Capítulo 10
Mais um capítulo saindooo.
Esse é um pouco pesado então vou logo pedindo desculpas.
Ah, to com muito sono, é 1h da madrugada agora então me desculpem por qualquer erro. Só revisei uma vez e não to muito acordada no momento 😴😴
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O homem loiro respirou fundo, logo depois parecendo se acalmar, no entanto, seu olhar havia mudado, em um momento ele olhava Lianof atordoado, como se não pudesse acreditar nos seus olhos, e no próximo, sua expressão era fria e indiferente, como se estivesse olhando para um estranho.
Tive um arrepio só de assistir a mudança, se tudo que eu tinha deduzido até agora fosse certo, esse era o passado de Lianof, isso sozinho já foi algo difícil de digerir, eu nunca esperava ser capaz de chegar a essa época sem nenhum condutor, como tinha feito anteriormente com o colar, entretanto as revelações não acabavam aí. Ao menos que estivesse juntando as peças erradas, Lianof era da realeza, e esse homem, tão parecido com ele só poderia ser uma coisa, seu pai, o rei.
Era muito informação para um momento só.
O homem desceu do cavalo, parando em frente a o menino que olhava atordoado para as próprias mãos.
— Faça isso de novo.
— Pai eu...
— Faça de novo! — o homem gritou e o menino estremeceu.
Quase tive vontade de gritar com ele ali mesmo, inclusive sabendo que não ouviria. O que ele pensava que estava fazendo, assustando uma criança?
O menino tentou recriar seu ato anterior, colocando uma expressão de concentração no rosto enquanto erguia a mão, como se pudesse fazer as chamas parecerem com pura força de vontade.
Ele não ia conseguir, isso eu sabia, estava muito assustado. E como se para confirmar meu pensamento Lianof tentou, uma e outra vez, sem resultados.
— Está me desobedecendo? — o homem falou, sua voz fria.
— Eu não consigo! — o menino engoliu em seco.
O homem olhou para ele, sua expressão indecifrável ao se aproximar do outro garoto, Darius, que ainda olhava para o irmão chocado, sua mão no estômago pela lesão que havia sofrido anteriormente.
Olhei para ele, o que ele planejava fazer...
No entanto, não importa que tipo de pensamentos eu tivesse, nunca ia imaginar que o homem faria o que fez a seguir. Ele desembaiou a espada que carregava na cintura e apontou para o garoto, se virando para Lianof em seguida.
— Ou você repete o que fez agora, ou eu mato o seu irmão.
— Não! — gritou o Lianof menor.
— Faça!
Lágrimas caíram dos olhos do menino agora, conforme ele se esforçava para usar o poder, mas nada acontecia.
Observei tudo chocada, que tipo de pai era esse? Não importava se ele era um herdeiro ou não, ele ainda era o filho dele!
— Você precisa de mais incentivo? — o homem sorriu.
— Pai — o garoto ferido tentou falar — isso...
— Calado! — o homem interrompeu — Faça agora!
O Lianof menor chorava agora, visivelmente se esforçando.
— Vejo que você não se importa com seu irmão
O rosto do homem era frio ao descer a espada, mas eu nunca saberia se ele pretendia realmente ferir o filho por que assim que a espada estava a uma polegada de distância do rosto do garoto, chamas surgiram na mesma direção, batendo no objeto, que mudou da cor prateada original para um vermelho incandescente.
O homem a soltou, olhando para a mão queimada em seguida.
— Então... você realmente é uma dessas coisas — a voz do homem soava levemente triste ao contemplar Lianof, que estava com uma das mãos erguida em direção a espada.
O resto da floresta estava em silêncio, o único som que podia ser ouvido era o choro da criança que encarava a todos assustado agora.
— Pai... eu... — suas palavras eram intercaladas por soluços e o homem não esperou que ele terminasse.
— Levem ele para prisão escura — disse ele, montando no cavalo, os herdeiros, sentados nas proximidades estremesseram ao escutar.
— Majestade — um homem, que imaginei ser um guarda se aproximou — aquele lugar... levar o seu filho para lá...
— Ele não é o meu filho — a voz do homem era indiferente ao esporear o cavalo para longe.
Guardas se aproximaram do outro lado e seguraram os braços do menino assustado, um de cada lado.
— Espere! Papai — Lianof gritou — papai! Não me deixe! Papai!
Mas o homem nem virou o rosto, galopando para uma posição aposta a em que o menino era detido.
Os demais guardas que vieram caçar o javali junto com o rei observavam a cena com expressões diferentes. Uns tinham expressão de nojo, outros raiva, poucos até pareciam sentir pena.
O jovem ferido se aproximou mancando em direção aos guardas, segurando o estômago.
— Solte-o! — ele puxava o braço de um dos guardas, tentando liberar a figura sendo detida — Soltem o meu irmão! Eu mandei soltá-lo!
— Alteza — um terceiro guarda chegou, tentando impedí-lo — Você precisa deixá-lo ir.
— Não! Soltem o meu irmão!
— Ele é um herdeiro alteza.
O menino congelou ao ouvir isso.
— Não, ele não é, isso é um engano... isso... soltem ele!
O garoto tentava se aproximar do outro, que já havia sido detido pelos guardas, preso ao chão enquanto correntes eram postas em seus pulsos, ele parecia assustado, como se não entendesse o que estava acontecendo.
Observei a cena com lágrimas nos olhos, que terrível, como podem tratar uma criança assim.
O garoto continuava tentando chegar a seu irmão quando a cena mudou novamente.
Agora Lianof estava sozinho com dois guardas que pareciam guiar ele por um corredor escuro de pedra.
Eles andavam lentamente, seus rostos sem expressão ao levar o garoto para seu destino, o menino também estava calado agora, olhando confusamente ao redor. Eles caminharam até chegarem a uma escadaria, onde desceram parando por fim na frente de uma pesada porta de madeira onde um deles bateu com a mão três vezes.
Uma portinhola foi aberta na região superior da porta e um rosto de um velho sonolento pôde ser visto. Ele passou os olhos pelos guardas e pelo menino com uma expressão indiferente, antes de congelar, voltando novamente os olhos para o garoto.
Apesar de estarem um pouco abarrotadas, suas roupas ainda indicavam claramente sua posição. Ele usava um casado azul claro de ceda com calsas num corte limpo e perfeito que só poderia ser visto em famílias ricas.
— Isso... o que sua alteza está fazendo aqui?
— Abra a porta — o guarda respondeu com a voz fria.
As roupas dos guardas também eram alinhadas. Eles usavam casacos pretos justos e um brasão de leão dourado podia ser visto no peito esquerdo de cada um, logo acima da região do coração.
O velho não falou mais, abrindo rapidamente a porta, a diferença de posições entre ele e os guardas era clara.
— Me dê as chaves da prisão escura.
— O que? Mas...— o velho hesitou, mas por fim parou seu próprio falatório entregando uma chave longa a mão estendida do guarda.
Como acompanhavam o rei, imaginei que eles eram guardas reais, costumavam em geral obedecer unicamente as ordens do seu soberano, então o olhar assustado do velho era justificado.
Eu acompanhei e eles entraram num lugar que identifiquei como sendo o calabouço, chocada. Ele não era o filho do rei? Como essa situação poderia acontecer?
Mas os guardas prosseguiram, passando por várias celas onde criminosos sujos observavam sua passagem. Alguns sorriam, outros se aproximaram das grades tentando puxar os guardas que passaram reto, pareciam ter um destino em mente e prosseguiram indo cada vez mais fundo na prisão.
Apertei meus braços ao redor do corpo, conforme os guardas seguiam o clima se tornava mais frio, o número de celas diminuindo consideravelnete até parar. No entanto, eles continuaram prosseguindo, as paredes eram rochosas agora, sendo iluminadas por tochas em intervalos constantes que não acabavam completamente a escuridão.
Os guardas andaram mais um pouco até por fim pararam em frente a outra porta. Era parecia ser de algum tipo de metal e dava a impressão de não ser facilmente aberta.
Um deles estendeu a chave, a colocando na tranca e a porta se abriu com um ruído.
— Entre — o outro guarda falou.
— O que? Mas... é tão escuro.
Segui o seu olhar, atrás da porta estava uma escuridão sem fim, nada podia ser visto e o frio parecia congelar os ossos.
O guarda não respondeu, empurrando o menino pela passagem antes de fechar a porta pesadamente com um estrondo. O outro em seguida a trancou, e os dois saíram, rapidamente deixando o lugar.
Encarei a porta, sentindo um arrepio antes de pressionar a mão nela. Surpreendentemente pude atravessá-la, como se a porta não tivesse substância.
Não vi mais nada. Tudo era escuro e só pude ver a respiração pesada de alguém que imaginei ser Lianof.
— Alguém — escutei um bater e imaginei que ele estava empurrando a porta agora — Alguém por favor!
O sons de batidas eram mais pesadas conforme o desespero na voz da criança aumentava.
— Por favor! Está escuro aqui!
— Mamãe, Papai! — a voz soava desesperada.
