1 de fevereiro

James Campbell

Estava acordado a tempos, o problema era que Judith dormia até tarde aos finais de semana, provavelmente ela não acordaria agora.

Ou melhor, ela não acordaria sozinha agora, me remexi na cama e beijei a bochecha dela, desci os beijos até o pescoço e ela suspirou.

Ela abriu os olhos e eu me afastei um pouco, nos observamos e ela sorriu mordendo o lábio, observei ela sentar.

-Pra onde você vai?- perguntei.

-No banheiro.- ela vestiu a calcinha e pegou uma blusa de botão minha.

Olhei para o teto enquanto pensava no que eu estava fazendo aqui, legalmem poderia ser considerado errado, mas eticamente não era.

Quem dera eu pudesse explicar para Judith as coisas sem ter que expor Mary daquela forma, mas tudo era apenas uma questão de tempo agora.

Ouvi algo e quando percebi Judith já estava em cima de mim e sentando no meu abdômen enquanto eu ficava deitado.

-O que está pensando?- ela perguntou apoiando as costas nas minhas pernas que mantive dobradas.

-Você não iria querer saber.- alisei a coxa dela.

-Você sempre escondendo coisas.- ela ficou séria.- Devia me preocupar?

-Não, claro que não.- entrelaçei nossas mãos.- Alguma vez eu te coloquei em perigo nessa relação?

-Não.- ela balançou a cabeça.- Mas mesmo assim não quer dizer que eu não tenha que parar de me preocupar.- ela colocou os cabelos para trás.

-Eu falei no começo, você não iria se preocupar com nada.- observei o rosto dela.

-Você me conhece, eu me preocupo com tudo.- ela estava olhando para o nada a muito tempo.

-Então é melhor distrair você.- rapidamente virei nossos corpos e tinha ela embaixo de mim.

Judith sorriu e eu senti as mãos dela subindo pelo meu corpo carinhosamente, era a única coisa que distraía ela.

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2 de fevereiro

Judith Hunt Ballard

Estava sentada na bancada enquanto via janes cozinhar, balançava minhas pernas enquanto olhava para a casa em si.

Tínhamos ficado no quarto por muito tempo e estava morrendo de fome, James cozinhava super bem, então ele começou a fazer o jantar.

Já eu não sabia cozinhar, já tinha até colocado fogo na cozinha, minha mãe não teve que chamar os bombeiros, mas eu fiquei de castigo por vários dias.

Todos da minha família e até Link sabiam que eu não cozinha era encrenca, James sabia também, tinha quase cortado meu dedo cozinhando com ele.

Então eu ficava ali, no meu canto enquanto ele fazia a preparação para a lasanha, realmente era muito atraente.

James estava apenas de calça de moletom, agora imagine um homem como ele e com o porte dele fazendo lasanha, entrou na minha mente?

-Consegue colocar o vinho?- ele perguntou.

-Isso eu sei.- falei emburrada e ele sorriu.

Desci da bancada e fui até a adega, minha tia era muito apegada em vinho, ela tinha me ensinado qual era o melhor para cada comida.

Mia Harrisson foi a pessoa que me apresentou as bebidas, no meu aniversário de vinte e um anos ela veio até Boston e parou em cada bar para eu tomar cada bebida.

Peguei um vinho tinto mais seco e duas taças, comecei a ir até a bancada e coloquei as duas taças na bancada e abri o vinho.

Meu celular começou a tocar e deixei a garrafa do vinho em cima da bancada, olhei agora meu celular e vi que era Link, tinha atualizado ele a vinte minutos atrás.

-De novo?- James perguntou.

-Ele está preocupado.- expliquei indo até o celular.

-Ele sabe que você está....

-O que? Com você?- franzi as sobrancelhas.- Claro, vou dizer só meu amigo que estou saindo com um homem casado.

-Não foi minha intenção.- ele rosnou.

-Falar isso ou trair sua esposa?- levantei as sobrancelhas.

Ele me observou e eu desisti de olhar para ele, peguei o celular e caminhei até a parte de fora sentando na varanda em frente a piscina.

"-Oi.- comecei a brigar com o botão da camisa.

-Oi...o que aconteceu?- ele me conhecia bem demais.

-Nada, eu...- passei a mão pelo rosto.- Nada.

-Quer que eu vá buscar você?- ele perguntou.

-Não.- tentei sorrir.- Por que ligou?

-Só estava querendo saber onde deixava a chave do apartamento.- ele explicou.

-E então, como foi?- perguntei mais animada.

-Judith.- esperei ele falar mesmo assim.- Foi bom.

-Transou?- levantei a sobrancelha.

-Que merda...- ele bufou e eu ri.- Sim, eu transei.

-Finalmente, não era para estar tão chato.- coloquei os cabelos para trás.

-Onde eu deixo a chave?- ele perguntou e eu sorri.

-Pode deixar em cima da minha cama.- esfreguei os olhos espantando as lágrimas.

-Tem certeza que não quer que eu vá buscar você aí?- ele perguntou.- Ele está com você agora?

-Não...

-Se estiver em perigo diga a palavra.- ele e eu tínhamos uma palavra.

-Eu não estou em perigo, Link.- levantei.- Deixe a chave em cima da cama.

-Trinta em trinta minutos!- ele gritou doboirro lado da linha.

