Descobertas
16 de fevereiro
Judith Hunt Ballard
O dia estava quase acabando quando eu recebi um chamado para a sala de James, talvez ele quisesse conversar.
Depois de Link nos ver juntos eu estava com medo do que aconteceria, não tinha conseguido falar com ele desde cedo.
Deixei minhas coisas em cima da mesa, para que assim que eu terminasse com a conversa fosse embora.
Não sabia como estava me sentindo depois de transar com James, depois de ele dizer que tinha se separado e dizer que me amava....
Não sabia se acreditava cem por cento, mas de alguma forma eu queria acreditar, acho que foi isso que me fez ficar com ele.
Bati duas vezes na porta antes de abrir, esperava James com um sorriso divertido e sozinho, mas não foi o que encontrei.
Engoli em seco ao ver meu pai sentado em frente a James, pisquei quando vi a arma deitada e apontada para James também.
Fechei a porta atrás de mim e meu pai me observou com um semblante sério, Link ia me pagar por chamar ele aqui.
-Pai.- murmurei indo até a mesa.- Não pode apontar a arma para alguém assim.- peguei a arma.
-Posso apontar se você é um traidor vagabundo.- ele encarou James.- Conversamos muito.
-Link não devia ter chamado você.- travei a arma e tirei a bala já preparada.
James me olhava com surpresa, talvez vendo como eu era familiarizada com aquela arma, ele não sabia de quem eu era filha.
-Tem certeza?- meu pai parecia calmo.- Parece que ele é mais sincero que você, Judith.
-Eu já sou adulta.- o encarei.
-Não parece.- ele apontou para James.- Eu sei de tudo sobre ele.
-Não quero saber.- coloquei o cabelo atrás da orelha enquanto colocava a arma em cima da mesa de novo.- Por que não vamos para algum outro lugar?
-James está gostando da reunião familiar, não está?- meu pai o encarou.
-Não verdade, não....- James começou a falar.
-Cale a boca.- meu pai mexeu a mão.- Vamos ver.- meu pai pegou a pasta no colo.
-Pai.- comprimi os lábios.
-Casado a seis anos.- meu pai começou.- Não há nenhuma assinatura de divórcio.- olhei para James e ele abaixou o olhar.- E surpreendentemente tenho fotos bem explícitas.- meu pai encarou James.
-Que fotos?- caminhei até atrás do meu pai.
Haviam fotos de James transando com Mary, franzi as sobrancelhas quando vi a data, eram de dois dias atrás apenas.
Raiva começou a corromper meu corpo ao olhar para James e ver que ele estava calado e com fúria em seus olhos, direcionada ao meu pai.
-Vamos continuar...- meu pai virou a página.- Dono de uma empresa bem famosa, conhecido em vários veículos de imprensa.- a voz de meu pai ondilava entre calma e furiosa.
-Eu já entendi.- murmurei.
-E você ainda sim estava com aquele homem?- meu pai apontou para James.- Judith, eu criei você melhor que isso.
-É, eu sou uma decepção.- encarei James e ele comprimiu os lábios.
-E ainda obrigou a esposa a abortar.- ele mostrou uma folha de preenchimento no hospital.
Meus olhos se encheram de lágrimas e James me observou, peguei a folha e comecei a amassar, meu pai ficou surpreso.
-Não foi a esposa dele.- falei baixinho.
-O que?- meu pai perguntou.
-Não foi a esposa dele que abortou.- elevei minha voz.
Meu pai arregalou os olhos e simplesmente perdeu aquela postura de calma e apaziguadora quando partiu para cima de James.
Os dois caíram no chão e eu arregalei meus olhos vendo que os dois rolando no chão e tirando mais sangue um do outro.
-Pai!- gritei tentando me aproximar.- Pai, por favor!- gritei.
Meu pai ainda estava em ótimo estado, ele podia ganhar aquela luta, ou pior, ele podia matar James na porrada.
James já não estava mais se aguentando e sangrando demais desistiu de lutar, meu pai segurou a gola da camisa de James e continuou socando ele.
-Pai!- puxei o blazer dele.- Você vai matá-lo!
-É o que eu pretendo!- ele gritou me deixando puxar para longe.- Seu filho da puta!- meu pai gritou enquanto eu o afastava.- Não chegue mais perto da minha filha!- James se sentou tonto.
-Ela não consegue ficar longe de mim.- me surpreendi quando James falou com uma voz divertida.- Parece que sua filha gosta de transar com homens mais velhos.- ele riu.- Ela é uma vadiazinha...
Meu pai voltou pra cima dele, eles iriam se matar, na verdade meu pai o mataria, e não deveria ser um problema para meu pai, na verdade nem para mim agora.
Respirei fundo e simplesmente desisti de livrar James da fúria do meu pai, a porta abriu e Link passou por mim tirando meu pai de cima dele.
-Acho que ele já entendeu.- Link encarou meu pai.- Logan...
-Se olhar pra minha filha de novo eu volto aqui e acabo com você com uma bala.- meu pai pegou a arma e guardou no coldre.- Tome isso como um aviso prévio.
Meu pai se voltou para mim e abriu a porta, passei por ele e por Link, me agachei na frente de James e o vi acabado de porrada.
-A sua vida vai acabar.- levantei as sobrancelhas.- E você vai rastejar até mim pedindo por ajuda.- ele riu de escárnio e eu sorri.
-Você não tem coragem.- ele balançou a cabeça.
-Eu não tenho coragem?- comecei a avançar e e Link me afastou dele.- Seu filho da puta, vai ver o que é não ter coragem.- rosnei.
-Judith.- Link segurou meu rosto.- Vamos embora, ok?
-Ok.- abaixei o olhar.
Ele subiu a mão ate minhas costas e começou a me levar de lá, meu pai veio atrás e agora não sabia mais como encarar ele.
Link pegou minhas coisas em cima de mesa e continuou me levando até o elevador, assim que entramos meu pai apertou em apertar o botão do térreo.
-Judith...- ele começou.
Avancei contra ele e o abracei, meu pai passou os braços por mim e me apertou, de repente o choro começou e eu não conseguia mais parar.
-O jatinho está pronto.- ele explicou baixinho.- Podemos ir para LA.
Assenti rapidamente e ele esfregou minhas costas aceitando aquela resposta, eu queria minha mãe, eu queria ficar longe dali por enquanto.
-Obrigado por nos acompanhar, Link...- meu pai falou enquanto me deixava em seus braços ainda ao andar.
-Eu vou com vocês, para LA.- ele explicou e levantei o rosto.
-Você vai?- franzi as sobrancelhas.
-Claro que vou.- Link olhou para meu pai.- Fico com ela enquanto você chama o carro.
Meu pai assentiu ao chegarmos lá fora e se afastou pegando o celular, Link me ajudou a vestir o casaco facilmente.
Limpei rapidamente as lágrimas e ele pousou a mão na minha nuca e me puxou para seu corpo, abracei ele e seus lábios encostaram na minha testa.
-Obrigada por ir comigo.- murmurei.
-Não precisa agradecer.- ele acariciou meus cabelos.
O celular dele começou a vibrar e rapidamente vi ele pegar o celular, vi o nome de Alice e ele logo desligou o celular.
Me senti culpada naquela hora por ele estar deixando Alice de lado, abri minha boca para dizer que ele poderia ficar se quisesse mas o carro chegou.
Link me levou até o carro e abriu a porta para mim, meu pai sentou de um lado e Link sentou de outro lado.
Ir pra LA era a melhor opção naquele momento, não seria para sempre, só por enquanto eu arranjava alguma resposta.
Precisava da minha família, precisava da minha mãe, precisava do meu pai, precisava principalmente estar em casa com eles.
✰
17 de fevereiro - Madrugada
Thomas Lincoln
Judith estava dormindo em meu colo, ela tinha chorado tanto que deve ter cansado de alguma maneira.
Acariciava seus cabelos enquanto olhava para as seis chamadas perdidas de Alice, mas agora eu não podia atender.
Estávamos pousando em LA, percebi que logan estava pensativo o voo todo, e eu queria saber o que tinha acontecido lá dentro para ele perder a paciência.
-O que aconteceu?- perguntei.
-Como?- Logan perguntou.
-O que aconteceu lá dentro?- refiz a pergunta.- Por que perdeu a calma lá dentro?
-Por isso.- ele desamassou um papel.
Peguei o papel e vi a assinatura de James em uma ficha de aborto, o feto tinha seis semanas quando foi abortado.
Então eu percebi, olhei para Judith e então olhei para Logan, ele assentiu e olhei novamente para o papel.
Se eu soubesse disso teria deixado ela pular em cima dele, teria deixado Logan matar ele com socos, pegaria a própria arma dele e atiraria em sua cabeça.
-Eu não sabia...- balancei a cabeça.
-Não tinha como saber.- ele pegou o papel de novo.- Judith sabe como fazer as coisas sozinhas.- ele parecia ver algo naquele papel que eu não via.
Um aviso do capitão fez Judith acordar e a ajudei a sentar, ela colocou o cinto e passou a mão pelo rosto.
Começamos a pousar e ela fechou os olhos, Judith não gostava muito de jatinhos, mas sempre estava neles de algum modo.
Rapidamente pousamos e já estávamos liberados para sair, Logan foi na frente e eu fiquei para acompanhar Judith.
Ela andava lentsmme, não sabia se era por estar cansada ou se era por estar ainda digerindo todas as coisas.
Descemos as escadas e ela olhou para frente, fiz a mesma coisa e vi a mãe dela saindo de uma BMW preta.
Judith pareceu relsirsr aliviada e Amelia tentou sorrir, a primeira andou rapidamente até a mãe e a abraçou com força.
Amelia acariciou os cabelos de Judith e fechou os olhos afundando o rosto em seus cabelos, Logan colocou a mão no ombro de Judith e a mão de Amelia foi para o mesmo canto.
-Que bom que está em casa.- Amelia murmurou.
-Desculpe.- Judith falou baixinho.
-Não fale isso.- Amelia beijou a testa dela e olhou para mim.- Está esperando o que?- ela sorriu.- Vamos.
Eu tentei sorrir e Judith esperou os pais entrarem para me observar, segurei a mão dela e apertei levemente.
Ela assentiu e entrou no carro, finalmene ela estava em casa e esperava que melhorasse algo, faria de tudo para ela melhorar.
Já tinha avisado para Hannah e soube que ela viria amanhã de tarde, ou seja, passaríamos o feriado e o aniversário do pai dela juntos e longe de Boston.
Faria de tudo para que Judith ficasse bem, LA era um poço de diversão, eu deveria achar alguma coisa para fazer ela ao menos sorrir.
LA tinha sido a melhor escolha.
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