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Shadow: 002

A runa em seu peito de madeira começou a brilhar em púrpura e os tentáculos de sombras aos seus pés iniciaram uma estranha agitação. Ele mexeu seu braço que segurava sua varinha e também movimentou o outro, apanhando seu chapéu-coco com a mão livre. Então, como se preparasse um grande truque de mágica, empurrou sua varinha para dentro de seu chapéu, até que ela sumisse por completo, e logo em seguida juntou suas palmas, fazendo seu chapéu também desaparecer.

Após o ilusionismo realizado pelo mago, a verdadeira magia entrou em ação. O cabelo loiro de Aleister Oz mudou sua coloração para branco, como os de Yuna. E assim como os dela também, seus olhos se tornaram cor-de-rosa.

Sem dúvidas, aquela era uma forma escura, onde a magia pura é substituída pela magia negra, ampliando exponencialmente os limites místicos do usuário.

No entanto, não era por ali que se encerrava a transformação do mágico de circo.

Os tentáculos de sombras aos seus pés começaram a crescer e a cercar todo o corpo de Aleister como se fossem árvores. Depois, iniciaram um movimento circular à sua volta, e foram diminuindo o espaço existente entre eles, até que o mago fosse completamente tomado por uma massa de escuridão fosca.

— Isso faz parte do processo, Yuna?

— Não. Vem coisa maior por aí. Esteja pronto.

De fato, dizendo por experiencia própria, nunca é um bom sinal quando nossa querida Assassina de Youkais me diz para ficar preparado. Principalmente quando ela já está em seu Modo Morgana.

— Tsc, já entendi.

A penumbra que digeriu o mago, o envolvendo em uma esfera de sombras, começou a se moldar em forma humanoide, caindo sobre a madeira que compunha o corpo do mágico de circo tal como uma armadura de trevas. Cada centímetro de seu ser, em poucos segundos, foi trajado pelo seu próprio familiar, e o fazendo perder não só sua sombra, como também sua humanidade. Agora, parecendo um manequim feito de breu, olhos luminosos e cor-de-rosa surgiram em sua face, ao mesmo tempo em que um chifre cresceu no alto de sua testa com o formato da varinha que Aleister fizera sumir. E em sua mão, o chapéu-coco também retornou em um passe de mágica, mesmo que agora negro, contornado por uma aura roxa.

— Inquietante. Eu não usaria essa forma, o Modo Osbourne, se não estivesse tão perto de meu objetivo. Mesmo se meu cérebro entrar em colapso posteriormente, contanto que meu shikigami supremo esteja carregando a mana ortodoxa em seu interior, não haverá mais o que ser feito da minha parte.

— Você fundiu seu corpo com o shikigami evocado em sua própria sombra. Tenho que admitir, seu pamonha, apesar de estar se arriscando por uma ideia tão patética, você é a mente humana mais brilhante que já conheci no campo das artes místicas. Entretanto, creio que só conhecimento mágico não será o suficiente para passar por seu obstáculo irritante.

— Será mesmo?

Rapidamente, o braço que segurava seu chapéu-coco se moveu de maneira sutil, e Aleister arremessou seu acessório contra nós, que veio rasgando o ar e solo como uma lâmina giratória em nossa direção.

Yuna e eu saltamos um para cada lado, no intuito de se safar do chapéu cortante, o que não foi um problema para nenhum de nós. Porém, assim que nossos pés tocaram de volta o gramado, o mago em sua forma escura se lançou em uma investida feroz, mais rápido do que meus olhos de deus da morte conseguiam acompanhar. E no que pisquei, a criatura, adjetivo que acredito ser adequado à sua nova aparência, já estava nariz com nariz com Yuna, disparando um soco arrebatador contra sua caixa toráxica.

Contudo, mesmo que a velocidade de Aleister tenha crescido de forma assustadora em sua nova forma, sua adversária ainda era ninguém menos do que aquela que detêm o título de Assassina de Youkais, e que também estava usufruindo do mesmo tipo de energia mágica para travar aquele combate. Assim que o punho do mago foi lançado, Yuna cruzou os antebraços em X para bloquear o golpe, achando que aquele ato de defesa seria o suficiente. Todavia, não só a destreza do mágico de circo foi assustadoramente ampliada. Sua força física, que até então eu poderia julgar como nula, teve um aumento ainda mais amedrontador do que o modo como ele se deslocava no espaço.

