Paternal
MATTHEW
Desço as escadas da República e vou até a cozinha, já está perto de amanhecer e eu estou morrendo de sede.
Assim que chego na cozinha estou ainda meio adormecido, abri a geladeira e bebo o leite pelo gargalo.
Tinha que encontrar Emily antes de as aulas começarem, íamos tomar café da manhã perto da universidade.
Faltavam alguns dias para minha surpresa, queria que fosse no jogo que ia ter no nosso ginásio, para que todos soubessem.
Ouço algumas batidas na porta e acho estranho, talvez Drews tenham esquecido as chaves, então fui até lá.
Assim que virei a chave e abri a porta, fiquei surpreso ao ver o pai de Emily, franzo as sobrancelhas e lembro que estou só de calção.
-Senhor....- pesco uma blusa e visto.- Senhor Drews.
-Bom dia, Matthew.- ele não parece incomodado.
-Josh deve estar fora.- eu explico.
-Na verdade, com falar com Emily.- ele olha para dentro da casa.
-Ela não está.- e a expressão dele muda.
-Ah, que pena.- ele finge.- Podemos falar um segundo.
-Claro.- assinto.
Ele entra e eu fecho a porta, logo a luz da sala de estar e ele olha para todos os cantos, vendo a bagunça que eu e os outros fazemos.
Engulo em seco e cruzo os braços quando ele vê uma calcinha em cima do sofá, provavelmente foi Josh, ou até mesmo Spencer.
-Josh me falou que Emily voltou com você.- ele fala calmo.
-Sim.- acho aquilo estranho.
-Tem um emprego em mente?- ele pergunta.- Ou só quer jogar vôlei como Josh?
-Eu sou muito bom, o melhor na verdade.- explico.- Estou esperando uma chance de entrar na seleção...
-Eu sei, sou amigo das pessoas certas.- ele sorri mas algo me diz que isso é ruim.
-Quer alguma coisa, Sr.Drews?- fico sério.
-Sabe, eu sou amigo do fundador da empresa representante da seleção dos EUA de vôlei.- ele explica.- Com uma palavra minha, pode entrar nela.
-Isso é muito legal mas....
-E com uma palavra minha, você pode nunca ser aceito.- ele me interrompe e fico sério.- Entrar na seleção é sei maior sonho, não é?
-É.- contenho a vontade de pular em cima dele.
-Minha filha não pode ficar com alguém que não tem um emprego fixo.- ele balança a cabeça.- Ela vai ser bem sucedida, eu sei disso.
-Eu também sei disso.- engulo em seco.
-Então vai ser melhor para todos...se você se afastar.- ele fala.- Emily pode não conseguir empregos também.
-Não pode fazer isso com a própria filha.- balanço a cabeça.- Ela gosta de mim...
-Sei que gosta, mas estou fazendo isso pelo bem dela.- ele sorri.- Emily vai me agradecer.
-Eu não vou...
-Você tem duas opções.- ele mostra uma mão.- Se separar de Emily, entrar para a seleção e ela ter um emprego bom.- ele levanta outra.- Ou ficar com ela, rolar carreira a baixo e ela não conseguir nem ter um emprego na lanchonete.
Fico calado e ele sorri se aproximando, estou anestesiado com tudo isso e nem sinto quando ele toca meu ombro em uma ação paterna.
-Você é um cara bom, tenho certeza.- ele sorri.- Mas não é o cara certo para minha filha.
Pisco tentando pensar, percebo que não estou nem aí para ele me ameaçar, estou preocupado é com os empregos de Emily.
Ela se esforçou muito para passar em arquitetura, e ainda se esforça, vi ela ficar a noite acordada para terminar um trabalho.
Eu não posso ser egoísta a esse ponto, não posso deixar que a vida toda dela dê errado por minha causa.
-Eu vou ficar longe dela.- falo com a voz rouca.
