Tentar
MATTHEW
Abro a porta de casa e não ouço nada, franzo as sobrancelhas e olho para a sala, não tem ninguém na sala.
Emily é tão teimosa, ela não consegue ficar um minuto sentada ou deitada quando precisa, nossos filho vai nascer mais cedo desde jeito.
Fecho a porta atrás de mim e vou até a cozinha, encontro Emily sentada em um dos banquinhos da bancada, e outra mulher loira no banco da frente com um menino.
-Emily...
-Matthew.- ela olha para mim.- Essa é a Jane.- ela aponta.- E esse é o Jack.
-E por que estão aqui?- pergunto.
-Ele não lembra mesmo.- Jane fala para Emily.- Você não lembra de mim?
-Não.- balanço a cabeça e olho para o menino.- Emily...
-Você transou com ela.- Emily explica.- No dia do seu acidente.
-Sinto muito por isso.- Jane olha para Emily.- Eu nunca faria isso se soubesse que ele era comprometido...
-Não tem problema.- Emily começa a ir até uma mala e pega a bolsa.- Acho que deveria conversar com ela.
-Pra onde você vai?- eu fico na frente da porta.- Por favor, Emily...
-Eu vou ficar na casa do meu irmão.- ela me encara.- Saia da frente.
-Não pode me culpar, foi um erro, todos cometemos erros.- tento falar.- Mas você viu que eu mudei, que eu amadureci...
-Matthew, por favor.- ela toca a barriga e franze as sobrancelhas.
-Você precisa sentar.- eu toco o braço dela.- Ele fica agitado quando você fica em pé, lembra?
-Eu vou sentar no carro.- ela puxa o braço.- Saia da frente.
-Emily, não vou deixar esse erro foder com a gente.- sussurro me aproximando.- você vai?
-Se fosse eu?- pergunta.- Se você me encontrasse montada em um completo estranho?- ela se aproxima.
-Pare...
-Viu? Você nem suporta a ideia, por que eu suportaria?- ele toca o peito.
-De novo, eu não quero atrapalhar e nem fazer vocês brigarem.- Jane aparece novamente.
-O que você quer afinal?- pergunto tentando conter a raiva.
-Eu estava tentando não ficar culpada por isso.- Jane olha para Emily.- E agora eu vi como eu estraguei a vida de vocês.
-Não foi sua culpa.- Emily murmura.
-Eu queria contar a história toda.- ela ajeita o menino nos braços.
-Que história?- falo distraído vendo Emily ficar um pouco branca.
-Eu...- Jane morde o lábio.- Eu estava passando por dificuldade e seu pai me achou.- Jane explica.- Ele me pagou...
-Ah, deus...- Emily engulo em seco.
-Ok, você vai sentar.- levo ela até o sofá.
Vou até a cozinha e pego um copo de água, volto e sento ao lado dela enquanto acaricio suas costas com calma, observo seus goles longos.
-Desculpe, eu não queria deixar você assim.- Jane fala culpada.
-Meu pai contratou você?- olho para Jane.- Para dormir...
-Ele me deu uma pílula.- ela comprime os lábios.- Disse que você ficaria meio sonolento, mas não perderia a consciência.
-Mas ele não estava sonolento quando eu cheguei.- Emily já bebeu toda a água.- Ele até foi atrás de mim...
-O efeito passa rápido, só deu tempo da entrada da arena de treino até chegar no apartamento.- Jane limpa a garganta.- Eu fiquei muito mal, você estava sem consciência nenhuma, então eu fingi.
-Então eu nunca....
-Não.- ela balança a cabeça.- Nós nunca transamos de verdade.
Olho para Emily e ela parece estar passando mal, tenho que levar ela para o hospital antes que fique pior.
-E esse...
-Jack?- ela franze as sobrancelhas.- É o filho de uma amiga, eu estou cuidando dele hoje.- ela tenta sorrir.
-Mas os olhos...- Emily observa.
-Sabe quantas pessoas tem em Seattle com olhos verdes?- Jane sorri.- Jack está fora dessa história. E eu sinto muito.
-Está tudo bem.- eu me levanto.- Vamos, Emily...
-Para onde?- Emily limpa as lágrimas.
-Você vai para o hospital.- eu seguro seu braço.- Parece estar passando mal.
-Sinto muito, Emily.- Jane se aproxima.- Se eu soubesse...
-Tudo bem.- Emily me deixa levá-la.- Eu só...
Tudo fica em câmera lenta, Emily fecha os olhos e cai no chão, eu seguro ela antes de bater com força e meu coração parece que vai sair pela boca.
