Planejamentos
Gabriel Callahan acima!!
❤️❤️
18 de fevereiro
Judith Hunt Ballard
Senti uma brisa fresca rodar pelo quarto e abri os olhos espreguiçando meu corpo, respirei fundo esfregando meus olhos e ficando de barriga para cima.
Sentei na cama e puxei o lençol comigo e levantei as pernas abraçando elas enquanto via aquele quarto cheio de caixas.
Ouvi algo no banheiro e logo olhei para a direção, ele apareceu na porta apenas com uma calça de moletom cinza.
Ele colocou a toalha que estava nas mãos na cadeira de escritório e me observou enquanto tentava achar meu vestido.
-Você dorme demais.- ele murmurou e eu sorri preguiçosa.
-Já me disseram isso.- consegui achar meu sutiã e logo o coloquei.
-Seu celular estava tocando.- ele apontou para minha bolsa.
-Merda.- lembrei que meu pai queria fazer algo comigo.-Você viu minha...
Ele caminhou até o lado da cama e se curvou pegando minha calcinha, sorri levemente e peguei com pressa vestindo por baixo das cobertas.
-Tem alguma coisa importante?- perguntou simples enquanto eu me levantava.
-Um pouco.- peguei meu vestido e ele sentou na cama com as pernas esticadas, o corpo encostado na parede e os braços atrás da cabeça.
-Quer que eu deixe você em algum canto?- lembrava de uma moto.
-Não.- meu pai mataria ele, e Link também.- Droga.- peguei meus sapatos.
-Vai andando?- ele ficou surpreso quando fui até onde minha bolsa estava na bancada da cozinha.
-Não, eu vou pedir um táxi.- peguei o celular desbloqueando.
-Ok.- ele abriu a porta.
Coloquei os cabelos atrás da orelha e fui até a porta, passei a bolsa pelo meu ombro e comecei a passar por ele.
Gabe segurou meu braço e me parou, levantei os olhos e o encarei, ele segurou meu queixo e observou meus olhos.
-Acho que nunca mais vamos nos ver.- ele sorriu de lado e eu achei graça.
-É uma pena.- entrei no jogo.
-Merece uma despedida.- ele falou se aproximando.
Sorri quando ele roçou os lábios nos meus e afastei meu rosto fazendo ele sorrir, voltei a me aproximar e segurei a nuca dele enquanto capturava os lábios dele.
Gabe passou um braço pela minha cintura, senti meu corpo queimar quando ele mordeu meu lábio e então deu um selinho para finalizar.
Me afastei normalmente e comecei a caminhar até o elevador, continuei de costas, olhar só faria ele ficar ainda mais com o ego inflado.
Peguei o celular e liguei para Link, não era maluca de entrar em um táxi a essa hora da manhã com esse vestido.
"-Puta merda, Judith, onde você se meteu?- ele parecia preocupado.
-Bem...- entrei no elevador.- Eu não sei.
-Você não sabe onde está?- ele parecia furioso.
-Me dê.- ouvi a voz do meu pai.- Judith!
-Desculpe!- cobri o rosto.- Eu fiquei um pouco bêbada demais.
-Alguma referência?- meu pai perguntou quando eu saí do prédio e olhei envolta.
-Tem um café...- olhei para a esquina e falei o nome que estava na placa.
-Chegamos em cinco minutos.- ouvi portas batendo.- Espere no café."
Eu tinha que dar um jeito de fazer merda, atravessei a rua e entrei no café, sentei perto da bancada e pedi um café puro.
Passei a mão pelo meu rosto e tentei não deixar a dor de cabeça ganhar, mas estava com muita dor de cabeça.
Coloquei os cabelos para trás e o café chegou já minha frente, aproximei a caneca da minha boca e tomei um pouco.
A porta do café abriu e olhei para o lado com pressa, Link entrou seguido por meu pai e percebeu que eu ainda estava com aquele vestido.
Ele tirou o casaco e se aproximou de mim, senti o casaco cobrir meus braços e rapidamente coloquei os braços nele.
-Que merda, Judith, você tem que avisar.- Link arrumou a gola do casaco.
-Eu esqueci.- balancei a cabeça.- Você desapareceu ontem.
-Não temos tempo, a reunião vai ser agora.- meu pai explicou.- Trouxe umas roupas no carro e você se troca no carro, ok?
