Ameaças
EMILY
Assim que tenho meu primeiro tempo livre, pego o telefone, estou andando pelo campus quando começo a discar.
Passei o dia todo pensando em ligar para ele e agora eu pareço uma idiota enquanto espero ele atender.
"-E aí, gata?- ele atende.
-Nada bem.- suspiro.
-O que aconteceu?- pergunta e ouço ele se remexer.
-A professora pediu para refazermos os trabalhos.- explico.- Vou ter que jogar tudo fora.
-Mas estava tão legal.- ele parece triste.- Por que ela mandou fazer isso?
-Aparentemente ela explicou errado.- passo a mão pelos cabelos.- Porém o prazo não mudou, tenho essa e a próxima semana para pensar em alguma coisa.
-Se quiser ajuda...
-Eu sei que tipo de ajuda você está oferecendo.- ouço a risada dele.- E não, não quero.
-Vou estar disponível para consulta, já me disseram que eu sou um ótimo arquiteto.- ele fala mais baixo.- Já construí um castelo de cartas.
-Com certeza é a mesma coisa.- assinto parando em uma esquina.- Merda.
-O que?- ele fica atento.
-Eu tenho que estar no treino em vinte minutos e não tem nenhum táxi.- olho envolta.
-Eu chego aí em cinco.- ele pega as chaves.
-Onde você está?- pergunto.
-Em casa, cancelaram minha última aula, parece que o professor está com gripe.- ele fala com pena.- O coitado vomitou na sala.
-Ah, que nojo.- faço careta.
-Onde você está?- ele pergunta e ouço a porta.
-Ao leste do prédio B.- explico.
-Cinco minutos, fique parada.- ele informa.
-Como se eu pudesse ir sozinha.- murmuro.
-Você não consegue falar a boca?- ele dá a partida.- Cinco minutos."
Desligo o telefone e coloco na bolsa enquanto vou até um dos banquinhos que ficam distribuídos por ali.
Apoio meus braços nas costas do banco e cruzo as pernas, está um pouco nublado, o que pode significar que vá cair um temporal essa noite.
Fico um pouco distraída e não vejo a sombra sentar ao meu lado, quando viro o rosto percebo que Patrick está de braços cruzados.
-Não vejo você a um tempo, amor.- ele se aproxima.
-Então meu plano deve estar funcionando.- murmuro com raiva.
-Pare com isso, Emily.- ele explode.- Sabe o que estão dizendo por aí? Que você está transando com Anderson.
-Bem, não é problema seu.- fico desconfortável com ele tão próximo.
-É problema meu, por que nenhuma namorada minha fica me traindo por aí.- ele rosna.
-Eu não sou mais sua namorada...
-É claro que é.- ele segura meu queixo e nos encaramos.- Chega de ficar com Matthew Anderson, pare com essa besteira e volte pra mim.
-O que vai fazer? Me bater na frente de todos aqui no campus?
Ele fica quieto e então eu começo a levantar, a mão dele desce do meu queixo e vai até meu braço o apertando com força.
Um ruído de dor sai de mim e ele me puxa para continuar sentada, olho para frente e vejo a caminhonete de Matthew.
Ele sai e com uma cara séria começa a andar até nós, provavelmente notou a mão de Patrick segurando meu braço.
-Se entrar não sair comigo nesse exato momento ou eu não for seu primeiro, eu conto a todos que você é virgem.- ele sussurra.- E seu irmão vai saber que está querendo transar com o amigo dele.
Engulo em seco e Patrick levanta, pisco algumas vezes para afastar as lágrimas e ergo meu corpo também.
Matthew se aproxima e eu desvio caminhando com Patrick, não consigo olhar para ele agora e ver o semblante decepcionado.
Patrick passa o braço pelos meus ombros como sempre fazia e vamos em direção ao carro dele, respiro fundo quando ele abre a porta.
Entro em silêncio e coloco o cinto, meu olhar vai na direção de Matthew e ele ainda está parado com as mãos no casaco e olhando para cá.
Patrick então e coloca a mão na minha coxa enquanto da a partida no carro, mexo meu corpo e ele me encara.
-Meu treino é em vinte minutos.- informo.
-Ok, vou deixar você.- ele começa a dirigir.- Mais tarde podemos ir pro meu apartamento...você e eu...
-Meu treino vai até às dez.- explico.
-E amanhã?- ele pergunta.- Saímos da aula, você vem pro meu apartamento, dou alguma coisa pra você se soltar...
-Bom.- não sei o que responder.
Começamos a nos aproximar do ginásio e passo a mão pelos cabelos enquanto penso em como eu vou me livrar disso.
Não ligo para o que os outros pensar, não é a coisa mais horrível do mundo ser virgem, mas é a parte de Josh e Matthew.
Patrick não faz ameaças que não vai cumprir, se ele disse que vai fazer aquilo, ele vai fazer e ponto.