Ao que o punho do mago entrou em colisão com os antebraços de Yuna, os braços da hanyou foram pressionados contra seu próprio corpo, esmagados pela firmeza do soco de Aleister, e no instante seguinte, ela foi empurrada para trás devido à pressão do impacto. Seus tênis de basquete deixaram dois rastros no gramado, erguendo poeira em sua trajetória, enquanto tentavam vagarosamente frear o corpo de Yuna, que era arrastada pela pressão como se estivesse sendo empurrada por um caminhão.

Quando seu corpo enfim se estabilizou, ela precisava estar preparada para o segundo ataque, já que, de ambos os lados do mago transformado, portais de escuridão se abriram no meio do ar, com suas bordas banhadas em um brilho azulado.

Eu conhecia aquela técnica. Não me esqueceria de algo como aquilo tão facilmente.

Eram os mesmos portais que aquele shikigami pássaro invocava para poder atacar.

E eu até pensei em adverti-la sobre a técnica de alguma forma, mas entre meu pensamento e minha ação, Aleister disparou sua nova ofensiva. Como se com a força de seu pensamento, arpões e mais arpões decolaram na direção de Yuna como imãs de sua pele alva.

Em sua defesa, nossa querida Assassina de Youkais não pôde fazer nada além de criar uma pequena redoma de gelo eterno à sua volta, fazendo com que os arpões se cravassem em sua proteção no estado sólido da água.

À primeira vista, parecia ser o bastante para conter o segundo golpe do mágico de circo, e eu já estava vendo Yuna desfazer seu casulo gélido e partir como uma leoa para cima do homem vestindo de shikigami. No entanto, aqueles arpões não eram tão simplórios quanto demonstravam ser.

Ganhando um brilho púrpura, os arpões simplesmente explodiram ao mesmo tempo, causando de imediato, além de um estrondo e um sopro caloroso para todos os lados, um fogaréu de chamas roxas que engoliu o iglu sem entrada da Assassina de Youkais.

Inacreditável, não acham?

Não era possível que um mero mortal, um humano ordinário, tinha acesso a todo aquele poder.

Em volta da proteção de Yuna, uma redoma de fogo agora é o que a cercava. E se afunilando em um redemoinho de chamas mágicas, o fogaréu dançou e se dissipou em fagulhas em um instante.

Ao centro de onde as chamas rodopiavam em espiral, agora que haviam se extinguido, a hanyou se mantinha no mesmo local, mas com um joelho no chão. Seus antebraços estavam novamente cruzados, só que agora, protegendo seu rosto em vez do peito. Além de sua postura ter mudado, notava-se sem esforço que a pele de seus braços e pernas estavam com manchas de queimaduras de terceiro grau, mas que rapidamente foram desaparecendo, provavelmente por conta de sua capacidade regenerativa.

Devagar, ela voltou a se equilibrar com os dois pés, baixando seus braços que preservavam a beleza terapêutica de seu rosto, em seguida.

— Tsc, droga.

Subitamente, Yuna agiu, e eu mal sabia o motivo daquela movimentação. Ela saltou para frente, ao mesmo tempo, deitou seu corpo em pleno ar enquanto movia uma de suas pernas como se quisesse acertar alguém com seu calcanhar. E acorrentado a esse movimento, ela virou seu corpo em cento e oitenta graus, ficando de frente para aquilo que ela tentou golpear, antes firmar seus pés de volta no gramado.

Mas quando foi que ele chegou ali?

Aquele que Yuna tentou alvejar com seu pé, e de quem ela também se distanciou com um breve salto, era ninguém menos do que o homem a ser batido, Aleister Oz.

Creio que, a forma que ele se deslocou foi tão veloz que uma imagem falsa de seu corpo permaneceu no local onde estava anteriormente, quando invocou os portais de brilho azul.

Meus olhos de shinigami, mais uma vez, não foram capazes de ter um mero sinal de sua movimentação. Totalmente diferente de Yuna, que até mesmo conseguiu se antecipar a ele.

De todo modo, pelo pouco que vi dessa forma do mágico de circo, já posso dizer que tenho uma teoria. Suas habilidades mágicas ou técnicas místicas, chamem como quiserem, são um compilado das habilidades especiais de cada shikigami que nos deparamos nas últimas semanas.

