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II. A garota com a espada Estrela Brilhante.

Belioz era conhecida em Velkhan como a cidade do ferro. É dela que saem as mais belas espadas e armarias daquelas terra. Neste lugar também existem muitos homens, normalmente ferreiros extremamente habilidosos, como Griffin. O homem de quase cinquenta anos sempre trabalhou com esse ofício e nunca conheceu outra vida. Ele tem um filho, Draken, cujas habilidades se assemelham ou superam as do pai, porém, o rapaz de vinte e três anos detesta fazer aquilo e desde muito novo tenta adentrar em aventuras cujo propósito finalmente lhe tire de Belioz em uma grande jornada. Draken tem uma origem confusa, ninguém sabe sobre sua mãe e a única história que já ouviu sobre ela é que pouco depois que nasceu, abandonou-os e nunca mais foi vista. Daquele dia em diante, Griffin dedicou-se exclusivamente ao trabalho para criar o menino e assim que o mesmo se tornou adulto, exausto e sem caminho, o pai adentrou em um mundo sem volta, afogando as mágoas passadas em álcool. Ele ainda tinha rancor por aquela que destruiu seu coração no momento em que partiu. Draken, no entanto, não sentia raiva da mãe por ir embora, mas sempre quis saber o motivo de sua partida. Ele pensava que tinha algo parecido com ela, já que sentia-se preso na velha casinha em Belioz, nos fundos onde forjavam armas e às vezes até na taberna. Ele sempre olhava para o porto pensando que um dia entraria em um navio e nunca mais voltaria ali. Que viveria aventuras incríveis ao lado de um bom amigo, que se apaixonaria e quando chegasse a hora, teria uma casa em qualquer outro lugar e viveria o resto de seus dias contando seus maiores feitos aos seus filhos e netos.

Draken costumava trabalhar para passar o tempo, ele tinha talentos que muitos garotos de sua idade não demonstravam. Desde cedo foi aprendendo o ofício, não porque interessava-se em ser um ferreiro, mas porque aquele calor, a energia da brasa no ferro, parecia lhe acalmar em tempos de crise. O pai dele ao contrário, só erguia seu braço para bater em ferro na brasa se lhe pagassem e muito bem, enquanto o filho fazia pequenos serviços para sustentar os dois, o pai, passava a maior parte do dia e da noite em uma taberna, no mercado da cidade, bebendo canecas e canecas de cerveja quente. Às vezes o homem voltava para casa, quando conseguia andar, tão alcoolizado que sequer lembrava do próprio nome. Em uma de suas visitas rotineiras à taberna no mercado da cidade, Griffin ficou tão alcoolizado que mal conseguiu sair do lugar. Draken estava em casa, trabalhando em um projeto pessoal, era uma espada, velha e meio desgastada que tinha encontrado na praia, pensou se tratar de uma arma de algum pirata que a perdeu, mas depois raciocinou que provavelmente ela não teria sido derrubada de um navio, havia sido largada ali porque tinha vários defeitos, sequer parecia realmente uma espada. Ele trabalhava nela quando não tinha nada mais a fazer, mas mesmo dando tudo de si, aquele pedaço de ferro ainda não se assemelhava a uma arma que pudesse ser digna para empunhá-la. Apesar de não ser nem bonita e muito menos afiada, era algo que poderia carregar e o tiraria dali algum dia, iniciando sua jornada, no que realmente queria fazer, ser caçador de recompensas. Quando estava pronto para largá-la e ir dormir, viu um dos amigos de seu pai voltando para casa, aquele era um velho e conhecido sinal de que a taberna já tinha fechado. O homem parou então, cambaleando para os lados, mas sorte do rapaz, ainda estava consciente o bastante para avisá-lo que o pai dele estava jogado no beco, semimorto. Draken deixou o que fazia e seguiu ao encontro do homem que provavelmente estava apenas desmaiado. Quando aproximou-se o bastante para que o escuro não lhe impedisse de vê-lo, ao lado de seu pai, havia uma criatura de tamanho mediano, agachada ao lado dele roubando-lhe o último saco de moedas que tinha, era também o último dinheiro deles, a passagem do rapaz para outro lugar e isso significava que Draken ficaria preso mais alguns meses ali naquela vida deplorável.

— Alto lá! Não irá levar isso! — sacou a espada, a mesma deplorável espada na qual trabalhava e apontou para o ser de capuz.

— Tente me impedir. — uma voz feminina saiu da criatura, sendo engrossada forçosamente, mas não funcionou.

— É uma garota? — tentou aproximar-se para ver quem se escondia e a menina deu dois passos para trás querendo correr.

