Longo Dia
EMILY
Foi o meu pior erro. Não devia ter ido para o treino de hoje, mas não queria que Josh estivesse certo sobre doer ainda mais.
A treinadora simplesmente achou que fosse bom um treino de pegar "bolas impossíveis", e claro que tinha que ser quando minhas costelas doíam.
Assim que cheguei na mesa em que Josh e Matthew( o melhor amigo do meu irmão e um pé no saco...ah, e também o sonho de toda menina) eles estavam comendo um hambúrguer.
Matthew era o tipo de cara que você ficava espantada de encontrar, ele era alto para ser um meio no vôlei, e tinha um corpo bonito, admito.
As garotas as vezes chamavam ele de "Deus do Vôlei", quando ouvi isso quase vomitei, o cara era um idiota apesar de tudo.
Já tinha escutado um monte de histórias, sobre meninas que diziam que ele sempre mandava as meninas embora depois do sexo, nunca dormia com elas depois.
Eu deveria tirar Josh de perto dele, mas os caras eram quase irmãos, então talvez não tivesse sucesso.
Sentei e coloquei minhas pernas para frente, tinha maquiado meu rosto o melhor que pode e não estava tão ruim.
-Pode falar, eu tinha razão.- Josh sorri.
-Só por cima do meu cadáver morto e frio.- suspirei.
-Um cadáver já é morto.- Matthew murmura e me faz encará-lo.
-Você não precisava estar aqui.- falo com raiva.- Por que não vai pegar uma líder de torcida? Ou uma garota de República?
-Emily, gatinha, acha mesmo que eu queria você gritando comigo?- ele levanta as sobrancelhas.- Eu com aqui por Drews, para controlar ele.
-Ah, não sabia que estavam juntos.- sorrio alegremente e isso o faz fechar a cara.- Mamãe vai adorar....
-Se disser mais uma palavra...- ele olhou para meu rosto e então lembrou do que tinha acontecido.- Desculpa.
Fiquei surpresa quando ele pediu desculpas, geralmente Matthew Anderson não sabia o que essa palavra era.
-Ok.- olhei para Josh.- Vamos ou não?
-Vamos.- eles começaram a levantar.
Tive que fazer um esforço para levantar, e quando fui pegar minha bolsa de treino não precisei, Matthew estava com ela no ombro já.
Começamos a ir na direção da entrada quando um grupo entrou, e era o pior grupo que poderíamos encontrar agora.
Patch começa a caminhar até nós, a jaqueta do time de futebol sendo seu uniforme diário, os cabelos loiros penteados para trás e os olhos castanhos fixados, em mim.
De canto de olho vejo Matthew colocar a mão no ombro do meu irmão, se eles brigassem agora Josh não poderia jogar.
-Você fugiu ontem.- ele sorriu normalmente.
-Eu...- engoli em seco.
-Comprei algo para você.- ele sempre comprava quando estávamos brigados.- Está lá em casa.
Minha garganta fechou, não sabia por que estava com tanto medo, percebi que minha mão estava tremendo.
Tudo que fiz foi cruzar os braços em cima do peito e apertar com força, Patch olhou para Matthew e Josh e então me encarou.
-Contou a eles algo?- ele se aproximou e eu dei um passo para trás.
-Ok, amigo.- Matthew fica entre nós e toca o peito de Patch.- Por que você não deixa ela em paz?
-Ela é minha namorada.- ódio passou pelos olhos dele.- Vamos, linda, fale para eles que eu não fiz nada.
-Que tal você falar enquanto arrasta sua bunda para longe daqui?- Matthew sorri.
-Não enche, Anderson.- ele rosna.- Não meta seu nariz onde não é chamado.
-Não me faça rir, Adams.- Matthew se afasta.- Vamos.
Então ele segura meu pulso e começa a me arrastar até a porta, Josh faz um tipo de guarda ficando mais atrás de mim.
Engoli em seco, se Matthew não estivesse me puxando eu não saberia andar, meu corpo estava tremendo demais.
Nunca pensei que Patch fosse me bater, nem passou pela minha cabeça, ele gritava comigo...mas nunca pensei...
E quando ele segurou meus cabelos e me bateu contra a parede eu soube que ele podia fazer isso, podia fazer mais.
Uma porta abre e olho para o lado vendo Matthew esperando que eu subisse,as não conseguia mexer meu corpo.
-Vamos, gatinha, sei que consegue.- ele murmurou.
Engoli em seco de novo e comecei a me mover, ele esperou com que eu entrasse e então fechou a porta, colocou minha bolsa atrás da caminhonete.
Matthew entrou no banco do motorista e começou a dirigir, olhei para Josh e ele estava vermelho, estava com raiva.
-Vamos passar no seu dormitório para pegar o principal.- Josh falou decidido.
-Eu só precisava de um canto ontem.- me remexi.- Estou bem no dormitório.
-Eu não estou lá para proteger você, Emily.- ele vira e então me encara.- Se esse doido tenta entrar no seu dormitório?
-Tem uma tranca, na verdade tem três e um pega ladrão.- tentei sorrir.- Eu posso ficar....
-Acho melhor você ouvir seu irmão.- Matthew defende a ideia de Josh.- É só por um tempo.
-Uma semana.- decido.- E então volto para meu dormitório. Ouviu, Josh?- pergunto.
-Ok.- ele assentiu feliz.- Uma semana.
Volto a me encostar no assento e um ruído de dor escapa de mim, mordo o lábio achando um lugar confortável.
Só precisava fazer com que Josh não contasse para nossos pais, se agradasse a ele não teria que ouvir um sermão do meu pai sobre os critérios de escolher um namorado.
Levantei o olhar e percebi um olhar estranho de Matthew, ele olhava para mim pelo retrovisor, os olhos verdes brilhando abaixo das sobrancelhas arqueadas e escuras.
Sinto algo estranho correr pelo meu corpo e por uma área perigosa, percebo que não posso de jeito nenhum encarar ele assim.
Volto meu olhar para a janela e observo a paisagem, é melhor do que ficar encarando Matthew Anderson.
Por que se eu começar a encarar ele vou pensar em Patch, e que só ele sabe que eu sou virgem, pânico me toma.
E se ele contar para todos? E se espalhar para todos que eu ainda sou virgem? Ele não vai fazer isso, vai? Ele não está com tanta raiva...
E você me pergunta, metade das pessoas perdeu a virgindade antes de entrar na universidade, que tipo de alienígena é você?
E eu respondo: eu queria guardas a primeira vez para alguém que eu gostava( sim, é uma coisa brega, mas sou eu) e quase dei isso para Patch.
Parei de pensar naquilo, não podia pensar mais nisso, devia respirar fundo e me acalmar, preciso me acalmar.
Quero logo sair do hospital, mesmo que nem tenhamos entrado, mas mesmo assim...não gosto de hospitais.
Vejo que estamos nos aproximando e me ajeito no assento, minhas costelas reclamam e meu corpo puxa de volta para baixo.
Vai ser um longo dia.
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