MATTHEW

Eu podia ter dado uma de idiota? Com certeza. Ter falado demais? Claro. Mas ela não estava falando comigo há uma semana.

No começo eu achei que ela só estava precisando de um tempo, achei que logo isso já passar e poderíamos conversar de novo.

Mas eu tinha perdido mais uma semana e não queria perder a consulta do por que ela estava com raiva de mim ou estávamos brigados.

Aperto a campainha e espero ela atender, ouço algo lá dentro e o barulho metálico das chaves virando na tranca.

A porta abre e percebo que não é ela, e sim Leslie, não éramos muito amigos, e não quero apostar que ela não saiba da traição.

-Eu quero falar com Emily...

-Ela não está.- Leslie fala séria.

-Eu sei que ela está, vi o carro lá embaixo.- respiro fundo.

-Ela não...

-Tudo bem, Leslie.- Emily aparece com roupas largas.- Obrigada por me ajudar.

Leslie trava o maxilar e então começa a passar por mim, respiro fundo quando vejo ela entrar no elevador.

Não ia mentir, Leslie as vezes me dava medo, como se eu fizesse algo com Emily ela me mataria e me enterraria onde ninguém podia achar.

Estamos sozinhos de novo e ofereço o milk-shake que eu comprei para ela, Emily sorri fraco e pega ajeitando o canudo.

-Obrigada.- ela abre espaço.

-Como você está?- pergunto.

-Bem, de manhã não é tão ruim assim.- ela fecha a porta.

Olho envolta e vejo o motivo de Leslie estar aqui, elas estavam fazendo uma maquete bem realista de um shopping.

-O que é isso?- pergunto.

-É meu trabalho.- ela explica.- Queriam um modelo para o novo shopping da região...

-Está bonito.- falo me aproximando.

-Ainda não terminei ele.- ela continua tomando o milk-shake.- Desculpe pelo modo que eu saí...

-Você estava certa.- balanço a cabeça.

-Eu quero resolver isso.- sento no sofá.- Então acho que podemos resolver isso.

-Seria ótimo, mas eu tenho que...- ela cobre a boca e deixa o milk-shake em cima da mesa enquanto corre para o banheiro.

Levanto rapidamente e vou atrás dela, abro a porta do banheiro e não preciso segurar seus cabelos por que estão amarrados.

Acaricio suas costas de baixo para cima, abaixo a cabeça enquanto ela vomita e assim que ela para eu dou papel para limpar a boca.

Ela suspira e então vai para trás, que é exatamente onde eu estou sentado e logo encosta as coisas no meu peito.

Levo a mão até a barriga dela e acaricio, claro que não dá para ver, mas eu consigo até imaginar.

-Vamos passar por isso juntos.- murmuro.- Ok?

-Você também quer os enjoos?- ela brinca e eu rio.

-Que tal você voltar a morar comigo?- pergunto e ela se afasta logo.- O que?

-Por que quer que eu vá morar com você?- ela pergunta desconfiada.

-Por que vai ser mais fácil para nós dois.- explico.- E o apartamento é grande...

-Eu não gosto do apartamento.- ela explica.- Não consigo ficar lá, foi por isso que eu fui embora.

-Por causa da traição?- pergunto e ela assente.- Foi na nossa cama?- pergunto e ela assente novamente.- Desculpa, Emily.

-Olha, essa coisa de morar junto...- ela na a cabeça.- Pode ser certo com você morando lá e eu morando aqui.

-Dar certo?- pergunto.- Se você estiver precisando de ajuda ou entrar em trabalho de parto? Você vai sozinha para o hospital?

-Não, eu peço um táxi.- ela fala achando simples.

-E eu vou perder os primeiros meses do bebê, por que ele não pode sair de perto de você....

-Ok.- ela suspira.- Mas eu não vou voltar a morar naquele apartamento...

-Certo, então achamos um novo.- falo rapidamente e ela me encara.- Aquele apartamento também é pequeno.