Ela correu. Draken arremessou a espada mal acabada contra a pessoa, não com a intenção de feri-la e nem faria se quisesse, já que aquela coisa era mais um pedaço de ferro. Derrubou-a no chão e ela deixou cair uma bainha com entalhes dourados, cujo peso chegou a emitir som na lama fresca. Imediatamente o rapaz tomou aquilo nas mãos e enfim pôde ver com quem falava.

— Isso é meu! — levantou e estendeu a mão para pegar de volta.

Era uma menina, uma jovem criança que carregava uma espada consideravelmente grande para seu tamanho, não parecia ter mais do que quinze anos e o olhar determinado indicava que ela já tinha visto muita coisa em pouca idade.

— Sabe o que é isso? — perguntou tentando debochar da garota, vendo se sabia o que era uma espada. — Devolva minhas moedas e devolvo sua espada. — levantou-a para o alto onde a menina não alcançava.

— Seu pai, é? Ou seu avô? — apontou Griffin e perguntou.

— É meu pai. — balançou a cabeça parecendo decepcionado ao dizer aquilo.

— Preciso das moedas, tenho que pagar por um ferreiro, será que não pode me dá-las?

— Ora, mas porque precisaria de um ferreiro com esta espada? — Draken puxou-a de sua bainha e percebeu que estava partida ao meio. — Como em sã consciência uma pessoa consegue quebrar uma espada dessa? — começou a rir e olhar para a moça que corou com raiva dele.

— Isso não lhe diz respeito! — retrucou tentando tomar a espada do rapaz e ele deu alguns passos para trás.

— Conserto para você. Sou ferreiro. — guardou-a junto ao outro pedaço. — Mas, devolva minhas moedas.

— Por que me ajudaria?

— Não estou lhe ajudando, é que preciso desse dinheiro. É uma bela espada, não merece ter sua jornada finalizada por um erro tolo.

— Tolo, é? — arqueou uma sobrancelha. — Nem sabe o que houve.

— Tenho meus palpites. — continuou rindo. — Como se chama?

— Aelyn.

— Sou Draken. — jogou a espada sobre ela e puxou o pai levantando-o do chão, apoiou-o em seus ombros e ouviu-o resmungar um pouco, mas não questionou já que reconheceu a voz do filho e estava sendo levado para casa. Aelyn acompanhou os dois e depois de deixar Griffin em sua cama, o rapaz seguiu para os fundos de sua casa onde funcionava seu local de trabalho. — Então... — observou a menina sentar-se em um banco de madeira. — Isso parece muito caro para uma menina comprar, dirá como a conseguiu?

— Teria que lhe matar, se contasse.

— Sei que não é uma espada comum. — colocou as duas metades sobre a mesa e começou a pensar em como as juntaria sem deixar uma falha enorme que provavelmente a partiria de novo em duas, caso a menina lhe usasse em qualquer combate com uma espada maior. — Também sei que não tirou de onde estava convencionalmente, ou não teria quebrado.

— Está bem, você venceu, ferreiro. — resmungou. — Essa lâmina diante de seus olhos, é a espada Estrela Brilhante.

— Isso é impossível. — começou a gargalhar e ao perceber que a menina não ria ou demonstrava estar mentindo parou de rir. — Espere, é verdade?

— Sim, roubei do templo de Guerenon em Dungen.

— Por que roubaria uma espada dessas? Sabe que irão caçar sua cabeça por ela, até os confins do mundo?

— Por causa da lenda. — respondeu e o rapaz silenciou-se para ouvi-la. — Há uma lenda que diz que a espada de um Deus brilha na presença de fadas e que as fadas concedem desejos.

Aelyn não estava completamente errada, fadas concediam desejos, mas não todas, apenas a rainha. E só uma arma brilhava na presença de fadas, mas ela não sabia disso e sua esperança nunca lhe desmotivou a desacreditar.

Todos os Deuses ganharam espadas de seus pais, exceto Crowe que fez a ele um cajado, místico e amaldiçoado. Quando todos se recolheram em sinal de desistência, suas armas foram deixadas nos templos construídos bem antes da guerra, eles eram sinais de boa-fé de seus súditos, onde em sua maioria, foram banhados a ouro maciço e joias. Os Deuses abriram mão de suas armas para que seus filhos as encontrassem, cada uma delas pertencia agora a um semideus e quando ele erguesse a espada de seu pai, teria todo o poder dele. Aquela era a conexão necessária para iniciar o processo de redescobrir o equilíbrio perdido. Aelyn não era uma semideusa, sequer tinha idade para ser uma. Seu caminho cruzou com o da espada por acaso, depois de ouvir inúmeras vezes enquanto crescia, pelos monges, que as armas dos Deuses brilhavam na presença das fadas. O que parcialmente era verdade, mas a única arma capaz de brilhar na presença de uma fada era o cajado de Crowe. Quando Aelyn deu-se conta de seus talentos furtivos, tratou de descobrir onde qualquer uma das armas estava, então soube que uma delas estava ali, onde morava, no templo de Guerenon. A moça, usando de alguns químicos, destruiu a caixa de ouro que mantinha a espada trancada e ao invés de roubar a chave e poupar danos, como consequência a espada partiu-se em duas metades e agora não se sabia se era funcional.

