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— Entendi. Então, foi isso o que aconteceu, seu pamonha? Você foi atacado pelos shikigamis do NIP e apagou no primeiro golpe? Isso não explica como veio parar de Chiba para cá, mas tenho a teoria de que o falcão foi quem lhe enviou.

Sim, estamos de volta ao dia 28 de março.

Eu tinha acabado de contar para Yuna o que havia me recordado quando o gorila albino apareceu caindo do céu, quebrando o teto em construção daquele projeto de escola em que nos encontrávamos.

No momento, aquela que detêm o título de Assassina de Youkais estava sentada sobre o abdômen do grande primata, cujo corpo estava estatelado de barriga para cima e decapitado. Yuna mantinha suas pernas alvas cruzadas uma sobre a outra, fazendo com que suas coxas parecessem mais forte do que já eram e, segurando em suas mãos, a foice no estado sólido da água responsável por arrancar fora a cabeça daquele shinigami...

Não, isso está errado.

Além do mais, ele era um shikigami, na verdade.

Um familiar, evocado no corpo de um shinigami e usado como isca para que o NIP me capturasse e voltasse a me usar como Capuz Dourado.

Uma ferramenta, que agora estava sendo usada como assento para Yuna Nate.

No chão, um pouco mais ao lado da Assassina de Youkais, seu inugami, e consequentemente um shikigami, Ulim, estava deitado tranquilamente, com seu focinho sobre suas patas dianteiras.

Se me é permitido recapitular um pouco, Yuna não teve muita dificuldade para pôr um fim à vida do primata albino. Quando ele apareceu vindo do céu, criando um rombo no teto, a Assassina de Youkais partiu para cima dele uma vez, sendo logo afetada por sua área de força de repulsão. Contudo, Yuna não precisou ser lançada para trás pela segunda vez para entender a habilidade do gorila e encontrar uma solução para vencê-lo. O que ela descobriu foi que a área de repulsão só se mantinha ativa com o gorila estando parado. Ou seja, para vencer o primata albino, ela só precisava atacá-lo ao mesmo momento que fosse atacada.

Era uma simples questão de destreza.

Fazer o movimento certo, no momento certo, e na velocidade certa, era a chave para a vitória.

E destreza é algo que Yuna tem de sobra.

Voilà.

Cabeça arrancada. Gorila morto. Shikigami derrotado.

— Por que acha que foi o falcão? Por acaso você o conhece?

— Conhecer não é a palavra correta. Mas Ieda já o enfrentou, ano passado, no mesmo dia em que invadimos o Mundo dos Shinigamis. Ela disse que o falcão conseguia abrir buracos no espaço, algo como portais. Como você desmaiou, não dá para saber se ele lhe mandou para cá por meio de um portal, mas faria sentido, considerando a distância de lá para cá. Só não faria sentido o ato dele lhe enviar para cá e o deixá-lo aqui, desacordado por cinco dias. Aliás, você estava sozinho, não havia obstáculos para eles.

Diferente da versão que vocês acompanharam, caros leitores, eu contei para Yuna uma edição especial, onde Nuwa não estava inclusa. E o porquê disso? Bem, da última vez que contei para ela sobre outra garota, no caso, Maçã do Éden, a Assassina de Youkais acabou mergulhando na banheira corrosiva do ciúme. Ela até tentou me matar, se não me falha a memória. E na época acabei sendo salvo por uma criatura mitológica europeia.

Porém, naquela escola em construção, acredito que nenhuma criatura mitológica iria surgir para que Yuna desviasse o foco de sua irritação.

— É... eu estava sozinho. Mas, por que agora? Por que depois de tanto tempo? Achei que eles tivessem desistido depois daquele dia com a agente 2k9.

— Parece que não desistiram, só fizeram uma retirada estratégica. Além do mais, você usou o soro que Ieda fez para alterar sua aparência de shinigami, isso o deixou mais difícil de ser rastreado. O soro não é somente um disfarce, ele está modificando sua estrutura genética.

— Sim, eu tenho ciência disso.

— O que também temos ciência, seu pamonha, é que mais shikigamis irão atrás de você, agora que te encontraram. Mas, quanto a garota de cabelo prateado que te derrubou com um único golpe, pode ficar em paz. Há três dias, eu mesma dei um fim nela nesta mesma cidade em ascensão. Na mesma planície onde nos enfrentamos no passado, inclusive.

— Nas ruínas da antiga sede da AAA?