E uma nova evidência sobre meu pensamento foi mostrada no momento posterior do combate.

O mago apontou a palma da mão na direção de Yuna e seu braço inteiro se alongou como se fosse uma massa mágica de argila contra a Assassina de Youkais. E por mais outra vez, a hanyou precisou saltar para o lado a fim de se safar de ser agarrada. No entanto, antes mesmo que as solas de seus tênis de basquete retornassem ao solo, no caminho do braço que se alongava de Aleister, um portal se abriu, engolindo o seu braço. E no mesmo instante disso, outro portal se fez às costas de Yuna, onde o braço alongado do mago saiu e então a agarrou pelo seu uniforme, puxando-a pelo mesmo caminho feito até o mágico de circo.

Os portais de desfizeram e nossa querida Assassina de Youkais era arrastada no ar pelo braço do mago como uma linha de uma vara de pescar arrasta um peixe após fisgá-lo. Porém, Yuna viu uma oportunidade de reagir enquanto era puxada. Ela olhou por cima de seu ombro para verificar a distância que tinha até Aleister, cuja mão livre já estava armada para um novo soco, e então, um pouco mais próxima de nosso adversário, o uniforme pelo qual ela era arrastada, simplesmente se desfez em fumaça negra, deixando-a somente de lingerie no meio do embate, mas a libertando das garras daquele mago.

No segundo seguinte, ao mesmo momento em que Yuna tocou seus pés no chão, com o mesmo efeito de fumaça escura que aconteceu ao que seu uniforme sumiu, uma lança obscura, como se fosse um tecido retorcido ao seu limite em espiral, criou-se na mão da hanyou, e ela prontamente se virou, desferindo um golpe reto com sua arma negra.

— ......

— Urgh. Inquietante, não?

Faço das palavras de Aleister as minhas. Inquietante era a palavra perfeita para o que ocorreu ali.

Com êxito, a lança de Yuna perfurou o abdômen de sombras que revestia o do mágico de circo, e por seu gemido deve ter atravessado também a madeira que compunha seu corpo do pescoço para baixo.

Teria o duelo terminado dessa maneira? Com nossa querida Assassina de Youkais cravando sua lança misteriosa no corpo de Aleister Oz?

— Então, você também tinha um truque.

— Eu sou cheia de truques, para ser sincera. Você só não deveria se sentir tão confiante, seu pamonha, é só isso.

— Hmph.

— Não confunda as coisas. Abrir mão de sua humanidade não o torna imortal. Tenha ciência disso.

E com essa breve lição de moral, Yuna aproximou um pouco mais o mago de si, o puxando pela lança presa em seu corpo, e na fração de segundo seguinte, sua mão livre cerrou-se com firmeza, antes de lançar seu punho com precisão em um soco na boca do mágico de circo.

A pressão do murro desferido pela hanyou foi igualmente, ou até mais, assustadora se comparada ao que Aleister acertou contra os antebraços de Yuna momentos antes. Contudo, diferente daquela que detêm o título de Assassina de Youkais, o mago não teve como se proteger do violento soco, o que fez o impacto estufar suas bochechas de sangue, ou seja lá o que corria por seu corpo místico. E junto da colisão, também, uma ventania chicoteou descontrolada para todos os lados, erguendo a poeira do solo, no segundo anterior ao que o mágico de circo foi lançado para trás pela potência do golpe, mas que pelo menos fez com que a lança de Yuna fosse retirada de sua armadura de sombras.

O corpo do mago capotou no gramado por três vezes, até que enfim parou estatelado, de costas para cima.

Na mão de Yuna, sua lança sumiu em fumaça negra, e logo seu uniforme voltou a vesti-la com o mesmo efeito mágico.

— Eu sei como você se sente, seu pamonha. Sei o que a magia negra te faz pensar quando abraça a cada célula de seu corpo. Você se sente invencível, com um desejo por adrenalina insaciável que aumenta mais e mais. Na sua cabeça, é como se houvesse se tornado imortal. E assim, constantemente você a usará mais e mais, e seu corpo e mente irão começar a se adaptar a ela, fazendo com que seja capaz de usá-la por períodos maiores e com espaços de tempo menores. Aos poucos a mana negativa se enraizará em você e, ou lhe converterá, ou lhe matará. E como sua mente ainda é humana, é questão de tempo até que...

