EMILY

Eu estava animada de verdade, o jogo ia começar em alguns minutos e eu estava com Alice no colo enquanto Emma ia comprar refrigerante.

O time titular entra e vejo Matthew conversando com os outros seis, o libero vai ficar de fora por que o sair é do time adversário.

-Tá vendo ali?- aponto mostrando para Alice.- Olha o seu pai.

Josh olha para onde estamos e sorri dando tchau para Alice, Matthew vira o rosto e percebe para onde ele está olhando.

Rio quando ele da um tapa na orelha de Josh para prestar atenção, faz tempo que não vejo um jogo de vôlei, começo logo a lembrar da universidade.

-Aqui!- Emma senta ao meu lado.- Consegui.

-A fila estava grande?- troco Alice pelo refrigerante.

-Não tanto.- ela sorri quando vê Josh.- De quem é a bola?

-Do adversário.- cruzo as pernas.

O primeiro set começa e o primeiro ponto do set é bem disputado, observo o levantador, Thompson, apostar duas vezes em Matt, o time adversário defende bem.

Então dá segunda vez que ele ataca a defesa do time adversário pega a bolsa com muita força, Matthew pula novamente e ataca mais uma vez fazendo o primeiro ponto do set.

Eles comemoram e Matt sorri passando a mão pelos cabelos, vejo a tatuagem no ombro dele e realmente sinto falta dos tempos da universidade.

Não queria pensar nisso, mas antes era apenas a universidade e namoro, depois a relação foi ficando horrível, houve a traição...

Outro ponto para o time de casa e eu coloco os cabelos para trás enquanto observo o jogo correndo de forma rápida.

Abrimos uma folga de quatro ponto a frente do time adversário, Emma vibra com Alice e o resto da torcida a cada ponto que fazemos.

O bloqueio de Matt melhorou, ele pega umas duas bolas que com certeza marcariam ponto para o adversário e bloqueia facilmente.

Toco minha barriga e acaricio lentamente enquanto vejo o jogo passando, ver Matthew jogando desse jeito me deixa excitada.

Já falei que fico excitada muito fácil? Pois é. Algum hormônio da gravidez faz isso acontecer e é bem difícil de passar, ainda mais com Matthew sorrindo daquele jeito toda vez que marcam.

𖣘

MATTHEW

Meu cabelo ainda está pingando depois que eu saio do vestiário, o treinador quis que alguns dos caras dessem uma entrevista e me escolheu.

Por isso demorei mais e agora a arena já estava mais vazia, passo a bolsa pelo meu ombro e vejo Emily sentada na frente da lanchonete com Josh, Emma e Alice.

Ela está sentada de uma forma que dá para ver a barriga e não evito sorrir, chego na mesa e me sento ao seu lado.

-Ótimo jogo.- Emily começa.- Mas perderam o jeito no segundo set.

-O treinador foi trocar o Allen.- Josh ainda está com raiva.- Não se tira o Allen do bloqueio.

-Verdade, perderam vários bloqueios e nem tiveram chance de defesa dos ataques.- Emily fala séria.- Ainda bem que ele colocou Allen de novo no terceiro.

-Se colocou foi por que Thompson ameaçou não jogar.- falo com humor.

-Eu daria a mesma coisa.- Josh fala brincando com Alice.- Está com fome, princesa?

Ela assente distraída brincando com o celular de Emma, Josh então ajeita Alice no braço e Emma começa a pegar a bolsa e o casaco.

-Vamos passar em algum restaurante, querem ir com a gente?- Josh pergunta.

-Eu não, meus pés estão doendo.- Emily faz careta.- Mas vejo vocês no sábado.

-Ok.- Josh olha pra mim.- Você você amanhã.

Assinto e eles vão embora, olho para Emily e ela sorri para mim, então toco a barriga dela e acho que nunca foi cansar da sensação de fazer isso.

-Quer ir pra casa e eu faço o jantar?- pergunto.

-Sim, por favor.- ela sorri.

-Vamos.- pego a bolsa dela.

Emily levanta e segura minha mão enquanto vamos até meu carro, Thompson vem na nossa direção com Allen na cola, esses dois nunca desgrudam.

-Vai ter uma comemoração.- ele informa.- Querem ir?

-Não, vamos para casa.- passo o braço pelos ombros dela.

-Se quiser pode ir.- ela fala calma.

-Não, vou ficar com você.- ajeito os cabelos dela.- Não bebam muito, amanhã tem treino!

-Ok!- eles falam ao mesmo tempo.

Estava sentindo Emily mais afastada depois do meu pai vir aqui e falar algo para ela, ainda não tinha me falado o que ele tinha dito, mas já desconfiava.

De alguma modo ela achou que estava atrapalhando minha carreira no vôlei, sendo que já estava tão garantida que quase nada podia me tirar do time.

Então ter um filho não ia fazer diferença, tudo bem que eu tinha que jogar ainda, mas eram só algumas horas, estaria de volta em casa.

Abro a porta para ela e coloco sua bolsa junto com a minha no banco de trás, dou a volta no carro e entro vendo se ela prendeu o cinto.

-Cansada?- pergunto.

-Muito.- ela sorri.- Você deve estar exausto.

-Não, ainda tenho energia de sobra.- ligo o carro.- Vai querer o que? Acho que tem frango...

-Frango.- ela sorri e eu rio.

-Ok, então.- dirijo com uma mão enquanto coloco a outra na coxa dela.

-Eu falei pra você da minha promoção?- ela pergunta.

-Não.- fico surpreso.- Como assim?

-Acho que meu chefe ficou com medo do meu pai na cidade e eu sair da empresa, então me promoveu a gerente do departamento.- ela sorri.

-Parabéns, gata.- fico orgulhoso.- E o que é isso?

-Eu literalmente distribuo para quem vai cada trabalho e pedido.- ela explica.- E posso ter minha própria sala.

-Viu? Seu pai as vezes ajuda.- brinco e ela ri.

-Espere.- ela fica séria.- Acha que foram meus pais que falaram para o seu que eu estava grávida?

-Não tinha como ele saber sendo que só nós e alguns amigos sabiam antes.- penso também.- Acho que pode ter sido.

-Nossa, temos os melhores pais do mundo.- ela suspira.

-Um melhor que o outro.- sorrio e ela ri.

-Acha que vamos ser bons pais?- ela pergunta e vejo a preocupação em seu olhar.

-Claro, estamos preparados.- falo tranquilo.- Temos o vídeo do parto, próximo mês começam as aulas de parto, temos bastante fraldas...

-Não estou falando disso.- ela bate no meu braço e rio.- Estou falando....será que ele vai gostar da gente?

-Eu sei que ele vai gostar de você.- olho para ela rapidamente.

-Ele vai gostar de você também.- ela acaricia minha mão.- Vamos ser bons pais. Ponto final.

-É, melhor assim.- sorrio.

Emily segura minha mão e coloca em cima do colo, acho que vamos ser bons pais, um pouco fora do comum, mas ainda sim bons pais.