Algo Sério
18 de junho
Gabriel Callahan
Fico ao lado de Logan e encosto meu corpo na parede enquanto vejo ele bater na porta do apartamento do cara que está querendo vender informações nossas.
Ele abre a porta e percebe que estamos ali, sorrio quando ele tenta fechar a porta e Logan segura antes que consiga.
-Sr.Hunt, eu não...
-Nem começe.- ele sorri entrando no apartamento.- Você roubou informações.- fecho a porta atrás de mim e ele olha para Logan e então para mim.
-Eu não roubei nada.- ele balança a cabeça.
-Informações sobre os nossos fornecedores foram tiradas do canto.- murmuro.- Não sabe nada sobre isso?
-Não, eu juro que não.- ele anda até o meio do apartamento.- Eu sou inocente.
-Acho que viemos para o cada errado.- Logan me encara.
-Isso!- ele assente.
Sorrio para ele e então segurou seu ombro e o bati contra a parede, ele gemeu de dor e Logan arrastou uma cadeira até ele.
O fiz sentar e ele levou a mão até o nariz, se desesperou quando viu o sangramento, tirei uma faca de dentro da jaqueta e ele se desesperou.
Girei ela na minha mão e então olhei para Logan, ele confirmou com a cabeça e eu sabia que era agora que mostravamos que não estávamos brincando.
Então eu me aproximei e enquanto me agachava na frente dele, enfiei uma faca em sua coxa e ele gritou de dor.
-Talvez isso refresque sua memória sobre as informações.- murmuro.
Logan assente e me afasto.
-Sabe o que acontece com quem rouba informações?- Logan se aproxima.
-Eu não...
-Uma bala no meio da cabeça, é isso que acontece.- Logan sorri.- Não precisa ser assim se me disser quem queria as informações.
O cara parece desesperado, falei para Logan que ele não vai dizer, mas agora parece que ele vai revelar.
-Se eu disser...você não vai me matar?- ele pergunta.
-Sim, vamos apenas exigir que saia da cidade.- informo e ele tenta sorrir.
-E então? Qual vai ser?- Logan cruza os braços.
-Chineses.- ele explica.- Alguns chineses vieram a alguns dias atrás e me pediram seus fornecedores.
-Chineses.- Logan me encara.- Alguma lembrança?
-Não.- balanço a cabeça.
-Já posso ir?- ele tenta levantar.
-Espere.- Logan faz pressão no ombro dele e ele volta a sentar.- Tinham tatuagens nas costas das mãos?
-Sim, dragões, parece.- ele engole em seco.
-É grave?- pergunto.
-Não, ainda não.- Logan balança a cabeça.- Obrigado por dizer, fez algo bom antes de morrer.
-O que?- ele arregala os olhos.
Rapidamente saco a arma e o silenciador faz seu trabalho, apenas aparece uma linha fina ente seus olhos e que desce pelo seu nariz.
Ele cai morto no chão e eu guardo a arma, Logan coloca as mãos dentro do blazer e olha para ele com pena.
-Temos que falar com os outros, amanhã.- ele cruza os braços.
-O que os chineses estão tentando?- pergunto.
-Eles já tentaram antes, mas achei que não iam tentar de novo.- Logan me encara.- Amanhã falamos sobre isso.
-Eu sei, mas pode me dar uma luz...
O telefone dele começa a tocar e ele o pega, vejo o nome de Simon e meu coração começa a bater mais rápido.
Logan se afasta e atende, olho para o corpo daquele homem de novo e lembro do fotógrafo que matei por causa de Judith.
Eu sabia algumas coisas, sabia que ela estava bem e estava trabalhando com Simon, uma das assassinas de aluguel.
Sabia que ela fazia o trabalho muito bem e sabia que ela estava com alguém, com uma mulher, e não a julgava, depois de tudo...
E eu também estava saindo com alguém, então todo mundo tinha alguém, estavam todos bem, por que todos estavam em seus respectivos lugares.
Vejo a expressão de Logan e percebi que está tudo bem, ele desliga o celular e então me encara por um tempo.
-Ela está bem?- pergunto.
-Sim, matou um traficante italiano a dois dias atrás.- ele sorri guardando o celular.- Simon está cuidando dela.
-E agora?- olho para aquele cara.
-Agora você se livra do corpo e depois vai para casa.- ele sorri indo até a porta.
-Achei que tínhamos gente pra isso.- não gosto de sumir com corpos.
-Temos, mas você parece querer isso mais que os outros.- sorrio quando ele fecha a porta e me deixa sozinho.
Ótimo. Agora eu tinha que me livrar de um corpo e nem sabia por onde começar, pelo menos sabíamos quem queria as informações.
Mas os chineses eram casca grossa, eles travavam guerras por qualquer coisa, e isso seria difícil de lidar no momento.
Miguel estava por aí ainda, tínhamos gente tentando pegá-lo, e gente de olho na minha mãe e no velho.
Mas parecia que ele tinha feito sua última jogada e sumido, então estávamos no escuro desde então, totalmente no escuro.
✰
Gabriel Callahan
Abro a porta do apartamento e sinto o cheiro de lasanha, meu estômago ronca e eu percebo que não comi desde manhã.
Agora tenho um apartamento maior, graças a semanas de esforço, agora eu realmente recebo para trabalhar para Logan e pisos comprar algo no centro.
Tranco a porta e coloco minhas coisas no gancho, assim que passo pelo corredor da entrada e chego na cozinha a vejo.
Ela está com uma das minhas blusas e um short legging, os cabelos ruivos estavam amarrados em um rabo de cavalo.
Assobio e ela olha por cima do ombro e sorri.
-A lasanha está quase pronta.- ela se aproxima.
-Vou começar a engordar se você continuar cozinhando assim.- falo enquanto ela passa os braços pelos meus ombros.
-Por isso corremos todo dia, de manhã.- ela sorri dando um selinho nos meus lábios.
-Eu sei.- sorrio.- Como foi o dia?
-Precisei fazer uma cirurgia de emergência em uma criança.- ela suspira.- Foi horrível, tanto sangue.
-Ela sobreviveu?- acaricio seus cabelos.
-Sim, mas está na UTI.- ela me encara.
-Ele sobreviveu, Sam.- beijo a bochecha dela.- Já é alguma coisa.
-Eu sei.- ela deita a cabeça no meu peito.- E o seu dia?
Era aí onde eu congelava, não conseguia dizer a ela que eu tinha matado um homem e jogado o corpo dele em uma fogueira.
Sam não sabia o que eu fazia, ela achava que eu trabalhava de administrador em uma das empresas de Logan.
Ela pensava que eu era uma pessoa normal, que eu saia para correr com ela, ia para o trabalho e voltava para ficar com ela.
-Foi uma chatice, não salvei nenhuma vida.- tento sorrir.
-Palhaço.- ela fica na ponta dos pés e morde meus lábios levemente.- Pegue os pratos.
Nos separamos e eu vou até o armário, pego os pratos e coloco na mesa, vou até a gaveta e a abro para pegar os talheres.
Sam e eu não moramos juntos, mas ela sempre está aqui quando não está no hospital, então estamos praticamente morando juntos.
Não queria nada sério e ela também não, então estávamos bem por enquanto, ela também não sabia de Judith ou do bebê.
Pego as taças de vinho e ela abre um deles, observo ela colocar até a metade e então me dar uma taça.
-O que você tem?- ela pergunta.
-Como?- pergunto.
-Chegou mais tarde do que o normal, o que você tem?- ela explica.
-Eu tive um dia longo.- suspiro sentando.
-Ótimo, vamos comer e então ir pra cama.- ela pega as luvas e coloca a lasanha em cima da mesa.
-Que horas começa seu turno amanhã?- pergunto.
-As sete.- ela começa a cortar.- Acho que vou voltar mais tarde.