— Idiota! — Vagarosamente, Aleister Oz começou a se colocar de pé — Você é realmente inquietante. Acha que não sei das consequências de se usar mana negativa? A diferença entre você e eu, Assassina de Youkais, é que eu aceitei a magia negra de braços abertos; eu fiz a minha escolha. E de qualquer modo, assim que tiver acesso à mana ortodoxa, eu conseguirei realizar qualquer coisa. Curarei a qualquer doença e reviverei a qualquer alma.

— Não, seu pamonha... está enganado sobre mim.

— Hmm?

— Eu também fiz minha escolha, assim como você. Mas eu, pelo menos, sei que resistirei, e que minha vida não se tornará uma bomba relógio. A verdade, Aleister, é que está contando com a vitória para que possa se salvar também, por isso está apostando tão alto.

— Tsc, não fale como me conhecesse.

— Bem, é mais uma dedução do que qualquer coisa, mas ter chegado ao ponto de transformar seu corpo e se fundir com um shikigami já é meio que uma resposta, não acha, desesperado?

— Inquietante. Eu irei mostrar o que é desespero!

Erguendo sua mão com a palma apontada para o céu, uma esfera obscura de energia começou a crescer acima do mágico de circo, com as bordas da esfera começando a brilhar em púrpura conforme se engrandecia. Quando o tamanho chegou a ser o suficiente par engolir mais da metade de nosso adversário em sua armadura de sombras, a bola de escuridão iniciou um giro contínuo, gerando uma força gravitacional que começou a sugar os pequenos pesos como o início de um furacão.

Não demorou muito para notarmos do que se tratava aquela esfera.

Ao que as árvores e gramado à nossa volta começaram a ficar cinzas e sem vida com a presença daquela bola obscura, e considerando o aumento constante dela com isso, concluímos o que parecia óbvio.

A esfera estava absorvendo a energia vital daquele planeta e a convertendo em magia negra.

Estava claro como cristal, sem dúvidas era isso.

E o intuito daquilo, aparentemente...

— Seu pamonha, atravesse a fissura e saia dessa dimensão agora!

— M-Mas, Yuna...!

— Não é um pedido formal! Vá!

— Inquietante! Não deixarei que ninguém fuja!

Droga, não havia mais escapatória. Mesmo se eu tivesse batido em retirada no momento em que as palavras da hanyou chegaram aos meus ouvidos de deus da morte, eu seria puxado pela força gravitacional que a esfera exerceu assim que Aleister a lançou contra a Assassina de Youkais.

— Mas que merda maldita!

A bola de energia mágica veio a todo vapor na direção de Yuna, e ela prontamente esticou os braços para conter a esfera obscura com as próprias mãos. Só a existência daquela massa de mana negativa ali estava me dificultando fazer qualquer movimentação, como se estivéssemos de baixo d'água. Mas para Yuna, aquele imã de matéria parecia não afetá-la.

De início, a esfera até que a arrastou um pouco com seu peso e velocidade, mas a hanyou não demorou para diminuir a voracidade daquele ataque, embora, não o contendo por completo.

— Tsc, maldição.

Yuna deu meio passo para trás, ainda sendo empurrada pelo o que restou da força da esfera, mas permaneceu firme. No entanto, a pressão proporcionada pela bola de magia começou a afundar o solo ao redor de Yuna, e consequentemente, empurrá-la para baixo.

Segundos depois, o corpo de Yuna já havia desparecido de minha vista, sobreposto pela esfera de trevas do mágico de circo.

— Y-Yuna!

— Não se aproxime, seu pamonha! Esse mágico de circo não faz ideia de quem sou. Humano idiota, acha que a magia negra fará o milagre de me matar! Não me subestime!

Assim, a esfera obscura começou a ser levantada, lentamente revelando de volta a imagem de nossa querida Assassina de Youkais. E o esforço físico que ela estava fazendo era nítido. Era como se aquela bola de mana negativa pesasse toneladas e mais toneladas, tentando esmagar a hanyou a todo custo. Mas, aqueles braços de meio-youkai não estavam pensando em se render. E sua perseverança se refletia em seus olhos cor-de-rosa, contaminados pela magia negra.