Como sabia a consequência de roubar o item de um Deus, ela fugiu para Belioz com as poucas moedas que tinha. Ouviu boas histórias e sabia que se existia alguém que pudesse consertar a espada quebrada, estava na cidade do ferro. E assim, seu caminho cruzou com Draken, o jovem filho de um ferreiro, que sabia uma coisa ou outra sobre forja.

— Isso é história para crianças dormirem. — replicou. — Quer um desejo, é? Para quê?

— Meus pais. Quero saber onde estão. — olhou-o. — Me abandonaram no templo com alguns monges quando era bebê, quero saber porque.

— Digamos que seja verdade. Você a quebrou e acha que ela funcionará com esse propósito?

— Não sei, ainda não tive oportunidade de tentar.

— Deve ser boa com as mãos, não é? Roubar uma coisa dessas em um templo trancado há quase vinte anos, guardado por sabe-se lá o que, deve ser quase impossível.

— É, deu um pouco de trabalho, mas acabei aprendendo uma coisa ou outra nas minhas viagens.

— Conhece muitos lugares?

— Já vi alguns, por quê?

— E o que faz para sobreviver, além de aparentes atividades furtivas? — recurvou uma sobrancelha lembrando-se do episódio de quase roubo de seu pai.

— Sou caçadora de recompensas, geralmente atrás de criaturas mágicas, as que dizem ter poderes.

— Então... — bateu a primeira martelada na espada em brasa. — Se lhe ajudasse a cumprir sua missão, me levaria com você?

— Quer ser um caçador? Ver criaturas mágicas ou coisa parecida?

— É mais complicado. — bateu na espada uma outra vez. — Parece que não me encaixo nesse lugar.

— Não sei, para mim, parece bom no que faz. Mas se quer ir comigo vai ter que arrumar uma coisa melhor que essa. — levantou a espada do rapaz. — Parece apto ao serviço e pode enriquecer facilmente caçando seres místicos e itens mágicos e se me ajudar a encontrar as fadas, em troca posso lhe ensinar tudo que sei.

— Eu aceito. — juntou as duas partes e jogou a espada na água vendo-a borbulhar. — Nós seremos uma boa dupla, Aelyn.

— Já consertou?

— Sim, está terminando de esfriar. — respondeu-a. — Explodiu o lugar onde essa espada estava guardada, não foi?

— Sim, por isso que quebrou. — coçou a nuca envergonhada.

— É uma boa espada, meio leve, mas deve servir bem. — entregou a garota. — Então, para onde vamos?

— Iremos a Valysha atrás de uma coisa para você.

— Uma coisa para mim? O que é?

— Se quer entrar na vida, matar seres místicos exige uma dessas. — levantou Estrela Brilhante. — Terá de ter a arma de um Deus e nós vamos roubar a Espada do Sol.

— Enlouqueceu? — questionou-a assustado. — Nunca ouviu as histórias? Depois da guerra a Deusa Ayhan guardou a espada no templo designando o último metamorfo místico para protegê-la, ninguém nunca saiu vivo de lá.

— Ora, seremos os primeiros.

— Isso definitivamente é suicídio. O que uma garota franzina pode fazer contra um minotauro de pelo menos três toneladas?

— Está com medo, ferreiro? — começou a rir arrumando suas provisões para partir.

— Não! Claro que não.

— Então. — jogou uma sacola de pano no rapaz. — Tem um navio que vai para Valysha, ele deve sair a qualquer momento. É sua chance, Draken, de encontrar sua própria jornada.

— Nós acabaremos mortos... — lamentou-se jogando o saco nas costas e pegou a espada. — Isso dará muito errado.

— É, bem provável.

— Espera! — tirou um papel do bolso e deixou sobre a mesa. Era uma carta de despedida ao seu pai, caso nunca mais voltasse. — Agora sim.

Aelyn e Draken, caminhando na escuridão, seguiram para o porto de Belioz. Aquela era a primeira vez que o rapaz ia até ali sem o intuito de voltar para casa e Valysha seria a primeira cidade que conheceria. Ele sabia que só poderia voltar quando tivesse o bastante, uma recompensa que desse ao seu pai uma vida digna de ser vivida.