-Ok.- terminei o café e comecei a seguir eles.- Que reunião?
-Eu falei que era surpresa.- meu pai falou enquanto abria a porta do carro.
-Se for de novo com aquela coisa de assumir a direção...
-Tenha calma.- todos estavam no carro agora.- Chegamos em vinte minutos.
Ele subiu o vidro fumê e eu abri a sacola, peguei a calça jeans e comecei a subir pelas minhas pernas ajeitando pelas minhas pernas.
Ergui meu corpo e fechei o botão logo tirei o vestido e joguei na sacola pegando a blusa fina de algodão branca e passando.
Logo peguei um suéter azul clarinho, joguei os sapatos dentro da sacola também e peguei os tênis amarrando o cadarço rapidamente.
Olhei para o lado e vi um último relance de Gabe, ele desceu as escadas do prédio dele e olhou para os lados enquanto subia o zíper da jaqueta de couro.
Franzi as sobrancelhas quando ele girou as chaves na mão e passou a mão pelos cabelos, ele não me parecia estranho vendo a luz do dia agora.
Balancei a cabeça esquecendo e batendo no vidro duas vezes, Link desceu o vidro e me observou pelo retrovisor.
-Com quem é a reunião?- perguntei.
-Você tem uma noção diferente do que é surpresa.- meu pai sorriu virando uma esquina.
-Chato.- cruzei os braços.
Link deu um sorriso mínimo e eu apoiei o queixo no ombro dele, observei o caminho que estávamos percorrendo.
-Já ligou para Alice?- perguntei.
-Ainda não.- ele balançou a cabeça.
-Ela vai acabar com você quando voltar.- cocei a sobrancelha.
-Eu sei.- ele suspirou e eu o observei.- Vou ter que deixar ela gritar comigo.
-Aí você já vai estar admitindo a culpa.- pensei bem.- Não muito inteligente...mas eficaz.
-Ótimo, detetive.- Link me encarou e eu sorri.- Não consegue ficar calada, consegue?
-Tem uma vozinha na minha cabeça que fica dizendo pra falar de cinco em cinco segundos.- toquei minha têmpora e meu pai sorriu.
Link balançou a cabeça e voltei a sentar no banco de trás, cruzei as pernas e olhei para as janelas, fazia tempo que eu não ia até LA.
Estava bem ensolarado, diferente de Boston o calor ali era algo presente, porém estava sentindo falta do friozinho.
Tinha medo das surpresas do meu pai, uma vez ele quis que eu assumisse a empresa com dezoito anos, a minha resposta foi uma risada e um não divertido.
Sabia que um dia eu iria assumir a empresa e a máfia, mas ainda esperava que faltasse muito para esses dias, não queria entrar nisso mais ainda.
Apesar de gostar de fazer os trabalhos com meu pai, ele sempre fez isso parecer divertido, talvez fosse apenas uma forma de ver.
Não queria pensar em nada antes de ver aquela surpresa, talvez fosse apenas uma surpresa normal, talvez nem fosse nada demais.
✰
Judith Hunt Ballard
Estava sentada em uma sala de reunião, ao lado do meu pai, e estava olhando para a janela enorme e vendo LA de cima.
A porta abriu e dois homens de terno entraram, franzi as sobrancelhas quando eles sentaram em nossa frente e tentaram sorrir.
Pareciam estar com medo, acreditava que fosse mais do meu pai do que de mim, então apenas esperei.
-Podem explicar para ela o que estamos fazendo aqui?- meu pai pediu.
-Ah, claro.- o mais baixinho ajeitou o óculos.- Estamos fazendo um contrato de direção.
-Um contrato de direção.- assenti tamborilando o dedo na mesa.- O que é isso?- perguntei.
-Seu pai está dando a você uma chance de aprender a dirigir a empresa de Boston com o diretor atual.- ele explicou.
-Pai...- tentei.
-Ouça.- ele olhou para o outro, o careca.
-Você só vai assumir a direção da empresa quando o diretor atual disser que está pronta para isso.- ele mexeu as mãos.- Se você ainda não estiver pronta, ele vai continuar ensinando você.
Meus olhos foram até os do meu pai, eu ainda não acreditava que ele estava tentando me empurrar isso de novo.
Porém era um emprego em Boston e não aqui, e agora que eu estava sem emprego...viria a calhar muito bem.