Com um lampejo de ainda mais força sobrenatural de Yuna, ela ergueu de uma vez a esfera obscura e a arremessou para trás, por cima de sua cabeça, perdendo o equilíbrio em seguida e caindo de bunda no chão.

A bola de mana negativa, por sua vez, após o arremesso da hanyou, começou a subir na direção do céu sem nuvens daquele planeta, de maneira lenta, mas constante.

E a gravidade retornou à sua força habitual.

— Que coisa, seu pamonha, olha só o que você me fez fazer. Caí de bunda na terra e sujei meus glúteos. Você por acaso já viu o quão branco eles são? Certamente será chato de se limpar.

Yuna soltou essas palavras incoerentes com a situação que acabara de passar, enquanto se recolocava de pé e batia a poeira de seu uniforme e, claro, de seus glúteos.

Não seria ela se agisse diferente disso.

— Francamente, eu deveria ter lhe matado da primeira vez que nos cruzamos, sabia?

— Hmph, inquietante. Você, sua escudeira, e aquele cachorro idiota bem que tentaram, não foi? Só que falharam no total sentido da palavra.

— Então, preciso compensar minha falha.

O mesmo de sempre para lhe preparar para um novo round. Pés deslizando no gramado para definir a postura das pernas e braços pincelando o ar para posicionar suas mãos. Em pose de combate, aquela que detêm o título de Assassina de Youkais estava pronta para mais alguns minutos de trabalho duro.

Em contrapartida, Aleister Oz não se colocou em nenhuma pose técnica para a continuidade do combate. Na sua forma de criatura, fundido ao seu próprio shikigami, já era uma grande vantagem aquela sua capacidade física, considerando que um mago normalmente não é apto para o combate corpo a corpo, ainda mais contra uma hanyou.

Todavia, o mágico de circo se moveu. E Yuna também.

Os dois se lançaram um contra o outro com uma assombrosa força de aceleração, sumindo e ressurgindo para os meus olhos ao que já estavam para se encontrar. Os punhos de ambos se chocaram como a colisão de dois meteoritos, e um estrondo sônico aconteceu junto de um vendaval sem rumo que varreu o gramado agora sem vida. A pressão dos socos em atrito também foi esmagadora, fazendo com que tanto Yuna quanto Aleister fossem jogados como sacos de lixo para trás.

A hanyou logo deslizou com seus tênis de basquete para retomar seu equilíbrio, e o mago até conseguiu fazer o mesmo, mas de maneira desengonçada. E nossa querida Assassina de Youkais não poderia perder essa oportunidade, poderia?

Com um movimento súbito, Yuna apareceu diante de Aleister em um piscar de olhos, e mais rápido que o disparo de seus neurônios, o mágico de circo não foi capaz de se defender do novo soco desferido pela Assassina de Youkais. Seu punho foi lançado voraz contra o plexo solar do mago, o alvejando com precisão e o fazendo se curvar para frente. Na sequência, Yuna o agarrou por seu chifre pontudo e trouxe seu rosto ainda mais para baixo, erguendo seu joelho de encontro a ele. Não só uma vez, mas sim, cinco vezes. Por cinco vezes a hanyou amassou a face de Aleister, sem nenhuma gentileza. E apesar de estar protegido pelo shikigami, quando Yuna reergueu sua cabeça, empurrando-a pelo chifre e o quebrando, era facilmente perceptível a deformidade causada pelas joelhadas.

Com um estranho e tímido grunhido de dor, o mágico de circo cambaleou para trás, claramente desnorteado.

— Eu tenho raiva de mim mesma por ter te deixado viver por tanto tempo, seu pamonha. Mas agora, acabou. Vai acabar no mundo dos mortos como todos os outros que cruzaram meu caminho.

— Inquietante... como ousa!

Aleister tentou acertar um novo soco em Yuna, mas esse não foi bem disparado e nossa querida Assassina de Youkais acabou o segurando com apenas uma mão, agarrando-o pelo pulso no momento certo. Então, o acertando um chute reto em seu tronco, a hanyou o jogou para trás, o fazendo se estatelar de costas no solo.

— Deve ser desesperador tentar agir sem sua varinha mágica, não é?

— ......

— O que foi? Achou que eu não sabia como conjurava portais ou de onde vinha sua força esmagadora? Um mago é especialista só em fazer magia, qualquer coisa fora disso provavelmente é só mais um truque.

