Casa
MATTHEW
Abro a porta do carro e coloco Tommy no canto, começo a colocar todas as faixas e proteções que eu encontro na cadeira enquanto Emily entra.
Ele estava dormindo agora, a boquinha dele estava aberta e suas bochechas estavam rosadas, os cabelos escuros contrastando com a pele pálida.
Me gabei na frente dos outros pais porque todos os outros bebês eram carecas e o meu filho estava cheio de cabelo, o que quer dizer que ele é o melhor ali.
-Conseguiu?- Emily pergunta.
-Sim, deixa eu só...- checo tudo de novo.- Emily...
-Tá tudo certo.- ela sorri me olhando por cima do ombro.- Você prendeu tudo.
-Não deviam deixar os pais saírem com os bebês nessa idade? Eles são loucos?- a encaro.
-Matthew, respira.- ela ri.- Tommy está bem, está bem na cadeirinha, estamos bem, agora vamos, preciso tomar um banho.
-Ok.- eu respiro fundo fechando a porta.
Entro no carro e seguro a direção com medo de começar a dirigir e algo acontecer com o bebê, então respiro fundo e Emily toca meu ombro.
-Ei.- ela acaricia meu braço.- Ele está bem.- ela sorri.- Pare de ser um papai preocupado.- ela fala igual a obstetra.
-Sei lá, bebês são sensíveis.- explico.- Qualquer bactéria pode matar.- explico.- Se ele pegar ar demais...
-Matt.- ela agora fica séria.- Eu preciso tomar um banho e dormir antes dele acordar e eu ter que ser de mamar.- ela fala acariciando meu braço.- Não que eu queira. Eu preciso.
-Ok.- ligo o carro.- Estou dirigindo.
-Ótimo.- ela parece aliviada.
Saio do estacionamento do hospital e Emily estende a mão até a cadeirinha, então parece começar a arrumar o cobertor de Tommy.
Nunca imaginei que ia sair de um hospital com um bebê e a mulher da minha vida, por que sim, Emily era a mulher da minha vida.
Presto atenção nos sinais e nas ruas, não vou muito rápido e tento não ficar muito ansioso por causa de ter um bebê a bordo do meu carro, nunca imaginei isso.
✩
EMILY
Tinha conseguido tomar um banho e eu finalmente ia conseguir deitar quando ouço o choro de Tommy, um choro angustiado e raivoso.
-Não...- gemo quando Matthew entra com ele.
-Peitos.- Matthew sorri e eu rio.
-Vem cá, lindinho.- sento na cama.
Ajeito o travesseiro atrás de mim e outro no meu colo, então abro a blusa de botão e ajeito Tommy em meus braços, ele não tem problema em pegar o bico.
De certa forma eu fico aliviada, ficar com o peito cheio de leite deixa eles doloridos e eu fico bem aliviada quando ele começa a mamar.
-Quer alguma coisa?- Matthew tenta ajudar.
-Não, eu...- comprimo os lábios.- Meus pés.
-Sem problema.- ele senta e começa a fazer massagem nos meus pés.
-Ai, ele é tão pequenininho.- passo o dedo pela bochecha de Tommy.
-Nem parece que é real.- ele me observa.
-Ele depende da gente.- murmuro.- Isso dá medo.
-Dá muito medo.- ele percebe.- Se a gente esquecer dele.
-Matt, eu passei vinte horas parindo ele.- o encaro.- Eu vou lembrar.
Tommy faz um som reclamão e sorrio mordendo o lábio, ele é perfeito, tudo que ele faz não deixa de ser perfeito, Tommy é perfeito.
-Você é perfeito.- seguro a mãozinha dele.- É sim.- ele aperta meu dedo.- Ele apertou meu dedo!- falo alto.
-Meu deus!- Matt levanta.- Onde eu coloquei a porra da câmera?
-Matt!- arregalo os olhos.
-Desculpa, Tommy, não ouve isso.- ele abre uma gaveta e liga.- Faz ele fazer de novo.
-Não dá pra fazer ele fazer de novo.- rio enquanto ele grava a carinha de Tommy.
-Oh, filhão, faz de novo.- Matt sussurra gravando a mão dele.
Ele aperta de novo e sorrio vendo Matthew vibrar com o pequeno gesto, então ele tira a mão do meu dedo e leva até meu peito.
-E pronto, os peitos da mamãe não vão pra gravação.- Matthew desliga a câmera.
-O que você tem com meus peitos?- o encaro.
-Se você pudesse ver.- ele sorri.
-Não vamos ter conversar sujas na frente do bebê.- franzo o nariz.- Não é, querido?
-Está com fome?- pergunta.- Eu acho que vou fazer um café da manhã atrasado.
-Não quero nada.- ajeito Tommy.- Pode só me dar o controle?
-Sim, senhora.- ele coloca o controle no meu colo.- Grite se precisar.
Fico sozinha com Tommy e ele fecha os olhinhos, parece estar dormindo em um soninho pesado e sorrio esfregando a barriguinha dele.
-Eu te amo tanto.- murmuro.- Você vai me ajudar, né?- sorrio.- É minha primeira vez e a sua também. Então vamos se educados e parceiros.
Ele solta um ruído fofo e único e eu sorrio achando que isso talvez seja um sim, então agradeço por ele ser calminho, vou torcer para ele continuar assim.
✩
MATTHEW
Termino de arrumar o berço no quarto, a pediatra disse que era bom que ele dormisse com a gente nós primeiros meses, para não largar de Emily por completo de uma vez.
Ela está dormindo com ele em cima de um travesseiro como se estivesse no colo de alguém, Emily está segurando as costas dele de forma protetora.
-Hora do berço.- sussurro.
-Não, deixe ele aqui.- ela fala baixinho.
-Ok.- arrumo o lençol e me deito.
Fico de lado e observo Tommy dormir, olho para Emily e percebo muita semelhança entre eles dois enquanto estão dormindo juntos.
Afasto os cabelos dela e acaricio sua bochecha, eu não sei se ela sabe, mas acabou de me dar a maior felicidade da minha vida inteira.
-Matt?- ela abre os olhos.- Você não vai dormir?
-Não, eu só...- mordo o lábio.- Eu vou ficar vendo se ele está respirando.
-Ele não está respirando?- ela arregala os olhos e olha para Tommy.
-Não....
-Ah, mer....- ela olha para o bebê.- Matt, você não pode falar isso assim.
-Desculpa, aprendi agora.- tento não rir.
-Não foi engraçado.- ela faz bico e não percebe.
-Eu sei, desculpa.- acaricio o braço dela.- Pode voltar a dormir, ele está completamente seguro.
-Ok.- ela se ajeita perto dele.- Agora você vai ficar acordado até eu acordar.
-Não tem problema.- balanço a cabeça.- Pode ficar tranquila.
Ela volta a dormir e Tommy mexe a mãozinha, eu sorrio percebendo que amo aquela mulher mais do qualquer coisa no mundo.
Bem....agora Tommy e ela estão no mesmo lugar, e eu não queria deixar nenhum deles na mão, não iria fazer outra burrice, iria ser o eles precisavam.
-Eu amo vocês.- murmuro.
Olho para Emily e ela está dormindo, mas não me importa, eu diria amanhã e depois de amanhã sem reclamar.
Eu amava eles dois.
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