Mas não ouve respostas.
— Por favor — ele agora chorava, os som soando mais alto e desesperado com pesados soluços.
Cada batida parecia ecoar no meu coração enquanto lágrimas começavam a cair por os meus olhos.
— Garoto — tentei gritar — eu estou aqui! Você não está sozinho.
Mas o menino parecia não ouvir, as batidas juntamente com os gritos de ajuda e choro continuavam.
— Eu serei um bom garoto agora! Me tirem daqui, eu prometo obedecer dessa vez!
— Mamãe!
— Papai!
— Por favor!
A situação continuou assim por horas, mas ninguém respondeu.
O menino não tinha mais voz, as batidas soaram cada vez mais fracas, até que por fim, pararam.
— Alguém por favor — a voz da criança não era nada mais do que um sussurro e minha garganta estava entalada com meu próprio choro — Estou com medo...
Não soube se ele dormiu ou por fim desistiu.
O tempo passou, eu sentei na rocha fria observando tudo em silêncio, as vezes Lianof voltava a gritar soando desesperado, por vezes implorava chorando, dizendo que nunca mais desobedeceria, parecia não entender por que o prenderam.
Quando os guardas chegavam com as refeições ele implorava mais forte, mas sempre sem resultados.
Um som de arranhar soava a cada pouco tempo e deduzi que ele arranhava a porta, tentando se livrar daquela escuridão fria que parecia se infiltrar nos ossos.
Até que um dia a porta se abriu. Foi depois de uma semana. De alguma forma soube quando os dias passavam. Era como se o tempo passasse de modo diferente para mim. Apesar de saber que eles passaram, o tempo que realmente passei ali foi pouco. Mas como uma amostra. Lianof não.
Ele viveu cada minuto daquela tormento infernal.
Da cela dois guardas pucharam o garoto, seus rostos sem expressão ao colocarem um par de algemas no garoto.
Observei a cena tremendo de raiva. Como eles ousavam fazer isso tudo? Acho que nunca havia sentindo tanto ódio na vida.
O garoto não protestou, ele tremia, suas roupas sujas agora. No seu rosto havia uma expressão meio vazia, que parecia sumir aos poucos conforme os guardas o levavam de novo pelos corredores. Quando passaram por uma tocha o menino recuou, protejendo o rosto da claridade depois de estar tanto tempo na escuridão. O mesmo aconteceu conforme eles seguiam adiante e saíram do calabouço, era dia lá fora, e a luz do sol que passava pelas janelas me fizeram perceber que aparência do menino parecia ainda mais deplorável.
Seus olhos tinham olheiras e sua pele parecia um pouco pálida, ele também tinha um aspecto mais magro e suas unhas eram uma confusão sangrenta.
Os guardas seguiram até pararem em pesadas portas, as pessoas que a guardavam pareciam assustados com a aparência do menino, e um deles entrou.
— Sua majestade, o prisioneiro está aqui — ele anunciou.
— Deixe-o entrar.
As portas se abriram e um grande salão pôde ser visto, guardas rodeavam o ambiente a disposição e estandartes estavam posicionados nas paredes mostrando um leão dourado correndo em um campo preto. Lustres também eram vistos no teto e todo lugar passava uma aura de elegância. Dois tronos estavam na frente do lugar e sentados neles estavam duas figuras. Uma era o homem de antes, o rei, o outro era uma mulher jovem e bela com cabelos num loiro quase branco e olhos verdes que estavam vermelhos, ela parecia ter chorado muito, atrás deles estava um homem velho de rosto frio, possuía uma barba branca que descia até o pescoço e apresentava uma postura arrogante.
A frente do trono uma multidão de dividia em duas, do lado esquerdo e direito do lugar, todos usavam roupas elegantes e susurravam entre si.
Eu conhecia o tipo de ambiente, já tinha visto um no meu próprio país, aquela era uma sala do trono, e uma coisa muito parecida com um julgamento estava ocorrendo.
A mulher sentada no trono se levantou, gritando e chorando ao ver seu filho, mas foi contida por guardas que estavam posicionados nas proximidades.
Os dois guardas de antes guiaram Lianof entre a multidão, o sentando na frente dos tronos. Ele parecia assustado, olhando ao redor todas aquelas pessoas, as algemas tilintando em seus bracos.
O velho se adiantou se ajoelhando diante dos tronos.
— Majestade, peço permissão para dar início a audiência.
O rei assentiu e o velho se virou para a multidão.
— Começaremos agora a julgamento de Lianof da casa Mandragoran, segundo príncipe de Morgradet.
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Eu sei, sou péssima com nomes.
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