— Tsc. Inquietante, você me descobriu. Mas não esperava menos da lendária Assassina de Youkais.

— Pois é, protagonismo é um saco, não?

Afastando seu antebraço, colocando sua mão mais para o lado, uma lança de gelo surgiu e aos poucos foi contaminada pelo vapor negro da mana negativa. Depois, Yuna apontou sua arma gélida contra o mago caído no gramado.

— Eu queria dizer que foi uma honra enfrenta-lo, mas mesmo eu sendo ótima com mentiras, eu tenho um certo limite.

— ......

E assim, nos últimos segundos da jornada do mágico de circo em busca de seu verdadeiro ideal... a lança que lhe daria o golpe derradeiro, se desfez em neve.

E no instante seguinte, a aparência de Yuna retornou ao normal.

Seu uniforme negro, voltou à sua coloração vermelha, assim como seus tênis voltaram ao branco e seu famigerado gorro à sua tonalidade cinza. Os olhos de volta ao azul-escuro, como um par de safiras, e o cabelo de volta ao negro, como uma cortina de sombras.

Aquilo era um sinal horrível, em um péssimo momento para acontecer.

O corpo de Yuna Nate chegou ao seu limite.

E vendo isso, como se em um passe de mágica, o corpo de Aleister Oz retomou suas forças e se levantou com um salto, engrandecendo-se diante de nossa querida Assassina de Youkais.

— Hehe, que coisa, né?

A resposta do mago para o sorriso sem graça de Yuna foi, sem nenhuma surpresa, um impiedoso soco após dar dois passos largos contra ela. E embora a hanyou tenha posicionado os braços para se defender, o impacto do punho coberto por sombras de Aleister foi capaz de arrastá-la para trás na grama sem vida.

Logo depois, os mesmos braços baixaram demonstrando estarem sem força alguma.

As pernas de Yuna também estavam tremulas, deixando claro para qualquer um que era quase um milagre estarem mantendo a hanyou de pé.

Entretanto, os olhos azul-escuros da Assassina de Youkais estavam determinados a encarar o mago até a morte.

O que iriamos fazer agora?

Com Yuna sem condições de prosseguir com o combate, o mais sensato seria eu tomar a linha de frente e fazer algo, mesmo sabendo do resultado óbvio que se daria ao enfrentar Aleister Oz usufruindo de magia negra e fundido ao seu shikigami. Porém, que outra escolha eu tinha? Ela já havia me salvado inúmeras vezes, desde que nos conhecemos, e embora tenha sido ela mesma quem retirou minha vida, ao que voltei como deus da morte, ela tornou a me salvar de novo e de novo.

Eu precisava fazer isso, era uma questão de honra, afinal.

Sendo assim, eu respirei fundo e me joguei para o campo de batalha, correndo na direção de Yuna e parei à sua frente, voltado para o mágico de circo.

— O-O que você está fazendo, seu pamonha?

— Tenho dividas com você, Yuna. E o Serasa já está me ligando.

— Não sei o que te deu, mas nós dois não podemos morrer. Saia dessa realidade e avise os outros lá fora, eu vou segurá-lo por tempo suficiente. E quem diabos é Serasa?

— Eu também não sei.

Sem mais delongas, eu bati as laterais de meus punhos duas vezes e tomei minha posição de combate para evocar as Auréolas de Midas, e converter o pouco de energia natural que restava naquele planeta em chi para o meu corpo.

Era hora do duelo, ó, meus irmãos e únicos amigos.

Se eu pudesse resistir até Yuna recuperar o mínimo de força, já estava valendo.

— Hmph, shinigami. Inquietante. O que está pensando em fazer com esse feitiço amador? Mesmo que essa mestiça tenha quebrado minha varinha, que me permitia realizar as magias de meus shikigamis, eu ainda tenho a magia negra e um shikigami evocado em minha própria sombra no seu caminho como herói.

— Sinceramente, eu não acredito que irei conseguir vencê-lo, Aleister, mas também não pretendo facilitar as coisas para você.

— Bem, se é assim. Preciso garantir minha vitória, não acha?

— Hmm?

As sombras que envolviam o corpo amadeirado de Aleister Oz começaram a se mover como uma espécie de massa de modelar. Instantes depois, começaram a inchar como um boneco de posto, até que se transformaram em uma espécie de casulo de trevas flutuante.

— O-O que é isso?