Puxei um fio solto no suéter e balancei a cabeça olhando para os outros dois homens, depois então para meu pai.
-Só por que não tenho emprego.- assim que eu falei isso meu pai sorriu radiante.
-Continue.- meu pai pediu para eles.
-Você também vai assumir as negociações da máfia de Boston.- ele mostrou os papéis.- Esse daqui é você aceitando o emprego e esse daqui é aceitando essa parte de Boston, da máfia.
Comprimi os lábios pegando a caneta, olhei para meu pai com raiva e ele sorriu convencido, balancei a cabeça tirando a tampa.
Assinei primeiro o que dizia que eu aceitava o emprego de aprendiz em Boston, vi a linha do salário e quase tive um troço.
Meu pai sabia do que eu precisava, ele não era idiota, sabia que se eu não quisesse aceitar de primeira o salário seria algo que eu consideraria.
Assim que assinei peguei o outro contrato, assumir uma parte da máfia era uma coisa grande, mesmo que fosse uma parte pequena.
-Você vai se dar bem.- ele me encorajou.
-Eu sei.- balancei a cabeça.- Eu sempre me dou bem.- sorri e ele me acompanhou.
-Então por que não está assinando?- falou com uma voz calma.
-Eu estou assinando.- falei emburrada enquanto começava a assinar.
Quando terminei de assinar os dois homens de terno checaram os contratos e logo começaram a guardas os papéis na pasta.
Rapidamente eles saíram da sala e eu voltei a sentar na cadeira de uma forma que ela fosse um pouco para trás.
-Isso é um tipo de castigo?- perguntei.
-Um pouco.- ele assentiu.- Mas é mais um presente.
-Claro.- sorri olhando para a janela.
-Tem que começar a tomar mais cuidado na casa de quem vai parar.- ele falou sério.- Não quero receber uma ligação dizendo que foi sequestrada.
-Eu sei me cuidar.- coloquei os cabelos para trás em um toque nervoso.
-É melhor não arriscar.- ele suspirou.- Mataria sua mãe e sabe disso.
-Vou tentar ao máximo não ser sequestrada.- sorri e ele balançou a cabeça tentando não mostras o sorriso.
-Não sei como o humor de Mia chegou em você.- ele começou e eu ri.- Mas não devia ter deixado ela ensinar você....
-É um humor raro hoje em dia!- defendi e ele caiu na risada.
-Vamos voltar, íamos almoçar fora.- ele levantou e eu suspirei.- Cansada?
-Um pouco.- levantei.
-Uma pena, ninguém mandou ficar saindo com desconhecidos.- meu pai pegou o balzer e revirei os olhos sorrindo.
A noite que eu tive ontem valeu a briga e a patada, acho que era a primeira vez em muito tempo que eu realmente me sentia exausta depois do sexo.
Meu pai abriu a porta da sala de reunião e Link levantou, ele me observou e eu o olhei como se dissesse " mais tarde eu conto pra você"
Ele assentiu e ficamos lado a lado enquanto andávamos até o elevador, não sei qual seria a reação dele quando eu contasse.
Decidi que estava mais com fome do que com vontade de saber isso agora, então tudo que eu queria era chegar em casa e tomar o resto do café da manhã.
✰
Gabriel Callahan
Sai de cima da moto e observei a casa de praia luxuosa na qual minha mãe vivia junto com meu padrasto.
Me dirigi até a porta e guardei as chaves no bolso, empurrei a porta e quando ela abriu vi minha mãe sentada no sofá.
Os anos não tinham sido gentis com ela, apesar de ainda parecer jovem e bonita ela estava acabada.
Bebia vinte quatro horas por dia e chegou uma vez a ter overdose, bufei quando vi aquela bebida na mão dela assim tão cedo.
-Mãe?- chamei ela enquanto fechava a porta.
-Não grite, Gabriel.- ela fechou os olhos.
-Não devia estar bebendo a essa hora.- me aproximei.
-Você conseguiu?- ela me observou.- Conseguiu transar com Judith Ballard?
-Sim.- assenti e um sorriso vitorioso tomou os lábios dela.- Onde está Miguel?
-Ela fora, com Gregory.- ela apontou tomando mais alguns goles.
-Pode parar de beber?- perguntei.
-Não enche o saco, menino.- ela voltou a folhear a revista.