-Você não aguenta viver sem mim.- balancei a cabeça.- Vejo você amanhã."

Desliguei o celular e entrei novamente na casa, percebi que a lasanha já estava no forno e vi que tinha uma sacola da Gucci.

Meus olhos foram até James e vi ele com os braços cruzados e encostado na bancada, tentei não sorri, eu estava com raiva.

-Não pode me comprar uma bolsa toda vez que brigamos.- me aproximei.

-Não é uma bolsa.- ele sorriu.

-Mesmo assim, eu não sou interesseira.- expliquei abrindo a sacola.- Eu sou...

-Rica, eu sei.- ele observou eu abrir.

-Eu deveria jogar isso em você.- levantei as sobrancelhas tirando a caixa preta.

-Acho melhor tentar ver o que é antes.- ele sorriu.

-Você é muito idiota, não vou esquecer a briga por causa de um vestido.- ainda estava desatando o laço da faixa

-Não é um vestido.- ele estava se divertindo.

-Mesmo assim, nada que você me comprar vai fazer eu....- vi as botas que eu estava querendo comprar a tempos e não tinha tempo.

Peguei uma delas e vi o modelo, senti o couro na minha mão e quase comecei a chorar de felicidade por causa das botas

-E então?- ele perguntou.

Coloquei a bota na caixa de novo e olhei seria para ele, James sorriu sabendo que eu não conseguia nem mais disfarçar.

-Obrigada pela bota.- murmurei.

-De nada.- ele se aproximou.

-Mesmo assim, não muda nada.- nem eu mesma acreditava em mim.

-Tenho certeza.- ele me colocou no colo e passei minhas pernas por seus quadris.- Temos vinte minutos até a lasanha ficar pronta.

-É o bastante.- passei as mãos pelos cabelos dele.- Devia estar jogando aquilo em você.

-Não vai gastar suas novas botas comigo.- ele sorriu e eu tentei não sorrir.- Vamos, não é tão ruim.

-Quando o divórcio sai?- perguntei.

-Não sei ainda, os papéis demoram mais por ela ser de fora.- ele explicou e lembrei que ela era da Holanda mas veio para cá.

-Eles vão mandar ela para lá de novo?- franzi as sobrancelhas.

-Não, próximo mês completamos o tempo casados para ela ficar.- ele murmurou.

-Mas....

-Podemos não falar?- ele sempre pedia isso quando eu queria saber mais.

Assenti observando o rosto dele e então beijando seus lábios, ele nos deitou em um sofá da casa e começou a desbotoar minha blusa.

Me sentia horrível por não me sentir culpada, pelo menos não me sentia culpada naquela hora onde deveria estar sentindo culpa.

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3 de fevereiro

Thomas Lincoln

Decidi que Judith estava muito estranha naquela ligação e resolvi esperar ela no próprio apartamento.

E enquanto esperava vi que não havia comida nenhuma, ela estava esquecendo de comer e logo ficaria doente.

Enquanto pensava nisso a porta de correr abriu, ela apareceu com uma calça jeans e um moletom que não era dela.

Subiu o olhar até o meu e eu o desci vendo a mala em uma mão e uma sacola da Gucci na outra mão.

-Você parou para fazer compras?- perguntei surpreso.

-Não, eu ganhei.- ela colocou as coisas no chão.

-E por que ainda está triste?- cindjcia Judith para saber que compras a animavam.

-Eu...- ela suspirou vindo até mim.

-Judith, você está me preocupando.- sentei.- O que está havendo?

Ela silenciosamente sentou ao meu lado e me abraçou, logo passei os braços por seu corpo e alisei seus cabelos.

-Eu sou uma pessoa ruim?- ela perguntou.

-Claro que não.- franzi as sobrancelhas.- De onde tirou isso?

-Sinto que vou decepcionar todos.- ela estava chorando.- Eu sou uma pessoa horrível...

-Judith.- segurei seu rosto.- Você é a melhor pessoa que eu já conheci.- expliquei.- Quem disser o contrário vai se ver comigo.

Um sorriso pequeno tomou os lábios dela e tentei sorrir a trazendo para mim de novo, deitamos no sofá e ela ainda estava me abraçando.

Levei meus dedos até seus cabelos e alisei as mechas macias, não sabia o que estava fazendo ela ficar assim, tinha que descobrir.

Judith era uma pessoa boa, na verdade a melhor que já tinha conhecido, mas isso não a impedia de ser influenciada por outro alguém.

E desconfiava que esse alguém tivesse dado um presente da Gucci para ela, e sabia o que queria dizer, era alguma forma de manter ela feliz.

Voltei a olhar para ela e percebi que tinha dormido, suspirei levantando e a pegando nos braços para colocá-la na cama

Sua cabeça deitou em meu peito enquanto eu andava com ela até às escadas, alguém estava fazendo Judith ficar confusa.

O pior não era nem ela ficar confusa, o pior era ela achar que era uma pessoa ruim, isso queria dizer que ela estava fazendo algo que os outros desaprovariam.

A coloquei na cama e tirei seus tênis, arrumei para que ela ficasse no meio da cama e não caísse e então a cobri.

Não iria falar para os pais dela até descobrir o que estava acontecendo, e eu descobriria, não costumava desistir de algo facilmente.