— Sim. Eu pensei em dizer "ruínas da AAA", mas como o lugar foi evaporado do mapa, julguei não ser o termo correto a ser utilizado.

— Então, você também já encontrou com Aleister Oz?

— Pelo o que você me descreveu, aparentemente, sim. Quatro dias atrás eu saí em missão para dar um jeito em uma cabana decadente em Aokigahara. Chegando lá, Ieda, Ulim e eu, fomos surpreendidos por um sujeito esquisito que bate com a descrição que você fez. — Yuna descruzou suas pernas e desfez sua foice de gelo, descendo do tronco do primata abatido. Ela se espreguiçou, e então continuou a falar. — No início, eu não tinha certeza de que esse Aleister Oz fazia parte do NIP. Para falar a verdade, eu não conheço ninguém que faça parte do NIP. Ou, melhor ainda, eu mal faço ideia do que exatamente seja o NIP. Uma organização? Um ideal em comum? Sei lá. O que sei é que "eles" vêm interferindo na minha vida já faz alguns anos.

— Alguns anos? Você já foi atacada por esses shikigamis, então?

— Não exatamente. Quando eu tinha dezesseis, o NIP trouxe de volta à vida dois youkais que me deram bastante dor de cabeça, na época. Principalmente o Obake. Eles também acolheram a antiga Assassina de Youkais quando foi expulsa da AAA e colocaram um feitiço nela que dividia suas personalidades, provavelmente como fizeram com você. Ah, eles também usaram o escudo Kagami para controlar a mente de Tetsu e invocaram uma forma incompleta de Yamata no Orochi. E, pelo o que parece, recentemente, controlaram a mente de Ieda para conseguirem alguma coisa.

— Que bom que lembrou disso, guria. Ainda temos uma missão a cumprir, não se lembra?

Seu lobo de estimação, Ulim, colocou-se de pé com suas quatro patas, e chacoalhou sua pelagem cinza-escura, sem nenhum motivo aparente.

— Ah, tem razão. Acho que já perdemos bastante tempo. — Yuna respondeu o inugami e depois retornou sua atenção para mim. — Acha que irá ficar bem, seu pamonha? Não que eu me importe, claro. Independentemente da resposta, irá ter de se virar para voltar para Tóquio.

— Do que ainda eu responder, então?

— Ótimo. Adoro pessoas otimistas e corajosas, embora você não seja mais uma pessoa, não é.

Com essa injeção de autoestima proporcionada pela nossa querida Assassina de Youkais, eu senti que já estava descansado o suficiente para tomar o meu rumo. Era ali que nossa caminhada se despedia. Yuna montou nas costas de Ulim, e se posicionou como se estivesse para acelerar uma motocicleta esportiva, agarrando os pelos de seu lobo.

— Até a próxima, seu pamonha. E tente não ser capturado, está bem?

Eu assenti, e Ulim disparou com suas patas caninas, chegando de zero a cem dentro de um misero segundo.

Yuna e seu inugami desapareceram daquela escola em construção, me deixando solitário, não fosse a companhia de um cadáver de shikigami gorila mais ao lado.

Phew...

Era hora de encontrar Nuwa.

Ela não havia recebido minhas mensagens ainda, e eu não podia ficar esperando ali, naquele lugar, onde passei cinco dias dormindo.

Eu sinceramente precisava de um banho, também.

Dito isso, talvez, ir direto para a ACAP não fosse a melhor opção. Eu precisava passar em um lugar qualquer que tivesse um banheiro e internet gratuita, mesmo que a maioria desses lugares também estivesse em construção. E um café também não cairia mal. Desde que comecei a usar o soro definitivo de Ieda, meu apetite para alimentos humanos está retornando vagarosamente.

Bem, eles inauguram McDonald's tão rápido quanto enchem um pula-pula, deve haver algum já aberto por aqui.

Phew...

Que situação indecorosa eu fui parar.

Por uma hora eu caminhei sem rumo por Nova Saitama, vendo os edifícios em seus estágios iniciais, e alguns até que quase prontos. Por ser uma cidade que foi dizimada e está sendo reconstruída praticamente do zero, não há carros ou pedestres nas ruas, o que dá um ar de local fantasma, olhando de um certo ângulo. Além disso, as únicas pessoas que eram comuns se ver por ali eram os trabalhadores das construções e os donos dos pouquíssimos estabelecimentos já abertos. Andar por ali me passava uma sensação esquisita, tendo em mente que eu poderia ter evitado essa situação.

