Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

C a p í t u l o 10


Tentava segurar firmemente a lanterna que Zander havia me entregado, mas minha mão insistia em tremer, expondo o nervosismo. Em nada aquele lugar também ajudava. O túnel mais parecia um cenário de esconderijo de uma Guerra Mundial.

Caminhávamos a alguns minutos que pareciam horas, o príncipe parecia centrado em encontrar a porta que nos tiraria daqui e eu buscava forças para tentar não pensar em todas aquelas sensações que sua presença representava. A luz da lanterna começava a falhar fazendo minha consciência ter toda razão quando disse que eu devia ter ficado trancafiada naquele quarto.

Pelo que pude constatar estávamos bem abaixo do castelo, o que era um eminente perigo se ele viesse a desmoronar, mas acho que uma fortificação assim não cairia facilmente. Eu só podia estar louca, desafiando descaradamente o trono de Áster.

O príncipe parou inesperadamente de andar quando observou uma escada com saída para cima, estava tudo muito escuro e eu distraída demais para compreender que era o nosso portal. Ele apontou sua lanterna para cima verificando as letras que estavam riscadas no que parecia ser uma porta metálica, seus pés foram em direção aos degraus da escada subindo cuidadosamente cada um, e com a lanterna em mãos abriu a porta de metal permitindo assim que a luz natural do fim de tarde iluminasse toda aquela escuridão que pairava o ambiente.

—Você primeiro. — disse Zander descendo as escadas novamente. Mesmo com o crescente medo dentro de mim, concordei, subi lentamente cada degrau, tendo a certeza que ele estaria ali caso eu caísse, o que era um perigo, pois isso sim é viver perigosamente, achar ou ter certeza que em cada tropeço alguém estará lá para nos reergue, na prática você cai em coletivo e se levanta sozinho. Respirei fundo colocando minhas mãos no lado de fora em total contato com a terra, impulsionei meu corpo para finalmente sair da batcaverna. O quão surreal é a incompreensão de que um instante pode mudar tudo, quando meus olhos contemplaram a magia da floresta de Áster senti aquela liberdade da qual só ouvia falar, parecia que todo aquele confinamento havia ficado para trás, o passarinho finalmente podia voar. —Vamos, o carro está logo ali. — o príncipe me tirou do transe no qual estava submergida indicando um carro grande preto estacionado no acostamento da mesma estrada que nos leva em direção ao castelo. Ele caminhou na minha frente retirando a chave do carro do bolso de sua jaqueta preta de couro, seu estilo estava longe do convencional, na verdade imaginava que ele passasse cem por cento do dia com algum dos seus ternos sofisticados com brasão de Áster, só que era o oposto disso, Zander gostava de um estilo menos formal, como se aquilo representasse a fuga de todo aquele mundo repleto de aparências. O cavalheiro que habitava dentro dele abriu a porta do passageiro para que eu entrasse e assim fiz, os volantes eram a mão inglesa, significava dizer que eram do lado oposto ao convencional, o que me fez estranhar de inicio.

O semblante que o príncipe carregava ao meu lado era leve, o que automaticamente fez com que eu me perguntasse quais eram as suas preocupações? Desde quando elas estavam pesando nas suas costas? E se no instante em que achassem que eu estava pronta elas seriam transferidas a mim?

********

O carro foi estacionado no inicio da travessia de uma ponte consideravelmente distante do castelo, apesar de ter visto tudo passando de maneira rápida, não tirou a forte admiração que senti ao observar mais uma vez a bela vista de Áster. O príncipe foi o primeiro a descer e eu apenas o segui. Caminhávamos desgarrados pela gigantesca estrutura que me trazia nostalgia da ponte do Brooklyn, aquela que por acaso separaria Rick e eu, seria mais simples visitá-lo. Porém a ponte de Áster tinha suas singularidades, a bela flor Áster estava desenhada no meio do local, seus traços eram cobertos por uma tintura dourada e sombreados por pinceladas de tinta escura. Meus olhos se encheram de mais admiração por toda beleza que aquele local carregava, sua estrutura pareceu ter sido feita detalhadamente, como se cada pedra tivesse sido colocada ali de maneira estratégica, sua superestrutura era segurada por dois suspensórios em forma de "leque", um em cada ponto de acesso para a travessia. Estava estesiada em cada mínimo detalhe que acabei nem percebendo o olhar de Zander sob mim, consequentemente fiquei envergonhada, tentei colocar uma mecha de cabelo atrás da orelha, porém não funcionou, a ventania estava forte bagunçando tudo novamente. Apesar de todos os sentidos que diziam para eu permanecer onde estava, resolvi me aproximar do príncipe que naquele instante com o cabelo sendo levemente embaraçado pelo vento mais parecia um bad boy buscando conhecer a si próprio e não exercer sempre o que os outros queriam. Seus belos olhos verdes encararam fixamente os meus trazendo novamente aquelas sensações absurdas que meu corpo teimava em sentir. Caminhei lentamente ao seu encontro com as mãos nos bolsos da minha jaqueta jeans surrada.

—Qual a razão de ter me trazido aqui? — questiono segurando a estrutura lateral da ponte. O vento ainda tirava qualquer fio de cabelo do meu rosto.