-Então amanhã vamos jantar pizza.- sorrio pegando o garfo.
-Não, pizza não é saudável.- ela me encara.- Tem sanduíche light na geladeira...
-É horrível.- eu franzo as sobrancelhas.
-Mas não faz você ter um ataque aos vinte e três.- ela sorri tocando meu nariz.
-As vezes eu não gosto da sua parte médica.- sorrio com raiva.
-Eu sei.- ela come um pedaço.- Mas gosta da parte cozinheira.
-Essa eu gosto.- a lasanha dela é incrível.
Tenho que dizer para mim mesmo que estou feliz, por que eu realmente estou feliz com Sam, ela é normal.
Não é filha de um mafioso, ou uma assassina de aluguel, ou a mulher que me fez acreditar que eu não iria ficar doido...
Sam não era Judith. E isso era bom.
Sam era doce e sensível, ela salvava vidas e cozinha bem, ela é uma mulher inteligente e quer ficar comigo, está pronta para ficar comigo.
Eu estou bem, todos estão bem, Judith está bem longe de mim, e ela vai continuar lá por vários meses e meses.
Então eu tenho tempo com Sam, por que eu a quero e quero esse tempo com ela, e é o que eu vou fazer.
✰
Gabriel Callahan
Os pesadelos me acordam e eu tento respirar fundo algumas vezes, não dá certo e eu tento lavar o rosto.
As vezes eu os tenho e as vezes não. Mas é sempre o mesmo, Judith está sangrando na estrada e ninguém a ajuda.
Assim que começo a me esquecer volto para a cama e afundo meu rosto nos cabelos de Sam, ela se remexe e acorda.
-Pesadelos?- ela pergunta.
-Sim.- beijo seu pescoço.
-Precisa ir na terapia.- ela suspira.- Estou marcando a dias e você sempre dá bolo.
-Eu sei, só...- respiro fundo.- É difícil.
-Eu sei, querido.- ela segura minha mão.- Mas se você quiser ter uma chance de não ter mais pesadelos...comece por isso.
-Que tal amanhã?- eu pergunto.
-Ok.- ela sorri se aconchegando.
-Obrigado.- falo de verdade.
-De nada.- ela fecha os olhos.- Agora vamos dormir.
Respiro fundo e fecho meus olhos, Sam sempre disse que era melhor eu fazer terapia desde que expliquei as coisas com o velho Callahan.
Ela acha que tenho esses pesadelos por causa dele, e tenho medo de que quando for na terapia perceba algo que não quero perceber.
Por isso eu estou sempre faltando a terapia, por que ficar com ela ali, ter Sam comigo e melhor do que qualquer outra coisa.
E eu fico dizendo que vou aparecer, mas quando estou perto de entrar simplesmente desisto, então eu vou embora.
Logan sabe disso, ele sabe de Sam e sabe que ela me faz bem, ele sempre tenta me fazer ir também, parece estar preocupado.
Mas eu estou bem, tenho meu tempo e agora sei o que quero fazer, só preciso focar no meu trabalho.
-Sam.- a chamo.
-Oi?- ela acaricia minha coxa.
-Alianças.- murmuro e ela abre os olhos sentando.- De namoro.- logo acrescento.
-Está me pedindo em namoro?- ela sorri.
-Sim, se você aceitar.- tento sorrir.
-Sim.- ela assente pulando em cima de mim.- Sim, eu aceito.- ela beija minha bochecha.
-Ok, eu vou comprar amanhã.- afsdtonos cabelos dela.
-Ok.- ela sorri me beijando.
Viro nossos corpos na cama e fico em cima dela, ajeito seus quadris e aprofundo ainda mais o beijo.
Era isso, eu tinha que ir conquistando território, e agora estava conquistando o namoro, era algo novo para mim.
Nunca tinha namorado antes, ninguém nunca tinha me deixado namorar, então era algo novo, e era bom, eu estava namorando agora.
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