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Shadow: 003

— Tá. Eu só quero dizer que estou bastante decepcionada com não ter sido convidada para este evento tão empolgante, pequena ovelha. — A semideusa me lançou um rápido olhar, depois, retornou sua atenção para a shikigami. — E, isso serve para você também, ovelha negra. Pelo o que te conheço, sei que um mágico ou um mero shikigami não seria capaz de te deixar nesse estado. O que aconteceu, perdeu o jeito, foi?

— Tsc, não foi o mago ou essa boneca erótica que me deixou assim, chiquitita. São só os efeitos da magia negra. Não tire conclusões precipitadas, está bem? E a propósito, eu não me importo mais, só quero descansar as pernas.

E assim, Yuna deixou seu corpo desabar, caindo sentada no gramado, mas ainda apoiando seu torso com as mãos.

— Bem, não tem nenhuma dica para me dar, Assassina de Youkais?

— Nenhuma. Acho que é só bater até dizer chega.

— Ótimo. É minha especialidade.

Nuwa mexeu a mão e sua katana, Hachinomaru, saltou para ela, e em seguida desapareceu com um relampejo amarelado. Então, dando dois passos à frente, a Abelha Trovejante olhou nossa adversária dos pés até a cabeça.

— Você é bem bonitinha para uma criatura de sombras, hein. E esses seus tentáculos na cabeça são grandes e grossos, gostei. Mas, geralmente, eu não me envolvo com receptáculos de almas penadas ou algo do tipo.

— Inquietante. Não há registros sobre você em meus circuitos mágicos.

— Oh, eu não sou tão famosa quanto aquela ali, mas acredito que lhe divertirei igualmente. Só quero deixar claro que não sou tão complacente como ela deve ter sido.

As vestimentas de Nuwa, que não muito importavam naquela situação, eram as que ela mais costumava usar. Longas meias listradas em preto e amarelo que engoliam seus joelhos, e tênis casuais na cor branca. Cobrindo a metade superior de seu corpo, dos ombros até metade das coxas, um camisa de futebol americano preta, onde se lia em amarelo a palavra Pequim, sobre o numeral 91.

— Hmm, você também me parece inquietante. Vou matar você porque não gostei da sua cara.

— Ora, ovelha de tentáculos, mas eu sou tão bonitinha.

A shikigami não deu ouvidos ao contra-argumento da Abelha Trovejante, e agora, seus braços se estenderam na direção da semideusa, apesar de mais rápidos e incisivos do que na vez em que ela tentou o mesmo truque contra Yuna.

Como era de se esperar da filha do deus do trovão, ela não esboçou nenhuma reação de desespero diante da investida de Ouija. Até porque, ao que os braços de sombras se aproximaram consideravelmente dela, dois relâmpagos azulados saltaram de sua pele alva e cortaram os membros gêmeos como aconteceu em sua chegada dramática.

A boneca de escuridão recolheu novamente seus braços pela metade, e como no passado, eles se regeneraram de volta.

— Hmph.

Agora, era a vez de Nuwa realizar seu ataque. Se movendo tão veloz que pareceu ter deslizado até a frente da shikigami, em uma fração de segundo a semideusa já estava lançando seu punho em um soco firme contra o abdômen da boneca de escuridão. Seu braço foi ainda mais ágil do que a forma que se deslocou até Ouija, e sendo envolto por relâmpagos em miniatura, o punho de Nuwa afundou naqueles músculos obscuros com sua pressão exercida.

A shikigami se curvou devido ao golpe que recebeu, mas foi como se Nuwa tivesse golpeado uma boneca de pano, já que não houve nenhuma reação à dor que aquele soco certamente tinha causado.

Mas a Abelha Trovejante não estava dando a mínima para como Ouija reagia aos seus golpes. Provavelmente sem mesmo ter notado a carência de um sistema nervoso da shikigami, com seu braço oposto, cuja mão começou a brilhar intensamente com raios azuis, a semideusa apanhou o rosto da boneca de sombras e a empurrou com tudo, a lançando para trás ao mesmo tempo em que descarregou um relâmpago com o formato de sua mão na face do familiar, fazendo com que sua cabeça obscura simplesmente explodisse enquanto seu corpo viajava em pleno ar.

Foi como se Nuwa houvesse colocado uma granada de energia dentro da boca da shikigami.

Sua cabeça se despedaçou e evaporou, e o resto de seu corpo capotou no solo de gramado cinza, se estatelando de braços e pernas abertas.

— Sério que estava tendo problemas com isso, ovelha negra? Eu sinceramente estou desapontada com você.

Nuwa olhou por sobre o ombro para Yuna ainda sentada mais atrás, com o nariz apontado para o céu e os olhos cerrados em descanso.

— Já disse que o meu problema foi minha forma escura ter esgotado, só isso. Aliás, chiquitita, vê se presta atenção. A batalha ainda não terminou.

E Yuna tinha razão.

Nuwa logo retornou sua atenção para o corpo caído da shikigami de sombras e viu a boneca sem cabeça erguer o tronco lentamente, se colocando sentada no gramado. Não demorou muito para que sua cabeça fosse reconstituída junto de seu cabelo de tentáculos. E como se tivesse uma estrutura óssea, ela estalou seu pescoço, o inclinando de um lado para o outro.

Após seu autoconserto, Ouija se pôs de pé tranquilamente, cravando seu olhar na filha do deus do trovão.

— Olha só, parece que vou ter de lhe incinerar por completo, ovelha de tentáculos. Quando com pressa, eu não sou do tipo que procura se divertir.

Com isso, a semideusa começou a levitar com seus olhos se iluminando em branco, como um par de lâmpadas de LED, e raios azulados começaram a saltar de seu corpo para o chão, como se a erguessem em um pedestal. Em seguida, apontando a mão na direção da shikigami, uma rajada de energia elétrica rasgou em luz o espaço até a boneca de sombras, envolvendo seu corpo em uma redoma de raios e calor.

— Quero ver se regenerar disso.

— Não irá funcionar, chiquitita.

— Hmm?

— A essência desse shikigami é mana negativa, não mana comum. Significa que ela é imune a eletricidade ou calor. O jeito mais fácil de a derrotarmos, é separando a alma da carapaça.

— Quer dizer que...

Ouija realmente era resistente aos raios de Nuwa, e demonstrando não ter paciência para a conversa fiada das duas híbridas, enquanto era dominada por relâmpagos à sua volta, quatro dos tentáculos que compunham seu cabelo se esticaram para fora da redoma elétrica e seguiram contra a Abelha Trovejante.

A semideusa notou os órgãos tátil chegando, mas não pôde reagir a tempo, tendo a mão que descarregava sua rajada de energia envolvida por um dos apêndices obscuros, o que fez os raios serem cessados.

Dois dos outros tentáculos agarraram as pernas de Nuwa Lei Feng, enquanto o restante a envolveu pelo torso, passando por cima de seus seios e abraçando seu pescoço também.

— Arf, esse tentáculo está roçando nos piercings de meus mamilos... arf... são grossos demais...

— Não diga essas coisas num momento desses, Nuwa!

— Não é tão ruim, mas... minha... energia...

Com poucos segundos em que ficou presa pelos tentáculos, a Abelha Trovejante começou a se mexer menos, claramente ficando sonolenta e enfraquecida. E um vapor negro começou a sair por sua pele, sendo absorvido pelos apêndices escuros, acelerando o processo de sonolência de Nuwa.

— Droga, é dreno de energia. Faça algo, seu pamonha.

— Merda, achei que estaríamos salvos.

Então, prontamente me levantei e parti para cima da shikigami, evocando uma espada de chi para cortar os tentáculos. Contudo, batendo o pé no solo, a boneca de sombras fez com que sua perna viajasse por baixo da terra e emergisse em um chute à minha frente, me acertando com precisão no nariz, e me colocando de volta à lona.

Um suporte decepcionante eu fui.

Mas espere, essa técnica não era do Majin Buu?

De qualquer forma, foi bem eficaz contra minha pessoa.

— Não precisa... pequena ovelha. Eu... me livrarei sozinha!

Rangendo os dentes ao rosnar aquelas palavras, faíscas amareladas saltaram das bochechas de Nuwa, e com a mão que estava liberta e tentando afrouxar o tentáculo que envolvia seu tronco, ela evocou sua espada relampejante, Hachinomaru, a Lâmina da Lua de Mel. Sem pensar duas vezes, a filha de Raijin cortou o tentáculo que prendia sua outra mão, e no segundo golpe rasgou os outros que prendiam seu corpo como se estivesse em uma camisa de força.

Os pedaços dos apêndices escuros caíram pesadamente no chão, e Nuwa não se manteve muito tempo flutuando após isso. Ela também desceu ao solo, como se a energia necessária para mantê-la em pleno ar houvesse acabado. E, de certa forma, era exatamente o que tinha acontecido. Minha colega de trabalho quase desabou por completo ao tocar os pés no gramado tão abruptamente, mas ainda conseguiu retomar o equilíbrio com seu jogo de pernas.

No momento seguinte, ela segurou sua katana com as duas mãos, posicionando-a ereta à frente de seu corpo.

E do lado oposto do duelo, os tentáculos alongados e cortados forma recolhidos pela shikigami, e logo voltaram ao seu estado normal, encenando como cabelo daquela boneca de sombras.

— Nós precisamos exorcizar essa coisa, ovelha negra? É isso?

— Sim. Achei que tinha sido clara.

— Tsc, e tem noção de como fazer isso?

— Certamente, mas terá de enrolá-la por algum tempo. Alguns minutos, talvez.

— Tá. Mas, não sei se notou, eu estou um pouco esgotada. Embora tenha um ciclo de magia muito alto, ela drenou a energia de meu corpo e ele não está em boas condições. E isso não é o pior. Esse familiar somou minha energia a dele. Ouso dizer que estamos em pé de igualdade, por ora.

— Metade de suas células são de um deus, chiquitita. Acho que vai se sair bem.

— Tsc, tá. Mas vá logo com isso. Daigo assumir o combate é o pior cenário possível.

Elas tinham alguma ideia de que eu estava escutando todo aquele diálogo?

Enfim.

A Abelha Trovejante travou sua mira em Ouija, que não expressava de nenhuma forma suas emoções em relação àquele combate. Não era possível ler a boneca de escuridão, e isso dificultava a tomada de decisões de Nuwa sobre como dar o próximo passo no duelo. Se minha colega de quarto estivesse falando sério sobre a shikigami ter absorvido uma parte considerável de sua energia mágica, minha esperança na vitória estaria cada vez mais distante. Por outro lado, eu não poderia esquecer de que, na metade divertida da ilha, estavam duas das mais poderosas garotas que já pisaram na Terra do Sol Nascente, embora com os ânimos apagados.

— Vamos ver até onde você vai, ovelha de tentáculo.

Sem nada a declarar para nenhum de nós, portais obscuros de bordas azuis se abriram à esquerda e à direita de Ouija Oz, imitando a técnica de seu onmyoji e também do shikigami pássaro. Antes que Nuwa pudesse tomar a iniciativa de ataque, a shikigami de sombras fez com que seus portais disparassem uma rajada de arpões na direção da Abelha Trovejante.

A técnica não divergia muito da realizada anteriormente pelo mágico de circo, exceto pela quantidade de arpões que havia aumentado um pouco. No entanto, naquela distância e velocidade, um ataque desses não seria um problema para Nuwa em nenhum aspecto. Mesmo com o corpo cansado, a semideusa moveu seus braços no momento certo, levando a lâmina de Hachinomaru a destruir cada um dos arpões com sua série de movimentos assombrosos.