Depois de mais alguns minutos caminhando, eu encontrei uma konbini que quase me fez chorar de alegria. Eu não iria tomar banho, mas pelo menos comeria alguma coisa.

Seria yakissoba... em homenagem a Nuwa.

— Minha nossa, nossa, nossa, você está bastante acabado, Capuz Dourado.

Essa voz...

Não é possível.

Os deuses da fortuna tinham alguma coisa contra mim.

Sobre um poste de luz, na mesma calçada em que a konbini me aguardava para um delírio de consumo capitalista, um grande falcão se equilibrava com suas garras carmesins, e se destacava facilmente graças a sua plumagem púrpura.

Eu havia acabado de falar com Yuna sobre ele, mas não esperava que minha falta de sorte fosse tamanha a ponto de que o mesmo aparecesse para mim sessenta minutos depois.

Pelo o que ela disse, aquele falcão podia abrir portais, então, o maior cuidado que deveria tomar, além de ser capturado, era de não ser enviado para mais longe ainda da ACAP.

Naquele momento, era a minha mais sincera preocupação.

— O pássaro... de cinco dias atrás.

— Como é perspicaz, Capuz Dourado. Significa que o golpe de Bernstein não afetou tanto suas memórias como deveria. Uma pena. A magia deve ter perdido seu poder quando ela foi morta pela garota de gorro.

— E o que você quer comigo? Você trabalha para o NIP, não é? Eu não pretendo voltar a trabalhar com vocês!

— Minha nossa, nossa, nossa, não precisa levantar a voz. Você está certo sobre querermos você de volta, mas, embora Daigo Kazuo não queira trabalhar conosco, há mais de uma personalidade nesse corpo, não? Tenho certeza de que Coração de Escorpião não deixaria de lado a chance de se vingar pelo seu mestre e por Maçã do Éden.

— Hmph, acho que chegou tarde. Minha outra personalidade está perdendo forças a cada dia que passa. Se não me capturarem a tempo, talvez não exista mais nenhum Coração de Escorpião aqui. E terá de fazer bastante esforço para conseguir me levar hoje, pássaro.

— É aí que se encontra seu equívoco, Daigo. Eu não vim aqui para lhe buscar. Diferente dos outros, que só estão seguindo ordens diretas como bons shikigamis, eu tenho vontade própria. E assim, vim aqui apenas para realizar a minha vingança.

— Vingança...?

— Exatamente. Eu esperei por anos, Daigo, presa no Mundo dos Mortos por sua causa. Mas agora, estou aqui, e tomarei a sua vida como tomou a minha.

Presa? No feminino?

Que pessoa do sexo feminino eu matei no passado?

Shinigamis não contam como pessoas, não é?

— Quem... é você?

— É a pergunta certa, enfim.

Abrindo suas asas púrpuras, o falcão se jogou do alto do poste de luz para o solo, pousando suavemente, como só uma ave poderia fazer.

O pássaro juntou suas asas ao corpo e olhou diretamente para mim com seus olhos totalmente brancos. Instantes depois, ele começou a tremer. A tremer extremamente rápido, praticamente duplicando sua imagem aos meus olhos. E então, repentinamente, ele explodiu, como se tivesse engolido uma granada de mão, e deixando vazar uma grande quantidade de vapor escuro contido no interior de seu corpo.

O que era aquilo, afinal? Magia negra?

Sem que me desse chances para responder a minha própria pergunta, o vapor negro que estava se espalhando pela rua, começou a tomar forma por si só.

Era uma silhueta.

Uma silhueta feminina.

Revelando-se ao que o vapor se materializou em seu corpo, ali estava uma mulher de pele pálida, quase como se não houvesse vida, trajando um vestido quase tão branco quanto ela, e com um cabelo tão longo que, como se tivesse vontade própria, flutuava com suas pontas para que elas não tocassem o chão.

Seus olhos eram escuros, e seu sorriso era um pouco mais largo do que um médico recomendaria.

Era ela, não havia dúvidas.

Kazuna Keiko, a Assassina de Yureis.

Aquela que, no passado, quando Yuna, meu mestre e eu, invadimos o Mundo dos Mortos para encontrar o shinigami Ponte Espelhada, eu acabei matando com minhas próprias mãos.

Agora, de alguma forma, ela estava ali para se vingar.

— Parece surpreso, Daigo. Deve estar pensando como eu voltei à vida, não é? Eu posso explicar a você. Quando você me matou, minha alma consumida por um tremendo rancor me transformou em um onryo, mas acabei ficando presa no Mundo dos Mortos, já que foi o local onde morri. Anos depois, a não muito tempo atrás, um mago decidiu invocar um shikigami mais poderoso do que os tradicionais. Usando corpos de seres mitológicos, capazes de receber uma quantidade gigante de magia, ele pretendia criar marionetes perfeitas. Vendo essa oportunidade, esse chamado do plano terreno, eu não pensei duas vezes antes de aceitar ser um familiar e buscar minha vingança. Eu disfarcei bem durante todo esse tempo, e até me apropriei de habilidades magicas de meu receptáculo, esperando o dia que eu lhe reencontraria. Eu fiquei sabendo que Yuna lhe matou, o que me desanimou um pouco. No entanto, você está aqui, vivo, para que eu possa ter minha revanche! Espero que tenha se tornado mais forte, Daigo. Porque eu me tornei.

— Tsc...

Ela não havia mudado nada. Ainda era uma mulher bizarra e sádica, sedenta por sangue a qualquer custo. Ao terminar seu pequeno discurso expositivo, ela levitou com seus pés descalços juntos, abrindo os braços diagonalmente, e fazendo duas fendas redondas surgirem no ar à sua esquerda e direita. Os buracos tinham seu interior tomado pela mais pura penumbra e suas bordas brilhavam em azul.

Kazuna realmente aderiu aos poderes do falcão... de seu próprio receptáculo.

Isso não era nada bom.

Da vez em que a derrotei, minha única preocupação era com ser pego por seus cabelos.

— Está cidade fantasma será o seu túmulo, Daigo!

Rugindo suas palavras cheias de rancor para minha pessoa, Kazuna me observou com desprezo enquanto duas criaturas fantasmagóricas surgiam de seus portais e voavam contra mim. Elas eram como alguém coberto por um pano velho de chão, todo acinzentado, com apenas dois braços finos com dedos longos para fora, de membros reconhecíveis. Eram como crianças se fantasiando de fantasma, só que com uma aura amedrontadora.

Se eu bem me lembro, os cabelos da Assassina de Yureis conseguiam nos dar vislumbres bastante imersivos de dimensões paralelas aterrorizantes. Talvez, somado a habilidade do falcão púrpura, Kazuna tenha conseguido vincular os portais com uma dessas realidades assustadoras.

Não que a origem daquelas criaturas importasse.

Eu estava com minha vida de deus da morte em risco ali.

Era uma situação de altíssima periculosidade.

E, na situação em que me encontrava, enfraquecido e com fome, eu não seria capaz de enfrentar Kazuna Keiko como fiz no passado. Aliás, ela estava bem mais forte, agora. Além dos poderes que aderiu do falcão onde habitava, ela ainda tinha a força sobrenatural de um onryo. Para um shinigami enfraquecido, um onryo pode ser um grande problema.

E, de fato, a Assassina de Yureis era um grande problema.

Diante de seu ataque com os fantasmas sujos, eu não poderia fazer nada além de me esquivar e me manter vivo, até que eu encontrasse alguma forma de fugir ou... até que alguém salvasse minha vida imprestável.

Assim, como se lesse meu pedido de socorro jogado ao universo, um trovão ribombou no céu límpido de primavera. E então, seguindo uma ordem que eu pensava ser inversa, relâmpagos desceram rasgando o vácuo com suas luminosidades azuladas, alvejando as duas criaturas fantasmagóricas, e me lançando para trás com a pressão do impacto que causaram ao tocar o chão.

Meu corpo capotou no solo como se fosse um pneu e bati minhas costas na parede de um futuro estabelecimento comercial.

Aquela colisão foi dolorosa e me fez até tossir, o que sempre era desagradável. Por outro lado, eu não tinha o porquê de me sentir triste. Eu estava a salvo, afinal.

Não era uma miragem ou minha vida passando em um segundo diante de meus olhos.

Mais à frente, no mesmo ponto onde os relâmpagos pulverizaram os fantasmas e explodiram luminosos no chão, Nuwa Lei Feng estava de pé para me resgatar.

E o mais importante de tudo, ela estava viva.

Suas longas meias continham rasgos em alguns pontos, e sua camiseta larga de futebol americano parecia ter sido vítima de um incêndio, mas ela estava viva.