A Espada do Sol era uma das armas feitas por Azora, para a Deusa Ayhan, que estava guardada no templo do sol em Valysha desde o fim da guerra. Como os outros, aquele não era o único item que a deusa possuía, haviam outras armas mágicas desaparecidas, cujas funções não necessariamente direcionavam-se ao preciso corte, como o caso das espadas. Ayhan também era dona da lança Rubi de Sangue, uma arma que foi partida na guerra e desapareceu em Velkhan sem pistas de seu paradeiro. No templo do Sol, a espada era protegida por um metamorfo místico, um dos últimos que podia se transformar em uma criatura mística. Em Velkhan havia muitos metamorfos, mas normalmente transformavam-se em seres comuns do dia como pequenos animais. Aquele metamorfo em especial transformava-se em minotauro, extintos há um tempo considerável e enfrentá-lo, poderia acabar seriamente em morte.

— Você demorou, menina! — ouviram alguém gritar por Aelyn. — Conseguiu o que precisava neste lugarzinho medíocre?

— Sim. — respondeu aproximando-se da bela embarcação.

É claro que aquele navio não se tratava de um mercante navegador cujo propósito de ir e vir seria o de levar mercadorias pelas cidades. Draken logo percebeu que o grande e majestoso Kaliope se tratava de um navio pirata. Tinha o casco azul, não muito comum para aquela função, mas se parasse para reparar, quase metade do navio escondia-se muito bem, como uma camuflagem em alto mar.

— Por que o nome Kaliope? — Draken perguntou, mas não obteve resposta.

Aelyn prontamente resolveu cortar o clima tenso que se formou na pronuncia daquele nome, esperava uma passagem para Valysha e a curiosidade de seu novo parceiro poderia estragar tudo em poucos minutos.

— Desculpe, acabei trazendo mais bagagem. — os dois entraram no navio. — Não faça nenhum comentário desnecessário. — a moça cochichou.

— Arrumou um homem? — uma mulher saiu das sombras e encarou-os.

— Ela é uma mulher? — Draken apontou a que parecia capitã do navio, espantado. — Existem piratas mulheres?

— Esse tipo de pergunta acaba na prancha, garoto. — empurrou-o e ele caiu sentado. — Apesar da quantidade absurda de músculos é mais fraco que minha avó. — riu dando a mão para ele que se levantou constrangido. — Sou Isobel.

— Draken. — limpou suas roupas com as mãos. — Desculpe se lhe ofendi com as perguntas.

— Fique tranquilo, todos fazem as mesmas perguntas. — ela riu. — Quer ir para Valysha também?

— É, nós vamos. — olhou Aelyn.

— São 60 moedas de ouro, nada de cobre, prata, latão, conchinhas ou areia. — estendeu a mão.

— Certamente. — puxou do bolso as moedas de ouro e colocou na mão da mulher.

— Aproveitem a vista crianças, a viagem é um pouco longa. — distanciou-se alguns passos depois parou virando o pescoço um pouco, o bastante para conseguir vê-los por cima de seus ombros. — Kaliope era o nome da minha filha mais velha. — voltou o pescoço para o lugar e começou a gritar com os homens para que zarpassem.

Draken acompanhou Aelyn, que estava sentada na proa deixando a brisa do mar noturno tomar conta de seus cabelos longos e castanhos enquanto olhava para o nada.

— Então, como a conheceu? — sentou-se ao lado da menina escorando uma das pernas sobre a outra.

— Isobel me ajudou a fugir de Dungen. Quando saí do mosteiro e roubei a Espada Estrela Brilhante ela foi a única que me entendeu e até achou que somos parecidas.

— Como uma mulher está no comando de um navio pirata?

— Sei o que ouvi dos homens dela. Dizem que perdeu uma filha para o mar e por isso vaga pelas cidades atrás dela. Além disso, Isobel tornou-se uma excelente navegadora, não há mapa em Velkhan que não possa ler. Foi assim que consegui descobrir onde ficava a antiga cidade das fadas.

— Acredita mesmo que pode encontrar criaturas supostamente perdidas e ainda por cima conseguir que lhe concedam um desejo?

— Prefiro acreditar nisso do que perder as esperanças. — olhou-o. — Entenderia se estivesse na minha situação.

— Entendo, em partes. — deu ombros. — Minha mãe foi embora quando nasci e teve um tempo que queria muito encontrá-la. Depois de uns anos, passei a acreditar que não me amava o bastante para ficar. Ainda penso que era odiado, porque não tenho respostas. Então, talvez não queira a resposta para sua pergunta.