Nem mesmo uma das armas lançadas pelos portais da shikigami prevaleceram diante da Lâmina da Lua de Mel.

E, seguido de um ruído como o de um curto-circuito, a filha do deus do trovão já estava em média-altura, às costas do familiar obscuro, e com Hachinomaru armada para um golpe de misericórdia.

A katana amarelada rasgou o ar em um movimento horizontal, indo sem gentileza contra o pescoço da shikigami, mesmo que a decapitação já tivesse se mostrada falha momentos antes. Porém, dessa vez, Ouija não se deu ao luxo de perder a cabeça para Nuwa Lei Feng novamente. Agora, ela mesma fez sua cabeça saltar de seu corpo, se safando do corte de Hachinomaru, que passou por debaixo de seu pescoço avulso.

E não satisfeita com o quão bizarro aquela forma de esquiva se mostrou ser, a shikigami, ou melhor, sua cabeça, se virou em pleno ar para a semideusa e a fitou com seus olhos luminosos em púrpura, antes de dois de seus tentáculos a agarrarem pelas bochechas e aproximarem a cabeça sem corpo da cabeça de Nuwa, e a golpeando com sua testa o seu rostinho bonito.

A filha de Raijin cambaleou para trás com o golpe sofrido, mas rapidamente, apesar de desengonçada, Nuwa contra-atacou com sua espada, cravando-a na cabeça ambulante de Ouija antes mesmo que a gravidade fizesse seu trabalho sujo.

Deslizando como carne de churrasco no espeto, a cabeça da shikigami se desfez em vapor negro.

— Tsc, não vai se regenerar!

E não foi só nas palavras em que a Abelha Trovejante mostrou sua determinação. Assim que estalou sua língua, Nuwa rodopiou três vezes, rasgando com Hachinomaru o corpo decapitado daquela boneca de escuridão em quatro grandes pedaços, que ruíram lentamente, também desaparecendo em vapor.

E por um segundo, até parecia ser o fim do combate, com a deusa da vitória sorrindo para o nosso lado. Todavia, nada na vida vem tão fácil assim, mesmo para a filha do deus do trovão.

Ao lado de suas orelhas de semideusa, dois punhos se formaram flutuantes com um efeito esfumaçado e pressionaram as têmporas de Nuwa de súbito, com uma força que a fez gemer de dor.

Dos punhos flutuante, o restante do corpo de Ouija se reconstituiu gradativamente, e logo a shikigami retirava os pés da Abelha Trovejante do solo a amaçando pela cabeça.

— Sua... boneca pervertida... me solte.

Nuwa já estava com saliva escorrendo pelo canto de sua boca devido ao esforço que realizava para resistir a dor e a pressão em seu crânio. Sua concentração era tamanha, que mesmo a Lâmina da Lua de Mel teve de desaparecer para auxiliá-la. Naquela circunstância, de fato, ela estava de mãos atadas.

A filha de Raijin, Nuwa lei Feng, não tinha o que fazer com sua energia escassa e sendo torturada daquela forma. E em poucos segundos, seu corpo cedeu ao cansaço e a pressão. Baixando suas pálpebras, a semideusa desmaiou, e a familiar de sombras a largou, deixando-a cair de cara no solo.

— Inquietante. Vocês duas são realmente inquietantes. Se não fosse minha falta de tempo, eu acabaria com vocês agora mesmo. Mas, meu irmão precisa ser despertado.

Girando seus calcanhares, Ouija deus às costas para a desacordada Nuwa e a abatida Yuna. Em seguida, ela iniciou sua sequência de passos firmes na direção do armazém ao longe. Ela se mostrava bem despreocupada, aliás. Era como se a presença da Assassina de Youkais e da Abelha Trovejante não a impactasse nem um pouco.

Mas também, nos estados em que as duas se encontravam, era justificável.

De toda forma, deixar que a shikigami chegasse ao armazém onde se encontrava a carapaça que serviria de canalizador para a mana ortodoxa, era algo que estava fora de cogitação.