-Ótimo, vai ser melhor assim.- ele começa a ir em direção a porta.
-Mas eu preciso terminar com ela, vou sair com ela em algumas horas.- explico.
-Faça o que tem que fazer.- ele permite.
Só ouço a porta bater antes de sentar no sofá, o que eu ia dizer para Emily? O que eu poderia dizer depois de tudo que eu disse antes?
Eu já tinha dado um fora em muitas meninas, mas eu não sabia como afastar Emily, eu não sabia o que fazer para que ela me odiasse.
Respiro fundo e passo as mãos pelo meu rosto, o pai dela tinha acabado de me ameaçar e agora eu tinha que me afastar de Emily.
Não sabia o que fazer, mas sabia o que funcionava para dar fora, só não sabia se funcionária com Emily.
A melhor coisa para uma pessoa saber que deram um fora nela é ignorar, teria que ignorar Emily para que desse certo.
Por que se eu ficasse perto dela....eu falaria tudo e o pai dela saberia, eu não podia fazer isso, não podia destruir a vida dela.
Então eu iria ignorá-la.
𖣘
EMILY
Estava esperando a uma hora, podia ter acontecido algo com Matthew, mas eu estava mandando mensagem e ele nem respondia.
Pedi um milk-shake e passei meu tempo lendo um livro que estava dentro da bolsa, estava até gostando do tempo livre.
Mas eu queria saber o que estava acontecendo com Matthew, por isso pego o telefone de novo e disco o número dele.
Se ele não me atender, eu vou atrás dele, deve ter acontecido alguma coisa e ele não pode falar comigo.
Ele não atende o telefone, mas percebo algo, ele desligou, então ele não deve estar com algo muito grave, pode estar ocupado.
Guardo o livro na bolsa e começo a ir em direção da porta, já tinha pagado e agora só precisava pedir um táxi.
Paro na esquina e coloco os cabelos para trás, estendi a mão e um táxi vem na minha direção, pego o celular de novo e logo mais uma vez.
Assim que entro no táxi ele desliga novamente, dou o endereço e ele começa a dirigir, guardo o celular e olho para a janela.
Não sei por que ele está me ignorando, mas ele vai ter que falar comigo quando eu chegar na República.
Fico muito nervosa enquanto foi até lá, não sei por que me sinto nervosa, mas não consigo parar de pensar que ele está me ignorando.
O táxi começa a se aproximar da República e vejo que o carro de Josh está ali, mas a caminhonete de Matthew não está.
Pago rapidamente o taxista e vou até a porta, dou duas batidas e me abraço por causa do frio, comprimo os lábios quando a porta abre.
-Ele não está aqui.- Josh parece sério.
-Ele está me ignorando.- explico e Josh não parece surpreso.- O que você sabe?
-Matthew só quer diversão Emily.- Josh fala em um tom de eu avisei.- Eu devia ter avisado....
-O que ele falou para você?- pergunto.
-Que não podia mais fazer isso, que você era só diversão.- ele explica.
-Mas...
-Você quer entrar? Comer alguma coisa?- ele está com pena de mim.
-Matthew não faria isso.- falo crente de que não é verdade.
-Eu o conheço a anos.- Josh toca meu ombro.- Ele faria isso sim, ele enjoa das pessoas.
-Onde ele está?- pergunto me afastando.
-Eu não....
-Claro que você sabe, você é o melhor amigo.- o encaro.- Onde ele está?
-Emily...daqui a uma semana as férias chegam e ele vai viajar.- Josh explica.- Ele vai ignorar você até lá.
-Quero ver.- começo a ir na direção da calçada.
-Emily!- Josh grita.- Esqueça isso.
Não até ele dizer o que está acontecendo, por que eu conheço Matthew e ele quer que eu pense que ele é quem todos conhecem.
Mas eu conheço Matthew Anderson, ele não é assim, pelo menos não é mais assim, e eu quero respostas sobre isso.
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