Diferente de suas roupas, não se encontrava nenhum arranhão em sua pele, e seu cabelo continuava arrumado naquele rabo de cavalo à esquerda de sua cabeça. Na questão de sua pele, eu entendo que foi trabalho de sua regeneração como semideusa. Mas, seu cabelo se torna indestrutível e se arruma sozinho, também?

Que seja.

Ela estava viva.

Eu realmente fiquei preocupado com ela.

Talvez seja por conta do tempo vivendo juntos.

— Tá. Desde os tempos antigos, criaturas superiores são retratadas em obras ficcionais com uma chegada gloriosa do alto para o solo. Se tiverem alguma dúvida, é só observarem um Deus Ex Machina em uma peça antiga de teatro. Imagino que eu seja algo como um deus para você, não é, pequena ovelha?

A Abelha Trovejante estava de costas para mim, e me olhou por cima do ombro ao me chamar de pequena ovelha, como era costumeiro.

— Conversamos sobre isso depois, Nuwa. Não está vendo o que há à sua frente?

— Hmm? Ah, essa onryo. — Ela se voltou para Kazuna, que não se impressionou com o show elétrico da semideusa. — Eu estou vendo, sim. Era ela quem estava selada no corpo daquele passarinho. Você fez bem em quebrar o contrato como shikigami, mantendo suas condições presas ao receptáculo e não à alma. No entanto, não deveria ter mexido com o cara que paga meu aluguel. E, além disso... olha o que vocês fizeram com a minha camiseta... e minhas meias... vocês todos irão pagar por isso! Vou pulverizar todos vocês por isso!

Raios e trovões.

E o céu sem nenhuma nuvem sequer.

Essa era a ira de Nuwa ribombando sobre nós.

E às suas palavras de fúria, a Assassina de Yureis levitou de volta para o chão, pousando com a delicadeza de uma pluma. Os portais ao seu lado se desfizeram, e como se em uma substituição, uma grande espada de decapitação surgiu em sua mão.

— Não fique aí se achando só porque é filha de um deus. Você pode ser poderosa, mas um semideus não é imortal. Esta minha espada pode matar até o que já está morto. Eu a usava em vida, quando era a Assassina de Yureis da Elite da AAA. Acredito que já tenha ouvido falar.

— É, eu ouvi falar, sim. Conheço bem o tipo de vocês, para ser sincera. Você e sua espada não serão nenhum problema, pode ficar tranquila. Afinal, eu também tenho uma espada especial.

Movendo seu antebraço esquerdo para o lado, Hachinomaru, a Lâmina da Lua de Mel, apareceu na mão de Nuwa com faíscas elétricas amarelas.

E a Abelha Trovejante não demorou a tomar sua postura de combate, segurando o punho de sua katana amarelada com ambas as mãos e a posicionando na altura de sua cabeça. Era a pose de nome Ko Gasumi no Kamae.

Seus olhos faiscavam com a excitação.

Kazuna Keiko fez o mesmo que sua adversária. Em uma pose menos extravagante, ela posicionou sua espada de decapitação diante de seu corpo, tombando sua grande lâmina um pouco para frente. Era a pose de nome Seigan no Kamae.

— Não vai usar os portais, onryo? Eu recomendaria que usasse todo seu poder se pretende não ser apagada da existência, é claro.

— Em um combate de espadas, não quero que uma magia que não é minha interfira em minha vitória, semideusa.

— Entendo, e eu respeito isso, pode acreditar. Mas, quando se enfrenta a Abelha Trovejante, é melhor dar tudo o que tem.

— Tsc.

E com esse impaciente estalo de língua, a Assassina de Yureis se moveu.

Nuwa também o fez.

Mesmo que podendo ser mais veloz do que Kazuna, minha parceira nivelou sua velocidade à mesma que a de sua adversária, e as duas se encontraram percorrendo uma distância igual, talvez só diferenciada por poucos centímetros. E as lâminas se chocaram com um som agudo, formando um X metálico entre suas donas.

Ao redor das duas, o chão trincou, desenhando uma rasa fenda circular devido a pressão gerada pelo choque entre as espadas.

Após isso, tanto Nuwa quanto Kazuna deram um pequeno salto para trás. E, no instante seguinte, voltaram a investir uma contra a outra, agora iniciando uma sequência de golpes rápidos que deviam estar acima da velocidade do som, e que aparentavam querer chegar à velocidade da luz.

Uma forte ventania começou a ser gerada pela série de movimentos constantes que as espadas estavam fazendo, e por algum motivo, o forte sopro de ar fez com que os postes de luz começassem a piscar, como se estivessem recebendo uma descarga de energia.