Revirei os olhos colocando as mãos dentro dos bolsos e caminhei até o quintal, a casa era grande o bastante para minha mãe e Gregory se desencontraram.
Vi Miguel e ele sentados em uma mesa e olhando envolta, os dois me viram e Miguel levantou com pressa.
Comprimi os lábios olhando para os lados e ele segurou meus ombros com um sorriso, Miguel e minha mãe tinham o mesmo objetivo.
-Conseguiu?- ele perguntou.
-Sim.- assenti.
-Então agora vamos para a segunda parte.- ele pegou algo no casaco e vi um envelope.- Aqui está tudo que precisa. Vai ficar em um apartamento, os primeiros alugueis estão pagos. Arranjei um emprego bom...
-Ok.- guardei o envelope.
-É bom não falhar nisso, Gabriel.- Miguel me encarou.- Precisamos de Judith para que dê certo.
-Não vou falhar.- garanti e ele sorriu.
-Vamos ver.- Gregory falou se aproximando.- Investi muito em você para falhar.
Gregory Callahan era um empresário famoso, não era envolvido com a máfia, mas estava ajudando a bancar nossos planos.
Os nossos homens eram aqueles que eram leias a Aaron Woodward, meu pai, eu nunca tinha o conhecido, e como poderia?
Ele morreu no ano em que eu nasci, minha mãe estava grávida de dois meses quando foi abandonada por ele.
Em cálculos, eu era dois meses mais velho que Judith, e por isso eu deveria comandar a máfia Woodward, que agora era Ballard.
-Eu não vou falhar.- garanti pela segunda vez.
-É difícil ficar transando com uma mulher e não desenvolver algo por ela.- Gregory informou.
-Tem certeza de que pode fazer isso?- Miguel sorriu.- Podemos mandar outro...
-Não, eu quero fazer isso.- expliquei.- Você disse que sendo eu teria mais impacto.- encarei Miguel.
-Então está certo.- ele assentiu.
-Só não estrague tudo, menino.- Gregory nunca se deu o trabalho de falar meu nome.- Temos esse plano a anos.
-Eu sei.- fechei meus punhos com raiva.
-Se ela for igual Amelia, vai ser fácil executar o plano.- Miguel explicou.- A menina deve ser mimada e fraca, não saberia nem dar um peteleco.
-Mas é uma graça.- Gregory tinha visto fotos dela.- Com certeza podemos nos divertir com ela quando as fases estiverem completas.
-Isso vai deixar Logan louco.- Miguel assentiu.
-Eu vou embora.- não podia ouvir aquela conversa.- Arrumar as coisas para amanhã.
-Mande um sinal quando começar a fase dois!- Miguel falou ao longe.
Entrei novamente na casa e vi minha mãe do mesmo jeito, lendo aquelas revistas enquanto bebia um copo cheio de álcool.
Ela sabia que eu iria para Boston, sabia que era meu último dia aqui, mas nem por isso ergueu um olhar para mim, nenhuma despedida.
Não tinha sido criado como as crianças normais, passei todos os meus aniversários e datas importantes em um internato.
Não recebi carinho e amor da minha mãe e nunca esperei isso dela, nem do meu tio, e muito menos de Gregory.
Caminhei até a minha moto e coloquei os óculos escuros enquanto pegava o envelope e via minha passagem e documentos.
Tinha que ter documentos para todos verem, nos meus documentos falsos meu nome era apenas Gabriel Callahan, diferente do da certidão.
Gabriel Aaron Woodward Callahan.
De alguma forma eu não gostava daquele nome, principalmente do nome do meu pai estar no meu nome, eu nem tinha o conhecido.
Pessoas falavam que ele era louco, e me previnir ao máximo, não queria ficar louco, e sempre estava me policiando.
Fiz sequenciamento genético, eu não tinha herdado qualquer gene que me levasse a loucura, e agradecia por isso.
A minha vingança seria a de todos da minha família e todos aqueles que odiavam Amelia Ballard e Logan Hunt.
E eles iriam sofrer, por que a precisosa filha deles seria parte de um plano no qual eles saíram bem machucados.
Liguei a moto e coloquei o envelope de volta no casaco, respirei fundo fechando a jaqueta e comecei a ir embora daquela merda de lugar.
Estava indo preparar a segunda fase.
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