os doces.

- Hm, parece bom... - diz ele, pegando um brigadeiro e dando uma mordida. Seu semblante muda completamente para muito surpreso, olhando para Bianca. Enquanto mastiga, seu semblante muda completamente para muito surpreso. Depois de colocar o restante na boca, balança sua cabeça, demonstrando o quanto gostou.

- Très bien!* Vocês comem sempre isso lá no Brasil?

- Sim, as pessoas gostam muito. - Sorri, satisfeita. - Que bom que gostou!

- Você deve estar vendendo muito, não?

- Mais ou menos.

- Puxa, que pena... Por que não tenta fazer um pouco maior e deixa mais à mostra?

- Boa ideia! Vou tentar...

- Vai dar certo, você vai ver. Bom, estou só de passagem, preciso ir. Mas foi bom te ver de novo.

- Foi ótimo te ver também, Julien

- Você está sempre por aqui? - Diz ele enquanto pega a carteira no bolso da calça, e arranca uma nota, o valor do doce.

- Sim.

- Legal! - Entrega a nota. - Então au revoir, ma crie! Também estou vendendo chocolates. - Bate na mochila pendurada no ombro, onde está uma caixa térmica.

Bianca sorri, pegando a nota que Julien entregou e guardando-a no bolso.

- Que coincidência! Quer dizer que agora viramos concorrentes? - ela brinca.

- Exatamente! - Julien confirma, brincalhão. - Mas quem sabe não acabamos vendendo todos nossos chocolates hoje e saímos daqui com os bolsos cheios de dinheiro, hein?

Bianca ri, contagiada pela animação dele.

- Seria um sonho! - Ela responde, entusiasmada.

- Com certeza! - Julien concorda, sorrindo. - Mas agora, preciso ir, au revoir, ma chérie!

- Au revoir, Julien! Boa sorte com suas vendas!

Com um aceno, Julien se afasta, e ainda diz "para você também," de longe. Bianca permanece ali, parada e o acompanhando com o olhar, suspirando.

Até quando vou ter que esperar?

A pequena sonhadora resolve escutar o conselho de seu amigo e investe em um mostruário redondo com tampa transparente e aumenta a receita para deixar os brigadeiros maiores.

Já no dia seguinte sente a diferença, parece que as pessoas estão reparando mais nela e nos doces.

Animada e concentrada em suas vendas, demora para reparar que Julien está do outro lado da rua prestes a atravessar, visivelmente fingindo que não está a vendo. Bia ri com a atuação horrível e adora o sorriso que ele lhe dá quando enfim começa a se aproximar.

Ela não consegue deixar de notar que ele está bem-vestido, com uma camisa social branca e deixando-o muito charmoso.

Será que ele está apenas de passagem para ver a namorada? Pensa ela, deixando a insegurança falar mais alto. Se for pra terminar o namoro, tudo bem.

- Bonjour! Vim comer um... como é mesmo o nome do seu doce?

- Brigadeiro.

-C'est exact!* Os brigadeiros estão ainda mais tentadores hoje! - ele elogia, olhando para os doces com interesse.

- Eu segui seu conselho e aumentei os tamanhos, e parece que as pessoas estão adorando.

- Ficaram realmente maiores. Acho que você está no caminho certo! - Ele sorri, e Bia sente seu coração dar um salto.

Eles conversam por alguns minutos, trocando histórias sobre suas vendas do dia e brincando sobre quem venderá mais chocolates. Bia não pode deixar de notar o jeito descontraído e encantador de Julien, que parece estar genuinamente feliz em sua presença.

- Ah, já estava me esquecendo, tenho uma novidade para você: Consegui emprego.

- Que legal! Parabéns!

- Obrigado, acho que você é o meu amuleto da sorte. - Ele ri, ela também. - É aqui perto. Se você quiser, posso te indicar.

- Sim, eu quero!

- Como cozinheira, claro. - Dá uma piscadinha e termina de comer seu doce.

Quando ele se retira, ela sente-se mais aliviada, pois ele se arrumou para o novo emprego.

Com o passar dos dias, a presença constante de Julien na barraca de brigadeiros de Bianca se torna uma rotina agradável e inspiradora para ela. Ele se torna o cliente mais assíduo e aparece todos os dias, sem falta, não só para comprar um brigadeiro, mas também para vê-la. Bia adora aquela atenção e se sente animada toda vez que ele se aproxima.

Julien não apenas traz alegria para o coração de Bianca, mas também se torna uma fonte de inspiração para ela. Sua presença constante a motiva a criar brigadeiros gourmet ainda mais deliciosos e chamativos, com combinações de sabores e cores que encantam os clientes. Com sua criatividade fluindo, ela inova em suas receitas e, como consequência, suas vendas aumentam consideravelmente.

No entanto, nem tudo são flores, pois o novo emprego no restaurante não deu certo, mas ela não se abala, já que está muito empenhada com as vendas.

Por outro lado, Bianca continua pensando na possibilidade de Julien terminar seu relacionamento para finalmente ficar com ela. Seu coração anseia por esse momento, e ela não consegue deixar de sonhar com um futuro ao lado dele.

Decidida a fazer algo especial para acelerar as coisas, Bia passa a considerar um gesto romântico que possa fazer Julien perceber o quanto ela gosta dele. Ela sabe que as palavras podem ser poderosas, mas acredita que uma ação carinhosa pode falar mais alto do que qualquer declaração.
Talvez um jantar especial preparado por ela, ou quem sabe um passeio romântico.

No dia seguinte, Bia chega bem cedo na praça com sua bicicleta vermelha, já ansiosa para a chegada de Julien. Ela planeja o que irá lhe dizer e ensaia as palavras em sua mente para fazer o convite.