E, com as duas garotas mais "badass" de todo Japão praticamente beijando a lona, só havia uma pessoa que poderia agir em prol da humanidade. Ou, como minha colega de trabalho disse, o pior cenário possível.

Finalmente era minha hora de entrar para o combate.

Mas agora, a todo vapor.

Concentrando noventa por cento do chi em meu corpo de deus da morte, uma aura escarlate me incendiou dos pés até as pontas de meus cabelos. E não somente isso, querido leitor. Cerrando meus punhos eu fiz com que três lâminas de energia avermelhada surgissem entre meus dedos, como Capuz Dourado certa vez realizou.

Era Céu ou Inferno naquele momento.

Não podia deixar que meu sacrifício em minha linha temporal fosse em vão.

Eu só precisava conseguir mais tempo para Yuna.

— Seu pamonha, é inútil!

— AAAAH!

Eu não podia me dar o luxo de absorver as palavras sábias de nossa querida Assassina de Youkais naquele momento em que o calor da batalha tomava conta de mim. Se fosse para atuar de forma racional, eu nem teria cogitado me levantar e enfrentar a shikigami. Por esse motivo, dar ouvidos à Yuna só acabaria me atrapalhando e, consequentemente, atrapalhando a ela também.

Dito isso, eu parti para cima de Ouija, em minha segunda vez, mas agora estava com o feitiço do Olho que Tudo Vê ativo, preparado para qualquer obstáculo que me impediria de me aproximar definitivamente.

E como eu imaginara, ao que a shikigami notou minha investida contra ela, agiu da mesma maneira que da vez anterior, cessando seu caminhar decidido por um breve momento e batendo seu pé no solo, o que logo projetou sua perna esticada à minha frente. No entanto, como disse, o feitiço do Olho que Tudo Vê estava ativo e operante em meu globo ocular. Eu literalmente vi seu pé rasgando o subterrâneo até emergir calculadamente contra minha pessoa. Sendo assim, desviar da perna de escuridão com um passo rápido para o lado não foi nenhum problema, acelerando no instante seguinte contra a boneca obscura.

Então, eu saltei com minha força de shinigami, e rapidamente arremessei as três lâminas de minha mão direita na direção de Ouija, que em defesa se protegeu com três tentáculos de sua cabeça, respectivamente.

Ela só não contava com minha astúcia.

O trio de lâminas de chi que se cravaram em seus tentáculos como dardos ao centro de um alvo, teve seu brilho intensificado com um humilde ruído, na fração de segundo antes dos três explodirem em luz.

Aquela shikigami podia ter níveis extraordinários de mana, mas não seria imune aos efeitos de uma granada de luz à queima roupa, visto que a visão era o único dos cinco sentidos que eu poderia apostar que ela tinha uma certa dependência. E eu não estava errado, afinal.

O clarão que a engoliu me deu uma vantagem graças ao Olho que Tudo Vê, e quando meus pés voltaram ao chão, eu terminei de avançar contra a shikigami, invadindo a densa luminosidade branca em que ela estava desorientada.

— Peguei!

E de fato, o fiz. Sem surpresas nesta parte da narrativa.

Eu adentrei o clarão e finquei minha trindade de lâminas de chi escarlate no abdômen obscuro daquela shikigami de sombras.

Uma grande realização, ainda mais considerando a sequência de ação que improvisara para tal feito. Contudo, justamente por ser um grande improviso, que eu não tinha a menor ideia do que fazer depois de acertá-la como acertei.

Da mesma forma que com os ataques de Nuwa, ela não esboçou nenhuma reação de dor ou desconforto.

Ela simplesmente estava ali, após a claridade ter se dissipado, me encarando a centímetros de meu rosto, enquanto eu fazia o mesmo, só que mais por não saber como agir do que por qualquer outra coisa.