𖣘
MATTHEW
Bato uma vez na porta e ela abre, Leslie está com um semblante preocupado e isso me faz ficar preocupado.
-Ela está no quarto.- explica.
Passo por ela e começo a ir até o quarto, abri a porta e entro no quarto, repsiro fundo e fecho a porta atrás de mim.
Sei que aquele monte pequeno na cama é Emily, tiro os sapatos e logo o casaco, ouço um soluço e sei que está chorando.
-Gata...- me aproximo.
-Você não deveria estar aqui.- ela fala com uma voz chorona.
-Leslie me chamou.- entro dentro dos lençóis.
-Mesmo assim.- ela se ajeita e ficamos de conchinha.
-O que houve?- pergunto.- Por que foi embora com ele?
Ela fica em silêncio e outra onda de choro toma ela, esfrego seu braço lentamente e beijo seu ombro com delicadeza.
-Emily, ele fez alguma coisa com você?- me alerto.- Ele...
-Não, ele não fez nada físico.- ela limpa as lágrimas.
-Mas fez algo.- afsdtonos cabelos dela.- O que?
-Ele disse que se não fosse meu primeiro contaria a todos que eu sou....- ela engole em seco.
-Aquele filho da puta.- começo a sentar.
-Matthew.- ela segura meu braço e vejo seu rosto.
Ele está vermelho por causa do choro e lágrimas molham as bochechas, me sinto horrível de uma forma ainda mais horrível.
-Não foi o pior.- ela murmura.- Não me importo se ele espalhar isso por aí...mas então ele disse que conta a Josh sobre você e eu...
-Acha mesmo que Josh vai acreditar no seu namorado agressivo e idiota?- franzo as sobrancelhas.- Ah, gata, você está chorando por nada.
Me aproximo e seguro a nuca dela enquanto a beijo, Emily passa os braços pelos meus ombros e me deixa deitá-la na cama.
Sinto as pernas dela ficarem envolta do meu quadril e então puxar meu corpo contra o dela, seus lábios estão salgados por causa das lágrimas.
-Eu vou dar um jeito nisso.- afasto meus lábios do dela.- Ele não vai falar nada.
-Calma....o que?- ela pergunta quando eu me levanto.- Matthew!
-Não se preocupe.- abro a porta.
-Não.- ela corre e fecha a porta.- Você não vai fazer nada.- ela me vira.- Eu vou conversar com ele.
-Você acha mesmo que isso vai dar certo?- seguro o rosto dela.- Ele precisa levar uma surra.
-Mas...
-Já sei, ligue para Josh, diga a ele a parte em que ele ameaça você e por que ele ameaça você.- explico.
-Por que isso?- pergunta.
-Por que aí ele vai querer bater nesse idiota e vai me chamar junto.- informo.- Faça isso.
-Não quero vocês encrencados.- ela balança a cabeça.
-Não vamos ficar encrencados.- tento sorrir.
-Só se você me prometer que não vão pegar pesado.- ela acaricia minha bochecha e me sinto mais calmo.
-Prometo.- assinto.
-Ok.- ela parece mais calma.
Observo ela ficar na ponta dos pés e então segurar meu rosto, sorrio quando os lábios dela encostaram nos meus.
Fecho meus olhos e minhas mãos vão até a cintura dela, Emily se afasta e beija o canto da minha boca.
-É melhor você ir.- ela murmura.
-Vejo você amanhã, quando for ver seu irmão por causa disso, entendeu?- dou outro selinho.
-Sim.- ela assente.
Nos afastamos e ela abre a porta, eu saio e Leslie está sentada no sofá e tentando parecer distraída.
Emily me leva até a porta e destranca a fechadura, assim que ela abre a porta eu sorrio para ela.
-Boa noite, Leslie.- falo.
-Boa noite.- ela sorri.
-Boa noite, gata.- começo a passar.
-Boa noite, Matthew.- Emily exagera no meu nome.
Eu seguro a nuca dela e dou outro beijo, ouço uma risada vitoriosa de Leslie e Emily coloca a mão no meu peito enquanto me empurra.
Sorrio vendo ela fechar a porta e ouço um "eu sabia!" bem alegre vindo de Leslie, respiro fundo e coloco as mãos dentro dos bolsos.
Aquele filho da puta vai ver o que é bom para tosse, não costumo usar meu nome e meu dinheiro para isso.
Mas com uma simples ocorrência para o diretor, Patrick pode ser tirado do time de futebol, e Drews sabia disso, era por isso que ia me chamar.
E eu estava nem confiante de que ele nunca mais olharia para Emily, agora que Leslie sabia era uma questão de tempo.
Eu queria que soubessem que ela e eu estávamos saindo, pelo menos iam parar de falar pelas costas.
Contaria a Drews antes que mais alguém viesse contar e lidaria com a fúria dele, mas por enquanto iria me preparar para a visita de Patrick.
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