— Ou talvez queira. Uma coisa que aprendi com os monges, é que às vezes a mais dura verdade é melhor que uma doce mentira.

— Para uma garota tão nova, você parece ter séculos de sabedoria.

— Tenho quinze anos! — estapeou-o. — Em alguns lugares já é idade para casar.

— Ah claro, certamente. — gargalhou encarando-a. — Espero que não esteja pensando em maridos na sua atual profissão, os homens provavelmente correriam de você.

— Você correria?

— Sem pestanejar. — riu alto. — Você é perigosa.

— Tsc. Covarde. — empurrou-o para o lado e saiu andando. — Espero que pelo menos consiga usar uma espada descentemente.

— Sou bom com isso, não me subestime.

— Se for como sua mira estaremos condenados.

— Não te acertei para não te matar.

— Devia. Primeira regra de caça aos monstros, sempre acerte para matar.

— Ela tem razão. — Isobel sentou-se ao lado dele. — Se tiver pena dos inimigos eles te matarão primeiro. Foi assim que quase perdi minha mão. — levantou a mão esquerda faltando três dedos.

— O que fez isso? — Draken perguntou olhando os três cotocos que balançavam.

— A porcaria de um Amarok. Ele é de uma garota de cabelos cor de rosa, uma peste metamorfo de classe três, porque diabos precisa de um Amarok? Não faço a menor ideia.

— Metamorfo classe 3? — encurvou a sobrancelha pensando que pelo visto não sabia quase nada sobre monstros.

— Não sabe nada sobre monstros, não é, garoto? — Isobel perguntou.

— Leu meus pensamentos. — parecia decepcionado consigo. — Na verdade, essa é minha primeira jornada.

— Que? — começou a gargalhar. — Nossa, vai morrer. — continuou rindo e levantou-se. — Vai morrer lindamente.

— Ah... — Draken olhou-a assustado e preocupado consideravelmente com sua morte.

— Classe 3 significa transformação em mais de uma espécie. — Aelyn respondeu. — Disse que te ensinaria o que sei. Temos cinco classes, a primeira é aquela que geralmente mudam apenas uma parte do corpo para outra forma, como a cabeça, perna e não faço ideia do porquê, órgãos genitais. Eles assumem a forma de apenas uma parte do animal.

— Não quero pensar o quão bizarro isso parece.

— Classe 2 são metamorfos que se transformam por inteiro, mas apenas em uma espécie de animal, por exemplo, os que só conseguem se transformar em gatos. — deu ombros. — Alguns conseguem aprimorar essas habilidades e depois de anos de prática podem mudar para derivados de gato, outros felinos como tigres e leões, mas quase não acontece. Os de classe 3 mudam para mais de uma espécie, geralmente animais comuns, mas acabam adquirindo afinidade por determinados bichos, aqueles que são úteis para sobrevivência.

— E a garota classe 3, a de cabelo rosa, já ouviu falar dela?

— Ouvi uns boatos. Dizem que ninguém nunca conseguiu matá-la por conta do Amarok. Parece que ela o encontrou quando filhote e o criou e por isso ele a protege. A cabeça dele deve valer uma fortuna. A lágrima de um Amarok é um veneno mortal, pelo menos é o que dizem.

— Sabe muitas coisas, não é?

— Sei algumas coisas. — mirou-o. — Bom, um metamorfo classe 4 é do tipo que se transforma em criaturas místicas, o caso que vamos enfrentar. Há raros relatos desses seres em Velkhan e geralmente eles só conseguem se transformar em um único ser.

— E classe 5?

— Transformam-se em humanos. Assumem a forma humanoide, mas ninguém nunca viu nenhum. Não se preocupe, logo você pega o jeito e aprende rapidinho.

— E necessariamente eles são monstros só porque são diferentes?

— Não vou esperar para ter certeza. — retrucou. — É como disse, nunca ataque sem a intenção de matar.

— Guardarei seu sábio conselho para a vida.

— Espero mesmo que sim.

— Estão com fome, crianças? Estamos servindo o jantar! — Isobel gritou-os.

— Vamos comer, ou não conseguirá se alimentar nunca mais na sua vida. — Aelyn puxou-o pelo braço e os dois desceram para o convés.

Draken ainda não tirava seu sorriso do rosto. De certa forma estava contente com a aventura, por outro lado, morria de medo de ser a primeira e única aventura e isso seria lastimável. Perguntava-se se colecionaria histórias como desejava ou logo seria traído e abandonado por Aelyn em qualquer lugar sem dinheiro algum. 

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