-Emily.- eu seguro seu rosto.- Puta merda, Emily.- acaricio sua bochecha.
-Posso fazer algo?- ela pergunta.
-Chame a emergência!- eu falo desesperado.- Rápido!
Afasto os cabelos de Emily e sinto lágrimas pelas minhas bochechas, eu não consigo parar de chorar com isso, Emily não pode ficar com assim.
Toco a barriga dela e não sinto nada, não posso perder Emily, não posso sequer me deixar pensar que posso perder Emily.
-Vai ficar tudo bem.- beijo a testa dela.- Eu amo você, por favor, aguente um pouquinho.
𖣘
EMILY
Abro meus olhos e tenho a estranha sensação de estar onde eu menos gostaria de estar....olho envolta vendo as paredes brancas e sei que estou no hospital.
Não sei o que aconteceu, acho que eu estava passando bem mal com o que Jane estava falando, por que eu simplesmente apaguei assim que me levantei.
Levo a mão até a minha barriga e sinto ela, desço os olhos para ver que ela está com uma coisa envolta dela, olho para os fios e vejo batimentos.
-Acordou, Emily?- Kara entra no quarto.
-O que aconteceu?- pergunto.
-Sua pressão baixou.- ela explica.- Eu falei para você pegar leve.
-Eu nem consegui tentar.- sorrio.- O bebê...
-Está bem, mas você quase sofre um parto prematuro.- ela me encara.- Então tive que tomar consequências drásticas.
-Como assim?- sinto minha boca muito seca.
Ela pega um copo e enche de água, olho para o lado e vejo Matthew dormindo todo torto no sofá do hospital, e eu nem consigo olhar para ele...
Depois de um ano, encontrar aquela mulher e saber de tudo que aconteceu...que o pai dele pagou ela pra separar a gente...que deu uma droga para ela drogar ele.
-Você vai ficar de cama, por ordens médicas.- ela começa.
-Mas....
-Sem mas você quase perdeu seu filho, Emily.- ela franze as sobrancelhas.- Faltam Alguma semanas, então você vai ficar bem quietinha.
-Matthew não pode ficar em casa...
-Ele falou que você tem uma cunhada e que ela pode pegar férias para cuidar de você.- ela explica e eu me sinto horrível.
-Eu posso ficar sozinha em casa...
-Não vamos arriscar.- ela toca meu ombro.- Matthew ficou bem preocupado com você. Ele chegou aqui desesperado.
-Eu consigo imaginar.- mordo o lábio.
-Se não quer fazer isso por você, faça isso pelo bebê, ou por ele.- ela fala calma.- Respire fundo, se acalme, algumas semanas de cama não vão matar você.
-Ainda vou poder ter por parto normal?- pergunto.
-Você quase se livrou.- ela ri e eu sorrio.- Matthew falou para acordar ele quando você acordasse.
-Ok...
Kara chega perto de Matthew e sacode seu ombro, ele senta de supetão e olha para ela antes de olhar para mim.
Logo ele está vindo na minha direção e Kara sai do quarto fechando a porta, ele segura minha mão e beija meu pulso várias vezes.
-Fiquei tão preocupado.- ele murmura.- Você me deu um susto.
-Desculpa por isso.- tento sorrir.- Kara falou que eu ia ter que ficar de cama.
-Vai mesmo, Emma falou que já tava querendo tirar umas férias e que vai ficar com você.- ele explica.- Ela vai ficar de dia, até eu chegar.
-Nem um pé fora da cama?- levanto as sobrancelhas.
-Nem mesmo pensar.- ele fala sério.
-Matthew, sobre Jane...
-Ela já foi embora, disse que tinha que falar com a gente e que não encontraríamos mais ela.- ele explica.- Não precisa se preocupar.
-Não imaginava que seu pai tosse capaz disso.- balanço a cabeça.- Pagar ela...dar a droga...
-Agora já sabemos.- ele acaricia minha bochecha.
-Meu deus.- suspiro olhando para o teto.- Nós brigamos tanto um com o outro por causa disso...
-Eu sei, mas agora que sabemos disso tudo...- Matthew me observa.- Acho que podemos passar um dia sem discutir, você precisa descansar.
-Ok.- eu aliso a barriga.
-Aguenta firme aí, carinha.- ele encosta a testa na minha barriga.- Sei que está animado para vir, mas ainda não é a hora.
Sorrio ouvindo a conversa dele com o bebê e falo pra mim mesma não pensar em mais nada além do meu filho, agora não preciso pensar em nada além dele.
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