—Brianna, você queria conhecer Áster, eis que te apresento. — sugestivamente sua mão aponta para as luzes triunfantes dos prédios e casas, já era noite, o que ressaltou tudo ali, parecia um show de natal, onde a iluminação era a única coisa que podíamos ver, mas todo o resto não fazia falta, assim como agora. Áster parecia pequena diante dos meus olhos, mas tão grandiosa ao mesmo tempo. —Conhecer Áster é muito mais do que só parar em pontos turísticos específicos, conhecer Áster envolve sentir toda a singularidade que esse lugar tem reservado. — ouvi cada palavra atentamente entendendo que, talvez, pela primeira vez nossos pensamentos estavam em sintonia. — Eu vivi minha vida inteira aqui, cresci aprendendo a priorizar meu país antes de tudo, sempre foi o melhor para Áster. Nunca o que era melhor para mim, cada batida do meu coração devia ser para que o de Áster não parasse de bater. Isso me frustrou durante a faculdade, pois passei quase quatro anos em um lugar atípico e estar em um lugar que te espera para ser desbravado é libertador e ao mesmo tempo duvidoso, duvidei do que realmente queria, duvidei de quem eu era. Mas quando retornei pareceu que todas as incertezas haviam ficado para trás, como se aqui fosse meu lugar. —desabafou com toda aquela convicção enquanto admirava a mesma vista que eu. Sua postura estava tensa, como se falar tudo aquilo ainda não representasse o alivio que seu corpo buscava, possivelmente não era. Zander não percebia que estava quebrando a si mesmo para construir Áster.

—Todo lugar será seu se o fizer ser. Zander, aqui é seu lugar porque você quis que fosse. — disse sem a intenção de o contradizer ou coisa do tipo, apenas queria que ele entendesse que o mundo é gigantesco, então nosso lugar será onde nos encontrarmos.

Suspirei observando toda a agitação que o rio fazia diante dos nossos olhos, o silêncio pairou deixando um clima pesado, tão pesado quanto um fardo do qual não sabia me livrar, na verdade não havia assuntos que pudesse conversar com ele, sua presença ainda deixava-me desconfortável. Busquei focar no cenário, quando não tiver algo a dizer, observe sua volta. —Onde esteve nos quase quatro anos que passou longe de Áster? — pergunto depois de um tempo em silêncio.

—Alemanha, estudei administração e direito.

—Uou, isso é inusitado para mim! — falei surpresa e não sabia nem esconder minha expressão de espanto.

—Até para mim foi, no inicio não queria, mas acabou sendo algo que me descobri. — disse enquanto seu olhar se voltou para o céu, ele era uma criatura atípica, cheia daquelas duplas personalidades que irritavam meu humor constante. — E você? Quer estudar o que?

Aquela pergunta deixou-me mais confusa que o habitual, mas não era para deixar! Tinha a total convicção que queria artes, era a única coisa que sabia e amava, só que sua pergunta me pegou desprevenida. Artes era o que eu ia estudar? Ou o que eu queria?

Não, não e não! Eu sempre quis isso, artes era a minha vida, o meu mundo particular.

—Eu ia estudar artes em Manhattan. O rei não lhe contou? Minha mudança seria no verão, parecia que tudo estava tão certo que até eu duvidava, nunca nada tinha dado certo para mim antes. — sua atenção estava em mim, parecia interessado, como se aquela parte ele não soubesse.

—Então estou falando com uma verdadeira artista? — ele perguntou com seus belos olhos compenetrados sob mim. Encarei seu rosto com certo pesar de toda aquela confusão que sentia apenas por olhá-lo.

—Não sou uma artista, apenas junto meus cacos e os transformo em arte, uma obra na maioria das vezes é um sentimento profundo e indecifrável.

Quando entendi que tinha o privilegio de conseguir transmitir aquilo que sentia para uma tela, foi como se meu corpo alcançasse a tão sonhada liberdade, porém não era simples assim, principalmente quando não se tem noção do que se sente. Eu na maioria das vezes me sentia um caos total, como se tivesse quebrada ao ponto de não conseguir colar os cacos e inevitavelmente feria a mim mesma.

********

Na volta para o palácio o caminho permaneceu em silêncio, não havia nada para ser comentado, ele estava preso nos próprios pensamentos e eu não estava diferente tanto que não percebi que os portões do castelo foram abertos. Perguntava-me o motivo, afinal estávamos em fuga, porém o príncipe parecia estar ciente do que fazia. Ele estacionou o carro com os faróis iluminando a entrada do palácio e a imagem do rei. Desci do carro pronta para a bronca ou o castigo no calabouço, todavia ele olhou para Zander que também já estava do lado de fora e sorriu de lado.

—Zander, obrigado por ter apresentado a ponte de Áster para Brianna. — agradeceu com toda aquela sua superioridade presente. —Espero que tenha entendido sobre os túneis secretos e principalmente que não é o momento de conhecer mais profundamente o nosso país, você não está pronta para se apresentada ainda, tente compreender isso, no momento certo as apresentações serão feitas.

Era um plano sórdido, conhecer a vista de Áster me daria às sensações que eu precisava para ser quem eles precisavam que eu fosse, uma herdeira. A herdeira que traria a esperança de uma sucessão ao sobrenome. Olhei para Zander que encarava o rei, aquilo doeu, pois eu literalmente cogitei a ideia de que ele fosse diferente, que simplesmente conseguisse olhar além de um trono ou de quem quer que esteja sentado nele. Eu era um ser humano com sentimentos, acabada por um passado turbulento e mais destruída ainda pelas incertezas que cercavam minha mente.

—Ficou claro? — Aidan voltou a perguntar e eu apenas mantive tudo entalado na minha garganta que parecia pegar fogo.

—Claro como água. — concordei tirando forças de algum lugar desconhecidos para passar pelo rei fazendo reverência e tentando manter minha sanidade mental.

—Ótimo, mas ainda não acabei. — Aidan falou severamente. Apenas o encarei desgostando do seu tom de voz, queria transpassar toda minha ira por ele, pelos dois, saber que foi enganada era mais doloroso do que imaginava. Era como se um punhal tivesse covardemente ferido você, sem a mínima possibilidade de defesa.    

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro