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Do Ótimo Ao Horrível

EMILY

-Me chamou?- abro a porta do escritório do meu chefe.

-Emily, pode entrar.- ele sorri.

-Algum problema?- levanto as sobrancelhas.

-Não, na verdade ouvi dizer que seu pai está na cidade.- ele levanta.- Você vai nos deixar?

-Não, senhor.- sorrio.- Acho melhor não trabalhar com meu pai, ele sabe ser irritante as vezes.

-Com certeza.- ele assente.- Mas para mostrar que estamos felizes com seu trabalho aqui, eu queria dar a você uma promoção.

-Sério?- franzo as sobrancelhas.

-Sim.- ele assente.- Gerente do andar, que tal?

-Nossa, eu não sei nem o que falar!- cubro a boca.- Obrigada.

-Não me agradeça, você fez por merecer, é uma pessoa esforçada, vi seus trabalhos.- ele sorri.- E o salário é ótimo.

-Obrigada, de verdade.- sorrio mais.

-Ah, e parabéns pela gravidez, qualquer coisa ou consulta avise que a liberamos, ok?- ele sorri voltando a sentar na cadeira.

-Ok, obrigada mais uma vez.- sorrio abrindo a porta.

Não acredito no que acabei de ouvir, ainda estou achando que é uma pegadinha do meu pai quando entro no elevador.

Mas não acontece nada, então eu começo a ficar mais animada, o elevador abre no meu andar e rio indo até minha mesa com pressa.

Sento na cadeira e pego meu celular, coloco o número de Matthew e assim que vou apertar no botão verde, sinto uma mão no meu ombro.

Olho para trás e vejo uma pessoa que eu realmente não esperava ver nunca mais na minha vida, levanto com rapidez e comprimo os lábios.

-Emily, quanto tempo.- ele sorri.

-Sr.Anderson.- murmuro.

-Podemos conversar? Disseram que está quase na hora do seu almoço.- ele fala calmo.

-Eu...

-Se não puder, então vamos amanhã, eu espero até achar um tempo livre.- ouço isso como um eu não vou embora até falar com você.

-Ok, eu só vou no banheiro.- murmuro.

-Explêndido.- ele sorri.- Vou esperar perto do elevador.

-Ok.- falo desanimada indo na direção do banheiro.

Entro em um box e pego o celular, aperto o número de Matthew e mordo o lábio esperando que ele atenda logo.

"-Oi, gata, quer que eu leve algo para você?- pergunta.

-Não.- eu passo a mão pelos cabelos.- Advinha quem eu acabei de encontrar no meu trabalho?

-Quem?- ele parece curioso.

-Seu pai.- mordo o dedo.- Ele quer conversar comigo.

-Não vá com ele.- Matthew parece desesperado agora.

-Acabei de aceitar.- digo.- Agora não tem mais volta.

-Não entre em um carro com ele.- Matt informa.- Fique em um lugar com muita gente.

-Vou levar ele para a lanchonete aqui perto.- explico.

-Ótimo, chego aí assim que conseguir.- ele parece apressado.

-Ok."

Guardo o celular na calça e saio do banheiro, pego meu casaco e minha bolsa indo na direção do elevador.

Ele sorri segurando o elevador para mim e entro com ele e mais uma mulher, respiro fundo e percebo ele olhando para minha barriga.

É impossível ele saber assim, estou usando uma camisa larga, mesmo que tivesse barriga para ver....ele não conseguiria ver assim.

-O senhor veio aqui ver Matt?- pergunto.

-Não, eu vim ver você, querida.- ele fala sério.- Precisamos conversar.

-Algum assunto específico?- me finjo de desentendida.

-Sim, você sabe bem qual é.- ele sorri forçado.

Eu respiro fundo e tento me acalmar, realmente eu quero dizer pra ele ir se foder e sair daqui, mas ao mesmo tempo estou curiosa para o que ele quer falar.

𖣘

EMILY

Tomo um pouco do suco que pedi e observo o pai de Matt não querendo encostar em nada do restaurante, ele ia começar a falar logo ou...

-Eu sei que está grávida.- ele começa.