Assim, tomado pelo desespero, eu depositei o chi concentrado que me cercava em forma de aura nas três lâminas que atravessavam o tronco de Ouija, as sobrecarregando com energia e as fazendo explodir também. No entanto, não só uma explosão de luz foi o que aconteceu. Aquela explosão foi incendiária, jogando meu corpo para trás com a pressão e envolvendo a shikigami em energia escarlate.

— Seu pamonha!

— Eu... estou bem.

O tombo deve ter me machucado mais do que a explosão, por conta de minha natureza como deus da morte, então não menti para ela.

Eu me coloquei sentado no gramado, erguendo meu torso que estava com as costas no chão, e olhei para a luz da explosão que se esvaía. Quando o brilho avermelhado desapareceu de uma vez, o que restou do corpo de Ouija se mostrou para nós. Para ser mais específico, da explosão de chi, só metade das duas pernas permaneceram no local.

Confesso que me senti muito orgulhoso comigo mesmo de ter danificado aquela shikigami daquela forma. Tê-la reduzido a dois cotocos de sombras é algo que recordarei eternamente com bastante carinho. Contudo, eu sabia que aquilo não era nem o mínimo do suficiente para vencer por definitivo a familiar obscura.

Do que prevaleceu de suas pernas escuras, a shikigami foi reconstruída com um efeito esfumaçado.

Claro.

Eu sabia que aconteceria, não me senti desapontado.

A boneca de sombras me observou ao chão e começou a se aproximar, praticamente desfilando até mim.

— Inquietante. Você não era alguém para ser morto. Minhas instruções dizem para mantê-lo vivo, pelos serviços prestados ao meu mestre. Mas, se insiste em me atrasar em minha missão, Coração de Escorpião, eu vou precisar inibi-lo de alguns privilégios.

— Desculpe... mas meu nome é Daigo.

— Tsc, inquie...

Inquietante. Tenho certeza que era isso o que ela iria dizer. Mas, para sua infelicidade, ela foi interrompida. Agarrada, surpreendentemente, pela nossa querida Assassina de Youkais, que se lançou como uma leoa contra a shikigami, tirando forças de algum lugar desconhecido para se mover tão veloz e silenciosamente.

A familiar obscura e a hanyou rolaram juntas no gramado morto, mas só Ouija foi capaz de se erguer rapidamente. Yuna se pôs de pé com certa dificuldade, embora não tenha sido tão lenta no processo.

Frente a frente mais uma vez, parecia que o embate entre a Assassina de Youkais e a boneca de penumbra era inevitável, mesmo Yuna estando longe de sua capacidade total.

Para ser sincero, apesar de ter repousado um pouco, já era impressionante ela ter atacado Ouija como fez.

— Como você é inquietante. Por que só não espera sua morte pacientemente? Você acha mesmo que está em condições de lutar, ou só quer proteger esse deus da morte como ele fez com você?

— Se eu estou em condições de lutar? É uma boa pergunta. Minhas pernas doem da ponta de meus dedos até os músculos de meus glúteos, e meu abdômen lateja com minhas costelas a cada etapa de minha respiração, que também não anda muito bem, devido a inflamação que o vapor da magia negra causa em meus pulmões. Meus braços estão com os tendões tremendo e estou sentindo um certo desconforto na região dos olhos, o que está me causando de bônus um pouco de dor de cabeça. Além disso tudo, claro, eu estou tomada por um estado febril que está me fazendo transpirar mais do que deveria. Ou seja, cabeça de tentáculo, acho que não poderia estar em condições mais justas para lhe enfrentar.

Certo, eu não esperava um discurso tão legal em um momento de tamanha aflição como aquele.

As palavras dela quase me fizeram gritar em torcida, e isso não é um exagero.

Todavia, mesmo que sua língua se mantinha afiada como de costume, estava óbvio tanto para minha pessoa quanto para a shikigami que Yuna suportaria poucos minutos de combate.

E como se para fazê-la deixar sua teimosia de lado, Ouija usou o mesmo truque de telecinesia que utilizou contra mim, e apontando a palma de sua mão para a hanyou a atraiu como um imã até ela.