E eu sabia a causa daquele fenômeno.

Era a excitação da Abelha Trovejante exalando de seu interior e chegando ao seu ponto máximo.

Como se para confirmar o que eu disse, as lâmpadas dos postes estouraram com a energia correndo desgovernada pelo ar. Ao mesmo momento, um som mais agudo reverberou do combate próximo de Kazuna e Nuwa. Meus olhos se atentaram para o que poderia ser o causador daquele estalo metálico. E então eu vi, rodopiando no alto, em pleno ar, um grande pedaço de uma lâmina larga e grossa. O pedaço de metal caiu ao solo, cravando-se com firmeza no chão um pouco mais atrás de minha parceira.

E falando nela, Nuwa realizou um novo movimento ofensivo. Assim que o turbilhão de golpes foi cessado com Hachinomaru cortando fora três quartos da lâmina adversária, a Abelha Trovejante desferiu um golpe reto com sua katana amarelada, a fim de atravessar o corpo fantasmagórico de Kazuna Keiko. Contudo, embora tenha perdido sua espada em um embate justo, a Assassina de Yureis não se daria por vencida somente com isso. Ela flutuou para trás, como se andasse de costas em alta velocidade, e se safou de ser perfurada pela Lâmina da Lua de Mel.

— Arf... eu estou satisfeita, onryo. Estou toda arrepiada, não vê? Você me satisfez, por hoje. Significa que não preciso mais perder tempo com você.

— Sua fedelha maldita! Não se ache tanto! Nós ainda não terminamos aqui!

Clamando com profunda ira, Kazuna fez seu próximo movimento. Seus cabelos, que pareciam ter vida própria, se alongaram e se expandiram na direção de Nuwa, a engolindo como se duas mãos apanhassem uma mosca.

Droga, aquilo não era bom.

Digo por experiência própria, dentro daquela prisão capilar, a Abelha Trovejante iria experimentar os horrores de dimensões assustadoras. Mesmo que ela fosse uma semideusa, as assombrações que podem estar dentro dessas realidades paralelas podem acabar dando algum tipo de vantagem para a Assassina de Yureis.

Se Nuwa não tomasse cuidado...

— Hã? O quê?

A reação repentina de Kazuna foi exatamente a mesma que a minha. Da esfera de cabelos que prendia Nuwa em uma dimensão alternativa, raios e mais raios começaram a ser disparados de seu interior.

Até que, com mais um trovão no céu límpido de primavera, uma explosão de eletricidade aconteceu. Simplesmente desfazendo a prisão capilar que a envolvia e cortando os longos cabelos da onryo, a redoma de raios que circulava a Abelha Trovejante girava em espiral com uma luminosidade azulada.

— Você realmente achou que imagens de filmes de terror me afetariam, é? Isso é realmente brochante. Eu diria ridículo, até.

Com estalos e faíscas, a redoma de raios se desfez ao redor de minha parceira. Sua katana, Hachinomaru, também desapareceu de sua mão, e assim, ela esticou seu braço esquerdo, apontando dois dedos na direção da Assassina de Yureis.

— Hmph... o que é isso, garotinha? Uma ameaça?

— "Garotinha" o meu ovo. Eu só estou esperando pelas suas palavras finais.

— Minhas palavras finais?

— Tá, serão essas, então.

O relâmpago disparado pela ponta dos dedos de Nuwa não foi tão extravagante quanto os outros, mas foi o mais direto e eficaz que havia lançado nos últimos tempos. Antes mesmo que os neurônios de Kazuna Keiko pudessem se comunicar para começar a formar alguma ideia de defesa, o raio de energia elétrica percorreu o espaço entre a semideusa e seu crânio, o atravessando facilmente, e o fazendo explodir como uma melancia ectoplasmática.

Logo em seguida, o corpo sem cabeça da Assassina de Yureis se desfez em uma espécie de vapor.

E atrás de onde antes estava Kazuna, um senhor olhava para Nuwa, pelo enorme buraco criado na parede de sua konbini.

Foi um misto de felicidade, alívio e raiva.

Eu estava feliz por Nuwa estar viva e bem, e estava aliviado por ela ter me salvado da sádica Assassina de Yureis. No entanto, por que ela não observou o que estava às costas de sua adversária?!

— Hmm...

— ......

— Ei, pequena ovelha, acho que eu mandei mal.

— Pode apostar que sim!

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