-Veio saber sobre seu neto?- levanto as sobrancelhas.

-Não.- ele me encara.- Eu fim saber qual é seu preço para abortar.

-Como?- engasgo com o suco.

-A carreira de Matthew está no início, um filho só faria ele ficar mais ocupado.- o pai dele fala.- Você também não quer um filho agora....

-Acho melhor o senhor não falar por mim ou por seu filho.- falo séria.

-Você está destruindo a vida dele, Emily.- explica.- Uma criança agora fará ele desviar do que realmente importa.

-Matt pode equilibrar as duas coisas.- começo a ficar com raiva.

-Eu daria um belo dinheiro a você.- ele oferece.- Conheço alguns médicos que fariam o procedimento nessas semanas...

-Eu não vou abortar.- falo com firmeza.

-Você vai estar destruindo a vida dele, Emily.- quando ele fala isso eu só consigo chorar.

Tento conter minhas lágrimas, mas acho que devo essa crise de choro aos hormônios, ouvir isso dele...

-Você sabe disso.- ele continua.- Um filho agora acabaria com a vida de vocês dois, Matthew é um jogador importante, ele não tem tempo para filhos e mulheres.

-Pare com isso.- tento limpar as lágrimas, mas mais descem.- Eu estou sensível...

-Como vai se sentir sabendo que acabou com a vida dele?- o pai dele pressiona mais.- Sabendo que se ele desistir da carreira, a culpa vai ser sua?

Apoio meus cotovelos na mesa e começo a chorar deito uma criança, não consigo controlar a altura e sei que todos estão olhando para mim.

Não quero acabar com a vida de Matthew z não quero que ele se sinta obrigado a me amar ou a ter esse filho comigo...

Ele me disse que queria isso, mas ouvindo o pai dele começo a duvidar de que seja isso que ele quer mesmo ou se realmente ele entende que vamos ter um filho.

-Só estou dizendo a verdade, Emily.- ele fala quando consigo me controlar mais.- Se quer dinheiro, fico feliz em dar, em troca...

-O que você fez com ela, seu velho escroto?- ouço a voz de Matthew e levanto a cabeça.

-Estava dizendo a verdade.- ele fala frio.

-Ei, querida.- Matthew senta ao meu lado.- Está tudo bem.

-Não está nada bem.- o pai dele continua.- Você acha mesmo que tem maturidade para ter um filho, Matthew, pelo amor de deus...

-Eu não sei se tenho maturidade, mas sei que vou ser um pai melhor e mais esforçado que você.- Matthew começa a ficar com raiva.- Agora, se você não sair daqui e voltar para a porra do seu poço...eu mesmo resto de fazer isso...

-Matt.- seguro ele no canto.

-Pare de perseguir ela.- ele bate na mesa.- Se vier falar com ela mais uma vez, você vai se arrepender.

-Estou dizendo que vai cantar com sua vida apenas por isso?- ele olha para mim enquanto levanta.

-Fale isso de novo.- Matthew levanta.- Fale isso de novo!

-Ok, Matthew, chega.- levanto também.- Deixe ele ir.

É o que o pai dele faz, ficamos em silêncio e sentamos de novo na mesa em que escolhi, ele me observa e logo me abraça de novo.

Sinto seus lábios contra minha testa e a mão dele acaricia minha barriga me fazendo ficar calma.

-Sinto muito por isso.- ele sussurra.

-Eu estou bem.- falo baixinho.

-Quer que eu peça um milk-shake pra você?- ele pergunta e sorrio.

-Quero.- me afasto e levanto o olhar.

-Ok.- ele acaricia minha bochecha.

Seus lábios tocam os meus e ele passa a língua pelos cantos,  mordo seu lábio sentindo meu corpo esquentar, mas lembro que estamos em um restaurante.

Me afasto e ele acaricia meu ombro enquanto pede um milk-shake, não tinha terminado do melhor jeito.

-Matt, tem certeza disso? Não quero destruir sua carreira no vôlei...

-Claro que tenho certeza.- ele fala sério.- Não vou dar para trás, Emily, eu quero isso de verdade.

-Certo.- sorrio e ele beija a ponta do meu nariz.

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