Sem forças para resistir, Yuna só pôde se deixar levar pela magia manipuladora de matéria. Porém, o que julguei ser fraqueza, era na verdade esperteza. Enquanto seu corpo era atraído para a mão sombria da shikigami, nossa querida Assassina de Youkais preparou seu movimento em resposta. Os pés da boneca de sombras foram congelados no solo, sem que ela notasse. Era um clássico de Yuna Nate sendo realizado ali. E, não só os pés do familiar foram vestidos pelo estado sólido da água, o antebraço de Yuna também ganhou uma carapaça gélida, e ela cerrou seu punho, isso já bem perto de Ouija, onde, mesmo se ela cessasse sua magia, de nada adiantaria.

De qualquer modo, a shikigami não deu muita atenção ao braço congelado, e a hanyou inclinou seu corpo para frente, aumentando a velocidade com que era atraída de repente, e pegando de surpresa a familiar com um soco carregado com o final de suas forças.

O rosto de Ouija foi jogado para o lado, e isso a fez perder a concentração em sua telecinesia e no corpo de Yuna, deixando-a se estatelar com a face na grama cinza.

— Inquietante!

E Ouija chutou o corpo da hanyou caído aos seus pés como se fosse um saco de lixo. Yuna estava tão exausta naquele momento, que não esboçou reação do mesmo jeito que a shikigami ao golpeada. Era como se ela já estivesse morta.

O desgastado pequeno corpo, que ali parecia tão frágil, capotou no solo e se estendeu de barriga para cima. E, embora seus olhos permanecessem abertos, o brilho em suas írises azul-escuras havia desparecido.

Teria ela também desmaiado?

Ou o cansaço era tão grande que...

— Realmente inquietante!

Cortando minha linha de pensamento, a shikigami saltou de onde se encontrava para cima de Yuna ao chão, aterrissando com os dois pés obscuros sobre sua barriga, cujo impacto fez o solo trincar sob a hanyou estatelada, e um primeiro esguicho de sangue saiu de sua boca. Após isso, a boneca de sombras separou as pernas, apoiando seus pés na grama, e inclinando seu tronco, iniciou uma sequência de socos firmes e ritmados no rosto angelical da Assassina de Youkais, que só não se deformava, graças a potente capacidade de cura daquela região específica. Mesmo assim, a cada martelada dos punhos de Ouija, mais sangue saltava por entre seus lábios.

E por que eu me contentava em só assistir àquilo horrorizado?

Eu precisava impedir, mesmo que minha vida fosse o preço.

No entanto, ao que me ergui para atacar, raízes brotaram da terra, amarrando as minhas pernas e braços. Eu estava impotente novamente.

Assim, Ouija prosseguiu com seus socos por mais cinco ou seis vezes, até que um clarão aconteceu, seguido de um barulho trovejante.

O relâmpago acertou a shikigami sem que pudesse ter a chance de se defender, e apesar de imune por conta de sua mana negativa, o impacto de um relâmpago ainda era se mantinha o mesmo para ela. Então, a boneca de sombras foi jogada para uma distância segura de Yuna Nate colapsada, embora tenha caído de pé, deslizando no gramado.

— Para o seu azar, ovelha de tentáculos, eu tenho o sono leve.

Eu olhei por cima do ombro e vi Nuwa Lei Feng reerguida para o combate. Porém, mesmo que tenha despertado, ela não se mantinha muito firme como era de praxe. Prova disso, foi ter caído de joelhos segundos depois de disparar seu relâmpago contra Ouija. A semideusa ainda estava com a energia esgotada, o que trouxe à tona meu lado pessimista naquele lugar.

Nós três iriamos morrer ali.

Isso se cravou como uma certeza absoluta em minha mente.

E então...

Yuna começou a rir, olhando fixa para o céu sem nuvens.

— Sem chance... seu pamonha.

— Hmm?

— Deu... tempo...

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