Bianca sente seu coração acelerar à medida que Julien se aproxima naquela manhã ensolarada. Ela está determinada a fazer o convite romântico que planejou, mas a timidez toma conta dela, fazendo suas palavras parecerem presas na garganta.

Enquanto ele saboreia o doce e compartilha sobre seu novo emprego, Bia tenta encontrar coragem para iniciar a conversa. Ela sabe que esse é o momento perfeito, mas a ansiedade a impede de se expressar como gostaria.


O celular de Julien toca, e ele olha a ligação com uma expressão de leve frustração.

- Desculpe, preciso atender essa ligação. - Ele diz, apontando para o telefone.

- Tudo bem, pode atender. - Bia responde, tentando disfarçar a ansiedade.

Julien afasta-se um pouco para atender a ligação, e Bia aproveita para observá-lo discretamente. Ele parece preocupado enquanto fala ao telefone, e ela se pergunta se a chamada tem algo a ver com sua namorada.

Quando Julien termina a ligação, ele se aproxima novamente de Bia com um sorriso suave.

- Desculpe por isso. Problemas de última hora. - Ele diz.

- Tudo bem, não se preocupe. - Bia responde, tentando parecer compreensiva.

- Mas enfim, eu precisava passar aqui e comprar mais alguns dos seus brigadeiros deliciosos. Eles são viciantes!

- Fico feliz que esteja gostando! - Bia responde, sorrindo.

- Mas agora tenho que ir. Preciso resolver algumas coisas. - ele comenta, parecendo preocupado, desviando o olhar.

- Tudo bem...

- Então até amanhã, ma chérie!

Ele se retira, deixando Bia frustrada por não ter tido a oportunidade de fazer o convite romântico que tanto ensaiou.

Enquanto isso, Julien segue seu caminho de moto em direção à casa de Désiré, a ligação que recebera foi de sua sogra pedindo para ele ir até la urgente.

Mas sente-se com o coração partido por não conseguir passar tempo suficiente com Bianca como gostaria.

A ansiedade o consome enquanto imagina o motivo pelo qual foi chamado com tanta urgência. Ele estaciona a moto e entra apressado pela porta.

- O que aconteceu? - Pergunta, visivelmente preocupado.

Dona Lia está sentada na sala com uma expressão séria, olhando por cima dos óculos, enquanto Gigi brinca com algumas bonecas no tapete. Ao ver o pai, a criança corre para abraçá-lo.

- Gigi, vai la no seu quarto brincar, querida. Seu pai e eu precisamos de uma conversa.

- Sim, vovó.

- O que houve? Por que me chamaram assim?

- Algo muito grave. - ela faz uma pausa antes de continuar. - A Désiré tentou tirar a própria vida.

Julien fica completamente atordoado pelas palavras de dona Lia. Seu coração dispara e uma sensação de desespero o invade. Ele não consegue acreditar no que acabou de ouvir.

- O quê? Como assim? Onde ela está agora? - Pergunta, com a voz trêmula.

- Ela foi levada para o hospital após tomar alguns comprimidos. Graças a Deus, eu decidi passar aqui para ver como andam as coisas e consegui intervir a tempo. Os médicos estão cuidando dela agora, porque se dependesse de você... - ela desdenha.

- Eu não sabia que ela estava tão mal... - murmura, sentindo-se culpado por não ter percebido os sinais.

- Ela tem enfrentado uma batalha interna muito difícil, Julien. A depressão e a síndrome do pânico têm sido muito pesadas para ela. Você não deveria ter saido de casa, Julien, você é o marido dela!

- Mas foi ela quem me mandou embora, dona Lia!

- Ela me contou que foi você quem saiu, e sem um pingo de dó.

- A senhora sabe quantas vezes sua filha me mandou embora daqui?

- Você precisa levar em consideração a situação que ela se encontra! - ela começa a alterar a voz e Julien abaixa a cabeça, sentindo-se culpado e confuso com toda a situação.

- Eu não sei mais o que fazer, parece que tudo está desmoronando. Eu vou até o hospital acompanhá-la.

- É o mínimo, não é Julien?

Ele franze o cenho, incomodado com a sogra, mas não diz nada.

★★★

Alguns dias se passaram, e enquanto continua vendendo seus brigadeiros na praça, Bianca percebe que Julien está dias sem dar sinal. Ela tenta não se deixar abalar, mas a ansiedade começa a tomar conta dela.

Ela conversa com Delphine e Manon sobre a situação, e as amigas a aconselham a ser paciente e dar tempo ao tempo. Mas a cada dia que passa, Bia sente mais insegurança.

Então tem a ideia de escrever tudo o que sente em uma cartinha. O furacão de sentimentos que gira dentro de seu peito faz com que as palavras brotem em sua mente e será o suficiente para lhe escrever todos os dias.

Neste mesmo dia, depois que vende todos os doces, Bia compra papel de carta e a primeira coisa que faz quando chega em casa é sentar-se à mesa para escrever. Suspira, pensando em como começar.

Quando termina, dobra a folha como um envelope e coloca imediatamente dentro da bolsa para não esquecer. No dia seguinte, acorda cedo para preparar seus doces com muito capricho, depois pega sua bicicleta e sai em direção à praça.

Mas, para sua decepção, ele não aparece naquele dia.

Glossário

✔️Putain! — É um palavrão.

✔️Petit boule de chocolat — Bola de chocolate

✔️Très bien! — Muito bem!

✔️Au revoir — Tchau

✔️C'est exact! — Isso mesmo!

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