Partir
8 de maio
Judith Hunt Ballard
Estou na frente do jatinho, ele vai me levar para onde eu decidi ir, quis que apenas meu pai soubesse para onde eu iria.
Mas agora todos estavam aqui para se despedir e estavam me fazendo querer chorar, e eu não queria estar chorando.
Tyler chega na minha frente e me encara, passei minha infância toda com ele e vivi tudo que tinha para viver com ele.
Sempre fogo que estou vendo um reflexo de mim, e realmente sempre vejo, e quando ele sorri eu engulo o choro.
-Tem certeza?- ele pergunta mais uma vez.
-Sim.- assinto.
-Eu devia cuidar de você...
-Eu sou a mais velha, eu deveria cuidar de você.- cruzo os braços.
-Eu sei, mas eu sou mais alto.- ele sorri.
-Tinha que dar um jeito de estragar isso.- reviro os olhos.
Fico surpresa quando ele me abraça, fecho meus olhos e o aperto em meus braços, Tyler aperta meu ombro.
-Cuide dele.- murmuro.- Ajude ele a seguir em frente.
-Ok.- ele assente.- Fique segura, ok?
-Ok.- me afasto.
Ele coloca as mãos nos bolsos e se afasta, Hannah se aproxima de mim e nos encaramos por um segundo antes dela me abraçar.
Sorrio afundando meu rosto nos cabelos dela e deixando que ela acaricie minhas costas, tentava controlar minhas algrimss ao máximo.
-Se precisar de qualquer coisa.- ela sussurra.- Me ligue, qualquer hora.
-Eu sei.- assinto.
Ela se afasta e eu olho para o lado, Brandon está vindo e sei que vai me dar um daqueles abraços de urso que sempre me dá.
Sorrio quando ele me envolve nos braços e tapa completamente todo o sol que vejo, passo meus braços por ele e o aperto.
Ficamos abraçados assim sem dizer uma palavra, mas sei o que ele quer dizer e ele sabe o que vou dizer também.
Sinto ele beijar o topo da minha cabeça e então se afastar, eu cruzo os braços e vejo Willie chegar na minha frente.
-Tome cuidado.- ele murmura.
-Vou tomar.- o tranquilizo.
-Estaremos aqui.- ele sorri.- Sempre estaremos aqui para você, Judith.
-Eu sei.- um sorriso leve toma meus lábios quando ele bagunça meus cabelos.
Observo Mia se aproximar enquanto arrumo meus cabelos, ela arruma meu casaco e coloca as mãos nos meus ombros.
-Não desapareça totalmente.- ela sorri.- Dê notícias a nós, mesmo que seja apenas um Ok.
-Certo.- balanço a cabeça.
-Aproveite esse tempo.- ela arruma meus cabelos.- Por nós duas, ok?
-Ok.- quando falo isso ela me abraça.
Sinto seus braços apertaram meu corpo e sorrio devido a preocupação que ela está demonstrando.
Ela dá um beijo de despedida na minha testa e então vai até Willie, viro de costas para eles e vejo meus pais.
Passo os braços por eles e coloco o rosto entre as cabeças deles, eles sabem que vou passar um bom tempo fora.
Minha mãe beija minha bochecha e olha para meu pai, ele assente e ela se afasta, já nos despedimos no hospital.
Ele me leva até dentro do jatinho e eu sento em uma das cadeiras perto da janela, enquanto coloco o cinto ele senta ao meu lado e coloca um envelope amarelo.
Termino de ajeitar o cinto e ele respira fundo olhando envolta, parece quando eu fui para Boston, só que ele não me deu o envelope que estava me dando agora.
-Aqui tem dinheiro para alguns meses.- ele explica.- Depois que Simon começar a dar os trabalhos para você...vai ter seu próprio dinheiro.
-Eu sei como funciona, pai.- murmuro.
-Tem uma arma também.- ele continua.- Um passaporte falso. Use o Hunt, ok?
-Ok.- assinto.
-Tome cuidado.- ele fala sério.- Esse trabalho...pode ser perigoso...
-Eu já fiz uma vez, esqueceu?- tento sorrir.- Eu vou ficar bem.
-Três toques para você está bem. Dois toques para precisa de ajuda.- ele lembra.- Não esqueça...
-Não esqueci.- aperto a mão dele.- Pode ir, pai.
-Não é fácil deixar você ir, Judith.- ele tenta sorrir.
-Obrigada por se preocupar.- um sorriso corre meus lábios.- Mas agora precisa me deixar ir.
-Estaremos aqui.- ele levanta.
-Eu sei.- assinto.
-Quando você voltar.- ele se aproxima da porta.
-Eu sei.- sorrio.
-Amamos você.- ele tenta sorrir.
-Não mate Gabriel da cansaço.- lembro e ele sorri.- Ele precisa de uma família...
-Eu sei.- meu pai assente.
-Tchau.- coloco meus braços em cima da mesa e perto do envelope.
-Tchau.- ele está pronto agora.
Sorrio quando ele desce e a porta começa a fechar, então olho para o envelope e me encolho na poltrona enorme.
Cruzo meus braços e o jatinho liga os motores, respiro fundo e estico uma das mãos para o envelope.
Assim que abro o lacre vejo o dinheiro e então pego a arma, chego o pente e vejo doze balas, logo o coloco de volta e travo ela.
O jatinho começa a subir voo e eu engulo em seco assim que percebo que já estou sozinha, coloco a mão no envelope e pego o celular descartável.
Assim que chegar no meu destino vou ter que ligar para Simon, ele vai me dar as instruções até onde eu vou ficar e lá vai ter o que eu preciso.
Depois disso eu vou ficar cumprindo trabalhos e ganhando meu próprio dinheiro, que vai ser transferido para uma conta apenas minha.
Passo a mão pelos cabelos e respiro fundo uma vez, um tempo longe vai fazer bem, eu já fiz isso antes e deu tudo certo.
Eu só precisava ficar longe. De tudo.
✰
9 de maio
Gabriel Callahan
-Sério?- pergunto abrindo a porta do apartamento.
-Sempre começa de baixo.- Logan balança os ombros.
-Eu acho que vi alguém se drogando na porta.- murmuro botando minha mala em cima da bancada.
-É, tem seus altos e baixos.- ele sorri.
-Pelo menos é alguma coisa.- cruzo os braços.- E Judith?
-Ela está...bem.- ele respira fundo.
-Só sabe disso?- pergunto abrindo a geladeira e vendo que pelo menos ela está cheia.
-Eu ligo para o telefone, três toques é estou bem e dois toques é preciso de ajuda.- ele tenta sorrir.- Três toques, então...
-Ela está bem.- murmuro e ele assente.
-Sabe onde ela está?- pergunto mais uma vez.
-Sim, mas você não pode saber.- ele vai até a porta.- Amanhã de manha vamos começar. Tem um celular novo em cima da cama, meu número já está nele.
-Ok.- assinto.
-Até amanhã, Gabriel.- ele fecha a porta e vai embora.
Cruzo meus braços e olho para o pequeno apartamento. Cozinha, sala e quarto, e acredite, é ainda menor do que parece.
Mas pelo menos é um lugar, Logan disse que eu começaria por baixo, e eu estava feliz em estar ali, do lado certo agora.
Eu estava preocupado, na verdade, não sabia onde Judith estava e não sabia o que ela estava fazendo, assim como Miguel.
E se ele estivesse perseguindo ela? E se agora estivesse levando ela? E se estivesse com ela nesse exato momento?
Passo a mão pelos meus cabelos e lembro de como Judith gostava de passar os dedos em meus cabelos.
Engulo em seco e esqueço rapidamente, ela disse que eu não deveria pensar nela, porém não consigo não pensar nela.
Vou até o quarto e pego o celular, apoio ele na mesinha ao lado da cama e me jogo nela olhando para o teto.
Preciso esquecer Judith, em parte ela estava certa, passei minha vida toda "obcecado" por ela, e agora eu estou "livre".
Respiro fundo e penso que esse tempo pode ser bom, não só para Judith, mas para mim também, eu preciso de tempo também.
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