-Você acabou de dizer que ele era grande.- ela sorri.

-É, mais mudei de ideia.- balanço a mão.- Então? Conhece um bom corretor?

-Eu tenho alguns números.- ela fala ainda séria.

-Eu só quero acompanhar, ok?- explico.- Não quero ser um pai de feriados.

-Um o que?- ela sorri.

-Aquele pai que a criança só vê nos feriados.- explico.- Como meu pai...

-Você nunca seria como ele.- ela toca minha mão.- Você sabe disso, você é esforçado...

-Eu não sei nem trocar uma fralda....

-Você aprende.- ela levanta e a observo.- Temos sete meses ainda.

-Parece pouco.- me levanto também.

Emily começa a escovar os dentes e percebo que estamos começando a resolver, a resolver isso como adultos.

Me aproximo dela e seguro sua cintura, Emily me olha pelo espelho e apoio meu queixo no topo de sua cabeça.

-Matt...- ela se curva e cospe.- Vamos morar juntos, mas ainda...- ela se afasta limpando a boca.- Eu ainda...

-Não confia em mim desse jeito.- percebo.

-Eu quero muito confiar em você.- ela me encara.- Mas eu preciso de tempo.

-Claro.- me afasto.- Enquanto isso vamos só morar na mesma casa.

-Isso.- ela assente saindo no banheiro.- Eu vou falar com alguns amigos sobre alguns apartamentos vagos.

-Ótimo.- sento na cama.- E eu quero acompanhar tudo. Tudo mesmo.

-Ok.- ela sorri.

-E quando vamos contar para Josh? Por que ele parece bem preocupado.- explico e ela arregala os olhos.

-Meu Deus, o Josh.- ela parece pensar nele só agora.

-Podemos contar no próximo sábado.- dou a ideia.- Todo mundo vai ter comido e estar de bom humor...

-Claro.- ela parece com raiva.- Ele vai...

-Bravo?- tento adivinhar.- Vai me bater? Por que eu gosto do meu rosto.

Ela me observa e então parece ir para longe, como se estivesse lembrando de algo, então eu puxo ela para sentar ao meu lado.

-Tudo bem?- pergunto.

-Sim, é só que...- ela tenta sorrir.- Você falou quase essa mesma coisa quando íamos contar para meu pai e meu irmão.

Talvez seja coincidência, eu não lembrei disso até agora, e com certeza não quero lembrar de Josh me dando uma surra.

-Bom, tem perigo dele me bater?- pergunto tentando animar ela.

-Não.- Emily suspira.

-Achei que ia ficar feliz.- toco de leve meu ombro no dela e Emily sorri.- Nem um pouco?

-Só um pouquinho.- ela fala sorrindo.

Não consigo aguentar, seguro o queixo dela com o indicador e o dedão e a faço me encarar, observo seus olhos e começo a me aproximar.

Emily olha para meus lábios e então volta aos meus olhos, sorrio mordendo o lábio inferior dela e então dando um selinho.

Avanço contra seus lábios e Emily segura minha nuca me aproximando, movo meus lábios pelos dela e sinto sua língua pedindo passagem.

Abro espaço e deixo ela avançar, com isso Emily senta no meu colo e seus quadris começam a mexer contra os meus.

Minhas mãos sobem pelas costas dela e aperto seu seio, ela se afasta e encolhe o corpo, percebo que não gostou daquilo.

-Desculpe...

-Não, está sensível, não é culpa sua.- ela fala enquanto seja dedos acariciam minha nuca.

Afasto uma mecha do rosto dela e então acaricio sua bochecha com o dedão, fico observando o rosto dela.

-Você...quer ficar para jantar e assistir alguma coisa na TV?- ela convida.

-Claro.- continuo acariciando as costas dela.

-Ok.- ela continua sentada no meu colo.

Beijo seu pescoço e depois deito a cabeça em seu peito, Emily começa a acariciar meus cabelos e ficamos apenas apreciando a companhia um do outro.