— O que acha, seu pamonha? Ele está se transformando de novo.

— C-Como é?

— Antes, a mana negativa só estava em seus circuitos mágicos, mas agora, ele passou a magia negra para seu shikigami, o acorrentando não só de corpo, mas também de alma, com seu familiar e vice-versa. Agora, é uma fusão perfeita e definitiva, sem um caminho de volta.

— E isso o torna muito mais forte?

— Sim, nós vamos morrer, se é o que quer saber.

— Tsc, não consegue ser nem um pouco animadora, não?

O som de fissuras se formando no casulo de sombras fez com que nossa atenção fosse totalmente levada à nova forma do mágico de circo. Os pedaços do casulo começaram a cair lentamente, e se desfizeram, um por um, em vapor escurecido. E de dentro daquela capsula de metamorfose que evaporava aos poucos, uma nova criatura de sombras nos foi apresentada, flutuando de volta para o chão.

E aquela forma era mais surpreendente do que a anterior, acreditem.

Seu corpo permanecia humanoide, mas o gênero, se posso utilizar esse termo, havia sido trocado. O que antes era o corpo de uma criatura masculina, agora era o corpo de uma criatura feminina. Seios, glúteos, rosto. Cada traço e detalhe daquela boneca de escuridão não deixava dúvidas de que era uma mulher. E, além do fato de sua carne e ossos serem feitos de sombras, as linhas de seu corpo eram tão agradáveis de se ver como as de Yuna. Contudo, seu cabelo, era o grande diferencial nela. Era um pouco longo, chegando na altura de seu peito, mas era composto por três tentáculos à esquerda e três tentáculos à direita.

Não chagava a ser assustador, mas ainda assim era bizarro.

Pelo menos, sua aparência era menos intimidadora do que a da forma anterior.

A diferença era tão radical, que eu precisava questionar a ela.

— Você... ainda é o Aleister?

— Só de alma, inquietante. Seu corpo e mente foram consumidos totalmente para me alimentar nessa fusão. Eu ainda sou um shikigami, mas agora, também sou meu onmyoji. Meu nome é Ouija. Ouija Oz. E se não estou enganada, minha principal função é de despertar meu irmão mais novo.

A shikigami, Ouija, olhou por cima do ombro para o armazém distante, depois retornou os olhos brilhantes em púrpura para nós.

— Essa inquietante atrás de você, precisa ser eliminada. É uma de minhas funções também.

— Só por cima de meu cadáver, bonitinha. Vai ter que passar por mim primeiro, antes de...

A familiar de sombras mal deixou eu terminar minha fala destemida. Ela simplesmente apontou sua mão em minha direção, e como se fosse uma vontade divina, fez meu corpo levitar sem me permitir comandá-lo. Depois, gesticulou com a mesma mão como se espanasse uma mosca, e meu corpo foi lançado para o lado, me fazendo cair e capotar no gramado cinza.

Com isso, Yuna estava fraca e desprotegida contra aquela shikigami de magia negra.

E nossa querida Assassina de Youkais nem se deu ao trabalho de estalar a língua em desaprovação de sua situação. Ela só cerrou os dentes, e usou o último de suas forças para permanecer firme diante de nossa adversária.

E a shikigami, com o braço oposto ao que usou sua bruxaria em mim, esticou-o serpenteando no ar na direção de Yuna, pronto para fazer o que fosse com aquele invólucro de beleza que era a meio-youkai.

No entanto...

Um trovão ribombou.

Um estrondo sonoro em um céu sem nuvens daquele planeta.

De fato, nunca imaginei que meus olhos lacrimejariam ao ouvir o som de um trovão.

Em um flash amarelado que desceu faiscante entre Yuna e a shikigami, o braço de penumbra que se alongava em ofensiva foi cortado em dois pedaços, e uma katana amarela cravou sua lâmina no gramado morto.

— Hmm. Inquietante.

Ouija recolheu seu braço pela metade, que logo se regenerou, voltando à sua completude, enquanto o pedaço decepado se desfez em vapor negro a centímetros da espada.

Aquela espada. Não havia dúvidas, estávamos salvos.

Com outro estrondo trovejante, relâmpagos azulados caíram ao redor da katana amarelada e colocaram em cena nossa messias semideusa.

Nuwa Lei Feng, a Abelha Trovejante.

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